ACASALAMENTO: Lua Cheia

By JadeJssica

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O que você faria se estivesse nessa situação? Após anos de escravidão e vivendo uma rotina angustiante, Danda... More

LUA CHEIA
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By JadeJssica

Um segundo era tudo o que as serpentes precisavam para dar o bote. E foi exatamente um segundo que Dandara teve para correr. Um segundo depois, ela não estaria mais viva.

No entanto, o bote das serpentes falhou e suas bocas se encheram de terra e plantas.

Dandara desapareceu entre a vegetação, pulando obstáculos, empurrando folhagens e forçando seu caminho pela vida selvagem. Seu coração pulsava com uma mistura de adrenalina e medo, enquanto a melodia do amanhecer lançava raios de luz tênue entre as árvores.

As serpentes não ficaram para trás.

Rastejando com seus corpos imponentes em uma velocidade surpreendente, estavam ao seu encalço. O grunhido das criaturas ecoou e, então, em um piscar de olhos, Dandara deu um passo em falso. Seu tornozelo doeu intensamente e ela caiu ao chão.

Uma ladeira.

Descer e não subir. Uma árvore lhe parou. Descer e nunca subir! As cobras vieram de cima e mais uma vez sua vida esteve por apenas um segundo: um segundo para sair e um segundo depois, a serpente se enroscou na árvore.

Seu corpo musculoso era tão largo quanto o de um jovem adolescente humano, porém, sua cabeça não era menor. Com uma mandíbula enorme repleta de dentes afiados, abria-se monstruosamente em direção a Dandara. Um grunhido escapou de sua garganta, não se assemelhando ao som de uma serpente, mas sim a algo medonho e ameaçador.

As cristas em seu pescoço se ergueram e tremularam.

A víbora recuou alguns centímetros para trás. Dandara se arrastou e impulsionou seu corpo vários metros à frente. Veneno viscoso foi expelido das cristas um segundo depois.

Com a presa em movimento contínuo, a víbora saltou em sua direção. Firme, perfeita e certa do prêmio. Porém, alguma coisa se agarrou ao corpo alongado lhe impedindo.

No entanto, outra continuou a perseguir Dandara. Com a língua bifurcada sibilando no ar, ela anunciava sua caçada.

A ladeira revelava-se traiçoeira, alternando entre trechos íngremes que propiciavam quedas repentinas e momentos de relativa estabilidade, embora a densa vegetação chicoteasse constantemente Dandara. As belas flores espalhadas pelo chão nunca foram tão indesejadas, dificultando sua fuga. Ela tinha a sensação de que a floresta muito mais espaçosa apenas um momento antes!

E a serpente se aproximou.

A floresta se tornou incrivelmente densa, sem oferecer nenhuma rota de fuga clara, exceto por um velho tronco de árvore caído. Sem hesitar, Dandara mergulhou para dentro e rastejou buscando alcançar o outro lado.

Uma serpente poderia passar facilmente por ali, contudo, não foi o que aconteceu. A cobra vinha em tal velocidade que se chocou contra a madeira podre, movendo-a do lugar e olhou para dentro com suas cristas sensíveis — até demais — à mostra. Sua presa estava deitada, apertada pela madeira e se arrastando com a força dos braços.

Ela sibilou.

E não entrou.

Poderia, mas simplesmente deu a volta, se arrastando pelo lado de fora, subindo, descendo, passando por baixo, subindo e descendo à medida que se enrolou ao tronco. Poeira caiu sobre a humana e pequenos insetos se agitaram em meio às lascas.

Dandara parou. Algo não estava certo…

Ela ouviu o som do vento em meio a copa das árvores, o silêncio da floresta e o ranger da madeira podre. Até o estalo. Mais poeira caiu.

Track!

E algum bicho comprido e cheio de perninhas subiu em sua canela.

Track!

