Tiete!

By ClaraSavelli

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"Mariana é minha melhor amiga desde sempre. Provavelmente quando nós duas estávamos na barriga de nossas mães... More

Capítulo 01 - Inflamável
Capítulo 02 - A Vida Amorosa da Taylor Swift
Capítulo 03 - Show de tale... Horrores
Capítulo 04 - Causa da morte: pegação inconsequente em momentos alcoolizados
Capítulo 05 - Sem motivos para festejos
Capítulo 06 - Amor Próprio
Capítulo 07 - ENEM
Capítulo 09 - Poser
Capítulo 10 - Disposição
Capítulo 11 - Permissão
Capítulo 12 - Picadinho de Roberto pro jantar
Capítulo 13 - Boa o suficiente
Capítulo 14 - Hate myself for loving you
Capítulo 15 - Só acredito vendo
Capítulo 16 - Dia de Sorte
Capítulo 17 - Sem título, que nem a música da Katerine
Capítulo bônus - A Mais Errada (por Mariana)
Capítulo bônus - Unfollow (por Alex)
Capítulo 18 - Frango com batata
Capítulo 19 - Tsunami de Azar
Capítulo 20 - Sem resposta
Capítulo bônus - Dor de Cotovelo (por Igor)
Capítulo 21 - Indominus Rex
Capítulo 22 - Oração da Lady Gaga
Capítulo 23 - Tapa na cara
Capítulo 24 - Alexella
Capítulo 25 - Gente séria também acredita em Papai Noel
Capítulo 26 - Turistando
Capítulo bônus - Liam, o labrador (por Alex Rodder)
Capítulo 27 - A Queda
Capítulo 28 - Uma Piada
Capítulo 29 - Filme Comentado
Capítulo 30 - Obrigação só a de tomar remédios
Capítulo 31 - Nada no mundo que começa com "preciso falar uma coisa" termina bem
Capítulo 32 - Um presente inesperado
Capítulo 33 - As probabilidades
Capítulo 34 - Visita Surpresa
Capítulo 35 - Pensando
Capítulo 36 - Bem debaixo do nariz
Capítulo 37 - Cabum
Capítulo bônus - Meu irmão virou uma múmia (por Alex)
Capítulo 38 - Amar você e não poder, acaba comigo, ô baby
Capítulo 39 - Um pouco de sorte não faz mal
Capítulo bônus - Malditos grampos (por Alexander)
Capítulo 40 - Sim, por favor
Capítulo 41 - Unicórnio Radioativo
Capítulo 42 - Fuga
Capítulo 43 - Fugitivo
Capítulo 44 - Nós sempre teremos Paris
Capítulo 45 - Insônia
Capítulo 46 - Fingerprints
Capítulo 47 - Cotidiano
Capítulo bônus - Declaração (por Alex)
Capítulo 48 - Tabloide
Capítulo 49 - Lugar preferido
Capítulo bônus - D.R. (narrado por Alex)
Capítulo 50 - Sorry
Capítulo 51 - Avançando sobre mim
Capítulo 52 - Emaranhado
Capítulo 53 - A verdade é que disse
Capítulo 54 - Um rapaz inglês regular (por Alexander)
Capítulo 55 - Vontade de explodir
Capítulo 56 - Típicos garotos de Hollywood
Capítulo 57 - O Gesso
Capítulo 58 - Terminal
Capítulo bônus - Música tema (por Alexander)
Capítulo 59 - Recomeço
Capítulo 60 - Wait for me to come home
Capítulo 61 - Escuridão
Capítulo 61 (e meio) - A carta
Capítulo 62 - Contatos
Capítulo bônus: Katex4ever
Capítulo 63 - Três Palavras
Capítulo 64: Segunda Chance
Epílogo: Uma vida feliz vocês vão ter
Vídeos de Perguntas & Respostas
Casamento: I love you, I know

