A Sombra da Realeza

By MiaCCarvalho

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Amor e destino, duas coisas as quais Astryd a muito tempo deixou de acreditar, desde que fora abonada. Após v... More

🔥Epígrafe ❄️
🔥 Prólogo ❄️
🔥01. O Acaso❄️
🔥02. Laços Invisíveis ❄️
🔥 03. A Invasão do Passado ❄️
🔥 04. Lamentos e Descobertas ❄️
🔥 05. O Peso da Decisão - Parte 1 ❄️
🔥 06. O Peso da Decisão - Parte 2 ❄️
🔥 08. O Jogo de Aparências - Parte 2❄️
🔥 09. O Eco dos Pesadelos - Parte 1 ❄️
🔥 10. O Eco dos Pesadelos - Parte 2 ❄️
🔥11 - O Despertar do Passado - Parte 1 ❄️
🔥12 - O Despertar do Passado - Parte 2❄️

🔥 07. O Jogo de Aparências - Parte 1❄️

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By MiaCCarvalho

     É simplesmente deslumbrante. O majestoso Palácio das Três Torres.

   Suas torres, são testemunhas silenciosas da arte dos raros manipuladores de pedra. Cada rocha entalhada exibia as marcas das mãos habilidosas que a moldaram.

  Os manipuladores de pedra eram artistas e artesãos, mestres de uma habilidade que transcendia o simples trabalho manual. Com suas mãos calejadas e olhos treinados pela experiência, eles esculpiam e poliam a rocha bruta, dando-lhe forma e vida. Cada gárgula que adornava as torres do palácio era uma manifestação do seu talento, uma criação assombrosa, uma pequena demonstração do que seus poderes eram capazes de conceber.

   Nos pátios do palácio, eles esculpiam com precisão, dando vida a criaturas fantásticas e figuras que guardavam os segredos de cada reino.

   O tempo não foi generoso com esse povo. Ao longo dos anos, viam-se cada vez menos manipuladores da terra. Assim como muitos outros, que antes obtinham habilidades quase divinas, também estão decaindo em seus números, que antes eram fartos, mas hoje se tornaram quase escassos. Os poucos que ainda restam, logo são recrutados pelo império.

   Se não fosse pela situação atual, poderia ficar o dia todo admirando tal feito.

— Senhorita Tessa!? — Ethan exclama.

   Theodor dá meia volta e olha para mim erguendo as sobrancelhas. Sorrio, meneando a cabeça em negativo.

— Vejo vocês no jantar. — bufa um sorriso. Ele fala algo no ouvido da senhora antes de dar meia volta e seguir em direção à entrada do palácio com uma expressão divertida.

   Ethan olha do general para mim, com uma expressão levemente confusa. Sua confusão se aprofunda ainda mais quando seus olhos caem sobre meus trajes. Começando pelas minhas botas pretas surradas, passando pelo coldre em minha cintura, seguindo pela alça de couro da aljava, até seus olhos fixarem-se nos meus

   Sorrio quando, perceptivelmente, um estalo surge em sua mente, e logo compreensão seguida de entendimento se reflete em sua feição.

— Então... — Ethan cruza os braços — Pontos turísticos? — indaga com um sorriso lateral, erguendo uma sobrancelha. Essa família é a única coisa que realmente não gostaria de lidar neste momento.

— Exatamente! — respondo, erguendo o queixo. Ethan olha na direção em que Theodor adentrou e volta sua atenção para mim novamente.

— Devo me fazer de desentendido e fingir que esta situação não é nada suspeita ou — diz, inclinando levemente a cabeça em um meio sorriso — você nos dirá como uma simples cidadã de outro reino — diz seriamente — veio a conhecer e chegar às portas do nosso palácio com uma criança, uma princesa, que havia sido dada como desaparecida, com o General de Calúr lhe oferecendo estadia e ainda mais quando chegaram na mesma carruagem? — Indaga, indicando com as mãos a carruagem em que chegamos.

— Acredite ou não, nós apenas estávamos no mesmo lugar e coincidentemente nos encontramos com Theodor.

