Mudando o Futuro

By Ladycullennn6

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Sinopse: O que os Cullen diriam se lessem os livros da Saga Twilight? Podia ser mais um dia normal na casa do... More

Notas da História
PRÓLOGO
PREFÁCIO
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
RECADO DA AUTORA
CAPITULO 6
CAPITULO 7

CAPÍTULO 3

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By Ladycullennn6


Foi ali, sentada no refeitório, tentando conversar com sete estranhos curiosos, que eu os vi pela primeira vez.

- Nós? - perguntamos Rose, Emmett, Jasper e eu.

Estavam sentados no canto do refeitório, à maior distância possível de onde eu me encontrava no salão comprido. Eram cinco.

Não estavam conversando e não comiam, embora cada um deles tivesse uma bandeja cheia e intocada diante de si. Não me encaravam, ao contrário da maioria dos outros alunos, por isso era seguro observá-los sem temer encontrar um par de olhos excessivamente interessados. Mas não foi nada disso que atraiu e prendeu minha atenção.

- Oh não, essa garota vai notar nossas diferenças imediatamente. Carlisle disse.

- Todo mundo nota, não é grande coisa - Emmett deu de ombros, mas Carlisle parecia um pouco nervoso sobre como ela iria reagir a sua família.

Eles não eram nada parecidos. Dos três meninos, um era grandalhão - musculoso como um halterofilista inveterado, com cabelo escuro e crespo.

- Eu, o mais incrível, o mais belo, o mais tudo - Emmett levantou do seu lugar e fez uma reverência.

Outro era mais alto, mais magro, mas ainda assim musculoso, e tinha cabelo louro cor de mel.

- Meu Jazz - Alice disse, dando uma piscadela para ele.

O último era esguio, menos forte, com um cabelo desalinhado cor de bronze. Era mais juvenil do que os outros, que pareciam poder estar na faculdade ou até ser professores daqui, em vez de alunos.

- Menos volumoso, - Emmett disse rindo. - Sim, realmente covarde Eddy.

Eu estreitei os olhos para Emmett, mas não comentei nada.

Ele era mais infantil do que os outros, que pareciam estar na faculdade, ou mesmo professores daqui, em vez de alunos.

- Bem, nós somos alguns anos mais velhos que você, Jasper observou. - Mas eu realmente não chamaria você de menino.

- Mais infantil do que os outros, - Edward quase rosnou.

As meninas eram o contrário. A alta era escultural. Linda, do tipo que se via na capa da edição de trajes de banho da Sports lllustrated, do tipo que fazia toda garota perto dela sentir um golpe na autoestima só por estar no mesmo ambiente. O cabelo era dourado, caindo delicadamente em ondas até o meio das costas.

- Muito obrigada - Rose disse sorrindo presunçosamente. Quando se trata da beleza dela, sempre irá aceitar elogios. A menina acabou de marcar pontos com ela sem saber.

A menina baixinha parecia uma fada, extremamente magra, com feições miúdas. O cabelo era de um preto intenso, curto, picotado e desfiado para todas as direções.

- Sou eu. - Alice se levantou rapidamente.

E, no entanto, todos eram de alguma forma parecidos. Cada um deles era pálido como giz, os alunos mais brancos que viviam nesta cidade sem sol. Mais brancos do que eu, a meia-albina.

- Ah, esse comentário foi o mais engraçado até agora, Emmett riu, sem notar as expressões preocupadas de Carlisle e Edward.

- Como ela conseguiu reparar em tudo isso tão rápido? - Carlisle ergueu as sobrancelhas surpreso. - Os humanos geralmente não prestam atenção nesses detalhes. - disse começando a nos deixar preocupados.

Todos eles tinham olhos muito escuros, apesar da variedade de tons de cabelo.

Também tinham olheiras arroxeadas, em tons de hematoma. Como se tivessem passado uma noite sem dormir, ou estivessem se recuperando de um nariz quebrado.

- Parece que estamos com sede. Emmett comentou.

- Eu me pergunto quanto tempo levou, Jasper murmurou. Ele estava querendo ver até onde poderia ir, mas estava nervoso sobre realmente tentar o experimento.

