Mudando o Futuro

By Ladycullennn6

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Sinopse: O que os Cullen diriam se lessem os livros da Saga Twilight? Podia ser mais um dia normal na casa do... More

Notas da História
PRÓLOGO
PREFÁCIO
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
RECADO DA AUTORA
CAPITULO 7

CAPITULO 6

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By Ladycullennn6


"- Eu leio. - disse Carlisle para evitar maiores aborrecimentos. Ele pegou o livro e procurou a folha onde tinha parado e começou a ler."

Quando abri os olhos de manhã, havia algo diferente. Olhei pela janela do meu quarto, a luz de fora era estranha, ainda era a luz verde-acinzentada de um dia nublado na floresta, mas de certa forma estava mais clara. Percebi que não havia um véu de neblina na minha janela.

- Ela vai ficar tão desapontada com a neve, - Emmett riu.

Uma fina camada de neve cobria o jardim, acumulava-se no alto do meu carro e deixava a rua branca. Era uma paisagem linda. Fiquei um minuto observando a paisagem branca pela primeira vez querendo guardar na memória para tentar desenhar depois. Fiquei apreciando aquele momento com calma, o jeito em que a neve encobria os galhos das árvores e o chão, dando uma nova coloração da tão esverdeada Forks.

- Apreciando? Ah, por favor, é só neve - reclamou Rose.

- Ela gosta de desenhar Rose, é normal apreciar a paisagem. - Esme ponderou. Fazendo Rosalie bufar contrariada.

Eu teria um grande problema para não cair quando o chão estava seco; pode ser mais seguro para mim voltar para a cama agora.

Eu me pergunto quantas vezes ela vai cair neste capítulo? - Emmett murmurou divertido.

Charlie saíra para o trabalho antes que eu descesse ao primeiro andar. Geralmente eu fazia seu café antes de sair para minha corrida matinal, mas eu não enfrentaria esse frio. Pensando nisso quase gemi ao pensar em tomar banho.

Levei toda minha roupa para o banheiro, numa tentativa frustrada de conseguir me vestir o mais rápido possível e não sentir os efeitos da neve no clima. Foi uma verdadeira batalha eu conseguir sair do chuveiro. A água era tão quentinha e quando eu desligava o chuveiro estava um frio de bater os queixos, então eu voltava a ligar o chuveiro, perdi as contas de quantas vezes fiz isso, até lembrar que tinha que ir para escola.

- Agora entendo por que ela não gosta do frio. -Murmurei um pouco triste. O simples fato dela não gostar disso me deixou... decepcionado? Reação estranha.

- Ela é acostumada com o calor filho, o corpo demora ase adaptar. Da mesma forma que se ela vivesse aqui, ela ia achar muito quente acidade em que morava. - Carlisle disse em um tom profissional. Quando a matériaera o corpo humano Carlisle era o especialista. Ele sempre lidou com os humanosde perto e seus séculos como médico também contribuem para seus conhecimentos, bem diferente de nós que socializamos o mínimo possível.

Joguei no chão uma tigela rápida de cereal e um pouco de suco de laranja da caixa.

Sair de casa foi outra batalha. Estava quase desistindo de sair, ficar embaixo das cobertas parecia tremendamente tentador, não sabia de onde vinha essa vontade súbita de ficar em casa, mas algo me dizia que o único culpado não era o frio. Parece que meu corpo pedia para eu não ir para aula, mas como Charlie provavelmente não aceitaria essa desculpa resolvi ir mesmo assim.

Ao abrir a porta senti uma rajada de vendo frio e fechei a porta rapidamente. Estava muito frio! Como as pessoas moravam no polo norte era um mistério para mim. Respirei fundo e dei alguns pulinhos para me aquecer. Quando me senti pronta, abri a porta e precisei de toda a minha concentração para descer viva a entrada de tijolos de gelo. Quase perdi o equilíbrio quando finalmente cheguei à caminhonete, mas consegui me agarrar ao espelho lateral e me salvar. Claramente, hoje seria um pesadelo.

- Talvez ela não devesse ir para a escola quando está assim, eu disse, parecendo preocupado com ela.

- E estragar a diversão, Emmett riu.

- Você não quer dizer estragar a sua diversão, disse Alice.

Emmett não respondeu, embora seu sorriso sugerisse que ele concordava com a declaração dela.

Subi no carro e verifiquei três vezes para ver se não faltava nada, liguei o aquecedor no máximo para não congelar. Finalmente conseguir seguir caminho rumo à escola, por algum motivo continuava com a estranha sensação que não deveria ir. Senti um arrepio que nada tinha a ver com a temperatura de fora. Tentei convencer a mim mesma que estava ficando neurótica e tentando tomar cuidado com as estradas. Nunca tinha dirigido na neve antes, mas por algum motivo não estava tendo problemas. Meu caminhão parecia não ter problemas com o gelo preto que cobria as estradas. Eu dirigi muito devagar, porém, não querendo abrir um caminho de destruição pelas ruas.

Cheguei à escola sem problemas e ao sair da caminhonete, vi o porquê tive tão poucos problemas. Algo prateado chamou minha atenção e fui até a traseira da caminhonete - segurando cuidadosamente a lateral para me apoiar - para examinar meus pneus.

Havia correntes finas entrecruzadas em formas de diamante ao redor deles. Charlie havia se levantado sabe-se lá quão cedo para colocar correntes de neve em minha caminhonete. Minha garganta de repente se sentiu apertada. Eu não estava acostumada a ser cuidada, e a preocupação silenciosa de Charlie me pegou de surpresa.

