Mudando o Futuro

By Ladycullennn6

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Sinopse: O que os Cullen diriam se lessem os livros da Saga Twilight? Podia ser mais um dia normal na casa do... More

Notas da História
PRÓLOGO
PREFÁCIO
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
RECADO DA AUTORA
CAPITULO 6
CAPITULO 7

CAPÍTULO 1

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By Ladycullennn6

A Primeira Vista, - Alice leu.

Minha mãe me levou ao aeroporto com as janelas do carro abertas. Fazia 24 graus em Phoenix, o céu de um azul perfeito e sem nuvens. Adorava o clima daqui grande parte do tempo Phoenix possui um belo sol todos os dias. Minha mãe sempre adorou o sol, devo ter herdado isso dela, já que todas as cidades em que moramos calor e sol predominavam.

- Então o último lugar onde você vai querer morar é Forks, por que sol sem dúvidas é a última coisa que veria aqui ! - Emmett disse brincando.

Eu estava com minha blusa preferida, era mais que uma blusa era uma recordação, fazia parte da minha vida.

- Por favor não me diga que ela tem uma blusa preferida? Quantas vezes será que ela usou? Preferida? isso é uma desculpa para usar uma blusa várias vezes! Quem em sã consciência usa uma blusa várias vezes? - Alice reclamou frustrada

- Querida, ela tem o direito de usar a blusa que ela gosta. Deve se sentir confortável com ela. - disse Esme de modo maternal, mas ao mesmo tempo preocupada que o guarda-roupas da garota não aguentasse o frio de Forks.

- Mas Esme, ela disse que faz parte da vida dela, essa blusa deve ser usada quase como uma segunda pele - falou estremecendo.

Minha bagagem de mão era um grosso casaco.

- Assim é melhor, - disse Esme.

Na península Olympic, do noroeste do estado de Washington, há uma cidadezinha chamada Forks, quase constantemente debaixo de uma cobertura de nuvens. Chove mais nessa cidade insignificante do que em qualquer outro lugar dos Estados Unidos. Tinha que me despedi da oportunidade de usar essa blusa, naquele clima ela estava fora de cogitação.

- Condições perfeitas para estabelecer uma família, - Emmett sorriu - Bem, pelo menos uma família como a nossa.

- Temos sorte, que existam lugares como esse! - Rosalie disse pela primeira vez se manifestando na conversa - Podemos andar quase como pessoas normais boa parte do ano.

Nessa cidade eu fui obrigada a passar um mês a cada verão até ter 14 anos, com meu pai, Charlie. Foi então que finalmente bati o pé nestes últimos três verões.

Todos ficaram surpresos com esse comentário.

- Charlie? Você acha que é o Chefe Swan? - Carlisle disse.

- Isso faria sentido, sua filha Isabella deve se mudar para cá em alguns meses, ela é o centro da maior parte das fofocas da cidade - Edward disse revirando os olhos, não percebendo o sorriso malicioso que Alice estava dando a ele.

Eu sempre morei em diversas cidades ensolaradas, costumava comparar minha mãe e eu como ciganos. Vivíamos mudando de uma cidade para outra, até que ela decidiu que era hora de eu morar um mês com meu pai nas férias de verão. O grande problema é que a primeira vez que ela me mandou para Forks eu tinha em torno de 6 anos, minha mãe achou que com essa idade eu já fosse mais responsável e ficaria mais fácil para meu pai cuidar de mim. Visitar um pai que via poucas vezes, sempre na presença de minha mãe e trocávamos raríssimos telefonemas numa cidade desconhecida foi assustador.

- Claro! Visitar seu pai em Forks é muito aterrorizante - zombou Rosalie.

- Ela tem um ponto Rose, ela era uma criança e nunca teve muito contato com pai. É claro que ela ia ficar assustada - Ponderou Carlisle.

Nos últimos dois verões, meu pai, Charlie, passou duas semanas de férias comigo na Califórnia. Era em Forks que agora eu me exilava - uma atitude que assumi com muito pavor. Eu detestava Forks. Eu adorava Phoenix. Adorava o sol e o calor intenso. Adorava a cidade vigorosa e esparramada.

- Se gosta tanto do sol por que diabos veio para cá? - Rosalie bufou, se irritando com a implicância da menina com a cidade.

Talvez a mãe dela esteja obrigando ela, - Jasper forneceu.