- Talvez um pouco mais, - Emmett sorriu.

Carlisle, Edward e agora Jasper estavam apreensivos com o quanto ela notou.

Fiquei olhando porque seus rostos, tão diferentes, tão parecidos, eram completamente arrasadores e inumanamente lindos.

A palavra utilizada por ela fez com que todos prendessem o fôlego. Inumanamente. Se ela soubesse como estava certa, é melhor ela nunca saber.

Mas tudo isso não era o porque de eu não conseguir desviar o olhar.

- É por causa da nossa beleza sobrenatural, - Edward zombou, ele teve que lidar com isso mais do que os outros, porque ele ouvia o que todos pensavam quando viam sua família pela primeira vez - sem mencionar o fato de que ele era solteiro.

Eram rostos que não se esperava ver a não ser talvez nas páginas reluzentes de uma revista de moda. Ou pintados por um antigo mestre como a face de um anjo. Era difícil decidir quem era o mais bonito - talvez a loira perfeita, ou o garoto de cabelo cor de bronze.

- O quê? - Emmett indagou incrédulo. - Eu disse que ela era meio louca, a metade sã dela acertou na Rose e a metade louca é a única explicação de achar o Ed mais bonito que eu - Rosalie sorriu sempre quando o assunto era beleza ela ficava assim, ainda mais com os outros a achando a mais bela de todas, tentei não sorrir paro o Emmett, confesso que meu ego ficou um pouco mais alto por Bella me achar bonito. Não resisti e dei um sorriso vitorioso para o Emmett, talvez eu tivesse um vadio interior em mim também. Jasper ergueu uma sobrancelha para mim, surpreso pelos meus sentimentos.

Todos pareciam distantes - distantes de cada um ali, distantes dos outros alunos, distantes de qualquer coisa em particular, pelo que eu podia notar.

Enquanto eu observava, a garota baixinha se levantou com a bandeja - o refrigerante fechado, a maçã sem uma dentada - e se afastou com passos longos, rápidos e graciosos apropriados para uma passarela.

- Ela notou que você não comeu, Jasper apontou - Que nós não comemos.

Alice o ignorou e sorriu para a sua descrição no livro.

Fiquei olhando, surpresa com seus passos de dança, até que ela largou a bandeja no lixo e seguiu para a porta dos fundos, mais rápido do que eu teria pensado ser possível.

O sorriso morreu ali. - Me desculpem, acho que me descuidei um pouco - Alice disse cabisbaixa.

- Não foi culpa sua Alice, essa humana é realmente observadora demais - Carlisle disse. - Só não entendi para onde você foi sozinha.

Meus olhos dispararam de volta para os outros, que permaneceram imutáveis.

- Quem são eles? - perguntei à garota da minha turma de espanhol, cujo nome eu havia esquecido.

- Hm..., ela esqueceu o nome da amiga, talvez ela não seja muito observadora, - Carlisle disse esperançoso, mas seus dois filhos não pareciam aliviados.

Enquanto ela olhava para ver do que eu estava falando - embora já soubesse, provavelmente, pelo meu tom de voz -, de repente ele olhou para ela, o mais magro, o rapaz juvenil, o mais novo, talvez.

Ele olhou para minha vizinha só por uma fração de segundo, e depois seus olhos escuros fulguraram para mim.

Ele desviou os olhos rapidamente, mais rápido do que eu, embora, em um jorro de constrangimento, eu tenha baixado o olhar de imediato.

Emmett me lançou um olhar cheio de segundas intenções. - Constrangendo a humana Ed?

Jessica Stanley provavelmente pensou no meu nome, - disse dando de ombros, ou talvez eu tenha percebido que a garota estava pensando nos Cullen.

Naquele breve olhar, seu rosto não transmitiu nenhum interesse - era como se ela tivesse chamado o nome dele, e ele a olhasse numa reação involuntária, já tendo decidido não responder.

- É surpreendente a quão observadora ela é, - Edward disse e todos sabiam que era de fato o que tinha acontecido.

Minha vizinha riu sem graça, olhando a mesa como eu.