O tronco ficou particularmente apertado aos seus pés. A parte superior da madeira se apertando, se quebrando… Um frenesi se iniciou. Dandara juntou todas as forças em seus braços e se arrastou para a luz no fim do túnel.

Tudo desmorona em suas costas. Poeira e insetos caem sobre seu corpo nu, e a serpente prova ser tão rápida quanto ela ao fugir. Os estalos se transformam em estrondos, e a madeira em suas nádegas começa a esmagá-la.

Dandara passa, mas a madeira em sua cintura se aperta... e a saída está tão perto. Tão próxima…

Esmagada é uma forma boa de morrer? Ela crava as unhas na madeira e se joga para frente. Não! Esmagada lentamente é péssimo!

A cobra esmagou, esmagou e esmagou.

Dandara pula para fora, rola na grama e corre. E então, um bote é dado.

A serpente salta no ar, sua boca se abre de forma medonha e captura sua presa…

Pelo calcanhar.

Os pulmões da escrava se enchem rapidamente de ar, e sua boca se abre tanto que os lábios doem quando um grito ensurdecedor escapa. Agudo, intenso e sonoro. Os pássaros próximos levantam voo e as cristas da serpente se remexem em resposta.

Toda a floresta deve ter ouvido... até mesmo Alexandre. Por um segundo, a serpente fica imóvel. Paralisada.

O silêncio é quebrado quando, da mata, um rugido soa grosso e feroz.

É tudo o que Dandara precisa para chutar a cabeça da serpente e se puxar para longe, mesmo que isso signifique deixar um de seus pés para trás. Não foi necessário tal drástica medida. O aperto da criatura já estava frouxo, mas a força que a escrava usou a fez derrapar colina abaixo.

A serpente não a segue.

Outra coisa vinha em sua direção.

Dandara rola, rola e então cai em um barranco rochoso.

Tudo se apaga. De novo…

Por um instante, toda a luz e o sol desaparecem. O chão se torna uma fonte de conforto. As folhas, as flores e a grama são tão convidativos como as escassas camas que Dandara já conheceu. Seus músculos estão exaustos... e seus olhos pesados. No entanto, uma dor latejante se espalha por seu corpo gradualmente à medida que ela abre os olhos.

A luz nunca queimou suas órbitas com tanta intensidade. Seu crânio pesa como uma pedra amarrada a um corpo feito apenas de penugem. Ela suspira... e seu peito dói. Ao tentar mover os braços, seus ossos protestam contra o mínimo movimento.

Levante-se! Sussurra para si mesma, mas seu corpo não obedece.

Seus ouvidos também parecem falhar. Entre chiados, uivos e sons desconhecidos, Dandara pressente a aproximação da serpente. Seria a terceira? Ou a mesma?

E lá está ela... enroscada em uma árvore, descendo lentamente o barranco. Sem pressa, calma e confiante na letargia de sua presa.

Levante-se! Fique de pé. Corra!

No entanto, Dandara permanece imóvel. Seu calcanhar dói intensamente... Provavelmente quebrou todos os ossos na queda. É um milagre — ou talvez uma maldição — que sua cabeça não tenha sido esmagada contra o chão. Seria uma morte indolor. Em paz. A serpente apenas se aproximaria para engolir sua insignificante carcaça.

Mas a vida e o destino são cruéis. Em vez do peso esmagador que acabaria com tudo, Dandara está viva, e a serpente se aproxima cada vez mais. Ela será engolida viva, talvez mastigada por aqueles dentes afiados. Será que morrerá sufocada no estômago da víbora?

Levante-se! Ecoa em sua mente. A cobra desliza por um galho, enrosca-se em outra árvore e continua a descer.

Levante-se! Sua consciência repete, forçando-se a recuperar um mínimo de compostura. Ela se coloca de bruços.

Uma dor aguda lateja em sua têmpora.

Levante-se! Grita interiormente. Escrava inútil, fraca. Levante-se! Maldita puta!