- Ela sempre cuidou dos outros. - Carlisle disse com uma voz que era cheia de admiração. Esses simples pensamentos me fizeram ficar encantado, com ela sentir tanta emoção com um gesto tão simples. Esme estava emocionada também com a relação de pai e filha crescendo a cada dia.

Senti uma vontade de proteger e cuidar desse ser humano. Ela era tão nova para ter tanta responsabilidade.

Ainda estava parada lutando para reprimir a onda de emoção que as correntes de neve me provocaram, quando ouvi um som estranho. Foi um guincho agudo e estava se tornando rápido e dolorosamente alto.

Ficamos apreensivos com isso. De repente o pressentimento da Bella simplesmente parecia ter sentido.

Olhei para cima, sobressaltada. Vi várias coisas ao mesmo tempo. Nada estava se movendo em câmera lenta, como acontece nos filmes.

Em vez disso, o jato de adrenalina parecia fazer com que meu cérebro trabalhasse muito mais rápido, e eu pude absorver simultaneamente várias coisas em detalhes nítidos.

Vários alunos estavam espalhados, o que mais me chamou a atenção foram os olhos apavorados de Edward Cullen parado a quatro carros de mim. Mas de importância mais imediata foi a van azul-escura que tinha derrapado, travado os pneus e guinchado com os freios, rodando como louca pelo gelo do estacionamento. Ia bater na traseira da minha caminhonete, e eu estava entre eles. Eu nem tive tempo de fechar os olhos.

- Não, eu disse involuntariamente. Minha mente ficou momentaneamente em branco e tudo que eu pensava era, ela não!

- Oh meu deus querido, Esme disse parecendo chateada.

Pouco antes de ouvir o estrondo da van dobrando em torno da carroceria do caminhão, algo me atingiu com força, mas não da direção que eu esperava.

Entrei em pânico ao pensar em qualquer dano acontecendo a Bella. Não podia ser verdade.

- É melhor que não seja você Edward. - Rosalie rosnou olhando para mim.

Minha cabeça bateu no asfalto gelado e senti uma coisa sólida e fria me prendendo no chão. Eu estava deitada atrás do carro caramelo estacionado ao lado do meu. Mas não tive oportunidade de perceber mais nada, porque a van ainda vinha na minha direção. Raspou com um rangido na traseira do meu carro e, ainda girando e derrapando, estava prestes a bater em mim de novo. Um palavrão baixo me deixou ciente de que alguém estava comigo e era impossível não reconhecer a voz de Edward. Duas mãos longas e brancas se estenderam protetoras na minha frente e a van estremeceu até parar atrinta centímetros do meu rosto, as mãos grandes criando um providencial amassado na lateral da van. Depois as mãos mexeram-se com tal rapidez que pareciam um vulto. Uma estava repentinamente agarrada sob a van e alguma coisa me arrastava, balançando minhas pernas como as de uma boneca de trapos, até que elas atingiram o pneu do carro caramelo. Um gemido metálico feriu meus ouvidos e a van parou, estourando o vidro, no asfalto - exatamente onde, um segundo antes, minhas pernas estiveram.

- Eu não acredito que você nos expos dessa maneira. Você é um irresponsável Edward! - Berrou Rosalie indignada. Eu ainda estava em choque para responder qualquer coisa.

- Isso não é bom, eu disse, e se fosse possível teria empalidecido ainda mais.

- Não é nada bom, você estragou tudo, Rosalie rosnou novamente. E tudo por uma garota estúpida.

- Ela não é estúpida, eu rosnei de volta reflexivamente.

- Tem razão, se ela fosse talvez ela não teria notado você fazendo malabarismos com uma van, Rosalie sibilou. É muito pior que ela tenha inteligência suficiente para detectar tudo o que você fez.

- Acalme-se Rose eu já disse para não tomarmos nenhuma atitude precipitada! - Carlisle falou

- Mas... Rosalie disse olhando incrédula para o pai.

- Estou orgulhosa de você, Edward, esme disse antes que Rosalie pudesse dizer mais alguma coisa. Era óbvio que ela estava satisfeita pela menina não ter se machucado, e novamente ela estava dando um olhar calculado para mim.

- Tanto faz, Rosalie resmungou, cruzando os braços em frustração, mas não disse mais nada.

Por um segundo o silêncio foi absoluto, antes que começasse a gritaria. No tumulto repentino, eu podia ouvir mais de uma gritando meu nome. Mas com mais clareza ainda, podia ouvir a voz baixa e frenética de Edward Cullen no meu ouvido.

- Bella? Está tudo bem? - me perguntou um pouco frenético. Lembranças antigas começaram a rondar minha mente, com muito esforço consegui reprimi-las e lhe responder.

- Eu estou bem. - Minha voz parecia estranha. Tentei me sentar e percebi que ele me segurava junto à lateral de seu corpo num aperto de aço.

- Cuidado - alertou ele enquanto eu me esforçava. - Acho que você bateu a cabeça com força.

Agora que ele falou isso eu percebi uma dor latejante acima da orelha esquerda.

- Aí - eu disse, surpresa. Por que ele tinha que me avisar? Eu podia descobrir alguns minutos depois, precisava acelerar o processo?

- Como ela não sentiu que tinha batido a cabeça? - perguntei incrédulo.

- O corpo dela ainda está sentindo a adrenalina, ela sentiria as dores eventualmente quando seu corpo "esfriasse". - disse sorrindo com o duplo sentindo da frase. Revirei os olhos novamente, eu sabia que eu ia esfriar o corpo da Bella com minha pela fria. Tentei imaginar qual seria a sensação de ter seu corpo colado ao meu. - Isso é bastante comum, como você a avisou ela sentiu a dor mais rápida. - disse me tirando dos meus devaneios.