Mas acima de tudo, eu adorava a minha mãe. Nós sempre fomos companheiras. Quando ela fugiu comigo quando eu não passava de um bebê, muitos a jugavam irresponsável e desmiolada, nos mais lisonjeiros pensamentos. Mas eu nunca tomei a sua decisão dessa maneira, apenas achei uma escolha, se ela não era feliz, ela tinha que buscar sua felicidade e teria meu total apoio.

- Ela é muito generosa por pensar desse jeito - disse Carlisle, e concordamos com exceção de Rose.

- Bella - disse minha mãe, pela centésima vez, antes de eu entrar no avião - você não precisa fazer isso.

Agora eu realmente estou confuso com isso, - Edward disse, mas todos os outros apenas deram de ombros, não parecendo tão interessados nisso quanto ele estava.

Minha mãe é parecida comigo, fisicamente falando, eu sei que tenho um pouco de Charlie em mim, mesmo assim, a não ser pelo cabelo curto e as rugas de expressão, eu parecia um pouco com ela. Senti um espasmo de pânico ao fitar seus olhos arregalados e infantis.

Como eu podia deixar que minha mãe amorosa, instável e descuidada se virasse sozinha? É claro que ela agora tinha o Phil, então as contas provavelmente seriam pagas, haveria comida na geladeira, gasolina no carro, alguém que pegaria a roupa na lavanderia, alguém para cozinhar, alguém para lhe fazer companhia, alguém que não a deixaria jogar tudo fora em uma limpeza da casa, alguém para controlar em não gastar uma fortuna em algo inútil só porque está em promoção e alguém para chamar quando ela se perdesse, mas mesmo assim...

- Céus, tem certeza de que ela acabou de descrever a mãe dela? Tenho a ligeira impressão de que nem um filho consegue ser tão irresponsável assim! - disse um pouco surpreso, nenhuma adolescente cuida da mãe desse jeito e nunca conheci uma mãe tão irresponsável.

- Eu quero ir - menti. Sempre menti mal, mas ultimamente ando contando essa mentira com tanta frequência que agora parecia quase convincente.

Todos soltaram risinhos.

- Como é possível alguém mentir tão mal? - Disse Emmett incrédulo - Quando eu era humano ninguém duvidava de mim! Por isso me metia em tanta confusão - falou rindo

- Diga a Charlie que mandei lembranças.

- Vou dizer.

- Verei você em breve - insistiu ela. - Pode vir para casa quando quiser... Eu volto assim que você precisar de mim.

Mas eu podia ver, nos olhos dela, o sacrifício por trás da promessa.

- Não se preocupe comigo - insisti. - Vai ser ótimo. Eu te amo, mãe. Se cuide!

- Ela parece ser uma garota muito atenciosa, - Esme disse, sorrindo.

- Sim, muito altruísta para um ser humano. - Edward acrescentou.

- Hum, ela não é a filha? notaram que ela mandou a mãe se cuidar - disse Emmett

- Os filhos geralmente adquirem um senso de característica parental, especialmente em casos de divórcio, disse Carlisle

Ela me abraçou com força por um minuto, com muito custo eu me separei, se não a soltasse agora eu não conseguiria ser forte na frente dela. Depois que entrei no avião, e ela se foi.

De Phoenix a Seattle são quatro horas de voo, outra hora em um pequeno avião até Port Angeles, depois uma hora de carro até Forks. Voar não me incomodava, a hora no carro com Charlie, porém, era meio preocupante.

- Claro, andar ao lado do pai em um carro por uma hora! Quem não ficaria preocupado? - disse Rose ironicamente, ainda achando besta o medo da garota.

- Que ela mal visita. O relacionamento deles deve ser meio tenso. - Edward disse, e Alice sorriu em sua defesa da garota.

- Além disso, imagine ter que andar em um carro de polícia, disse Alice, estremecendo com o pensamento.

Charlie foi realmente gentil com tudo aquilo. Parecia realmente satisfeito que eu, pela primeira vez, fosse morar com ele por um período mais longo. Já tinha me matriculado na escola e prometeu me ajudar a conseguir um carro.

Ainda era difícil para considerá-lo meu pai. Lembro perfeitamente bem quando foi que minha mãe me pediu para morar um tempo durantes as férias com meu pai.

Quando minha mãe fugiu de casa me levou com ela. Charlie não se opôs. Mas, quando visitei aos 6 anos pela primeira vez, ele era quase um desconhecido, falávamos esporadicamente pelo telefone e algumas visitas rápidas. Nunca o tive como uma figura paterna, apenas um parente distante.

