C A P Í T U L O 12

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Embora não fosse noite, a floresta brilhava em uma luminosidade vibrante.

A luz do sol não alcançava tão longe...

Dandara piscou, consciente de que levaria um tempo para se acostumar àquela vista.

É uma floresta subterrânea. Uma floresta dentro de uma floresta!

Magnífico

Um mundo inteiro se estendia aos pés de Dandara, um reino oculto envolto em nuvens e neblina. Ali, um espetáculo de brilho e luz se misturava às trevas e perigos. Árvores majestosas, riachos sinuosos, poderosas cachoeiras compunham a paisagem.

O ar parecia carregado de umidade no local em que ela estava, no topo de uma escada que levava à superfície e também à caverna da qual havia lutado tanto para escapar. Dentro dessa caverna, algo se escondia.

No entanto, olhar para cima era intimidante. O teto estava tão distante do chão que explicava a exaustão extrema em suas pernas trêmulas, a sensação de enjoo, dores e a constante ameaça de cãibras a cada respiração ofegante.

Dandara cambaleou para a frente, parando perto do topo da escada. Ali, deparou-se com degraus de mármore, perfeitamente esculpidos em formato retangular e adornados com desenhos e símbolos estranhos.

O mundo ao seu redor começou a girar, causando uma momentânea vertigem que se mesclou ao brilho intenso. Ela piscou, tentando recuperar a clareza de sua visão, quando ouviu passos pesados se aproximando. A última coisa que viu antes de perder a consciência foi uma mão negra com garras ainda mais escuras apoiando-se no chão.

Uma gigantesca mão felpuda.

*

Dandara despertou em uma clareira isolada na floresta com o corpo ainda frágil. O ar fresco e úmido é impregnado com o aroma da vegetação circundante. O brilho noturno passava pelas árvores, espalhando manchas azuladas e verdes na relva macia do chão.

Ela está esgotada pelos inúmeros desafios enfrentados.

Além do sussurro do vento nas folhas, ouvia-se o suave ruído distante de um riacho próximo. A água ecoava como uma canção tranquila, trazendo uma falsa sensação de serenidade.

Somente se os animais não permanecessem em silêncio absoluto. Nem um sapo se atrevia a fazer qualquer som.

Esse era o motivo de seus arrepios. Ela consegue sentir… e sabe que não está segura ali.

Alguma coisa estava nas redondezas.

Observando.

Estudando.

Dandara sentia um vazio profundo no estômago. A fome acometia seu corpo já a algum tempo. Seus sentidos estavam aguçados, captando cada aroma no ar. O cheiro de frutas maduras era ofuscado apenas por algo…

Alguma coisa ácida. Alguma coisa metálica.

Sangue.

Suas estranhas se embrulharam. Sangue! Sangue de quê?! Do quê?

Um animal havia sido morto nas proximidades e tinha seus órgãos vitais devorados quando… ela acordou.

Então, as lembranças começaram a retornar! Alguma coisa se aproximou quando ela perdeu a consciência. E não foi no lugar onde despertou.

A brisa fria envolveu o corpo nu, causando um arrepio ao longo de sua espinha. Ela se ergueu repentinamente, os olhos arregalados e a respiração acelerada. Seu coração batia forte enquanto começou a buscar freneticamente pontos de referência ao redor.

ACASALAMENTO: Lua CheiaWhere stories live. Discover now