- Foi o que eu pensei. - Pela voz dele, tive a surpreendente impressão de que ele reprimia o riso. Isso... se diverte com a dor alheia, queria ver se fosse ele quer... espera... pensando nisso me lembrei e fui logo falando.

- Como foi que... - tentei clarear a mente, tentando me orientar, minha cabeça estava realmente doendo. - Como foi que chegou aqui tão rápido?

- Oh não Edward, com tantas pessoas no mundo você foi salvar justo a mais observadora? - Jasper perguntou meio que gemendo. Ele começou a imaginar os problemas que teríamos e pensou em como me impedir caso isso viesse a acontecer. Fiquei com raiva disso e Jasper sentiu na hora minha mudança de humor, me olhando com a sobrancelha arqueada.

- Eu estava bem do seu lado, Bella - disse ele, o tom sério novamente. Ele é louco? Eu lembro de que ele estava afastado e num piscar de olhos estava ao meu lado. Como se viesse voando. De repente a semelhança entre ele e a cacatua não se resumiam ao cabelo.

Ouvi risinhos. Revirei os olhos novamente.

Eu me virei para me sentar e desta vez ele deixou, afrouxando o abraço em minha cintura e deslizando para longe de mim, o máximo que permitia o espaço limitado. Olhei para a sua expressão preocupada e inocente por uns instantes.

E depois eles nos acharam uma multidão de gente com lágrimas descendo pelo rosto, gritando uns com os outros, gritando para nós. Nossa! Pelo visto, esse seria o acontecimento do ano nessa escola que nada acontece. Acho que eles deveriam me agradecer por dar tanto entretenimento para eles em anos. Aluna nova - checado. Mãe com um passado escandaloso na cidade - checado. Vítima em acidente de carro - checado. Acho que acabo de compreender as lágrimas, se algo me acontecesse de quem falariam mal? Bufei internamente odiando a falsa atenção recebida.

Tentei me levantar, mas a mão fria de Edward puxou meus ombros para baixo. Lancei meu melhor olhar irritado para ele e tentei passar a mensagem "qual o problema agora cacatua me deixa levantar e vai procurar o que fazer, que tal voar por aí ou botar um ovo?".

Eu nunca escaparia disso. Nem me surpreendi com as gargalhadas que recebi. Só mesmo a Bella para fazer a tensão da sala se dissipar tão rápido, ela nem precisa do dom de Jasper para conseguir amenizar todas nossas preocupações. Mas, tinha que sempre sobrar para mim o motivo de chacota?

- Fique quieta por enquanto. - Claro ele diz isso por não ser a bunda dele congelando no asfalto.

- Mas está frio. - Reclamei. Fiquei surpresa quando ele riu baixinho. Primeiro ele rir quando eu bato a cabeça e agora quando estou quase tendo uma hipotermia. Depois ainda dizem que quem tem um humor negro sou eu.

- De tantas coisas que ela poderia reclamar como, por exemplo, quase ser atropelada por uma van e ela fala do frio, isso que eu devia ter achado engraçado, eu não estava desmerecendo suas reclamações. - disse me defendendo. - E se alguém aqui tem humor negro é o Emmett. - Acusei. Apenas recebi alguns sorrisos. Qual era o problema deles?

- Você estava lá - lembrei-me de repente, e o riso dele parou num instante. - Você estava perto do seu carro.

A expressão dele ficou séria.

- Não estava não. - como ele pode mentir para mim desse jeito? Eu o vi perfeitamente, seu olhar apavorado me chamou a atenção, era como se ele soubesse que isso iria acontecer.

- Eu vi você. - Tudo em nossa volta era um caos. Eu podia ouvir as vozes mais rudes de adultos que chegavam na cena. Mas, obstinadamente, me prendi a nossa discussão, eu estava certa e ele tinha que admitir isso.

- Isso vai ser divertido. - Emmett comentou, como se estivesse falando de um programa de TV qualquer e não na situação delicada que nos encontrávamos. Olhamos para ele perplexos. - Só eu que enxergo o que vai acontecer? - continuamos o encarando - Gente a Bellinha é uma das pessoas mais inteligentes e observadoras que eu conheço. Como vocês acham que o Sr. Eu Sei de Tudo Por que Posso Ler a Mente das Pessoas vai se sair não podendo ler a mente dela? Nosso Ed vai ficar desesperado. - E começou a rir. Não sei como ainda posso me surpreender do Emmett rir das desgraças da minha vida.

- Bella, eu estava parado do seu lado e tirei você do caminho. - Ele me olhou com olhos penetrantes, como se tentasse comunicar alguma coisa crucial.

- Não. - Finquei pé.

- Eu disse que você não tem poder nenhum sobre ela como tem com os outros humanos Ed - Emmett brincou, ainda rindo de minha situação.

O ouro em seus olhos inflamou.

- Por favor, Bella. - pediu suplicante.

- Por quê? - perguntei. Não entendendo onde ele queria chegar.

- Confie em mim - pediu ele, a voz suave e dominadora. Algo em seu tom de voz me fez recuar um pouco. Será que eu devia confiar nesse estranho?

Eu podia ouvir as sirenes agora. eu precisava entender o que estava acontecendo, se ele queria a minha confiança teria que confiar em mim também.

- Tudo bem - rebateu ele, repentinamente exasperado.

- Combinado - falei.

Foram necessários seis paramédicos e dois professores - o Sr. Varner e o treinador Clapp - para afastar a van de nós o bastante para que as macas entrassem. Eu não queria uma maca, eu odiava maca.

