𖤐‧₊˚.𝑱𝑶𝑺𝑯 𝑩𝑬𝑨𝑼𝑪𝑯𝑨𝑴𝑷 」
A minha vida virou de ponta cabeça quando Avery me deu a notícia de que teríamos um filho.
Estávamos numa relação de dormir juntos apenas, nada envolveu sentimento e eu não esperava por isso, nunca me imaginei na posição de ser pai e não estava pronto para esse acontecimento.
Precisei de semanas para processar a informação e por momentos quis simplesmente sumir do planeta, pensei em negar que o filho é meu já que Avery dorme com qualquer um mas ela me fez mudar de ideias quando revelou um teste de paternidade.
Eu teria sido um babaca se tivesse deixado Avery grávida e sozinha.
Não que ela precisasse de dinheiro ou algo assim porque isso é coisa que ela tem até demais, mas sim porque estaria perdendo a oportunidade de estar com a minha pequena Kiara.
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— faça força mais uma vez. - o doutor pediu e eu olhei para Avery um tanto agoniado pelos gritos sofridos dela mas parece que o tempo parou e tudo ficou em câmera lenta quando escutei o choro da pequena Kiara pela primeira vez. -
Observei o médico segurando no corpinho ensanguentado da bebé com a pele meio roxa enquanto chora e esperneia parecendo aflita.
A pedido da ruiva eu cortei o cordão umbilical da pequena e quando os médios a levaram para fazer os exames necessários eu saí do quarto para avisar os meus pais acerca do nascimento da bebé.
Desci também para fazer o registro dela e quando estava prestes a entrar no quarto um médico me impediu.
— está tudo bem? - perguntei preocupado e o senhor respirou fundo. -
— Avery não está respondendo. - olhei para o doutor um tanto confuso até que entendi que ele quer dizer que ela está entre a vida e a morte. -
O meu coração disparou, não propriamente pela Avery mas sim porque a nossa filha nasceu, eu tenho toda a carreira, estou ocupado a maior parte do tempo, não quero que a minha filha não tenha mãe e não sei cuidar de um bebé.
Úrsula abraçava o meu corpo com força enquanto acaricia as minhas costas na tentativa de me deixar mais calmo.
— eu lamento muito mas Avery não resistiu. - o médico deu a notícia e eu senti que o meu mundo desabou na sala de espera. -
— Oh, você consegue fazer isso sim? Eu estou aqui para te ajudar.
O resto da tarde foi um pesadelo, Kiara chorava o tempo todo e eu não sabia mais o que fazer.
Só o facto de saber que estão tirando leite da mãe morta da neném para ela poder se alimentar me deixa com um nó no estômago.
— Eu nunca estive tão perdido na minha vida. - falei baixinho com a bebé enquanto a visto após o banho. -
Kiara não tem muito cabelo mas os fios que tem são bastante loiros, os olhos eu não consigo perceber até porque ela não os abre quase e estão meio cinza.
— ela está bastante saudável. - o doutor entrou no quarto. - vamos tentar que ela beba o leite, sim?
Assenti com a cabeça e me sentei na cama, encostei as costas na cabeceira e segurei na mamadeira, inclinei um pouco e coloquei na boquinha aberta da bebé que estranhou no início mas começou a chupar e o leite começou a entrar na sua boca.
— isso mesmo. - o doutor sorriu. - vamos conversar sobre o básico, pode ser?
Fiquei o resto da tarde a aprender como fazer isso que as pessoas chamam de ser pai.
Aprendi técnicas para adormecê-la, descobri que os bebés podem ter muita cólica, não fazia ideia que era necessário colocar a neném para arrotar, aprendi a trocar a fralda direito, as horas para tomar o leite e até como segura-lá de forma mais cuidadosa.
— prometo que vou cuidar de você e nunca vou te deixar. - falei baixinho com a pequena quase adormecida nos meus braços. -
Me deitei com ela e fiquei a admirar o seu rostinho angelical, chega a ser uma sensação estranha, fazem poucas horas desde que ela nasceu e consigo amá-la tanto que parece que é impossível imaginar que ontem não a tinha nos meus braços, é um tipo de amor diferente e inexplicável.
Acordei com a voz da minha mãe ecoando pelo quarto e então percebi que ela tem a bebé no colo.
— por quanto tempo eu dormi? - perguntei esfregando os olhos e me sentei. -
— foi só uma hora e pouquinho. - ela respondeu e uma enfermeira entrou no quarto com duas bandejas. - obrigada. - Úrsula sorriu fraco e pousou uma das bandejas no meu colo. -
— não tenho fome. - falei enquanto ela deitava a neném no berço ao lado da cama. -
— vamos lá Joshua, você precisa comer. - Úrsula falou meio frustrada e então eu levei o garfo à minha boca sem vontade alguma. -
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Os primeiros dias cuidando da Kiara foram complicados mas graças a Deus os meus pais ajudaram, Úrsula ficou no meu apartamento mas o meu pai permaneceu em casa, ele nunca aceitou muito bem a gestação de Avery, sempre quis o melhor para mim e sempre exigiu demasiado quando se fala de trabalho então sempre defendeu a ideia de que uma filha iria atrapalhar tudo.
E no fundo ele tem razão mas isso não precisa ser negativo, basta saber separar as coisas.