- É triste ver o distanciamento de alguns adolescentes com o pai. - disse Carlisle pesaroso, ele sentia falta de seu pai da vida humana. Mesmo ele sendo tão rigoroso com ele.

Mas sem dúvida seria estranho com Charlie. Não éramos o que se chamaria de falantes, e eu não sabia se havia alguma coisa para dizer. Sabia que ele estava bastante confuso com minha decisão - como minha mãe antes de mim, eu não escondia o fato de detestar Forks.

- Novamente eu pergunto, então por que diabos veio pra cá? - Rosalie já estava ficando irritada com aquela humana.

Quando pousamos em Port Angeles, estava chovendo. Não vi isso como um presságio - era apenas inevitável. Eu já tinha dado adeus ao sol.

- Hmm... uma mente sensata, - Carlisle disse, ele poderia se dar bem com qualquer um que fosse razoável - Na verdade ele poderia se dar bem com qualquer um não importa como.

Charlie me esperava na radiopatrulha

Charlie é o chefe de polícia Swan para o bom povo de Forks. Minha principal motivação para comprar um carro, apesar da escassez de meus fundos, era que eu me recusava a andar pela cidade em um carro com luzes vermelhas e azuis no topo - Nada retarda o tráfego como um policial.

- Então ela é mesmo a filha do chefe? - Disse Carlisle, mas como uma afirmação do que uma pergunta.

- Ok, isso é um pouco assustador, disse Emmett. Está começando a soar como se isso fosse real.

- Tenho a sensação de que é, Alice sorriu. - E tenho certeza de que todos estaremos nele em breve. Ela acrescentou isso, sorrindo para Edward.

Edward engoliu em seco com o olhar estranho dela, e julgando pelo olhar de admiração e esperança que Esme estava dando a ele, ele poderia ter adivinhado onde isso estava levando.

Ele não mudou muito da última vez que eu me lembrava, sempre o achei um senhor muito charmoso, mas nunca falaria isso para ele, nesse quesito meu pai é quase tão tímido quanto eu.

- Isso é verdade, no hospital eu reparei que sempre algumas senhoras dão uma segunda olhada no chefe, ele ainda é jovem, não sei por que nunca se casou de novo - Carlisle considerou.

Deu-me um abraço desajeitado com um braço só quando eu cambaleei para fora do avião. O qual eu retribui, como forma de gratidão, apesar do pouco contado ele me recebeu de braços abertos, essa atitude me pegou desprevenida.

- É bom ver você, Bells - disse ele, sorrindo enquanto automaticamente me segurava e me firmava. - Você não mudou muito. Como está a Renée?

- A mamãe está bem. É bom ver você também, pai. - Eu não tinha permissão para chamá-lo de Charlie na frente dele.

Eu tinha algumas malas, não eram muitas. A maior parte das minhas roupas do Arizona era leve demais para Washington. Deixei grande parte das minhas coisas para trás. Isso havia caído como uma dádiva para minha mãe e um tormento para mim, tivemos que comprar quase tudo novo, muitas roupas de frio. Renné amava fazer comprar. Coube com algum esforço tudo na mala da viatura.

- Eu já gostei da mãe dela! Acho que nos daríamos bem-disse Alice - agora como alguém pode gostar de não fazer compras? Ela faz parecer como se isso fosse um grande sacrifício da parte dela - bufou.

- Encontrei um bom carro para você, muito barato, anunciou ele quando fomos amarrados.

- Que tipo de carro? Desconfiei da maneira como ele disse bom carro para você em vez de apenas bom carro.

- Ela é perspicaz, - Carlisle meditou.

- Você se lembra de Billy Black lá em La Push? - La Push é a pequena reserva indígena no litoral.

Havia carrancas no rosto de todos com a menção disso. Carlisle revirou os olhos para a tensão de sua família, desejando que eles pudessem deixar essa animosidade com os índios Quileute para trás.

- Não... deveria lembrar?

- Ele costumava pescar com a gente no verão - incentivou Charlie.

Isso explicava por que eu não me lembrava dele. Eu era bastante competente em bloquear da minha memória coisas dolorosas e desnecessárias. Lembro quando Charlie me levou para pescar a primeira vez. Definitivamente não foi o momento mais brilhante dele.