Ela se põe de joelhos. Seu tornozelo sangra, e hematomas marcam seu corpo. A serpente já alcançou o solo.

Não apenas uma.

Duas cobras!

É uma armadilha.

Dandara, o tempo todo, foi direcionada a outra cobra. Duas serpentes gigantes e ágeis, caçando em dupla, surgem à sua frente, sibilando.

Estão prestes a cercá-la.

Nessa parte da floresta, a luz do sol enfraquece, pois as árvores são imponentes e as copas se distanciam do solo. As escamas negras mal reluzem à luz. São sombras que se transformam, rastejando lentamente em direção à presa.

Não havia mais escapatória. As serpentes formaram um círculo ao redor e a armadilha começava a se fechar.

Dandara lançou um olhar rápido ao seu redor.

Era um lugar verdadeiramente esplêndido... Era compreensível que tivesse suas próprias defesas. Caso contrário, até mesmo as peculiares e belas pedras da região teriam sido saqueadas.

Então ela notou algo.

Hesitação.

Nervosismo.

Com suas línguas sibilantes e cristas eriçadas, elas se preparavam… elas sentiram. E então, do alto das árvores, como uma queda livre, outra cobra despencou.

Ela não desliza, não serpenteia. Simplesmente cai, completamente desprovida de controle, se retorcendo e se machucando no meio do percurso, até que finalmente colide com as outras cobras no chão, desnorteando-as por completo.

Dandara não pretende permanecer ali… não quando avista uma possível saída.

Ela está próxima da entrada de uma caverna pela qual acabou caindo que se torna ridículo não ter percebido antes. Então, enquanto as serpentes se recuperam do impacto, percebem que sua presa está escapando mais uma vez.

Corajosamente, Dandara adentra a caverna com os olhos tentando se ajustar à ausência de luz. O eco suave de seus passos se mistura ao silêncio profundo que a envolve. Dandara não tem conhecimento disso, mas a cobra hesita em seguir. Apenas a fome a impulsiona a prosseguir com a caçada.

"Não entre em uma caverna. Nunca!"

Tarde demais.

 A escuridão a envolvia como um manto de um mundo conhecido até demais de sombras e predadores.

Seus olhos capturaram a luz emitida por cogumelos verdes e brilhantes, assim como pelos insetos ao redor. Formigas forneciam um delicado brilho prateado, indicando o caminho a seguir.

Então, ela correu.

Seu corpo, especialmente o calcanhar, reclamava, mas ela não se importava. Correr. Correr. Correr. Correr era o mais importante. Era a chave para sobreviver.

O túnel continuava a descer cada vez mais, até que ela se deparou com uma escada esculpida na própria rocha. Musgos bioluminescentes cresciam nas laterais e o som de água pingando ecoava pelas paredes.

Lembranças horríveis surgiram.

Ela se sentia desamparada e exausta. Havia uma parte dela que questionava por que lutava tanto pela sobrevivência. Sobreviver para quê?

De repente, o som de rastejar ecoou pelo ambiente, alertando Dandara. Ela olhou novamente para o abismo escuro para onde aquela escada a levaria.

"Vamos ficar bem se não… se não subirmos. Mas também não podemos descer demais."

Ela desceu.

Desceu demais.

Dandara desceu tanto que em algum momento sua perna falhou e quase rolou o restante dos degraus. Como prometido, o fundo da caverna era um breu de escuridão quase imaculado. Com exceção dos insetos, das formigas e algum tipo peculiar de insetos, ela estava cega. Quase cega!

Mas as cobras não.

Após completar a descida, Dandara encontrou um chão plano, provavelmente pertencente a uma câmara espaçosa, considerando o eco que seus passos produziam. O som também amplificava o sibilar das criaturas rastejantes ao seu redor.

No entanto, ela não tinha noção exata de onde estava. A única opção era levantar os braços e tatear o vazio do abismo à sua frente. Estava descalça, e seus passos pareciam incrivelmente barulhentos!