- São Edward e Emmett Cullen, e Rosalie e Jasper Hale. A que saiu é Alice Cullen. Todos moram com o Dr. Cullen e a esposa. - Ela disse isso à meia-voz.

Todos reviraram os olhos já imaginando o que vinha pela frente.

Olhei de lado para o rapaz bonito, que agora fitava a própria bandeja, desfazendo um pãozinho em pedaços com os dedos pálidos e longos. Sua boca se movia muito rapidamente, os lábios perfeitos mal se abrindo. Os outros três ainda pareciam distantes e, no entanto, eu sentia que ele estava falando em voz baixa com eles.

Nomes estranhos e incomuns, pensei. O tipo de nome que têm os avós.

- Ela está certa de novo. - disse ficando a cada hora mais surpreso.

Mas talvez seja moda por aqui - nomes de cidades pequenas? Finalmente me lembrei de que minha vizinha se chamava Jessica, um nome perfeitamente comum. Havia duas garotas chamadas Jessica na minha aula de História em casa.

- Eles são... muito bonitos. - Lutei com a patente atenuação da verdade.

- Sim - concordou Jessica com outra risada. - Mas todos estão juntos... Emmett e Rosalie, e Jasper e Alice, quero dizer, eles moram juntos é estranho. Sua voz trazia toda a condenação e o choque da cidade pequena, pensei criticamente.

- Ela tem a mente aberta, Carlisle sorriu.

Mas, para ser sincera, tenho que admitir que até em Phoenix isso provocaria fofocas.

- Concordamos que essa história chamaria a atenção, mas foi a mais viável - Carlisle comentou casualmente. Queríamos morar todos juntos e foi a melhor solução encontrada.

- Quem são os Cullen? - perguntei. - Eles não parecem parentes...

- Ah, e não são. O Dr. Cullen é bem novo, tem uns vinte e tantos ou trinta e poucos anos. Todos foram adotados. Os Hale são mesmo irmãos, gêmeos... os louros... e são filhos adotivos.

- Parecem meio velhos para filhos adotivos.

- Agora são, Jasper e Rosalie têm 18 anos, mas estão com a Sra. Cullen desde que tinham 8 anos. Ela é tia deles ou coisa assim.

- Isso é bem legal... Eles cuidarem de todas essas crianças, quando eram tão pequenos e tudo isso.

- Acho que sim - admitiu Jessica com relutância, e tive a impressão de que por algum motivo ela não gostava do médico e da esposa. Com os olhares que ela atirava aos filhos adotivos, eu imaginava que o motivo era inveja. - Mas acho que a Sra. Cullen não pode ter filhos - acrescentou ela, como se isso diminuísse sua bondade.

- Isso foi rude. - Comentei com raiva. O comentário feriu a esme mais do que deixou transparecer para os outros, até mesmo Rosalie não falou nada. Carlisle viu o estado de esme e segurou a mão dela, queria ter palavras para tirar a dor dos olhos de sua companheira, mas não conseguia forma frase nenhuma. Eu também queria falar algo, mas nada me vinha a mente, Jéssica estava certa, Esme não podia ter filhos. O clima ficou triste e Jasper sentiu na hora a mudança, ele até pensou em mandar uma onda de calma, porém preferiu não se intrometer no assunto.

O comentário da garota me atingiu em cheio, uma onda súbita de raiva pelo comentário grosseiro me fez não conseguir segurar meu temperamento.

Ficamos surpresos pela sua mudança de atitude e acabamos prestando bastante atenção no que viria a seguir.

- Está enganada Jéssica. - disse tentando controlar toda a raiva que senti. Ela levantou as sobrancelhas como se me perguntasse como eu tinha certeza disso, se a própria Srta. Rainha da Fofoca não tinha certeza - Ela pode sim ter filhos, tanto pode como teve 5! Por mais que não tenham sido gerados dela, não significa que ela não teve. Ser mãe não é poder gerar filhos Jéssica, é poder criar, apoiar, dar carinho, amor e se uma mulher tão jovem adotou 5 crianças significa que ela é mais do que capaz de ter filhos, só demostra a bondade e generosidade que ela tem. Mas não apenas isso significa que ela tem um coração de mãe. - Finalizei um pouco alto e notei que algumas cabeças giraram na minha direção. Inclusive a mesa dos Cullens. - Parabéns gênio ótima maneira de passar despercebida!