Tudo bem ele é meu pai, mas o que diabos deu na cabeça dele de achar que era uma boa ideia levar uma menina de 6 anos para pescar? Sério qual o problema dele! -- Sério que você não sabe? Vamos enumerar os motivos 1 - Ele lhe via poucas vezes no ano, não sabia seus gostos, 2- Nunca conviveu com uma criança, muito menos uma menina, 3- O que se tem para fazer em Forks?, 4 - E, não menos importante, precisava pirar daquele jeito?

Bom, vendo por esse lado, até que faz sentido. Depois de horas sentadas dentro de um barco com meu pai, sem trocar uma única palavra, a vara de pescar de Charlie começou a balançar indicando que ele tinha pegado alguma coisa. Pobre Charlie, ficou tão empolgado com que aconteceu que me chamou para olhar com grande entusiasmo, grande erro!

Lembranças on:

- Veja filha, veja o peixe que papai pegou! - falou

- Pai você machucou, como você pode? - gritei horrorizada

- Do que você tá falando, Bella? - indagou assustado - eu lhe machuquei querida?

- Claro que não, mas olha o que você fez! Machucou o peixinho, olha como ele tá se debatendo... ele não tá conseguindo respirar! Você gostaria de morrer afogado? Porque eu não gostaria! Ele deve ter a família de peixinhos no fundo do mar, e se a mamãe peixe estiver esperando o peixinho voltar? Ela vai ficar preocupada! Põem ele de volta antes que a mamãe peixe fica preocupada! - disse tudo isso rapidamente, quase sem tomar folego para respirar. Essa foi a primeira e única vez que meu pai me levou para pescar.

Ninguém acreditava no que Alice tinha acabado de ler, tínhamos grande vontade de rir, mas a incredulidade predominava os pensamentos de todos. Como uma criança faz um escândalo desses por causa de um peixe? Não queria nem imaginar o que ela pensaria se soubesse do que fui capaz. Estremeci com essa hipótese. Tentei varrer os pensamentos da minha mente, antes que o desprezo por mim mesmo tomasse conta e me concentrei em ouvir o resto da história.

Lembrança Off:

- Ele está em uma cadeira de rodas agora - Charlie continuou me tirando das minhas lembranças quando eu não respondi.

- Como ele não pode mais dirigir, e ele se ofereceu para me vender seu caminhão barato.

- Em que ano ele comprou? -Pude ver pela mudança de expressão dele que essa era a pergunta que ele esperava que eu não fizesse.

- Bem, Billy trabalhou muito no motor - ele tem apenas alguns anos, na verdade.

- Ele está evitando a pergunta, - Jasper sorriu.

- Eu não acho que a garota vai deixá-lo escapar impune disso, Edward sorriu também - Ela parece ser muito observadora.

Eu esperava que ele não pensasse tão mal de mim a ponto de acreditar que eu desistiria tão facilmente.

-Hm... e teimosa também, - Edward meditou.

Ele comprou em 1984, eu acho.

-Não é muito velho. - Emmett disse.

-É velho o suficiente - Rosalie disse fazendo uma careta novamente.

-Ele disse que ele comprou, Carlisle apontou com um sorriso, os olhos brilhando de diversão. Aposto que é mais velho que isso.

- Ele comprou nova ?

- Bem, não. Acho que era novo no início dos anos sessenta - ou no final dos anos cinquenta, no mínimo, ele admitiu timidamente.

- Ch-Pai, eu realmente não sei nada sobre carros. Eu não seria capaz de consertar se algo desse errado, e eu não poderia pagar um mecânico...

-Você poderia consertar, querida. Emmett brincou.

-Ugh, - Rosalie disse - Eu nunca vou tocar nessa coisa.

- Realmente, Bella, a coisa funciona muito bem. Eles não os constroem mais assim.

A coisa, pensei comigo mesma... tinha possibilidades - como apelido, pelo menos.

- O quão barato é barato? - Afinal, essa era a parte que eu não podia comprometer.

- Bem, querida, eu meio que já comprei para você. Como um presente de boas-vindas. Charlie olhou de soslaio para mim com uma expressão esperançosa.

- Isso é legal da parte dele, - Esme sorriu.

Uau. Livre.

- Você não precisava fazer isso, pai. Eu ia comprar um carro para mim.

- Eu não me importo. Eu quero que você seja feliz aqui. - Ele estava olhando para a estrada quando disse isso. Charlie não se sentia confortável em expressar suas emoções em voz alta. Eu herdei isso dele. Então, eu estava olhando para a frente enquanto respondia.

- Família interessante, - Emmett disse rindo.