- Ela é insana, por que odiar a pobre da maca? - Emmett indagou. E eu dei razão a ele. Bella Swan definitiva não faz sentido algum.

- Edward recusou veementemente a dele, e eu tentei fazer o mesmo, mas o traidor disse a eles que eu tinha bati com a cabeça e provavelmente tive uma concussão.

- Como você ousa traí-la assim, - Emmett disse em falsa indignação.

Fiquei com tanta raiva dele por ter aberto a matraca que eu tinha vontade de lhe socar. Só reprimir essa vontade porque se uma van não conseguiu fazer nenhum dano nele, imaginei que meus socos seriam menos eficientes. Tentei me livrar sozinha de todos os paramédicos e quando um veio colocar aquele maldito protetor de pescoço eu o joguei longe.

- Se você não quiser sair voando igual aquele maldito protetor você fodidamente vai ficar longe de mim! - quase rosnei para o paramédico. Ele ficou momentaneamente boquiaberto e concordou uma vez com a cabeça, mas acabou me mandando entrar na ambulância e me deitar na maca, já que o Sr. Eu-não-consigo-manter-minha-boca-fechada disse que eu tinha batido a cabeça.

- Acho que é a primeira vez que vejo a Bellinha chamar um palavrão. Não entendo que foi dirigida a um simples protetor, deveria ser em direção a você Edward. - Emmett comentou com um largo sorriso.

Ninguém entendeu seu surto por usar uma maca e um simples protetor. Ela bateu a cabeça o que ela queria que eu fizesse? Eu estava realmente preocupado.

Eu estava prestes a retrucar, mas para piorar as coisas, o chefe Swan chegou antes que eu conseguisse fugir da ambulância.

- Bella! - gritou ele em pânico quando me reconheceu perto da ambulância.

- Eu estou completamente bem, Char - Pai, eu suspirei. Não há nada de errado comigo.

- Ela deveria esperar até o check-up para dizer isso, disse Carlisle. As lesões na cabeça podem ser difíceis.

Ele procurou o paramédico mais próximo para uma segunda opinião. Eu o desliguei para considerar a confusão de imagens inexplicáveis se agitando caoticamente na minha cabeça. Quando eles me tiraram do carro, eu tinha visto o amassado profundo no pára-choque do carro - um amassado muito distinto que se encaixava nos contornos dos ombros de Edward... como se ele tivesse se apoiado contra o carro com força suficiente para danificar o metal. quadro...

Dei uma olhada ao redor e localizei a família de Edward, olhando à distância, com expressões que iam da censura à fúria, mas sem a menor sugestão de preocupação pela segurança do irmão.

- Acho que não sou o único que não sabe disfarçar. - falei a todos.

- Como você queria que nós estivéssemos depois da sua ação? Felizes e contentes? - me perguntou Rosalie rudemente.

- Acho que sabemos quem era a fúria, Emmett riu de sua esposa, fazendo-a mudar seu olhar para ele por um segundo antes de voltar para mim.

- Ela percebe nossas reações e isso alimenta ainda mais suas suspeitas. - Jasper murmurou.

Tentei pensar em uma solução lógica que pudesse explicar o que acabara de ver - uma solução que excluísse a suposição de que eu era louco.

Naturalmente, a ambulância recebeu escolta policial até o hospital municipal. Eu me senti ridículo o tempo todo que eles estavam me descarregando. O que piorou foi que Edward simplesmente deslizou pelas portas do hospital por conta própria. Cerrei os dentes.

Eles me colocaram na sala de emergência, um quarto comprido com uma fileira de leitos separados por cortinas de padrão pastel. Uma enfermeira colocou um manguito de pressão em meu braço e um termômetro sob minha língua. Já que ninguém se preocupou em fechar a cortina para me dar um pouco de privacidade.

Quando a enfermeira se afastou, rapidamente desabotoei o velcro e o joguei debaixo da cama. Houve outra enxurrada de funcionários do hospital, outra maca foi trazida para a cama ao meu lado. Reconheci Tyler Crowley da minha aula de Governo sob as bandagens manchadas de sangue enroladas em sua cabeça. Tyler parecia cem vezes pior do que eu. Mas ele estava olhando ansiosamente para mim.

- Bella me desculpe!

- Me desculpe? Ela poderia estar morta agora e tudo que esse idiota fala é "me desculpe"? - disse indignado. Emmett concordava comigo ele estava se apegando a Bella.

- Eu estou bem, Tyler... Você parece péssimo, está tudo bem com você? - Enquanto falávamos, enfermeiras começaram a desfazer sua atadura encharcada, expondo uma miríade de cortes superficiais em toda a testa e na bochecha de Tyler.

Ele me ignorou. Continuando seu tagarelar infinito.

- Achei que ia matar você! Eu estava indo rápido demais e derrapei no gelo... - Ele gemeu quando uma das enfermeiras começou a limpar seu rosto. Que homem frouxo, ele nem precisaria de pontos.

- Não se preocupe com isso, você não me acertou. - falei torcendo para que ele ficasse calado.

- Como foi que saiu do caminho tão rápido? Você estava lá e de repente tinha sumido... - yeah... doce ilusão, ele não iria calar a boca. Se eu pedisse para a enfermeira colocar um esparadrapo na boca dele será que elas se incomodariam muito? Talvez elas até ficassem feliz em me atender. Eu já vi crianças fazerem menos escândalos do que ele.

- Droga, isso só vai deixá-la mais teimosa, - eu disse.

- Hmmm... Edward me puxou de lá. - Eu disse a verdade. Edward me tirou do caminho tão rapidamente que nem Tyler conseguiu ver.