Esme ficou emocionada com as palavras de Bella. Confesso que eu também, ela me surpreendeu de maneira agradável. Bella com essas palavras tirou toda a tristeza de esme, nos pensamentos dela ela queria conhecer Bella para abraçá-la e lhe agradecer por lhe defender.

- Uma grande menina! Defender um desconhecido é muito raro - Carlisle tinha um sorriso no rosto, por ver esme feliz.

Desvie meus olhos constrangida, meus olhos voltaram para a mesa onde se acomodava a estranha família. Eles desviaram o olhar e continuaram a olhar para as paredes e não comiam. Menos o menino de cabelo cobre ele parecia lutar entre um sorriso e uma carranca. Estranhei.

- Eles sempre moraram em Forks? - perguntei para reiniciar a conversa, certamente eu os teria notado em um dos meus verões aqui.

-Tenho certeza de que ela teria, Carlisle murmurou.

- Não - disse ela rudemente. - Só se mudaram há dois anos, vindos de algum lugar do Alasca. - Bom trabalho, conseguir arrumar briga com a maior fofoqueira da escola, você merece um prêmio! Gemi internamente. Odiava quando minha voz interna estava certa.

- Arrumar Jéssica como inimiga realmente é um problema - disse Jasper. - Ela pode inventar alguma coisa degradante - continuou um pouco preocupado. Ele também já estava simpatizando com a garota. Fiquei um pouco aflito, não queria que ela se metesse em problemas por nossa causa.

Desviei desse rumo de pensamento e voltei ao que Jéssica tinha me contado. Senti uma onda de pena, e alívio. Pena porque, apesar de lindos, eles eram de fora, e claramente não eram aceitos. Alívio por eu não ser a única recém-chegada por aqui.

Enquanto eu os examinava, o mais novo, um dos Cullen, virou-se e encontrou meu olhar, desta vez com uma expressão de evidente curiosidade.

- Alguém se interessou pela humana - Emmett disse cantarolando

- Provavelmente devo estar ouvindo os pensamentos dela Emmett.

Quando desviei os olhos rapidamente, me pareceu que o olhar dele trazia uma espécie de expectativa frustrada.

Franzi o cenho não entendendo.

- Por que você estaria frustrado? Os pensamentos dela não tem nada demais - Rosalie perguntou.

- Sei tanto quanto você Rose, continue por favor, Alie - Pedi para desviar a atenção de mim.

- Quem é o garoto de cabelo ruivo? - perguntei. Eu o espiei pelo canto do olho e ele ainda estava me encarando, mas não aparvalhado como os outros alunos. Tinha uma expressão meio frustrada. Olhei para baixo novamente.

- Sério, o que é isso? Eu disse - provavelmente parecendo muito com o que foi descrito no livro - Mesmo que ela esteja errada sobre minha expressão - por que estou olhando para ela?

- Talvez você não goste das observações dela, - Jasper sugeriu.

- Ou você simplesmente não está acostumado com alguém tão atencioso com os outros, Alice se intrometeu. Ela é uma humana comum.

-Talvez tenha razão, Edward suspirou.

- É o Edward. Ele é lindo, é claro, mas não perca seu tempo. Ele não namora. Ao que parece, nenhuma das meninas daqui é bonita o bastante para ele. - Ela fungou, um caso claro de dor-de-cotovelo. Eu me perguntei quando é que ele a tinha rejeitado. Obviamente, não comentei nada. Ela já não gostava de mim o suficiente.

- Isso depende de qual das inumeras vezes você está perguntando, - Edward sorriu.

Mordi o lábio para esconder meu sorriso. Depois olhei para ele de novo. Seu rosto estava virado para o outro lado, mas achei que sua bochecha parecia erguida, como se ele também estivesse sorrindo.

Depois de mais alguns minutos, os quatro saíram da mesa juntos. Todos eram muito elegantes - até o grandalhão de cabelo castanho.