- Isso é incrivel, pai. Obrigada - Eu realmente aprecio isso - Não preciso acrescentar que ser feliz em Forks é uma impossibilidade. Ele não precisava sofrer comigo.

- Uma pessoa verdadeiramente altruísta, - Edward disse com um sorriso curioso.

- Bem, de nada, ele murmurou, envergonhado pelo meu agradecimento.

Trocamos mais alguns comentários sobre o clima, que estava úmido, e a maior parte da conversa não passou disso. Ficamos olhando pela janela em silêncio.

- Conversar sobre o tempo realmente é a última saída para puxar assunto. Tem que ser muito idiota ou muito desesperado para falar sobre isso!

- Emmett - Todos gritaram juntos

Era lindo, é claro eu não podia negar isso. Tudo era verde: as árvores, os troncos cobertos de musgo, os galhos que pendiam das copas, a terra coberta de samambaias. Até o ar filtrava o verde das folhas.

- Eu nunca vi a cidade por esse ângulo - eu disse. Um pouco impressionado com a visão dela sobre Forks.

- Sim, com tanta chuva é difícil os humanos repararem nessas coisas - Carlisle disse. - Até mesmo para nós, acabamos não prestando atenção nos detalhes.

Era verde demais - um planeta alienígena. Comecei a esperar pular de algum lugar algum ser verde de outro planeta. Sim, porque ser abduzida é uma ótima forma de começar sua vida em outra cidade. Ironizou minha voz interior.

Todos riram com o comentário.

Por fim chegamos à casa de Charlie. Ele ainda morava na casa de dois quartos que comprou com minha mãe nos primeiros tempos de seu casamento. Aqueles foram os únicos tempos que o casamento teve - os primeiros. Podia notar que ela sofreu algumas reformas. Acho que Charlie fez para me agradar, ou talvez tenha feito ao longo dos anos, eu realmente não fazia ideia.

Lá, estacionado na rua em frente à casa estava o meu novo - bem, novo para mim - caminhão. Era um vermelho desbotado, com para-lamas grandes e arredondados e uma cabine bulbosa.

- Erg - Rosalie estremeceu.

E para minha grande surpresa, adorei.

- Essa garota é louca, Rosalie disse estremecendo novamente.

Eu não sabia se iria correr, mas eu podia me ver nele. Além disso, era um daqueles objetos de ferro sólido que nunca se danificam - do tipo que você vê na cena de um acidente, sem arranhões na pintura, cercado pelos pedaços do carro estrangeiro que destruiu.

- Uau, pai, eu adorei! Obrigada! - Agora, meu dia horrível amanhã seria muito menos terrível. Eu não enfrentaria a escolha de caminhar três quilômetros na chuva para a escola ou aceitar uma carona na viatura do chefe.

- Estou feliz que você gostou, Charlie disse rispidamente, envergonhado.

Levou apenas uma viagem para levar todas as minhas coisas para cima. Peguei o quarto oeste que dava para o jardim da frente. E ao abrir as portas fiquei surpresa. Essa reforma realmente foi para mim, pelo menos para o meu quarto, as cores predominantes eram o branco e o lilás, no centro uma grande cama de casal e um criado-mudo e duas portas ao lado direito, uma para o closet e outra para o banheiro. Do lado esquerdo tinha uma mesa para computador toda branca e tinha um bonito computador em cima. Isso fora estipulado por minha mãe, assim poderíamos manter contato facilmente. O que me surpreendeu foi a cadeira de balanço de meus tempos de bebê ainda estava no canto. O quarto era simples, mas de bom gosto.

- Ficou lindo pai, obrigada por tudo! - Ele ficou ruborizado e me deu um pequeno sorriso. Sim definitivamente eu parecia com ele!

- Estou feliz que você gostou - Charlie disse rispidamente, envergonhado novamente.. Talvez eu me pareça mais com o meu pai do que eu mesma tenha me dado conta. Num impulso que não sei de onde surgiu, o abracei com força e lhe dei um beijo na bochecha.

-Eu só quero que você seja feliz, Bells!

- Isso foi realmente um gesto bonito - Esme falou um pouco emocionada. Ela era a pessoa mais bondosa que eu já conheci, parece que nunca ia se cansar de ver o carinho entre pais e filhos.

Uma das melhores coisas em Charlie é que ele não fica rondando a gente. Deixou-me sozinha para desfazer as malas e me acomodar, uma proeza que teria sido completamente impossível para minha mãe. Era legal ficar sozinha, sem ter que sorrir e parecer satisfeita.