— É tão descarada a ponto de tratá-lo pelo nome sem qualquer formalidade?

— Não fui repreendida quando conversei informalmente, então por que deveria tratá-lo de modo formal mesmo fora da sua presença? — pergunto franzindo o cenho e encruzo os braços, assim como ele. Embora não seja verdade, eu não perderia a chance de ver essa expressão confusa em seu rosto.

— Ainda não me respondeu qual o motivo de estar vestida assim e ter sido escoltada pessoalmente pelo general quando somente a realeza tem permissão para entrar na carruagem da princesa! — Perguntou exaltado, pondo as mãos no bolso. É interessante vê-lo perder a compostura. Vamos ver até onde vai seu autocontrole.

— Não vejo como qualquer trabalho que faça na minha vida seja de sua conta, vossa alteza. — divago lentamente, tombando a cabeça para o lado.

— Você, estando em nossos domínios, qualquer coisa a seu respeito, inclusive os trabalhos que executa, são da minha conta.

— Não nasci neste reino para dever qualquer coisa a você ou sua família, muito menos satisfação.

— Creio que a senhorita não seja não saiba muito sobre diplomacia e muito menos das leis que regem nosso reino, pois a partir do momento que adentrou nossas terras, tudo, inclusive seu trabalho, é de nosso total interesse.

— Eu não preciso ser uma princesa para saber dos direitos que tenho, ou uma diplomata para saber das leis de outros reinos, inclusive o seu, já que não ficarei muito tempo por aqui.

— Talvez você deva ser uma para poder saber como se portar na frente de um príncipe.

— Talvez você deva ser um cavalheiro para saber se portar frente a uma dama. — digo, me preparando para dar um passo à frente, mas me mantenho no lugar.

   A senhora, agora percebo, não entrou com o general; estava apenas observando o desenrolar da situação silenciosamente. Desde que saímos da carruagem, ela nos observa. Com uma postura rígida e uma expressão severa de olhos astutos, parece atravessar minha alma com seu olhar penetrante. Algo nela me alerta, um arrepio percorre minha espinha, como um presságio sombrio que paira no ar.

   Talvez seja apenas uma impressão, mas decidi manter-me vigilante em relação a ela. Aquele olhar deve ser temido, uma advertência silenciosa ecoa em minha mente.

   Repentinamente, uma dor aguda irrompe em minha cabeça, como se alguma força invisível estivesse agitando meu interior. Cada pulsação é como uma batida desesperada, um clamor por atenção, um pedido de ajuda

   Subitamente, um grito ecoa em minha mente, um lamento agudo que reverbera dolorosamente. São gritos de dor e desespero, acompanhados pelo som aterrador de carne sendo dilacerada. Ponho as mãos sobre os ouvidos para tentar abafar o som, mas nada acontece. A dor lançante persiste. Sinto-me envolta por aquela angústia, o medo pulsante, e, estranhamente, uma pontada de decepção. Fecho as mãos em punho e levo ao coração pelo aperto sentido.

   De repente, uma mão firme toca meu rosto, trazendo-me de volta à realidade. Ao abrir os olhos, encontro Ygor diante de mim, seu semblante marcado pela séria preocupação. Pisco algumas vezes, enquanto a dor vai se dissipando lentamente.

— O que aconteceu? — indaga, travando a mandíbula e franzindo o cenho.

— Não foi nada, só uma dor de cabeça um pouco forte — tento sorrir para acalmá-lo — deve ser resultado do cansaço; estamos acordados desde antes do amanhecer. — ele não parece convencido, pois não retribui e gesto. Respira fundo visivelmente irritado.

   Logo, sou tomada por uma mistura de alívio e constrangimento ao lembrar onde estamos.

   Solto um sorriso sem graça quando vejo que, atrás do Ygor, Ethan ainda está à minha frente de braços cruzados e cenho franzido como se estivesse perguntando silenciosamente o que acabou de acontecer.

— Está tudo bem? — pergunta consternado.

