Rede de Segredos

By oliviavert

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Annabelle De Angelis Ferraro, nascida à sombra da criminalidade, possuía um futuro brilhante traçado por seu... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2 - Parte I
Capítulo 2 - Parte II
Capítulo 3
Capítulo 4 - Parte I
Capítulo 4 - parte II
Capítulo 5 - Parte I
Capítulo 5 - Parte II
Capítulo 6
Capítulo 7 - Parte I
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11 - Parte I
Capítulo 11 - Parte II
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15 - Parte I
Capítulo 15 - Parte II
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 30 - Repostando
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 39 - Parte II
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Esclarecimentos
Capítulo 44
NOTA e AVISOS
ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50

Capítulo 7 - Parte II

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By oliviavert

Naquele dia os irmãos Ferraro completavam 49 anos, mas a única coisa que Giancarlo podia pensar enquanto saboreava o jantar com Lorenza, era que no ano que vem, aquela casa estaria tomada pelas vozes, risos, e música de boa qualidade.

Afinal, era de bom tom que todo homem proeminente na sociedade desse uma festa de 50 anos. E Giancarlo abominava a ideia.

Claro que ele já teve sua época de festeiro... Não perdoava um dia na noite Italiana. Mas então tudo aconteceu e, simplesmente, não tinha mais graça.

Pensar no ocorrido, por muitos anos, o deixava possesso. Sempre fora um homem que não sabia o significado do perdão mas, olhando para trás, e concentrando-se nos bons momentos, Giancarlo ficava quase entristecido.

Terminou o jantar, e olhou para Lorenza. Sua mãe lhe sorriu, largando a faca e pegando em sua mão. Não era dado aqueles gestos de afeto, mas no momento deixou que a mão da matriarca lhe fizesse um afago. Iria sair da mesa dispensando o pudim quando uma figura conhecida para ele apareceu pela porta e Giancarlo teve que se controlar para não sorrir.

– Parabéns, Tio Giancarlo. – Annabelle proclamou, chamando a atenção da avó para si. Lorenza logo sorriu e fez um gesto com a cabeça para que adentrasse mais a sala de jantar.

– Belle, minha querida... Não poderia ter usado alguma coisa para propícia para a ocasião? – Lorenza perguntou, escrutinando a jaqueta de couro e a calça jeans da neta - Vou pedir para trazerem um prato para você...

– Annabelle não vai comer conosco, Lorenza – Giancarlo a cortou, antes que a sobrinha tivesse a chance. – Já acabamos.

– Giancarlo...

– Tudo bem, Lorenza. – Annabelle falou, jogando os ombros em um gesto displicente – Não vim para jantar.

Giancarlo deu uma risada.

– Bom saber que o seu senso de horário ainda está funcionando, Annabelle. Mais duas horas e não poderia nem me desejar os parabéns.

Annabelle abaixou a cabeça olhando para as mãos ocupadas por um embrulho. Sabia que deveria ter mandado um cartão, e não aparecido ali. Suas mãos agora pesavam quase uma tonelada, mas ela iria até o fim.

– Trouxe para o senhor.

Ela estendeu o embrulho, colocando-o em cima da mesa. Giancarlo o pegou com desinteresse aparente, mas quando livrou-se do embrulho teve que se controlar para não expressar nenhum sentimento.

Era um tabuleiro de xadrez. Todo feito de mármore, as arestas eram trabalhadas com uma substância dourada, que Giancarlo logo percebeu se tratar de ouro. Aquilo tinha sido feito por encomenda, com toda a certeza.

– Sei que o senhor gosta, e lembro que quando mudei para cá... Sempre jogávamos.

– Era o único modo de cansar a sua cabecinha. – Giancarlo murmurou, antes mesmo de se dar conta que o fazia.

Lembrou-se da menininha, que pela idade, jogava surpreendentemente bem. A carinha de frustração toda vez que perdia, praticamente o obrigando para mais uma partida. Mas logo ela deu lugar a outra pessoa. Uma mulher. Ela acabava de ganhar, porque Giancarlo deixara, e sorria abertamente por pensar se tratar de uma vitória genuína. Seus cabelos longos e levemente avermelhados, os olhos castanhos brilhando de felicidade.