- Ele provavelmente não aguenta mais o constrangimento, - Jasper disse.

Um alívio olhar desanimadamente pela janela para a chuva entristecendo tudo e deixar algumas lágrimas escaparem. Eu não estava com vontade de ter um acesso de choro. Ia economizar para a hora de dormir, se fosse para chorar que fosse tudo de uma vez, depois do choro sempre vinha o alívio, mas não queria correr o risco de Charlie notar.

- Pobrezinha, - Esme suspirou.

A Forks High School tinha um total assustador de apenas 357 - agora 358 - alunos; em Phoenix, havia mais de setecentas pessoas só do meu ano. Todas as crianças daqui foram criadas juntas - seus avós engatinharam juntos. Eu seria a garota nova da cidade grande, uma curiosidade, uma aberração.

- Talvez, se eu parecesse uma verdadeira garota de Phoenix, pudesse tirar proveito disso. Mas, fisicamente, nunca me encaixei nesse quesito. Eu devia ser bronzeada coisa compatível com quem mora no vale do sol.

- Em vez disso, apesar do sol constante, eu tinha uma pele de marfim, minha pele era extremamente branca, não é à toa que quando criança meu apelido era Branca de Neve, esse foi um dos principais motivos para deixar meus cabelos crescerem, hoje eles são longos e lisos com um leve cacheado nas pontas, dependendo do humor do meu cabelo, sem sequer a desculpa de olhos azuis ou cabelos ruivos, Sempre fui magra, mas de alguma forma suave, obviamente não uma atleta; Eu não tinha a coordenação mãos e olhos necessária para praticar esportes sem me humilhar - e prejudicar a mim e a qualquer outra pessoa que estivesse muito perto.

- Espero que ela esteja na minha aula de educação física - Emmett riu com esse pensamento.

- Ela parece ser bonita - Esme disse.

- Parece ser sem sal - Rose acrescentou.

- Eu não acho - devia ter ficado calado

- Se interessando pela humana Ed? Estou sentindo que está rolando um sentimento - Emmett falou só para me tirar do sério.

Diante de meu reflexo pálido no espelho fui forçado a admitir que estava mentindo para mim mesmo. Não era apenas fisicamente que eu nunca me encaixaria. E se eu não conseguisse encontrar um nicho em uma escola com três mil alunos, quais eram minhas chances aqui?

- A pobre garota nunca teve amigos, Esme suspirou novamente preocupada com ela.

- Isso é horrível, - Alice murmurou baixinho.

- Talvez ela se relacione bem com vampiros, - Emmett começou a rir. No entanto, todos na sala - além de Alice - ficaram tensos com essa perspectiva, sabendo o quão perigoso isso era para todos, incluindo - especialmente a garota.

Até minha mãe, de quem eu era mais próximo do que qualquer outra pessoa no planeta, nunca esteve em harmonia comigo, nunca exatamente na mesma página.

Edward franziu a testa com isso, parecendo que ele estava tentando descobrir a estranheza que era essa garota.

Às vezes eu me perguntava se estava vendo as mesmas coisas através dos meus olhos que o resto do mundo estava vendo através dos olhos deles. Talvez houvesse uma falha no meu cérebro. Mas a causa não importava. Tudo o que importava era o efeito. E amanhã seria apenas o começo.

Não dormi bem naquela noite, mesmo depois de chorar.

- Que garota dramática! Parece que é o fim do mundo - Rose bufou.

Ao fundo o ruído constante da chuva e do vento no telhado não desaparecia. Puxei o velho cobertor xadrez sobre a cabeça e mais tarde coloquei também o travesseiro. Mas só consegui dormir depois da meia-noite, quando a chuva finalmente se aquietou num chuvisco mais silencioso.

Só o que eu conseguia ver pela minha janela de manhã era uma neblina densa, e podia sentir a claustrofobia rastejando em minha direção. Jamais se podia ver o céu aqui, parecia uma gaiola.

- É melhor ela se acostumar com isso, - Emmett disse. - Sempre chove aqui.

- Acho que do ponto de vista dos humanos ficar numa cidade sem sol é difícil de se adaptar. - Carlisle ponderou.

O café-da-manhã com Charlie foi um evento silencioso. Ele me desejou boa sorte na escola. Agradeci, rezando para que eu tivesse boa sorte.

O aperto no meu peito aumentou e um pressentimento ruim se apoderou de mim. O que será que me aguarda na Forks High School?

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