- Emmett sorriu isso. - Ela ainda irá notar que eu sou o mais bonito. - Apenas revirei os olhos.

Fiquei sentada à mesa com Jessica e os amigos dela por mais tempo do que teria ficado se eu estivesse sozinha. Estava ansiosa para não me atrasar para as aulas no meu primeiro dia.

Uma das minhas novas conhecidas, que me lembrava repetidamente que seu nome era Ângela.

- Ângela Weber é realmente uma garota muito legal, - Edward comentou, aprovando a nova amiga da garota. Uma mente atenciosa.

tinha biologia II comigo no próximo tempo. Seguimos juntas em silêncio para a sala. Ela também era tímida.

- Hm... Parece que ela vai ter aula comigo - Edward disse franzindo a testa. - E ela vai ter que se sentar ao meu lado.

Quando entramos na sala, Ângela foi se sentar em uma carteira de tampo preto exatamente como aquelas que eu costumava usar. Ela já tinha uma vizinha. Gostaria de ser vizinha da Ângela eu gostei dela. Na verdade, notei que todas as carteiras estavam ocupadas, exceto uma.

Ao lado do corredor central, reconheci Edward Cullen por seu cabelo incomum, sentado ao lado daquele lugar vago.

Fiquei subitamente tenso com isso. Ninguém se sentava ao meu lado na aula. Vi que alguns membros da minha família deram um sorriso. Preferi ignorar.

Enquanto eu andava pelo corredor para me apresentar ao professor e conseguir que assinasse minha caderneta, eu o observava furtivamente. Assim que passei, ele de repente ficou rígido em seu lugar.

Fiquei mais tenso ainda.

Me encarou novamente, encontrando meus olhos com a expressão mais estranha do mundo - era hostil, furiosa.

Todos seguram o fôlego, olhando de maneira confusa para mim. Nem eu entendia a minha reação. O que tinha acontecido comigo ?

- Nós sabemos que você está com sede, a garota disse que nossos olhos estavam escuros. - Jasper disse.

- Mas este é o Edward, - Emmett disse incrédulo. - O único que tem mais autocontrole do que ele é o Carlisle.

Com um sinal de mãos pedi para Alice continuar querendo saber o que estava acontecendo. Fiquei apreensivo, algo me dizia que eu não iria gostar.

Desviei os olhos rapidamente, chocada, ruborizando de novo. Tropecei em um livro no caminho e tive que me apoiar na beira de uma mesa.

Nem mesmo o desastre da garota, mudou o clima tenso da sala.

A menina sentada ali riu. Percebi que os olhos dele eram pretos - pretos como carvão.

-Viu - Jasper disse. - Deve ter se passado algumas semanas ou mais desde que ele foi caçar.

- Mesmo assim, ele não deveria estar olhando para ela desse jeito, - Esme disse preocupada.

O Sr. Banner assinou minha caderneta e me passou um livro, sem nenhum dos absurdos das apresentações. Eu podia dizer que íamos nos dar bem. É claro que ele não teve alternativa a não ser me mandar para o lugar vago no meio da sala.

Mantive os olhos baixos enquanto fui me sentar ao lado dele, desconcertada pelo olhar hostil que ele me lançava.

- Fique calmo Edward! - Jasper me disse, tentando me acalmar com seu dom, só aí percebi que estava com os punhos fechados.

Não olhei para cima ao colocar os livros na carteira e tomar meu lugar, mas, pelo canto do olho, vi sua postura mudar. Ele estava inclinado para longe de mim, sentado na ponta da cadeira, e desviava o rosto como se sentisse algum fedor.

A tensão estava de volta. Vi que Carlisle queria falar alguma coisa, apenas balancei a cabeça, não queria ouvir nada.

Imperceptivelmente, cheirei meu cabelo. Tinha cheiro de morango, o aroma do meu xampu preferido. Parecia um odor bem inocente. O que estava acontecendo com ele?

Infelizmente a aula era sobre anatomia celular, uma coisa que eu já estudara. De qualquer modo, tomei notas cuidadosamente, sempre olhando para baixo.

