VG🫡
Souza pega as fotos e joga em cima da mesa.
Souza: Isso não vai ser fácil, a gente tá atrás da porra da Rapunzel.
VG: Rapunzel?- De que porra ele tá falando?
Souza: Aquela princesa que fica na torre. A loira mal sai de casa. Não tem como entrar no condomínio, é coisa de rico, parada bem vigiada. Eu não vou invadir a casa de um policial, deve ser cheio de câmera.
VG: Uma hora ela vai ter que sair pra qualquer lugar, nem que seja pra ir no mercado.
Souza: Da última vez ela foi acompanhada.
VG : Uma hora sai sozinha.- E se não sair a gente da um jeito, tem que dar.
Souza: É mesmo a melhor solução?
VG : A gente tem que mostrar que sabe jogar baixo também. Vamo pegar ela e ele vai se arrepender.
Souza: Ret tá de acordo com isso?
VG: O cara não tem nem como tá de acordo com nada, tudo graças ao marido dela.
Souza: Eu topo o teu plano, mas é bem extremo .
VG: O importante é manter os nossos fora da mira deles, e eu não me importo de jogar sujo pra isso.
Souza: Sei, eu topo tudo que tu planejar cara . O Ret fez muito por mim e é família. A gente da um jeito na loira - ele pega uma foto e fica encarando.- Mas pra ser sincero não parece que vai ser muito útil. Parece só uma dondoca que esquenta a cama dele.
VG: Talvez seja só isso mesmo, não me surpreenderia - pego uma foto da mulher e fico encarando - Mas se ela não for útil para contar o que vamos perguntar, pelo menos vai ser um golpe e tanto no marido dela.
Que ela é só uma dondoca que esquenta a cama dele , eu sei. Mas talvez ela possa ser útil pra algo.
Boa pessoa não é, o sobrenome dela e com quem ela divide a vida é o suficiente pra saber isso.
Souza: Pelo menos o cara tem bom gosto, a mina não é de se jogar fora.
O que adianta ter uma aparência dessas e ser uma Avelar?
Carolina👑
Vim almoçar no shopping, mas é muito estranho estar aqui sozinha.
Pessoas com amigos, namorados, filhos...
Não tenho amigos, filhos e meu marido não tem tido muito tempo vago.
Me sinto desconfortável em estar sozinha em uma mesa de 4 cadeiras enquanto todo o restante dos lugares estão ocupados.
X: Posso sentar aqui? Tá tudo cheio.
Encaro o homem que segura o próprio almoço.
Olho ao redor para garantir que não tem mais nenhum lugar disponível, droga.
Carol: Claro, pode ficar á vontade.- forço um sorriso.
Ele simplesmente acena e senta de frente para mim e começa a comer.
Tento me concentrar na minha refeição, mas não consigo parar de analisar o ambiente.
Será que parece que eu estou almoçando com esse cara?
Eu realmente espero que não.
X: Tudo bem aí? - ele me encara
Carol: Claro- empurro a bandeja um pouquinho para a frente- Só estou me sentindo cheia, comi demais.
Ele olha para o meu prato praticamente cheio e me encara erguendo uma sobrancelha.
X: Sério? - concordo- Tá desconfortável por minha causa? Se for um problema eu posso sair, não quero atrapalhar....- interrompo ele, não quero parecer uma sem educação, por mais que eu queria que ele levante e vá embora.
Carol: Não se preocupa, não está atrapalhando.
X: Então volta a comer, teu prato tá cheio ainda.
Rodo a aliança no meu dedo e respiro fundo antes de dar mais algumas garfadas no meu macarrão.
Tento deixar a desconfiança um pouco de lado, mas a comida desce como chumbo pelo meu esôfago.
X: Tá esperando alguém? Sinto que tô atrapalhando já que se não para de olhar ao redor.
Carol: Não estou esperando ninguém.
E esse é exatamente o problema.
X: Hmm...- ele desce o olhar pelo meu decote que é minúsculo e sinto minhas bochechas pegarem fogo. O olhar dele não se demora no meu corpo, mas não posso dizer o mesmo sobre o olhar na minha aliança.
Meu celular apita dentro da bolsa e eu pego me sentindo nervosa.
" Vim almoçar em casa, onde é que você está?"
Ah, que droga.
Eu: Vim almoçar no shopping.
" Estou indo te buscar"
Merda!
Carol: Eu já vou indo.- pego minha bolsa para levantar.
X: Não terminasse de comer.
Carol: Eu estou cheia e meu marido está vindo me buscar- forço um sorriso.- Bom almoço....
X: Victor.
Carol: Bom almoço, Victor.
Victor: A gente se vê por aí, Carolina.
Aceno em concordância, mas é provável que a gente não se veja mais.
Saio da praça de alimentação e no meio do caminho paro e encaro o homem ainda na mesa de olho em mim.
Eu tinha falado meu nome para ele?
É, talvez eu tenha falado. Estava nervosa demais para prestar atenção direito nas coisas.
Eu sinceramente não sei como o Eduardo chegou tão rápido, mas nem pensei duas vezes antes de entrar no carro.
Carol: Pensei que ia almoçar fora, você disse isso para a Márcia.
Eduardo: Veio comprar o seu vestido? Não estou vendo sacolas?
Carol: Não cheguei a comprar, fui almoçar.
Eduardo: No shopping? Você tem alguém em casa para cozinhar tudo que você quiser.
Carol: Não ia fazer a Márcia cozinhar apenas para mim, seu eu podia almoçar no shopping e já comprar o vestido. Como você veio me buscar vou ter que voltar ou encontrar uma loja para comprar minha roupa.
Eduardo: Você não precisa almoçar fora quando tem uma cozinheira a disposição.
Carol: Tá, mas seria melhor almoçar em casa se eu tivesse a companhia do meu marido.
Eduardo: Eu sou ocupado Carolina, tenho muito o que fazer. Não posso me dar o luxo de comer em casa para depois voltar ao serviço.
Carol: Posso te encontrar em algum restaurante próximo ao seu trabalho.
Eduardo: Por que do nada essa carência?
Carol: Não é carência, só que as vezes nem parecemos casados - dou de ombros-é estranho.
Eduardo: Você usa uma aliança, tem meu sobrenome, esquenta minha cama e vai buscar tratamento para conseguir gerar nosso filho, isso é ser casado o suficiente para mim. Acho bom ser para você também.
Não pode ser só isso que compõe um casamento, pode?
Bom, talvez seja.
Carol: Você sempre fala em ter filho, mas e se vier uma menina?- ele sempre deixa bem claro que quer um filho.
Eduardo: Não vou falhar desse jeito. Teremos um filho homem e isto não está aberto a discussão.
Hmm, eu não me importo com o sexo da criança. Só quero alguém eu eu possa amar, um amor puro que não vai me machucar.
Acho que esse tipo de amor não se encontra em relacionamento amoroso...
Mas ter problemas para engravidar está me privando de sentir este amor.