Inferno.

Ela encontrou algo. Tocou algo.

Gelado, seco, áspero duro. Uma parede. Ótimo. Ela escolheu um lado — o da direita, contando com a sorte — e seguiu em frente. Péssima escolha.

Ao optar por andar em vez de correr, Dandara inadvertidamente facilitou a perseguição. Agora, ela se encontrava cercada! E o pior era que não conseguia nem mesmo visualizar uma rota de fuga. Estava completamente desorientada.

O sibilar estava tão próximo. Tão… tão… ao seu ouvido.

Ela não se moveu.

Dandara se lembrou dos dentes afiados. De como o corpo negro e comprido esmagou o do homem e aquela boca abriu monstruosamente para engoli-lo. Para engoli-la. 

Ela sentiu a saliva gotejar em seu ombro… e ouviu a musculatura se abrir acima de sua cabeça. Os dentes expostos, e a mandíbula se retorcendo. Dandara sentiu o bafo e fechou os olhos, mais uma vez, desistindo de lutar.

Outra coisa lhe pegaria amanhã, afinal.

Das sombras, elas vieram.

Das sombras, eles vieram.

O sibilar se mesclou aos grunhidos e rosnados. Não houve um ataque, mas a serpente rente a humana ficou em silêncio.

A expectativa, o medo e a tensão.

Dandara abriu os olhos, mais acostumados com a escuridão e viu… do chão eles se levantaram, como sombras ganhando forma. O brilho distante dos cogumelos salientava a forma felpuda… daquilo que lhe perseguiu durante toda a noite… daquilo que lançou a serpente do barranco apenas alguns momentos atrás.

Músculos

Braços humanoides musculosos e longos, terminando em dedos pontudos de final curvo. Garras.

Maior eles ficaram, exibindo ombros largos e orelhas pontudas. E então, ele bufou um rosnado que foi reconhecido por cada poro, célula e pelo da mulher.

Daquilo que lhe perseguiu na caverna e na névoa!

Afiados. Enormes e afiados eram os dentes descritos por Alexandre. Olhos dourados e caninos tão grandes que ficavam para fora de uma boca tão monstruosa quanto das víboras.

Dandara sentiu o rastejar ao lado. Só isso a fez sentir o quão cercada estava, provavelmente com o corpo das duas serpentes a meio metro de esmagá-la. Sem fuga… e agora, mais apertado estava o ambiente.

Quente

O corpo da víbora é tão estranhamente quente, roçando a sua perna e mudando instantaneamente o foco.

Dandara soltou o ar que nem sabia estar segurando. A víbora grunhiu e a escuridão respondeu com um rosnado ameaçador, rouco e sonoro.

Então a paz foi destruída.

O rosnado se transformou, ficou maior até se transformar num grunhido ainda maior. E a sombra da criatura saltou, muito, muito alto. Em seguida, Dandara sentiu o impacto do corpo comprido da víbora se retorcendo.

Ela chiou e se jogou para frente, saltou e se retorceu. Duas cobras se enroscaram e havia alguma coisa em cima delas, agarrando as escamas e machucando-as.

E não estava sozinho.

Sombras. Eles não era mais do que sombras em movimento, rosnando, cercando e grunhindo. Eles vieram de todos os lados, até mesmo do teto e caíram em cima das invasoras.

A cobra chicoteou o ambiente com seu corpo musculoso. Se retorceu em ângulos agonizantes e, então, Dandara foi molhada por um esguicho. Cheiro cítrico… metálico. Sangue.

A serpente gritou.

E Dandara engatinhou para longe, tateando o ambiente e tendo como única orientação, a distância sonora da briga. Não era o bastante. Não era rápido e ela podia muito bem estar indo para o lugar errado.

O chão estava cheio de pequenas pedras, poeira, inclinações… Dandara estava descendo ainda mais. Quantos metros deveria estar dentro do solo? Longe do sol, do caminho correto e ar fresco?