Ele parecia confuso.

- Quem?

- Edward Cullen... Ele estava do meu lado a tempo de me tirar do caminho. - Eu sempre menti muito mal, então optei por editar a verdade.

- Cullen? Não o vi... caramba acho que foi tudo tão rápido. Ele está bem?

- Acho que sim. Está em algum lugar por aqui, mas ninguém o obrigou a usar uma maca

- Na realidade ele me obrigou a usar uma maca, me fazendo lembrar coisas que eu não queria. Eu geralmente consigo reprimir esse dia da minha memória, mas estar envolvida em um acidente de carro, envolvendo maca, protetor de pescoço, ambulância e hospital é demais para qualquer mente.

Eles me levaram de novo na maca, para uma radiografia da cabeça.

Eu lhes disse que não havia nada de errado e tinha razão. Nem uma concussão. Perguntei se podia sair, eu precisava sair daquele lugar, mas a enfermeira disse que primeiro teria que falar com o médico. Então fiquei presa na emergência, esperando, atazanada pelas desculpas constantes de Tyler e suas promessas de que iria me compensar. Quase disse que se ele ficasse calado já estaria me compensando. Olhei ao meu redor, nada, as enfermeiras levaram todos os esparadrapos, não achei nada grande o suficiente que desse para jogar na cabeça do Sr. Eu-não-consigo-calar-minha-maldita-boca ao meu lado. Não importava quantas vezes eu tentasse convencê-lo de que estava bem, ele continuava a se atormentar. Por fim, fechei os olhos e o ignorei. Ele continuou num murmúrio cheio de remorsos.

- Ela está dormindo? - perguntou uma voz musical. Meus olhos se abriram. Ao ouvir a voz do causador de meus tormentos. Estava rodeada de pessoas que não sabiam calar a boca. Pensei em dar para os dois um guia com dicas de "Momentos que devo ficar com minha imensamente grande boca fechada".

- Uau Edward, acho que alguém não gosta de você! - Alice disse com um largo sorriso no rosto. Ignorei seu comentário, não gostava da ideia de causar raiva em Bella.

Edward estava parado ao pé do meu leito, com um sorriso malicioso.

- Aí, Edward, me desculpe... - começou Tyler. Se ele fosse comentar seu rosário de desculpes eu calaria a boca dele nem que fosse com um lençol.

Edward ergueu a mão para detê-lo.

- Sem sangue, sem crime - disse ele, lampejando os dentes brilhantes. Ele foi se sentar na beira do leito de Tyler, virado para mim.

- Espere, eu pensei que ela havia dito que o Tyler estava sangrando - Emmett disse parecendo chocado.

- Ele estava, eu disse igualmente chocado.

- Você não se importou de Tyler está ensanguentado? - Jasper estava tão incrédulo quanto Emmett.

- Acho que estar ao redor da garota Swan lhe fez ter um grande autocontrole - disse Carlisle orgulhoso. "Embora, eu acredito que isso prova que ela é sua la tua cantante, seu cheiro deve ser mais forte do que até mesmo uma ferida aberta.

Se o fato de estar ao redor de Bella me fez ter tanto autocontrole não queria nem pensar no efeito que seu cheiro teria para mim, para ignorar o sangue ao meu lado.

Ele se moveu para se sentar na beirada da cama de Tyler, de frente para mim. Ele sorriu novamente.

- E então, qual é o veredicto? - perguntou-me.

- Não há nada de errado comigo, mas não me deixam ir embora - reclamei. - Por que é que você não foi amarrado a uma maca como nós? Por sua culpa estou nessa maca caso você ainda não tenha notado. - disse com um pouco de raiva.

- Tem a ver com quem você conhece - respondeu ele, ignorando meu comentário. - Mas não se preocupe, eu vim libertá-la.

Depois um médico apareceu e minha boca se abriu.

- Acho que fiz minha entrada, - Carlisle riu da reação da Bella a ele.

Ele era jovem, era louro... e era mais lindo do que qualquer astro de cinema que eu já vira. Santa mãezinha do bebê Jesus! Aquele sem dúvidas era o homem mais lindo que eu já tinha visto. Pela primeira vez eu quase não me arrependia de ter pisado em um hospital, se fosse para admirar aquele ser incrível, não ia me surpreender que pessoas se machucassem propositalmente apenas para serem atendidas por ele. Quem era aquele homem afinal?

- Ela só pode ter batido muito forte a cabeça. - Emmett falou indignado. - Como ela pode achar Carlisle mais bonito que eu?

- Obrigado Emmett - Carlisle levantou a sobrancelha para ele. Eu podia ver que ele estava um pouco constrangido com a descrição de Bella ao seu respeito. Esme sorria com o constrangimento dele e eu, bom eu estava com muita raiva. Jasper tentava esconder um sorriso e eu não sabia o porquê, sua mente estava pensando em coisas aleatórias. Bella tinha me achado o mais bonito, ela não me achava mais? Não gostei de pensar nessa hipótese.

- Então, Srta. Swan - disse o doutor numa voz extraordinariamente agradável -, como está se sentindo? - No céu? - Eu sou o Dr. Cullen. - Droga

- Estou bem-disse. Tinha que ser casado? Ó vida difícil, essa minha. Eu precisava conhecer a Sra. Cullen e perguntar onde ela o encontrou. Será que ele tinha um irmão? Oh, meu santo Antônio, por favor, que você não tenha jogado a fôrma que foi feito o Dr. Cullen fora!

Todos deram risadinhas com isso. Todos, menos eu. Minha raiva aumentava em cada palavra que Carlisle lia.