Capítulo 08 - Solidão

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By ClaraSavelli

Na segunda, após o fatídico final de semana, o assunto continuou sendo o ENEM. O gabarito não-oficial tinha saído e todos estavam comentando sobre quantas questões tinham acertado e quantas tinham errado. Não que isso fizesse alguma diferença, pois o sistema de contagem de pontos do exame era muito diferente e bizarro, pontuando cada questão com um peso diferente, que não sabíamos previamente. Não havia razão para ficar se preocupando com essa quantidade de acertos, então eu resolvi nem mesmo checar minhas respostas. Tentar manter a calma era difícil, mas estava me trazendo bons frutos (pelo menos minha dor de cabeça tinha sumido). Os resultados ainda demorariam meses para sair. Tudo indicava que eles só fossem ser liberados no final de Janeiro e, sinceramente, eu é que não ia ficar sem dormir por todos esses meses.

Como era de se esperar, o efeito-ENEM se dissipou com o final da semana e a paz voltou a reinar entre meus colegas. Bem como as fofocas escolares...

— Kate? - uma menina do primeiro ano me chamou, olhando pelo espelho, enquanto eu lavava minhas mãos no banheiro. - O que aconteceu com você e com a Mariana? Ouvi que ela está saindo com o Roberto? Que eles estão tipo namorando agora? Ele não é seu ex-namorado e ela não é sua melhor amiga? Amigas como essa, hein, que horror?

Juro. Dessa exata maneira. Como se todas as frases proferidas fossem perguntas. Fechei a torneira, encarando-a pelo espelho. Para falar a verdade eu nem lembrava o nome daquela menina, então não entendia porque pra ela minha vida parecia tão interessante.

— Olha, eu não estou sabendo de namoro? Ela ainda é minha melhor amiga e eu estou cagando pra ele? Se quiserem namorar sejam felizes? Não tenho nada contra e nem vou impedir? Pode sair da frente agora? Obrigada?

Se ela percebeu que eu estava zoando a forma dela falar, não disse nada. Apenas deu um passo para o lado enquanto eu terminava de secar as mãos e saía em retirada. As perguntas-afirmações da menina apertavam meu coração e eu tinha medo, muito medo mesmo, de que os rumores fossem verdade. Ainda assim, não conseguia confrontar Mariana. Se ela estivesse namorando Roberto teria me contado, certo? Se ela tivesse sequer beijado Roberto teria me contado, certo? Por que ela não me fala nada? Somos melhores amigas! CERTO?

Passei a semana inteira tentando me convencer que eu deveria falar com ela. Talvez tenha sido dura demais quando a perguntei sobre a história dela ser tutora dele. Talvez ela tenha achado que eu ainda nutria algum tipo de sentimento por ele e tenha resolvido se afastar, para entender melhor o que sente. Talvez ela ache que eu tenho tanto ódio dele que, no final das contas, vou ficar com ódio dela também...

Tudo isso passava pela minha cabeça enquanto encarava sua nuca todos os dias na semana seguinte ao ENEM enquanto voltávamos da escola com Caio. Todos os dias eu abria e fechava minha boca, como se estivesse louca para perguntar, mas algo me impedia. Não era Caio, ainda que ele fosse um grande impeditivo (não conseguia nem imaginar o que ele faria com Mariana se os rumores fossem verdadeiros. Jogá-la para fora do carro em movimento era uma opção bem plausível). O que me impedia era meu medo de saber a verdade.

Na sexta-feira decidi tentar, mas quando nossa última aula acabou, ela girou-se na minha direção e disse:

— Hoje não vou voltar para casa com vocês.

Simples assim. Sem justificativas.

— Ah! Pego um ônibus para o trabalho, então?

— Não, não. - ela sorriu. - Meu irmão vem te buscar, mas eu já avisei a ele que vou ficar.

Assenti, jogando a mochila nos ombros.

— Mariana, posso te perguntar uma coisa?