A aula parecia se arrastar mais do que as outras. Eu esperava que o punho dele relaxasse a qualquer momento. Não aconteceu: ele continuou sentado tão imóvel que nem parecia respirar. Qual era o problema dele? Será que este era seu comportamento normal? Questionei a avaliação que fiz da amargura de Jessica no almoço de hoje.

Talvez ela não fosse tão ressentida quanto eu pensava. Isso não podia ter nada a ver comigo. Até hoje ele nem me conhecia.

- Tão perspicaz, mas ela desiste muito facilmente, Carlisle comentou.

- Mas ela tem um ponto que é realmente estranho alguém ficar tão bravo depois de conhecê-lo, - Alice apontou.

Eu o espiei mais uma vez e me arrependi disso. Ele agora me encarava de cima, os olhos pretos cheios de repugnância. Enquanto eu me afastava, encolhendo-me na cadeira, de repente passou por minha cabeça a expressão "como se pudesse matar".

Naquele momento, um medo súbito tomou todo o meu corpo, medo dele simplesmente pular em cima de mim e me atacar, fazendo-me pular, e Edward Cullen recuar um pouco com isso, com passos estranhos até mesmo para mim, peguei meu material e falei com o Sr. Banner.

- Sr. Banner, n-não estou me sentindo b-bem - minha voz tremeu, acho que junto com o meu corpo - posso ir para enfermaria? - Algo em meu rosto fez ele acreditar na minha mentira. Acho que deveria estar mais pálida que o normal, mas não tinha como evitar. A passos trôpegos fui meio andando meio correndo meio tropeçando, céus eu era um caos. Nem me importei de encontrar a enfermaria. Simplesmente me sentei embaixo de uma escada e me escondi como um maldito cachorro medroso. Meu corpo todo tremia. O que diabos aconteceu? Quem era aquele garoto? Porque me olhava daquele jeito. Inúmeros pensamentos passavam em minha cabeça, mas não tinha forças para me mexer. Isso não tem nada a ver com o fato que você ache que ele vá lhe perseguir até a enfermaria para lhe matar? Estremeci com isso. Respirei fundo e disse para mim e para minha voz inferior: Eu não estou com medo, foi bobagem da minha cabeça. Mas, logo em seguida tocou aquela maldita campainha anasalada me fazendo pular e soltar um gritinho. Sério, para te tentar de mentir para si mesmo, é simplesmente triste. Maldita! Precisava zombar até nessa hora? Levantei-me de forma estranha e fui para me encaminhar para próxima aula.

Ninguém se atreveu a comentar. Mas, eu podia ler os pensamentos deles. Eu iria atacar a Bella? Não queria acreditar nisso, porém a reação dela não deixava dúvidas, eu era um monstro. Como eu podia ameaçar uma vida de uma pessoa como ela? Saber que eu deixei naquele estado me fez sentir uma mistura de sentimentos voltados a mim, raiva, ódio, repulsa, como pude fazê-la correr da sala de aula assim? Jasper sentindo todo meu desprezo tentou me acalmar.

- Calma Edward, deve ter uma explicação para tudo isso - disse tentando me manter mais calmo.

- Me desculpem, eu realmente não sei o que aconteceu comigo - pedi para os outros, mas estava mais interessado em pedir desculpas para Bella, o fato de ouvir o que ela relatou que sentiu me fez sentir um desconforto imenso como nunca senti antes.

- Ela vai dizer algo sobre isso para alguém, - Rosalie apontou. - Depois dos olhares mortais que você tem deu a ela.

- Honestamente, eu não acho que ela vá fazer isso - Carlisle disse. Ela não parece ser do tipo que confia muito nas pessoas.

- Tanto faz, Rosalie deu de ombros.

Não era justo. Quem ele pensava que era para me olhar daquele jeito? Eu não fiz nada! Comecei a pegar minhas coisas devagar, tentando bloquear a raiva que se espalhava em mim, com medo de que meus olhos se enchessem de lágrimas. Por algum motivo, minha ira era canalizada para meus dutos lacrimais. Normalmente, eu chorava quando estava com raiva, uma tendência humilhante.