- Então Esme, vai dar dicas para Bellinha onde encontrar um Carlisle? - Emmett indagou sorrindo.

- Ele tem fôrma única, mas posso apresentar uma pessoa tão boa e bonito quanto ele. - Esme me olhou sugestivamente. Fiquei constrangido com isso, se eu pudesse corar sem dúvidas estaria vermelho agora.

Ele foi até o quadro de luz na parede acima de minha cabeça e o ligou.

- Sua radiografia parece boa - disse ele. - Está com dor de cabeça? Edward disse que bateu com muita força. - Acho que vou precisar imprimir o manual para seu filho linguarudo o mais rapidamente possível.

- Eu estou bem-disse entre dentes, lançando um breve olhar zangado para Edward.

Os dedos frios do médico sondaram de leve meu crânio. Ele percebeu quando estremeci.

- Dolorido? - perguntou ele.

- Na verdade não. - Já senti coisas piores.

- Por que não estou surpreso? - Eu disse, rindo junto com Emmett.

Ouvi uma risadinha, olhei e vi o sorriso complacente de Edward. Meus olhos se estreitaram. Agora que olhei para ele lembrei o que aconteceu. Olhei novamente para o Dr. Cullen. Cullen pai - Cullen filho. Eles eram diferentes e ao mesmo tempo parecidos. Examinei melhor um depois o outro. Pele extremamente branca - Checado. Olhos da estranha coloração dourado - Checado. Mãos extremamente frias - checado. Hum...

- Observadora demais. - Murmuramos todos juntos.

- Bem, seu pai está na sala de espera... pode ir para casa com ele agora. Mas volte se sentir vertigem ou tiver qualquer problema de visão. - Quase rir para ele. Eu só voltaria para o hospital amarrada. Sinto muito Dr. Cullen, mas se eu tiver qualquer problema na visão eu ponho um óculo, se sentir vertigem espero deitada ela passar, mas voltar para o hospital não está em cogitação.

- Posso voltar para a escola? - perguntei, imaginando que Charlie tentaria ser atencioso.

- Talvez devesse descansar hoje. - Ele tinha acabado de falar que eu estava bem. Não ia deixar o Charlie ficando preocupado à toa. Não ia desistir fácil. Olhei para Edward.

- Ele vai para a escola? - perguntei casualmente. Sabe seu filho acabou de aparar uma van e pode ir para escola, acho que eu também posso certo?

- Alguém tem que espalhar a boa notícia de que sobrevivemos - disse Edward, presunçoso.

- Na verdade - corrigiu o Dr. Cullen -, a maior parte da escola parece estar na sala de espera. - Claro alguém tinha que espalhar a fofoca. Aposto que Jéssica estava presente.

- Ah, não - eu gemi, cobrindo o rosto com as mãos. Eu não ia suportar mais alguém tagarelar ao meu lado, minha cota de paciência foi esgotada por Tyler. Se eu tivesse que falar "estou bem" mais do que o necessário eu iria simplesmente escrever essa frase no papel para não responder, apenas mostrar a frase. Pensando bem essa é uma excelente ideia. Onde será que está meu caderno?

O Dr. Cullen ergueu as sobrancelhas.

- Quer ficar aqui? - o quê? Nem pensar. Agora entendia como as enfermeiras ficavam distraídas, como Charlie me disse. Também entre olhar para um bando de feridos e doentes e olhar para o Dr. Cullen, não é difícil imaginar qual a escolha.

- Não, não! - insisti, atirando as pernas pelo lado do leito e pulando para baixo rapidamente. Rápido demais. Eu cambaleei e o Dr. Cullen me segurou. Ele pareceu preocupado - Estou bem - garanti de novo, assegurei a ele novamente. Não há necessidade de dizer a ele que meus problemas de equilíbrio não têm nada a ver com bater a cabeça.

- Tome um Tylenol para a dor - sugeriu ele enquanto me equilibrava.

- Não está doendo tanto assim - insisti.

- Parece que vocês tiveram muita sorte - disse o Dr. Cullen, sorrindo ao assinar meu prontuário com um floreio.

- Boa e má sorte ao mesmo tempo novamente, Carlisle disse. Desenvolvimento interessante.

- A sorte foi Edward por acaso estar parado do meu lado - corrigi com um olhar duro para o objeto de minha declaração. Notei que os dois trocaram brevemente um olhar. Interessante.

- Será que nada passa despercebido por ela? - Jasper falou. Bella Swan não parava de me surpreender. Eu não duvido que eu estivesse lendo a mente de Carlisle, tendo uma conversa silenciosa com ele.

- Ah, bem, sim - concordou o Dr. Cullen, repentinamente ocupado com a papelada diante dele. Depois desviou os olhos para Tyler e foi até o leito seguinte. Minha intuição vacilou, o médico deve ter percebido. Ainda captei um pequeno sorriso antes dele se virar completamente. Isso fica mais interessante a cada minuto. Acho que eu não sou a única que não sei mentir muito bem. É caro Dr. Cullen precisamos de um manual de "Como Mentir e Disfarçar melhor" quem aprender primeiro ensina para outro.

- Caramba Carlisle eu vou escrever esse manual para vocês - Emmett falou incrédulo. Carlisle tem séculos de prática e mesmo assim ela percebeu. - Vocês vão ter que aprender com o melhor aqui. - Abriu um largo sorriso.

Carlisle ainda estava abismado. Ele nunca imaginou que iriam desconfiar dessa maneira dele em poucos minutos de contato. - Acho que preciso concordar com o Emmett, - depois sorriu - você está em maus lençóis meu filho. - disse olhando para mim. Quase gemi com isso. Definitivamente não seria fácil enganar a Bella.