– Pensei que podíamos jogar hoje mais tarde. – Annabelle disse, arrancando-o da lembrança feliz, Giancarlo passou a mão pela borda do tabuleiro.

– Hoje não.

Ela apenas meneou a cabeça, e preparou-se para ir embora quando Giancarlo a interrompeu.

– Annabelle, preciso conversar com você. Vamos ao escritório.

Giancarlo levantou-se da mesa levando consigo o tabuleiro de xadrez, abriu a porta do escritório e colocando o seu presente bem em cima da mesa, onde ele pretendia que sempre ficasse, cruzou os braços e esperou que a figura de Annabelle entrasse pela porta.

Annabelle estava com um mau pressentimento desde que saiu da casa, pela manhã. Mas, quando saiu a caminho da mansão dos Ferraro, o sentimento estava muito mais forte.

Talvez aquilo estivesse acontecendo porque não tinha corrido aquela manhã. Balançou a cabeça com veemência quando percebeu o que pensava. Já tinha feito alguns exercícios físicos em casa, e queimado as calorias do dia. Evitou pensar que não era bem pela falta da atividade física que estava daquela maneira. Olhou para as unhas com medo de que Giancarlo lesse seus pensamentos.

– Tenho um trabalho para você Annabelle – Ele sentou em sua confortável cadeira de couro e Annabelle aproximou-se da mesa. Todo trabalho era bem vindo.

– Andei fazendo umas pesquisas sobre o seu amiguinho policial. – Ela franziu o cenho. Que trabalho poderia incluir aquela informação?

– Giancarlo...

– Calada! – Ele repreendeu – Sabe o que eu descobri? Alexander Whitehill detém informações sobre você, Annabelle. E pretende usa-las.

– Informações? – ela inquiriu, não compreendendo.

– Interceptei um telefonema que ele trocou com um parceiro. Disse que tinha gravado uma conversa que vocês tiveram. Tudo leva crer que foi naquela noite.

Annabelle engoliu em seco. Agente Alexander Whitehill e a porra da interferência que ele fazia na vida dela. Poderia ter o matado! E deveria... Como pode acreditar que ele não ia entrega-la para a polícia? Sentia-se o ser mais desprovido de inteligência por não ter percebido que ele gravava a conversa.

– Você tem que dar um jeito nisso. – Giancarlo falou, aparentemente calmo.

– Está bem – Annabelle balançou a cabeça, bateria tanto naquele rosto masculino que Alexander teria que rezar para não sair desfigurado – O manterei sobre controle.

Giancarlo soltou uma risada sardônica.

– Não, Annabelle. Ele sabe demais.

O corpo todo da mulher gelou quando percebeu qual seria o seu trabalho.

– Tio Giancarlo... Eu sei que não parece, mas eu posso lidar com ele.

A figura astuta de Giancarlo dobrou-se em cima da mesma, um sorriso sarcástico brincando em seus lábios.

– Pois se pensa assim, eu digo que você não tem a mínima noção do que pode controlar ou não. O que é muito ruim, Annabelle... Como pretende que eu leve a sério você como minha sucessora se não consegue perceber quando algo foge do seu poder?

A raiva homicida subiu pelas veias da criminosa. Odiava como Giancarlo a manipulava tão descaradamente, já era hora dele perceber que não era mais uma bonequinha que cedia a todos os seus desejos. Encheu-se de coragem para continuar.

– Pois eu digo que o senhor é que talvez não saiba medir o perigo que o agente Whitehill representa.

Giancarlo suspirou profundamente, fechando os orbes azuis.

– É pior do que eu pensava...

Ele levantou-se, e dando a volta na mesa ficou de frente para Annabelle. Um minuto se passou com as duas figuras se encarando, o clima pesado circundando ambos. Então, como o bote de uma serpente, Giancarlo levou sua mão direita até o pescoço da Ferraro mais nova. Apertando forte a jugular dela.

A primeira reação que Annabelle teve foi que deveria se defender. Seu instinto protetor fora tão bem treinado que era praticamente uma característica inata. Poderia com um ou dois movimentos, deslocar o ombro do homem a sua frente. Poderia desferir um soco na boca do estomago e lascar algumas costelas. Poderia dar um golpe nas têmporas, nos ouvidos, ou no próprio pescoço, trazendo como consequência uma terrível tontura.