O remorso que senti apenas aumentou, não queria a fazer chorar, queria ter mudado minha atitude com ela, não era justo ela sofrer por não ter feito nada.

- Você não é Isabella Swan? - perguntou uma voz de homem.

Dei um pulo com isso, já estava no corredor indo para próxima aula. Olhei para cima e vi um rapaz bonitinho com cara de bebê, o cabelo louro-claro cuidadosamente penteado com gel em pontas arrumadinhas, sorrindo para mim de maneira simpática. Ele obviamente não achava que eu cheirava mal.

- Bella - eu o corrigi, com um sorriso.

- Meu nome é Mike. Você está bem?

- Newton - resmunguei. - Esse garoto é um idiota - falei com uma súbita raiva. Jasper levantou a sobrancelha para mim e vi que Emmett e Alice tentavam esconder seus sorrisos. Olhei em dúvida para eles.

- Oi, Mike. - Não estava querendo mentir para ele. Então nem me dei ao trabalho de responder sua pergunta.

- Precisa de ajuda para encontrar sua próxima aula?

- Vou para a educação física. Acho que posso encontrar o caminho.

- É minha próxima aula também. - Ele parecia impressionado, mas não era uma coincidência assim tão grande numa escola tão pequena.

Fomos para a aula juntos. Ele era um grande tagarela - alimentou a maior parte da conversa, o que facilitou minha vida. Não queria entrar em detalhes.

Por acaso também era meu colega na aula de inglês. Ele foi a pessoa mais legal que eu conheci hoje.

Esse comentário me incomodou. - Precisa conhecer mais pessoas - murmurei para mim mesmo e vi que esme se juntou ao grupo dos que tentavam me esconder o sorriso. Rose bufou com isso.

Mas enquanto entrávamos no ginásio, ele perguntou:

- E aí, você furou o Edward Cullen com um lápis ou o quê? Nunca o vi agir daquele jeito.

Fechei minhas mãos em punhos. Não gostei do comentário dele. Queria saber o que deu em mim para agir daquela maneira. Pelos pensamentos dos outros não fui o único.

Eu me encolhi. Então não fora a única a perceber. E ao que parecia aquele não era o comportamento habitual de Edward Cullen. Decidi me fazer de burra. E ignorar que eu também sentia.

- Era o garoto do meu lado na aula de biologia? - perguntei naturalmente.

- Era - disse ele. - Parecia estar sentindo alguma dor ou coisa assim.

- Não sei - respondi. - Nunca falei com ele.

- Ele é um cara estranho.

- Eu não poderia concordar mais com ele, Emmett disse, sorrindo para seu irmão,

Mike se demorou ao meu lado em vez de ir para ao vestiário. - Se eu tivesse a sorte de me sentar do seu lado, conversaria com você.

- Outro admirador, disse Alice. Você pode ter concorrência irmãozinho.

-Isso não é engraçado, eu disse, olhando para Alice, mas ela apenas deu de ombros. Os outros ficaram confusos, mas ninguém perguntou o que eles haviam perdido.

Eu sorri para ele antes de ir para a porta do vestiário feminino. Ele era simpático e estava na cara que gostava de mim. Mas não foi o suficiente para atenuar minha irritação.

O professor de educação física, treinador Clapp, encontrou um uniforme para mim, mas não me fez vesti-lo para a aula de hoje.

Fiquei assistindo a quatro partidas de vôlei que aconteciam simultaneamente. Usando a mesma desculpa anterior que não estava me sentindo muito bem.

O último sinal finalmente tocou. Andei devagar para a secretaria para entregar minha caderneta. A chuva tinha ido embora, mas o vento era forte e mais frio. Eu me abracei.

Ao entrar no escritório aquecido, quase me virei e voltei para fora. Edward Cullen estava parado junto à mesa na minha frente.

- Isso nunca termina. - Gemi internamente. Não gostaria de saber o que iria acontecer. Quase pedi para Alice parar de ler. Quase.

- Por que você está lá? - Emmett questionou, mas a única resposta que obteve foi a carranca de Edward se tornando mais pronunciada

Reconheci de novo aquele cabelo bronze desgrenhado. Ele não pareceu ter ouvido a minha entrada.