- Mas acho que você terá que ficar conosco por mais um tempinho - disse ele a Tyler e começou a examinar os cortes.

Assim que o médico se virou, fui para o lado de Edward.

- Posso conversar com você um minuto? - sibilei baixinho. Ele recuou um passo, o queixo de repente trincado e seu olhar escureceu um pouco. Lembrei-me do primeiro dia de aula e achei prudente ir um pouco mais devagar.

- Ela estava muito perto, eu disse, fechando os olhos imaginando como eu iria lidar com isso.

- Seu pai está esperando você - disse ele entredentes.

- Acho que você vai começar a atuar, não é? - Jasper disse. Balancei a cabeça concordando. Se quisesse que Bella acreditasse em mim precisava ser duro.

Eu olhei para o Dr. Cullen e para Tyler. Tyler não estava prestando atenção em nós, mas notei o Dr. Cullen ficar um pouco tenso. Isso estava ficando estranho. Eu falei baixo demais, não tinha como o Dr. Cullen escutar a essa distância.

- Gostaria de falar com você a sós, se não se importa - pressionei.

Ele olhou, depois deu as costas e andou pela sala comprida. Quase tive que correr para acompanhá-lo. Quase falei para o papa-léguas não andar tão rápido. Se eu falasse "bip, bip" ele entenderia a dica?

Sorri um pouco com isso. Só a Bella para me comparar com um desenho animado.

- Como você acha que vai conseguir a convencer de qualquer coisa Edward? Ela viu tudo - disse Jasper preocupado.

- Eu vou ter que atuar, eu não sei, acho que eu tentaria a ridicularizar. Tudo o que ela viu é absurdo demais. Ao contrário dela eu sou um bom mentiroso. - disse suspirando. Eu não queria mentir para Bella, mas seria necessário para nossa segurança.

Assim que viramos para um corredor pequeno, ele girou o corpo e me encarou.

- O que você quer? - perguntou, parecendo irritado. Seus olhos eram frios.

- Edward, Esme repreendeu. Pare de ser tão rude.

- Acho que estou tentando mantê-la longe de mim. eu disse. É mais seguro para ela se ela não quiser ficar perto de mim.

A animosidade dele me intimidou. Minhas palavras saíram com menos severidade do que eu pretendia.

- Você vai assustá-la Edward - Esme falou apreensiva. - Ela é só uma menina. Você sabe o efeito que nossa espécie tem nos humanos. - disse com pesar - abaixei a cabeça envergonhado. Se eu me conhecia bem o bastante, isso era só o começo.

- Você me deve uma explicação - lembrei a ele.

- Eu salvei a sua vida... não lhe devo nada.

Eu vacilei com o ressentimento na voz dele. Há pouco tempo ele estava sorrindo e agora sua agressividade era palpável.

- Você prometeu. - Lembrei novamente. Fiquei torcendo internamente para ele não quebrar sua promessa, eu tinha confiado nele como ele me pediu.

- Bella, você bateu a cabeça, não sabe do que está falando. - O tom de voz era cortante.

Então perdi a calma e olhei para ele desafiadoramente, não acreditando no que estava acontecendo.

- Não há nada de errado com a minha cabeça. - como ele pode me acusar disso? Estava começando a ficar com raiva.

Ele sustentou o olhar.

- O que quer de mim, Bella?

- Quero saber a verdade - eu disse. - Quero saber por que estou mentindo por você.

- Uma pergunta tão simples, que eu nunca serei capaz de responder. - Edward disse balançando a cabeça.

O que você acha que aconteceu? - rebateu ele.

A resposta saiu num jato.

- Só o que sei é que você não estava em nenhum lugar perto de mim... O Tyler também não o viu, então não venha me dizer que bati a cabeça com força. Aquela van ia atropelar nós dois... E não aconteceu, e suas mãos pareceram amassar a lateral dela... E você deixou um amassado no outro carro e não está nada machucado... E a van devia ter esmagado minhas pernas, mas você a levantou... - Pude perceber como aquilo soava como maluquice e não consegui continuar. Estava tão irritada que podia sentir as lágrimas saindo; tentei obrigá-las a voltar, trincando os dentes. Todas as emoções do dia se acumularam. Eu estava ficando cansada dessa discussão que parecia não ir para lugar algum.

Ele me encarava incrédulo. Mas seu rosto estava tenso, na defensiva.

- Acha que eu levantei a van? - O tom de voz questionava minha sanidade, mas só o que conseguiu foi me deixar mais desconfiada. Era como uma fala dita com perfeição por um ator habilidoso. Isso me magoou. Edward mentia bem, eu depositei minha confiança nele e em troca ganhei sua zombaria e questionamento sobre minha capacidade mental.

Senti um nó no meu estômago. Eu a tinha magoado. Eu queria que meu "eu" do livro pedisse desculpas e contasse uma parte da verdade.

- Seu teatro não funciona com ela Edward. - Jasper disse, impressionado como todos que ela conseguiu me ver com tanta clareza. - Acho que suas habilidades como mentiroso foram por água abaixo. - Ela descobriu que eu sou um bom mentiroso rápido demais.

Eu apenas concordei uma vez, as mandíbulas contraídas.

- Sabe que ninguém vai acreditar nisso. - Agora a voz dele tinha um tom de desdém. O que ele pensava em mim? Diferente dele eu cumpria minhas palavras. Eu tinha dito que não falaria nada e assim faria.

- Não vou contar a ninguém. - Eu disse cada palavra devagar, controlando cuidadosamente minha raiva.