— Ótima, — respiro fundo novamente, sentindo um leve latejar em minhas têmporas — Como disse foi apenas cansaço.

— Não foi o que me pareceu... — Ele insite

— Ela disse que está tudo bem — interveio Ygor, gravemente, ainda de frente para mim, soltando meu rosto.

— Como chegou aqui? — pergunto mudando de assunto — Não os vi quando saímos.

— De fato, acabamos de chegar — respondeu ele, ainda hesitante, porém seus ombros começaram a relaxar gradualmente — A carruagem dos soldados parou à frente do estábulo, enorme po sinal. Aliás... — Ele interrompeu-se, como se estivesse indeciso sobre o que dizer a seguir. Era habilidoso em controlar suas expressões, pelo menos diante dos outros.

— Está tudo bem? — perguntei com uma ponta de preocupação. Ele sorriu e passou a mão nos meus fios de cabelo soltos, prendendo-os atrás da orelha.

— Estou bem, mas e você... — ele olha para os príncipes — O que está acontecendo? — pergunta colocando-se ao meu lado — Algum problema, Astryd?

   Fecho meus olhos em uma leve irritação. Não teria como ele saber, vamos deixar passar desta vez. Ethan deixa escapar um sorriso quando escuta meu nome, mas não farei questão de explicar, pelo menos não na frente do Ygor. Ele é um cafajeste, mas é um protetor em demasia, não que não goste ou precise, prefiro não prolongar o assunto.

— Está tudo bem. Theodor nos disse que voltaria a nos encontrar no jantar.

— Bom, se é assim, então...

— Ainda não nos informaram sobre como chegaram a conhecer o general, senhorita Astryd! — Ethan diz meu nome ironicamente.

— É um assunto confidencial, vossa alteza, e pelo que eu saiba, ainda não tenho permissão para poder lhe informar qualquer coisa a ver com os fatos ocorridos. — Digo me sentindo grata pela mudança de assunto.

— É bem autoconfiante para alguém que acabou de conhecer.

— Se quiser saber de algo, terá que ir diretamente até Theodor e perguntar a ele — digo dando um passo à frente —A menos que ameacem cortar minha língua, o que, sinceramente, vocês não farão até descobrir exatamente o que se passou no dia de hoje.

   No baile, não tive a oportunidade, mas agora, estando mais próximo,observo que seus olhos têm um tom verde-acinzentado, que, sob a luz do sol, é tão fascinante que se assemelha a um lago em meio a uma grama verdejante. Seu cabelo loiro contrasta com a pele bronzeada. Me pergunto sobre o quão semelhante ele é à mãe, especialmente considerando que seu irmão tem cabelos pretos como a noite e ambos possuem olhos semelhantes ao pai.

— Astryd. — Ygor segura minha mão, posiciona-se ao meu lado, chamando minha atenção para o fato de que eu estava observando Ethan por um tempo considerável.

— Sinto muito, Vossa Alteza, Príncipe Herdeiro e Segundo Príncipe, mas o General me deu ordens expressas para mostrar ao Senhor Ygor e à Senhorita Astryd os quartos onde ficarão hospedados por alguns dias — informa a senhora, curvando o corpo em reverência.

— Eles ficarão hospedados no palácio do rei? — Ethan exclama surpreso e olha para mim novamente.

— Não me olha assim, não fui eu quem decidiu.

— Sinto muito novamente, por favor nos deem licença, os levarei para seus aposentos. — ela indica a entrada com as mãos e segue para dentro, para que a sigamos.

   Agora noto que Dante estava nos observando este tempo todo em silêncio. Ele permanece com sua expressão. Indiferente e estranhamente sombrio, completamente o oposto do primeiro dia em que nos encontramos. Seu olhar se prende ao meu, sinto novamente um arrepio da base da coluna até a nuca. Tenho que manter distância dele, uma pessoa não muda assim de uma hora para outra.

   Seu ar descontraído e divertido deu lugar a um homem de semblante gélido e impassível, mas por algum motivo, diversão paira em seus olhos, mas seu olhar fixou-se em meu colar, por um momento, talvez até menos de um segundo, o brilho abandonou seus olhos dando lugar algo sombrio, foi quase imperceptível, e rápido demais para poder dizer o que vi com clareza.

