Luiza Catarina
Acordei cedo e fixei o teto enquanto Fernando dormia. Sinto uma sensação de segurança só em estar ao lado dele, mas minha mente diz para eu não confiar cegamente nele.
Minha mente começa a fazer um mapa mental de tudo que eu tenho que fazer para me vingar de todos. Olho para Fernando, que dorme tranquilamente.
-Eu realmente espero que não tenha nada a ver com isso; não gostaria de ter que me vingar de você. - Falo baixinho, apenas para eu ouvir.
Volto a olhar o teto, continuando o mapa mental. Tenho que descobrir todos os integrantes que votaram na morte do meu pai; depois, vou me vingar de cada um deles, mas antes de tudo, tenho que descobrir o que é esse conselho.
Lembro do envelope que deixamos na cozinha. Me levanto devagar e vou correndo o resto do caminho. Abro rapidamente para evitar que Fernando me veja.
Como James falou, foi a mulher que me fez. Ela envenenou ele, o que eu já sabia, mas tem outro nome: Karl. Aparentemente, esse homem está relacionado, mas quem é esse?
Arrumo tudo e volto para a cama, deito de novo olhando para cima. Quero perguntar tudo para o Fernando, tirar essa história inteira a limpo, mas ainda não posso.
- Ta pensando em quê? - Fernando tenta abrir os olhos com muita dificuldade.
- Pensando no que vou comer no café da manhã. - Mostro o sorriso mais cínico que consigo.
- Tenho certeza que é mentira, mas vou fingir que acredito. - Ele me puxa para dar um selinho, mas eu desvio. - Nunca mais desvie dos meus beijos. - Ele puxa meu rosto segurando com força.
- A gente nem escovou os dentes. - Falo fazendo cara de nojo.
- Eu não ligo. - Dessa vez, segura o meu rosto e dá um selinho demorado.
- Mas eu ligo! - Falo séria e ele sorri.
- Ah, Luiza. - Ele continua sorrindo. - Queria muito que visse o que eu vejo em você.
- Ta bom, agora levantei e vamos escovar os dentes, temos uma viagem para fazer! Ainda vou arrumar minhas coisas, mas antes vou no hospital rapidinho. - Me levanto indo ao banheiro.
Depois de me arrumar rapidamente, pego um Uber e vou pro hospital. Quando chego, vejo que hoje está até calmo, o que é raro de acontecer.
Entro atrás da única pessoa que eu nunca procurei dentro deste hospital, Cristina. Quando a encontro, ela me olha com a cara mais cínica que tem.
- Luiza? Que bom te ver? - Sorri à força.
- Chega de palhaçada! Não vim aqui bancar dia amiguinha, quero conversar em particular com você!
- Eu não quero falar com você. - Tenta passar por mim, mas eu seguro seu braço.
- Eu não convidei você, estou mandando. Se não quiser que te encontrem com a boca cheia de formigas amanhã, é bom lembrar que sei fazer uma pessoa sofrer muito e não morrer.
- Eu também consigo! - Tenta manter seu nariz em pé.
- Quer apostar quem de nós faz primeiro? - Debocho dela. - Agora você vai bem caladinha comigo pra antiga sala do Gregory e vai me responder tudo que eu quero!
Em silêncio, ela vai até o local e quando chegamos, aponto para ela sentar na cadeira.
-Fala logo que eu tenho o que fazer!-Ela fala com raiva.
-Eu também tenho uma viagem para fazer e é bem mais interessante do que falar com você, mas eu preciso de informações.
-Então, ande logo.-Ela cruza as pernas.
-Lembra que há uns meses atrás você me entregou um envelope de dinheiro que o seu irmão estava devendo para...-Lembro que não tinha nome na ficha do Fernando.-O homem que estava lá em cima?
-Sim lembro.
-Por que seu irmão estava devendo dinheiro para ele?-Sua expressão muda totalmente.
-Não posso falar sobre isso.-Ela fica nervosa.