A surpresa passou rapidamente pelo rosto dele.

- Então por que isso importa?

- Importa para mim - insisti. - Não gosto de mentir... - e nem de mentirosos, quase completei - Então é melhor haver uma boa razão para que eu faça isso. - disse a verdade.

- Não pode simplesmente me agradecer e acabar com isso? - por um lado ele tinha razão. Ainda não tinha agradecido a ele.

- Você sabe que provavelmente poderia ter dito algo como 'para manter minha família e eu seguros' e ela teria deixado passar mais facilmente, Alice apontou

- Você tem razão, mas como eu disse, eu não acho que peguei esse lado dela ainda," Edward disse. Eu não gostaria de confirmar isso tão abertamente.

- Obrigada. - Eu disse simplesmente.

- Você não vai deixar passar em branco, não é?

- Não.

- Neste caso... espero que goste de se decepcionar.

- Eu não gosto disso, Jasper disse. Algo me diz que ela não ficará desapontada por muito tempo.

- Você acha que ela vai descobrir, eu disse preocupado.

- Vamos lá Edward, ela é inteligente, observadora, viu você fazer coisas incríveis, intrigada com tudo sobre você e é muito teimosa para deixar qualquer coisa passar. Jasper disse. Ela vai te descobrir em algum momento,

- Você é um idiota, - Rosalie expressou depois de alguns segundos de silêncio enquanto todos processavam a informação

Trocamos um olhar zangado em silêncio. Fui a primeira a falar, tentando me manter concentrada.

- Por que se deu ao trabalho, então? - perguntei friamente.

Ele estancou e por um breve momento seu rosto pasmo ficou inesperadamente vulnerável.

- Não sei - sussurrou ele.

- Típico homem sem noção, Alice murmurou sorrindo.

- Sim Ed, é porque você a ama, Emmett acrescentou.

- Oh, eu espero que você esteja certo, Esme disse esperançosa.

E depois ele me deu as costas e se afastou. Achei melhor seguir lentamente para a saída no final do corredor. Edward Cullen era um mistério.

A sala de espera foi mais desagradável do que eu temia. Parecia que cada rosto que eu conhecia em Forks estava lá, me encarando. Charlie correu para mim; eu levantei as mãos o parando, já imaginava sua pergunta.

- Não há nada de errado comigo - garanti a ele, carrancuda. Ainda estava exasperada, não estava com humor para conversinhas.

- O que o médico disse?

- O Dr. Cullen me examinou e disse que eu estava bem e que podia ir para casa. - Eu suspirei. Mike, Jessica e Eric estavam todos ali, começando a convergir para nós. - Vamos - instei com meu pai. Antes que eles me alcançassem.

Charlie pôs um braço pelas minhas costas e me levou até as portas de vidro da saída. Acenei timidamente para eles, esperando dar a entender que eu estava bem, já que não tinha feito a placa de "estou bem".

Seguimos no carro em silêncio. Eu estava tão imersa em meus pensamentos que mal dava pela presença de Charlie. Tinha certeza de que o comportamento defensivo de Edward no corredor fora uma confirmação das coisas estranhas que eu ainda não conseguia acreditar ter testemunhado.

Quando chegamos em casa, Charlie finalmente falou.

- Hmmm... vai precisar ligar para a Renée. - Ele inclinou a cabeça, sentindo-se culpado. Oh, não! Como Charlie fez aquilo comigo, ele conhecia a mamãe. A ideia de ter qualquer outro acidente me envolvendo faria Renné pirar.

- Você contou à mamãe!

- Claro que ele disse a mãe dela, ela tem o direito de saber, disse Esme.

- Desculpe. - Ele sabia o que me aguardava. Por isso sua cara culpada.

- Sério pai, acho que a mamãe vai me matar por telefone. - disse perturbada com o que Renné falaria. - Você se lembra como ela é!

- Eu sei, me desculpe por isso. Eu estava preocupado e achei melhor ligar para ela. - Murmurou tristemente.

- Dá próxima vez vou deixar você se entender com ela. - Ameacei com um sorriso. Não queria deixá-lo chateado. Charlie estremeceu brevemente pensando na hipótese.

- Entendo seu ponto, vou tentar me controlar. - disse sorrindo brevemente.

Minha mãe estava histérica, é claro. Eu tive que dizer a ela que me sentia bem pelo menos trinta vezes antes que ela se acalmasse, ela me implorou para voltar para casa - esquecendo o fato de que a casa estava vazia no momento - mas seus apelos eram mais fáceis de resistir do que eu teria pensado. Eu estava consumida pelo mistério que Edward apresentava. E mais do que um pouco obcecada pelo próprio Edward. Estúpido, estúpido, estúpido. Eu não estava tão ansioso para escapar de Forks como deveria estar, como qualquer pessoa normal e sã estaria.

- Ela realmente está mal, Edward, é melhor você tomar cuidado, Emmett riu - ele não ia deixar nada nessas histórias destruir seu bom humor.

Decidi que podia muito bem ir para a cama mais cedo naquela noite, estava no limite. Charlie continuou a me observar ansiosamente e aquilo estava me dando nos nervos. Todos me tratavam como se eu fosse de porcelana. Parei no caminho para pegar três Tylenol no banheiro. Eles ajudaram e, quando a dor diminuiu, adormeci.

Essa foi a primeira noite em que sonhei com Edward Cullen.

- Oow, eu me pergunto o que ela sonha - Alice brincou.

- Esse é o fim do capítulo - Carlisle disse enquanto abaixava o livro.

- Acho que gostaria de ler a seguir, disse Esme.

Continua..


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