— Precisa ser agora? - ela disse, olhando para o relógio. - Estou com um pouco de pressa.

— Não. Quer dizer, não precisa ser agora. - assenti novamente, me sentindo deslocada. Não me lembrava qual foi a última vez que me senti deslocada na presença de Mariana. Talvez nunca. - Reunião de tutoria?

Ela assentiu com a cabeça, dando um sorriso tristonho.

— Vejo você mais tarde - disse para então virar de costas e caminhar para longe.

Eu fiquei esperando Caio na porta do colégio me convencendo de que não podia falar pra ele. Eu simplesmente não podia contar pra ele que, ao que tudo indicava, a irmã dele estava de caso com meu ex-namorado. Ao mesmo tempo, aquilo estava virando um nó tão grande na minha garganta que eu preferia que ela simplesmente confessasse de uma vez se fosse verdade. Caio piorou as coisas quando eu entrei no carro e ele começou falando:

— Acho ótimo que Mariana tenha se engajado nas atividades escolares que valem realmente a pena. Acho que essa história de ser tutora está ajudando bastante ela...

O nó se apertou e, para evitar que algo escapulisse, eu apertei os lábios e assenti com a cabeça. Ficamos em silêncio por alguns minutos, enquanto eu tentava fazer o nó descer. Foi quando o celular de Caio começou a tocar algum rap e eu desci os olhos para o console do carro onde o aparelho estava, juntamente com garrafas vazias de água, moedas e chaves que provavelmente ninguém sabe de onde são. A tela estava virada para cima, então eu acidentalmente vi quem ligava. A foto e o nome brilhavam no meio de toda aquela desorganização.

Pri.

"Pri" era uma menina loira e peituda.

No visor do Caio só apareciam seus lábios, cabelos loiros, pescoço desnudo e seios fartos. Era isso. Não dava para ver nem o rosto completo da menina.

Levantei os olhos do celular para Caio, que estava olhando para mim com certa expressão de desespero.

— Não vai atender? - perguntei, com certo grunhido. Fiquei em dúvida se era pela dificuldade de engolir o nó da Mariana ou porque tinha acabado de surgir um novo chamado "Pri".

— Não, eu vou retornar depois - ele respondeu em um tom semelhante ao meu, desviando os olhos novamente para a rua.

Desviei os olhos para a janela ao meu lado enquanto ouvia o celular tocar mais uma vez e depois outra. Só na quarta tentativa "Pri" desistiu de falar com Caio. Quer dizer, pode ser que ela tenha até ligado de novo, mas nós finalmente chegamos ao meu trabalho e eu pude sair do carro e me livrar da carona mais esquisita de todos os tempos.

— Obrigada - disse, tocando a maçaneta para abri-la. - Você não precisava ter ido só me buscar. Eu poderia ter vindo de ônibus.

— Eu sei - foi o que ele respondeu, me olhando daquele jeito indagador de sempre. Como se estivesse tentando entender o que eu estava pensando.

Ele sabia no que eu estava pensando. Eu estava pensando em "Pri".

Pensei em "Pri" durante todo final de semana, alternando entre ela e Mariana-Roberto. Como você pode ver, meu grau de divertimento neste final de semana foi praticamente o mesmo do anterior, que passei fazendo o ENEM. Para ser mais correta, fazer o ENEM foi mais divertido. O tempo fechou e choveu durante todo o tempo. Caio não deu sinal de vida e Mariana mandou uma mensagem no final do sábado que dizia: "Quer fazer maratona de filmes? Bjks" ao que eu respondi "Estou ocupada ajudando minha mãe numa coisa, pode ser semana que vem?".