-Ele não vai saber de nada que você me falar.-Tento convencê-la.
-Eu tenho mais medo dele do que de você!-Ela tenta me intimidar.
-Eu posso garantir que ele nunca vai chegar a você se me der a informação que eu quero, mas se não, vou fazer questão de mentir coisas que eu não sei, colocando o seu nome.-Falo olhando em seus olhos.
-Você nem tem contato com ele!-Ela afirma confiante.
-Sério? Sabia que eu dormi com ele essa noite e o melhor de tudo estamos juntos!-Falo, e sua expressão muda de novo; agora ela está realmente assustada.
-Se tá com ele, por que não pergunta pra ele?-Ela tem um ponto.
-Quero descobrir por conta própria. Quero saber tudo que você sabe; quero o nome e o número do seu irmão!
-Meu irmão estava devendo um dinheiro para ele por causa de uma confusão com um carregamento, não sei de que. O número do meu irmão te mando no WhatsApp.-Ela fala, e pela primeira vez na história, vejo verdade em seus olhos verdes.
-Ótimo! E ninguém pode saber da nossa conversa, e se descobrirem, vou achar você, e eu primeiro não serei nem um pouco boazinha com você!-Digo saindo da sala.
Ando nos corredores e dou de cara com alguém que não sou muito fã. O Jorge era legal até tentar ficar comigo. Ele é bonito, tem olhos azuis e cabelos bem pretos. Seu rosto é bem marcado; porém, ainda sim, prefiro o Fernando.
-Oi Luiza!-Ele sorri.-Quase não nos vemos por esses corredores.
-A vida tá corrida. Não tive tempo nem de hidratar o meu cabelo nesses últimos tempos, mas hoje mesmo irei.
-Mas tá linda! - Ele lança aquele sorriso de homem cafajeste; o Fernando nunca me mandou um sorriso desse.
-Para de pensar nele! - Vejo que falei em voz alta e já me arrependo.
-Pensar em quem? - Ele pergunta.
-No meu amigo. Ele está passando por um momento difícil; não consigo tirar ele da minha mente. - Pela primeira vez na minha vida, eu menti sem ficar visível que estou mentindo.
-Sério? O que ele tem e problema de saúde?
-Ele só se separou da esposa, mas pra ele está sendo bem difícil, sabe? Não come, não bebe nada.
-Nossa, avisa a ele que existe várias mulheres no mundo e que ele não precisa sofrer por uma só. - Ele sorri, e eu me contenho para não revirar os olhos.
-Vou avisar. - Sorrio de maneira forçada. -Vou indo, tenho muita coisa pra fazer; até mais.
-Tchau.
Saio rapidamente para não estender assunto com ele. Odeio esse tipo de homem, principalmente os que tornam nós mulheres em objetos de uso descartável.
Passo pela frente da nova sala do Gregory e decido ir falar com ele. Tenho um carinho enorme por ele, e como se fosse meu pai substituto.
-Entre! - A voz avisa depois de dar três toques na porta.
-Oi Gregory! - Entro sorrindo pra ele, que logo se levanta vindo me abraçar.
-Se tá bem? Não nos vimos depois do ocorrido na casa do todo poderoso. - Ele fala de um jeito que me faz gargalhar.
-É difícil se livrar do todo poderoso Fernando Moretti Bernardi. - Gregory sorri pra mim e me puxa para sentar com ele.
-Quer um café? - Ele oferece, mas eu recuso.
-Não só quero te fazer uma pergunta.
-Só faça.
-O que é o conselho? - Quando pergunto, ele muda sua expressão e fica totalmente pálido.
___________________________________________
Pode conter erros ortográficos.
Gente talvez eu demore um pouco mais de uma semana pra postar novos capítulos. Sou estudante do IFB e digo para vocês não é de Deus kkkkkkkkkkk.
Só relembrando que os capítulos vão ser todos revisados quando a história acabar ❤️.