Fernando Bernardi
Conheço a Jéssica há algum tempo. Sei que ela não é uma pessoa de confiança e também sei que ela matou seus ex-maridos.
- O que você quer comigo, Fernando? - A Jéssica, "mãe" da Luiza, me olha.
- Não precisa dessa encenação comigo.
- Posso saber o que um cara como você está fazendo trazendo uma enfermeira para dentro da sua casa? Acha que eu não percebi você olhando para ela durante toda a reunião?
- Isso não importa! Só me responda uma coisa: onde está a mãe da Luiza? - Olho sério para ela.
- O quê? Do... Do que você está falando? - Ela me olha nervosa.
- Fiz uma pequena investigação na vida da Luiza e sei que você não é sua mãe!
- Nunca diga isso!
- O pai da Luiza é realmente seu pai, mas a mãe... - Balanço a cabeça em negação. - A mãe não é.
- Ela é minha filha sim! - Ela fala nervosa.
- Não minta para mim! - Olho nos seus olhos. - Você recebe dinheiro da mãe verdadeira da Luiza?
- Não... Eu não recebo nada.
- Pare de mentir. - Quase grito. - Você sabe do que sou capaz quando não consigo o que quero, né?
- Desculpa. - Ela fala, abaixando a cabeça.
- Você ama a Luiza?
- Sim. Nunca pude ter filhos, o pai dela trouxe ela tão pequena para cuidarmos dela. - Mais uma mentira.
- Não parece que ama ela. Será que ama mesmo? - A olho sério.
- Amo mais do que tudo nesse mundo, mas a morte do pai dela me preocupa. - Ela diz, mexendo as mãos de maneira nervosa.
- Como assim te preocupa?
- A mãe biológica da Luiza, ela é a esposa do James. - Diz e eu a puxo para um canto onde não há ninguém.
- E?
- A mãe biológica da Luiza quer que eu me livre dela e eu tenho feito isso.
Ela diz e eu agarro em seu pescoço.
- Se você ousar levantar a mão para Luiza, te garanto que nunca mais vai conseguir fazer nada na sua vida.
Vejo ela quase sem fôlego e a solto.
- Eu não vou machucá-la, só vou me afastar dela. - Diz e eu finjo acreditar em mais uma de suas mentiras.
- Saia da minha frente agora.
Ela sai.
"Ela pensa que me engana, eu já sei de tudo."
Vou atrás da Luiza e a vejo conversando animada com o Fabrício.
- Acho que a gente realmente tem que marcar, Luh. - Meu irmão diz.
"Luh, sério isso?"
- Eu também acho. Vai ser muito bom. - Responde dando pulinhos de felicidade.
"Tenho pena dela, nem sabe que sua mãe não é sua mãe."
- Com licença. - Digo, entrando no meio deles. - Ainda precisamos conversar, Luiza.
- Estou conversando com o Fabrício. - Ela me olha, parece indignada por atrapalhar o assunto.
- Acho que esqueceu do que íamos conversar. - Digo, e ela lembra do assunto da conversa.
- Fabrício, depois a gente conversa mais, tá bom?
- Ótimo, Luh. - Meu irmão diz e sai.
- Vamos para o meu escritório, lá podemos conversar melhor. - Digo e começo a andar, e ela me segue.
Ao chegarmos ao escritório, me sento em minha cadeira e ela em frente a mim.
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Luiza Catarina
- Pode começar. - Digo ao me sentar.
- O que você sabe? - Ele coloca suas mãos na mesa e se inclina para frente.
- Eu sei o básico e não vim aqui para falar, e sim para ouvir o que tem a dizer. - Digo, observando-o com cautela.
- Já disse que gosto de você, Luiza? - Seu sorriso aumenta depois de sua fala.
- Se só me conhece há dois dias. - Digo, duvidando de suas palavras.
- Três. - Ele me corrige.
- Grande diferença. - Debocho. - Você nem me conhece!
- Muito pelo contrário. - Ele continua com aquele sorriso idiota no rosto.
- Então você me conhece?
- Não pela sua boca, mas sei sua vida inteira! - Diz calmamente.
- Você fala que é um stalker na maior tranquilidade do mundo? - Debocho novamente.
-Eu não sou um stalker! - Ele afirma, parecendo ofendido.
-Oh, meu amor, isso é o que você fez? - Continuo com meu deboche inabalável.
-Você chamou de amor? - Ele me olha.
-É nisso que você foca? - O olho com cara de nojo.
-Amor... - Diz pensativo e me ignorando.
-Eu só me meto em problemas. - Bato a mão na testa.
-Você me diverte tanto, meu bem. - Ele me olha novamente.
-Vou fingir que você não é um stalker, pois quero saber o que você sabe sobre a morte do meu pai.
-Não sou um stalker!
-Eu quero as informações, querido. - Olho com a mesma cara de sempre.
-Querido... - Ele pensa de novo.
-DEIXA DE SER CARENTE, CACETE! - Levanto enquanto grito.
-Calminha. Não sou muito paciente, meu bem, e eu garanto pra você que me ver com raiva não vai ser bom! - Levantou vindo e ficando atrás de mim, fazendo uma massagem nos meus ombros e me fazendo sentar novamente.
-Eu só quero saber sobre a morte do meu pai. - Digo tentando ficar calma com a carência desse babaca.
-Você saberá de tudo e vamos juntos acabar com quem fez isso com o seu pai. - Diz, voltando à sua cadeira. - Faça perguntas, meu bem, irei responder todas.
-Como você conheceu o meu pai? - Pergunto.
-Eu fui sócio da empresa em que ele trabalhava por alguns meses, até descobrir que eles lavavam dinheiro na cara de pau. - Diz.
-Mas você não é um bandido? - Pergunto na cara de pau.
-Eu mexo com drogas e armas. - Responde tranquilamente.
-E lavar dinheiro não é bom? - Pergunto.
-É algo lucrativo, mas não por muito tempo, a polícia federal fica em cima disso.
-E quanto às armas e drogas? - Pergunto.
-Eles estão focados em pegar corruptos e, no meu caso, tenho muitos peixes pequenos que são pegos diariamente. Enquanto eles pegam um, eu consigo mais 20.
-Se eles investigarem você, não vão encontrar nada? - Pergunto.
-Não, até porque eu não tenho nada em meu nome. Sou invisível perante qualquer acusação.
-Eles não pegariam você nunca?
-Poderia até tentar, mas seria bem difícil, pois tudo que ganho vai para uma empresa de fachada. Não só uma empresa, mas sim várias em diversos países.
-Você conversou com o meu pai alguma vez na vida? - Pergunto.
-Sim, conversei por alguns minutos pouco tempo antes de sair da empresa.
-Quem você acha que pode ter matado meu pai?
-Tem três opções, mas, para sua segurança, vou apenas dizer o motivo pelo qual seu pai foi morto.
-Pensei que diria quem foram os assassinos. - Falo frustrada.
-Irei dizer, e você terá sua vingança, mas não agora. Preciso garantir que fique segura pelo menos por enquanto.
-Não tem como ficar segura em uma casa junto com a minha mãe. - Digo brincando, e ele me olha sério.
-Você sente que sua mãe pode te matar? - Pergunta com um olhar apreensivo.
-Não, isso eu acho que não.
-Se sentir ameaçada a qualquer momento, me procure por favor. - Ele começa a andar de um lado para o outro pensando.
-Pare, está me deixando com medo! - Digo, e ele para.
-Uma das pessoas que pode ter a ver com a morte do seu pai é uma das suas mães.
-Que? Mães?
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