— Vamos... — Ygor aperta minha mão gentilmente.

— Claro — respiro profundamente — Vamos logo, não podemos perdê-la de vista.

   Nos despedimos em silêncio, inclinando levemente a cabeça em sinal de respeito, e seguimos a senhora. Por um momento, escutei alguém sussurrar "Tome Cuidado", e um calafrio percorreu minha espinha. Ao olhar para os dois, percebi que ambos permaneciam em silêncio seguindo nossos passos.

   Passamos pelo salão de festas que havíamos visto anteriormente. Ygor pareceu ficar tenso, sua mão segurava a minha com firmeza, como se estivesse em alerta máximo.

   Não posso reclamar; ele faz de tudo para nos proteger. Desde que partimos em busca não apenas dos mandantes, mas de toda a rede do tráfico, temos que ter cuidado com cada pessoa que nos oferece ajuda, cada sorriso gentil, cada mínimo detalhe, pois todos podem ser uma farsa, uma máscara para se manterem ocultos.

   As paredes e os cômodos deste lugar me são estranhamente familiares. O corredor por onde passamos, ao contrário da suntuosidade do salão de festas, é minimalista, mas a opulência é evidente em todos os detalhes, desde as molduras das pinturas e retratos até as armaduras de guerra que ali repousam, servindo apenas como decoração.

   À medida que avançamos, passamos por várias portas, e mesmo que estejam fechadas, sinto que conheço o que há por trás de cada uma delas. Subimos dois lances de escada, percorrendo corredores após corredores, num palácio projetado para ser um labirinto. Mesmo sendo minha primeira vez aqui, sinto uma estranha familiaridade, como se soubesse até onde cada um desses caminhos nos levará.

   É como se, a cada passo, estivesse vagando por meus próprios sonhos, mas desta vez posso me mover livremente. Sinto um desejo avassalador de abrir todas as portas, para confirmar se o que estou experimentando é real ou apenas uma ilusão passageira.

   Meu coração bate mais forte à medida que avançamos, a cada janela vislumbrada no fim dos corredores. Apesar de não compreender completamente o que está acontecendo, um alívio reconfortante me invade quando percebo que, após atravessar inúmeros corredores, finalmente chegamos à porta do lugar onde ficaremos alojados.

— Este será o quarto que ocuparão durante sua estadia no palácio — informou a senhora com severidade, observando-nos por cima dos óculos no topo de seu nariz. — O senhor General sugeriu que talvez prefiram ficar no mesmo quarto, porém, como só fui informada agora pouco, não tive tempo de providenciar duas camas. Há apenas uma cama de casal — continuou enquanto caminhávamos pelo quarto que possuía dois ambientes. A cama e os armários, ficavam no ambiente mais ao fundo, enquanto a sala de visitas continha um sofá e um armário de apenas uma porta ao lado de uma porta que supunha ser o banheiro. — Fiquem à vontade para circular apenas deste lado do palácio; o rei ainda não foi informado sobre os novos hóspedes, e seria preferível encontrá-lo apenas após as apresentações. Sugiro que tomem um banho — ela fez uma careta —Os roupões estão naquele armário — apontou para o armário ao lado da porta do banheiro — Também há roupas disponíveis para quem precisar — orientou, ajustando os óculos com o dedo indicador. Ela nos observou por um momento — Por enquanto, é apenas isso. Mais tarde, passarei para chamá-los para o jantar — disse quando ficamos em silêncio, dando um suspiro e saindo com apenas um aceno de cabeça.

— Quando você mencionou que viríamos, não esperava que isso implicasse em ter que esperar aqui e passarmos a noite. — diz, com a mão na cintura, bagunçando os cabelos.

— Eu também não. Vamos tomar um banho rapidamente; estou exausta. Levantamos antes do sol nascer, mal consigo manter os olhos abertos por mais tempo. — respondo, sento-me no pequeno sofá na sala.