Fiquei encostada na parede de trás, torcendo para que a recepcionista ficasse livre.

Ele estava discutindo com ela numa voz baixa e cativante. Rapidamente peguei a essência da discussão. Ele tentava trocar o horário de biologia por qualquer outro horário - qualquer outro.

- Por quê? - Emmett perguntou novamente.

- Ela tem um cheiro insuportavelmente bom, Jasper disse.

- é exatamente o que estou pensando, eu disse. não acho que uma viagem de caça vai me ajudar.

- Hum, - Carlisle disse pensativo.

- O que é aquilo? - perguntei em resposta ao pensamento do meu pai.

- É quando o sangue de um humano canta para você com mais força do que qualquer outro, disse Carlisle. Dizem que é um presente raro.

- Um presente raro, disse completamente incrédulo - Ela é só uma garota inocente... estremeci no final, pois meus pensamentos ficaram mais sombrios.

-Eu sei, filho, Carlisle suspirou. Desculpe.

Não consegui acreditar que fosse por minha causa. Tinha de ser outra coisa, algo que acontecera antes de eu entrar na sala de aula. A expressão dele devia ter sido por outro aborrecimento totalmente diferente.

Era impossível que este estranho pudesse ter uma repulsa tão súbita e intensa por mim.

Torci internamente para que ela estivesse certa, mas eu estava virando um mentiroso tão ruim quanto a Bella.

A porta abriu de novo e de repente uma rajada de vento frio entrou pela sala, espalhando os papéis na mesa, jogando meu cabelo na cara. A menina que entrava limitou-se a ir até a mesa, colocou um bilhete na cesta de arame e saiu novamente. Mas Edward Cullen se enrijeceu de novo e se virou lentamente para olhar para mim - o rosto era absurdamente lindo - com os olhos penetrantes e cheios de ódio. O arrepio de puro medo voltou, que eriçou os pelos de meus braços. O olhar só durou um segundo, mas me gelou mais do que o vento frio. Ele voltou a se virar para a recepcionista.

- Então deixa para lá - disse asperamente numa voz de veludo. - Estou vendo que é impossível. Muito obrigado por sua ajuda. - Virou-se sem olhar para mim, desaparecendo porta afora.

Fui humildemente até a mesa, minha cara branca de imediato ficando vermelha, e entreguei a caderneta assinada.

- Como foi seu primeiro dia, querida? - perguntou a recepcionista em tom maternal.

- Bom - menti, a voz fraca. Ela não pareceu se convencer.

- Claro como a boa mentirosa que é, é lógico que não convenceu. - Emmett comentou.

Quando cheguei ao caminhão, vi que era quase o último no estacionamento. Parecia um abrigo, a coisa mais próxima de uma casa que eu tinha neste buraco verde e úmido. Fiquei sentada lá dentro por um tempo, só olhando, sem enxergar pelo para-brisa. Mas logo estava frio o suficiente para precisar do aquecedor, virei a chave e voltei para a casa de Charlie, lutando contra as lágrimas por todo o caminho até lá.

- Você a fez chorar, esme suspirou.

- Esse é o fim do capítulo, disse Alice.

Comecei a andar de um lado para o outro para não quebrar alguma coisa. Principalmente a minha cara. Como pude ser tão rude com um ser tão delicado? Um monstro, deveria ficar longe de um anjo.

- Não fique assim querido - me disse esme, vendo a minha aflição.

- Como você quer que eu fique? Você viu o estado em que eu a deixei! E eu fiquei o quê? Poucos minutos ao lado dela, antes dela sair correndo cheia de desespero! - responde com raiva.

- Calma Edward, a garota saiu viva. Vamos esperar e ver o que acontece. - Jasper me disse.

- Sim, para de ser tão dramático, não sei quem é pior, a garota ou você, os dois juntos devem ficar pior que drama de novela mexicana - Rose resmungou. - Me dê isso aqui, que eu continuo lendo. - Rosalie pegou o diário da Alice e continuou de onde ela tinha parado.

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