Ar fresco bateu em sua nuca.

O som de patas — de garras — pousando no chão ao lado de seu rosto.

E um baixo rosnado veio em resposta aos seus movimentos de ousar tentar se afastar. Um alerta para que ficasse quieta!

Quente… a respiração é quente, mas refresca o suor do pescoço e costas. No entanto, também era pesado. Era um som rouco, quase se transformando num rosnado a cada lufada de ar.

As garras — as patas — se arrastaram pelo chão. Deus! Deveria ser enorme. Patas maiores que sua cabeça… pois um corpo colossal estava acima do dela.

Felpudo. Quente. Perigoso.

Fedido… como cachorro molhado. Pior! Insuportável. Respirar em sua presença se tornou impossível e logo, sua própria respiração se tornou barulhenta e frenética.

Algo — um dedo — traçou uma linha pela espinha nua. Garras! Os músculos de Dandara reagiu a ponta extremamente afiada roçando sua pele, sua carne, desviando dos machucados e contornando as cicatrizes.

A marca do chicote. Da escravidão.

Seja lá o quê estava em cima dela, ficou quieto. A respiração se acalmou e o fedor diminuiu. Porém, uma mão aberta pousou no fim da coluna.

Mão! Dandara sentiu os cinco gigantescos dedos esticados com pontas afiadas. Monstruoso! Aquilo deveria ter três vezes o seu tamanho. Era carnudo e lembrava as almofadas macias das patas de um gato. De fato, maior que sua cabeça.

E o peso? A pressão que fez prendeu a humana no lugar.

A serpente grunhiu ao longe. E alguma coisa se aproximou pela escuridão. Aquilo em cima de Dandara ficou tenso e respondeu com um rosnado. Alto! Muito alto.

Ameaçador. O fedor voltou duas vezes mais forte e o rosnado não cessou.

Constante e com ritmo, quase parecia um cão. Um lobo.

Uma lufada violenta de ar quente encontrou o meio de suas costas e Dandara quase conseguiu sentir os dentes… a boca se abrindo. Quanto mais alto ficava o rosnado, mais tenso ele ficava.

Então, ele latiu.

Foi como se um trovão tivesse soado ao seu lado. Do tipo que faria todos os vira-latas de uma rua correr em pânico. Seja lá o quê se aproximou, agora se afastou.

Ele lhe soltou.

E passou por era, pisando ao lado de seu corpo trêmulo e se fundindo à escuridão. De novo, essas criaturas a deixaram.

Dandara ficou lá por dois minutos, paralisada antes de ousar se mover e, então, disparar para a escuridão. Mesmo sem ver, sem saber se vai encontrar um abismo, cair e morrer ou encontrar alguma saída milagrosa, ela correu.

Felizmente, mais uma vez, encontrou o caminho correto. Em poucos instantes, luz azulada de flores noturnas iluminou a saída para a floresta… que não deveria estar de noite. No mesmo instante, um rugido colossal estourou do interior da caverna.

E então elas saíram…

As cobras.

Vieram num frenesi de sombras, serpenteando o grande corpo para lá e para cá. Estavam feridas, com arranhões de cinco dedos deformando as escamas perfeitas. Dandara não teve oportunidade de correr e se salvar.

Elas vieram, velozes e implacáveis.

Então, atropelaram Dandara em meio ao desespero de sair daquele lugar e se esconder na vegetação da floresta. A mulher só teve tempo de se jogar no chão ao sair do caminho.

Seja lá o que as enfrentou na dentro, as deixaram em pânico.

Seja lá o que as enfrentou lá dentro, veio atrás.

Ele… Eles pararam, no limite da sombra e da luz. O brilho das flores refletiu os olhos noturnos, a três metros do chão. Olhos que se fecharam… se apagaram e, seja lá o que era, recuou para a escuridão.

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