Qualquer um daqueles golpes, ou muitos outros que Annabelle poderia listar, livraria seu pescoço da mão que o apertava tão firmemente. Mas nunca levantaria a mão daquele modo para o número um da máfia, para o homem que a criou, para o seu tio.

– Quem você pensa que é, para falar comigo nesses termos? – Giancarlo a encarou, fúria transbordando de todos os seus poros – Eu estou lhe dando um trabalho. O que você faz quando eu te delego uma tarefa, Annabelle?

– Executo – Ela respondeu em um fio de voz, tanto pela humilhação que passava quanto pela mão de Giancarlo estar prejudicando a sonoridade da sua voz.

– E você contesta? – ele a balançou, dando um aperto mais forte – Responda em alto e em bom som, Annabelle. Você contesta o que deve fazer?

– Não – ela respondeu o melhor que pode.

Giancarlo a soltou, mas continuou a sua frente.

– Então porque tenho a impressão de que é o que está fazendo agora?

Ela controlou a vontade de levar suas mãos para o local de sua pele que fora maculado, mas controlou-se. Não daria aquele gosto ao tio.

– Porque, particularmente, e como todo o respeito, não concordo com o senhor. Não é necessário uma medida dessas. Alexander Whitehill é uma figura pública. Poderiam juntar facilmente os fatos se bisbilhotassem o que ele estava investigando atualmente. E se ele realmente possuir aquela gravação, as coisas podem ficar muito piores.

Giancarlo olhou com uma ponta de incredulidade para a mafiosa.

– Você teve algum envolvimento com esse policialzinho, Annabelle? – Ele disse, com nojo. Annabelle estava tão embasbacada com o que ouviu que não percebeu que Giancarlo forjava uma expressão surpresa.

– O que quer dizer?

– Sabe muito bem o que eu quero dizer – O Ferraro mais velho murmurou entre dentes – Você abriu as pernas para ele, Annabelle?

– Não! – Quase gritou. Perguntou-se com que direito ele poderia empregar tanto nojo naquela frase, já que das quatro vezes que chegara a abrir as pernas para alguém, três foram porque era interessante para Giancarlo que esse 'alguém' fosse agradado.

– Você está apaixonadinha pelo agente, Annabelle?

Ela negou mais uma vez, surpreendida por ele fazer aquela pergunta.

– Esqueci que você não pode gostar de ninguém, Bambina.

Ela engoliu em seco.

– Eu gosto do senhor.

Giancarlo passou os dedos pelos cabelos pretos, agora tingidos por alguns brancos.

– O agente Alexander Whitehill é um risco para você, Annabelle.

Ela tentou fazer um contra-argumento, mas ele a interrompeu antes que pudesse elabora-lo.

– Ele é um risco para nós. Para a máfia.

A criminosa abaixou a cabeça, entendia o ponto que ele queria chegar.

– A máfia precisa de você. A pergunta é se você quer servi-la.

– O senhor sabe que sim!

Giancarlo balançou a cabeça, satisfeito.

– A máfia precisa que você faça esse trabalho, Annabelle...

Ela suspirou ruidosamente.

– Tio Giancarlo, como eu disse...

Ele a cortou.

– Nesse momento não sou seu tio. Sou o chefe dessa organização. E com a autoridade do meu posto estou ordenando que você execute essa tarefa, porque a máfia precisa que ela seja executada.

Annabelle não poderia negar o que ele pedia. Não quando aquilo lhe era pedido daquele jeito. Jurou sempre fazer o que fosse necessário para a prosperidade da máfia. E se o seu chefe designava uma ação, tinha que cumprir.

Suspirou audivelmente, e deixou que o peso acumulado nos ombros caísse.

– Então, Annabelle. Vai matá-lo?

Prometeu ao agente Alexander Whitehill que ela não cruzaria mais o caminho dele. Mas visto que ele quebrou a promessa primeiro, não possuía nenhuma obrigação moral. E a máfia sempre viria em primeiro lugar.

Quando respondeu, seu tom era firme e resoluto.

– Sim.


______________________

Notas da Autora:

Ela disse que sim... E então? O que vai acontecer? Façam suas apostas! hahahahahaha

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