Para sempre você.

By 80smanuella

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- Sempre foi, e sempre será você, branca. Uma história que se passa na Rocinha, Rio de Janeiro. Repleta de po... More

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By 80smanuella

" Você é um pedaço em mim, eu quero viver em teus braços pra sempre "

Mariana Lima.

Tempo tava simplesmente voando, ja passou um mês do chá de bebê da Carolinne, e tava tudo uma completa loucura. Estávamos organizando um Natal na casa da Dona Vilma, e hoje é a véspera, aí já viu né.

— Que cheiro é esse? — pergunto entrando na cozinha vendo a Dona Vilma mexer em algo na panela.

— Tô fazendo um strogonoff para vocês comerem agora meio dia. Mais tarde começo a preparar a ceia... — Não ouço ela falar mais nada e saio correndo indo para o banheiro jogando tudo que comi no café da manhã na privada. Encosto a porta do banheiro e me sento no chão sentindo uma dor forte.

Segunda vez só esse mês que acontece isso. Suspeito de ser uma intoxicação alimentar, tô vivendo na Carolinne e seguindo a rotina alimentar dela, que só falta engolir os reboco das paredes. Engordei três kilos em um mês.

— Tudo bem, filha? — ouço ela me perguntar pelo outro lado da porta e me levanto devagar.

— Tudo. — respondo alto me encarando no espelho. Eu tava mais pálida do que o normal, talvez seja o susto. — pode ficar despreocupada. — ouço ela concordar e dou descarga. Em seguida, lavando minha boca com pasta e passando uma água no rosto e na nuca.

O calor me deixa assim também...

Respiro fundo e abro a porta saindo do banheiro e indo para a sala, vendo que as meninas já tinham chegado, com seus respectivos namorados. Só faltava o meu, que é sempre o último a chegar em algum lugar.

— Eai. — digo balançando a mão pra eles e me jogando no sofá.

— Sabe, acho melhor fazer o churrasco lá na Laje. — Agnes da ideia.

— Concordo contigo. — Lucas responde. — lá é melhor mermo, né não veia? — Dona Vilma coloca as mãos na cintura fazendo cara feia pra ele.

— Cadê o respeito?

Reprimo a vontade de chorar, relembrando um momento com a minha mãe.

" — Concordo com meu pai em veia. — solto uma risada enchendo o saco da minha mãe com meu pai. Somos mestres em fazer isso, ela até briga, mas seu sorriso compensa tudo.

— Cadê o respeito? — Mãe coloca as mãos na cintura fazendo cara de brava. Mas essa pose acaba assim que meu pai abraça seu corpo por trás fazendo ela soltar uma risada gostosa. Minha mãe tem a risada mais linda do mundo inteiro, se eu pudesse ouviria ela todos os dias sem me cansar. "

Abaixo a cabeça sem graça e respiro fundo me levantando chamando a atenção deles.

— Vai a onde, branquela? — Matias me pergunta.

— Ajeitar umas coisas em casa. — Minto desviando o olhar e colocando uma pequena mecha do meu cabelo atrás da orelha. — a noite estou aqui.

Não espero ninguém falar nada e saio da casa. No caminho, vejo várias crianças correndo e brincando animadas, já soltando bombinhas e outras, voltando do mercadinho com uma coca-cola na mão.

" — Ja fez a sua carta? — meu pai abre a porta do meu quarto me assustando me fazendo colocar a mão no peito. Ele estava com a mesma fantasia de todo ano.

— Pai! — dou risada me levantando da cama e deixando o notebook de lado. — eu tenho dezoito anos.

— Mas a carta é nossa tradição Marianinha. — ele faz cara de triste e eu rio.

— Tudo bem. — pego o papel da sua mão e a caneta preta com um pompom na ponta. "

Subo ás escadas da Lage e me sento no chão sujo de cimento, olhando para o céu, me recordando vagamente do que eu tinha escrevido na carta.