Claro que era mentira. Minha mãe passou o final de semana fazendo maratona de Criminal Minds no Netflix e eu passei o final de semana trancada no quarto pensando na vida. Eu não queria ficar com Mariana porque eu não queria ter que lidar com a situação Roberto no momento. Eu precisava ficar um pouco quieta e pensar. Era justo que eu ficasse olhando Mariana cometer o mesmo erro que eu? Ela ia mesmo cometer o mesmo erro que eu? Ela tinha quase 18 anos, e eu tinha só 14. Talvez Roberto estivesse mesmo mudando para melhor. Talvez Mariana fosse exatamente o que ele precisava... Mas tinha tudo aquilo que ele tinha me dito no aniversário do Caio, há pouco mais de um mês.

Eu superei tudo que ele fez comigo, ainda que doa de vez em quando. Só que eu nunca superaria se ele fizesse minha melhor amiga sofrer, ainda que ela parecesse estar se entregando de boa vontade na mão do criminoso. Como pode? Foi ela que secou todas as minhas lágrimas. Foi para ela que contei todas as minhas angústias... Eu queria estar por perto para orientá-la e protegê-la se fosse mesmo isso. Eu queria que ela pudesse me contar sobre seu novo "relacionamento" como melhores amigas fazem. Eu queria que ela me assumisse a verdade.

E eu queria desesperadamente saber quem era "Pri".

Era isso. Eu tinha uma vida amorosa muito conturbada. Eu tinha um ex-namorado descompensado, que diz que me ama em um mês e no mês seguinte está roubando a presença da minha melhor amiga de minha vida. Eu tinha um melhor amigo com quem eu ficava esporadicamente, normalmente quando ele estava alcoolizado (aliás, sempre) e de quem não poderia ter ciúmes quando via alguma piriguete de peitos maiores que minha cabeça ligando para ele incessantemente. Era a vida amorosa que toda garota gostaria de ter! Que maravilha...

Só que no final eu não tinha vida amorosa. Minha vida amorosa não era conturbada pelo simples fato de que ela era inexistente. Beto não era nada meu e tinha toda a liberdade para mudar de ideia sobre seus sentimentos no momento que bem entendesse. Na verdade, sempre torci para que ele mudasse. No entanto, não sabia que ele iria resolver gostar de Mariana. A ideia dele gostar de Mariana era melhor, todavia, do que a ideia dele estar usando Mariana para me atingir. Ou para qualquer outra finalidade. Caio também não era nada meu. Nós não tínhamos um relacionamento, na verdade, estávamos bem longe de ter. Nós éramos muito diferentes e eu tinha certeza de que nós faríamos um péssimo casal. Nunca tive motivos para acreditar que tínhamos qualquer tipo de pacto de fidelidade, porque isso é um absurdo. Ele tinha direito de ficar com quantas Pris, Patis, Gigis, Bibis e etc que ele quisesse (ainda que eu tivesse um pequeno desejo oculto que elas não fossem tão peitudas!).

Encolhi-me em minha cama, segurando minhas lágrimas. A pior parte de ter uma vida amorosa inexistente era às vezes me sentir tão sozinha.


~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

GENTE, TÔ NO CHÃO.

Esse foi o capítulo que atingiu 100 estrelas MAIS RÁPIDO NA HISTÓRIA DE TIETE!!!!!

Sério. Eu fui dormir ontem e já tinham 90 ESTRELAS. Vocês já tinham batido a meta de 80. Tô passada. Achei que Tiete! não estivesse sendo tão lida, porque 99.9% das notificações que recebo daqui são de Acampamento. MAS ESTAVA ERRADA. MAIS DE 100 PESSOAS ESTÃO LENDO! BEIJOS GENTE, OBRIGADA!

Como promessa é dívida: TAÍ O CAPÍTULO EXTRA!

Mas agora só terça, tá? A escritora precisa viver.
Tá chegando a Bienal e eu tô passando VÁRIAS HORAS DO DIA arrumando tudo... E as outras horas tentando revisar Acampamento para arrumar uma editora pra ele :P

OBRIGAADAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

BEIJOS MIL

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