Claro que eu precisei dar um tempo nos ensaios mas fechámos uma
Época de competição recentemente então agora íamos pegar mais leve nos treinos.
Não sei ao certo como vou fazer com a Kiara, Úrsula disse que não se importa de fazer de "babá" da neta.
Ela me acompanha em todas as viagens, todas as apresentações e todas as competições, está disposta a fazê-lo porém cuidando da pequenina, eu não quero sobrecarrega-la mas sei que ela quer fazê-lo e toda a ajuda neste momento é preciosa.
— precisamos decorar o quartinho dela Joshua. - Úrsula me olhou e eu fui obrigado a concordar. -
O quarto tem tudo o que é necessário mas nao está decorado, não tem paleta de cores, não tem nada bonitinho.
Tem um berço, um muda fraldas e uma cómoda onde guardamos as roupas da pequenina.
— eu vou deixar isso para quando me mudar. - falei pensativo. - não tem necessidade de arrumar o quarto aqui se vamos tirar tudo para colocar na outra casa.
Eu mandei construir uma casa perto de uma montanha, tem o tamanho ideal e talvez até seja exagerado mas eu achei que o projeto ficou lindo e não quis mudar absolutamente nada.
Estava planejando o projeto da casa desde 2018 mas entretanto comecei a viajar bastante e ficou impossível de me focar nisso mas quando Avery engravidou terminei a planta e a casa começou a ser construída, segundo a equipe de decoração estará pronta no mês que vem.
A casa tem uma piscina exterior e outra interior aquecida, tem cinco suites com banheiro, closet e sacada.
Ha mais dois quartos simples, vários banheiros espalhados pela casa, tem uma academia para malhar e outra sala para treinar coreografias, tem uma cozinha ampla com uma ilha no meio, sala de jantar, sala de estar, a zona lá fora tem um alpendre e bastante espaço verde.
A casa vai estar toda decorada em tons de bege, castanho, branco e preto, uma mistura de "cozy" para causar um ambiente acolhedor e aconchegante mas também com uma mistura de estilo moderno.
— bom dia princesa. - sussurrei para a pequenina que tenta abrir os olhinhos, tem alguma dificuldade por conta da luz, mesmo sendo fraca para ela ainda é difícil manter os olhos abertos por muito tempo. - vamos tomar o leitinho?
Segurei a bebé no colo e dei um beijinho suave na sua bochecha, Kiara se mexeu e não tardou até começar a chorar com fome.
Desci as escadas e fui me sentar no sofá, Úrsula me entregou a mamadeira, aproximei da boca da neném que logo encaixou e começou a tomar o leite.
Helena, a empregada que limpa a casa e faz o comer sempre que estou em casa começou a preparar o almoço e Úrsula ficou comigo na sala.
Coloquei a Kiara para arrotar e quando ela finalmente o fez, deitei-a nas minhas pernas e fiquei a brincar com as suas mãozinhas pequeninas.
— você é uma neném muito linda sabia? - falei calmo e ela fez um som fofinho. - quer deitar com o papai hm?
Me deitei e a pequenina ficou no meu peito, acariciei as costas dela e segurei na zona da sua bundinha para ela não cair.
— amo você princesinha do papai.
Olhei para a minha mãe que fungou com os olhos cheios de lágrimas.
— desculpa, nunca pensei ver o meu filho tão empenhado e tão feliz sendo pai. - ela falou emocionada e eu sorri fraco olhando para a minha pequena que parece estar pegando no sono. -
Eu adoro as competições, os treinos e adoro tudo que envolve a patinação mas nada se compara à sensação de ter a minha filha nos braços.
— é o amorzinho pequenino do papai, coisinha linda. - falei baixinho e deixei um beijo na cabecinha dela. -
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* LEIAM*
Hey <3
Espero que tenham gostado do primeiro capítulo, ele é todo um flashback de quando a Kiara era recém nascida para situar vocês na história.
Queria pedir para deixarem a estrelinha e por favor não esqueçam de comentar porque isso ajuda imenso.
Fico meio desmotivada quando ninguém fala nada e sinto que não estou entregando o que vocês merecem.
Esta história é um pouco diferente daquilo que eu estou acostumada a escrever mas confesso que amo crianças e adoro escrever histórias com elas.
Se tiverem alguma sugestão, alguma teoria, alguma ideia podem deixar nos comentários, eu vejo sempre tudo e tento fazer algo que cumpra com aquilo que vocês gostam e pedem para ler.
Queria pedir também para divulgarem a história para chegar a mais pessoas, compartilhem com amigos e dêem uma chance para a história.
Mais uma coisa importante, tal como está escrito na descrição, a fanfic aborda temas sensíveis.
Mesmo não parecendo por conta do início, Joshua e Any são figuras públicas e todos sabemos que isso tem peso na vida das pessoas.
Vão ser retratados momentos de ansiedade, pode haver auto mutilação, problemas de auto estima, violência, palavras de baixo calão (...)
E não!!
A história não é propriamente enemies to lovers.
Any e Joshua vão ter os problemas deles e desacordos mas não se odeiam por completo.
É uma história onde eles vão passar de conhecidos, a amigos e mais para a frente outra coisa.
Vejo vocês no próximo capítulo.
Nor