— Vamos verificar se esse armário tem algo aceitável. — sugere.

— Separe algo confortável para dormir e deixe na cama, eu entro primeiro.

   Pego a toalha no gancho ao lado da porta do banheiro. Ao entrar, vejo uma banheira a meio e fecho a porta atrás de mim. A água parece aquecida, indicando que alguém havia preparado a pouco tempo. Retiro o coldre, a aljava e o arco, os colocando em cima de uma pequena mesa retangular próxima à parede, faço o mesmo com as roupas ao me despir.

   Entro na banheira e sinto algo reconfortante na água aquecida. Deito minha cabeça na lateral, deixando a trança ao lado de fora da banheira, e fecho os olhos. Sinto os músculos dos meus ombros relaxarem e o cansaço deixar meu corpo, dissipando-se na água.

   O silêncio é acolhedor, mas logo é interrompido por risos vindo do lado de fora. São abafados, um pouco distantes, como se estivesse do lado de fora do quarto, mas estão ficando cada vez mais próximas.

   Ouço a porta do quarto ser aberta e duas vozes femininas invadem o ambiente.

— Ygor? — O chamo, mas a conversa continua sem cessar. Como é possível que ele conheça alguém neste palácio, mesmo se não as conhecesse, por que permitiu a entrada?

   Me sinto tentada a sair da banheira e sair para ver quem são, mas resolvi escutar o que tanto as deixaram animadas. Não consigo entender o que elas dizem tão alegremente, porém, logo escuto alguém batendo bruscamente na porta e adentrar violentamente enquanto gritos reverberam nas paredes.

— Shid, — escuto Ygor bater violentamente na porta e abro os olhos, sentindo meu coração disparar em meu peito enquanto respiro profundamente para acalmar o susto. — Ainda vai demorar muito? Já se passaram mais de dez minutos e você ainda está aí dentro. — Sento-me, tentando entender o que acabou de acontecer, enquanto respiro fundo para restaurar a calma e fazer meu coração voltar a bater normalmente. — Astryd, está tudo bem? — Ygor pergunta preocupadamente, enquanto ouço sua mão espalmar atrás da porta.

— Estou bem — digo quando vejo a maçaneta girando, e a porta prestes a ser aberta — Só dormi enquanto tomava banho. — respiro aliviada assim que o vejo recuar, fechando a pequena fresta feita na porta — Espere só mais um pouco, já estou saindo.

   Saindo rapidamente da banheira, visto o roupão e pego meus pertences. Ao sair vejo Ygor ainda em frente a porta.

— Está tudo bem?

— Claro, por que não estaria?

— É verdade, por que não estaria... — ele deixa as palavras morrerem e aponta para a cama — Deixei aquelas para você, vista-se e descanse um pouco, parece estar exausta. — Ele pega seu roupão e entra no banheiro.

   Ele parecia chateado. Será que ele me ouviu? pensei.

   Deixo isso de lado por um momento para vestir-me. Na cama havia uma roupa, o pego pelo cabide que pendia um vestido de dormir simples e encantador. Feito de algodão macio e adornado com detalhes delicados, as mangas longas caíam suavemente sobre os pulsos, enquanto a saia fluía até os joelhos em cor azul-pálido e bordados sutis enfeitavam a bainha. Não sei para quê tantos adornos em um vestido para dormir. O visto e me deito e sinto o cansaço me abater quando lentamente fecho meus olhos.

   Volto a pensar no sonho que tive; foi estranhamente real, as vozes ecoando em minha mente, o ambiente se tornando opressivo e os gritos ecoando perturbadoramente. Por agora, descansar parece ser a única salvação para acalmar meus pensamentos. Com certeza deve ter sido apenas o resultado do cansaço, mas a sensação persistente de inquietação me consome.

   Pego no sono rapidamente, desejando escapar daquele turbilhão de emoções e pensamentos. Apesar da angústia que ainda me assombra, deixo-me afundar nas profundezas do sono, onde os pesadelos persistem em me seguir.

Continua...

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