"Querido Papai Noel — vulgo, o senhor, Pai. — gostaria de lhe pedir muita saúde, para mim, minha mãe e meu pai. E que no próximo ano você troque a fantasia e que nossa mesa seja farda assim como sempre. Amo vocês, papai e mamãe. Independente de tudo, sempre serei a menina de vocês"

Limpo as lágrimas dos meus olhos, sentindo um aperto enorme no coração. Nessas datas comemorativas, que me bate mais a saudade. Eu não comigo evitar a tristeza que ainda tem dentro de mim, a parte vazia do meu corpo. A dor do luto, de saber que nunca mais verei eles novamente.

Fico ali por horas, chorando quieta.

Era bom, fazer isso. Eu me sinto bem depois que choro tudo que eu tenho para chorar.

Me levanto me sentindo tonta, mas me recupero logo suspirando aliviada. Desço as escadas e subo a rua, indo para casa. Ao chegar, abro a porta vendo tudo em silêncio, subo ás escadas e entro no quarto vendo o Caio saindo do banho, sento na cama olhando para o nada.

Caio também não diz nada, só troca de roupa e se senta ao meu lado, me puxando para seu abraço.

Assim como eu, Caio não tinha uma mãe e nem um pai. Ele entendia a minha dor.

— Além de teu namorado, sou teu melhor amigo. — ele passa a mão no meu cabelo, acariciando devagar. — conta comigo, pra tudo. Ce ligo?

— Me liguei. — sorrio de lado limpando meu rosto na minha blusa. — Caio. — chamo ele me desfazendo do abraço.

— Oi meu amor.

— Que perfume horrível é esse? — pergunto cheirando ele que ri me afastando.

— O mesmo que eu uso parceira. — ele dá risada e eu faço careta me levantando e indo para frente do ventilador. — qual foi? Tá ruim?

— Muito. — prendo meu cabelo e sinto suas mãos na minha nuca, massageando o lugar me fazendo tombar a cabeça pra trás. — tô estranha esses dias...

— Imagina tu tá grávida. — Coringa diz na graça e eu travo todinha, levantando minha cabeça e sentindo minha respiração falhar e minhas mãos suarem. — Mariana? — sinto o estrelar dos seus dedos a minha frente e saio da transe. — Tá tudo bem?

— Tá sim. — dou uma risada sem graça me levantando.

— Tu tá grávida? — ele cruza os braços me olhando sério.

— Óbvio que não. — nego rapidamente. — eu menstruei... — paro para tentar lembrar a última vez e lembro que não menstruei mês passado e nem esse ainda. — Droga.

— Não entendo esses negócios aí não, vida. — ele fala e eu respiro fundo.

— Não é nada, tá tudo bem. — caminho até ele, ignorando o cheiro forte do seu perfume que faz meu estômago revirar. — te amo, tá bom? — beijo sua boca, sentindo o mesmo gosto da primeira vez, sentindo as mesmas coisas da primeira vez; paixão.

— Te amo, Mariana. — Caio responde com a voz ofegante assim que se separamos. — deixa eu tirar sua roupa? — pergunta sério e eu solto uma risada alta e sincera.

— Não não. — me afasto. — vou comprar umas coisas que a Dona Vilma pediu, não temos tempo para transar. — Minto e ele ri negando.

— Tô ligado. — ele concorda pegando o boné preto em cima da cama. — Tô indo ali também ajeitar umas coisas, a tarde tô aqui. Beleza, branca? — concordo fazendo bico e ele sorri vindo até mim, virando o boné e me dando um selinho.

Espero cinco minutos depois que ele saiu e saio também de carro. Indo para uma farmácia. Compro cinco testes e volto para casa, corro para o banheiro, e mesmo estando sozinha, me tranco lá dentro fazendo xixi em um potinho e colocando os testes.

Espero os três minutos na caixa, que pareciam mais horas. E assim que ouço meu celular apitar, entregando que os três minutos haviam passado. Respiro fundo, tomando coragem para ver.

Pego o primeiro, vendo marcar, positivo.

Assim como os outros quatros.

Grávida de um mês.

×××
Música do início do capítulo:

MINHA FELICIDADE — ROBERTA CAMPOS

Mariana percebendo que seu futuro filho não terá nenhum avô/avó e so uma tia de sangue. KKKKKKKKKKKKcada k é uma lágrima.

Maratona encerrada amores ❤️

Maratona (5/5)

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