Never Be The Same - Valu

By amandiiiinhaaa

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Você acredita no amor? Segundo os gregos, o amor é um sentimento dos seres imperfeitos, visto que o amor deve... More

Introdução
Capítulo 1
Capítulo 2
Capitulo 3
Capitulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 26
Capítulo 27
Epílogo

Capítulo 25

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By amandiiiinhaaa

Olá, tudo bem?
Momentos de finalíssima da fic!!! Hoje, segredos serão revelados e peças vão se encaixar neste quebra-cabeça familiar.
Desde de já, aviso que é um capítulo longo e com imensos detalhes, estes, caminhando para um final surpreendente, incomodo e imerso em apreensão.

Preparem-se, respirem fundo e boa leitura!

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Luiza POV

Destruída. Este era o sentimento que apossava todo o meu corpo neste momento, após toda revelação feita por minha namorada e Alexandra, que antes, acreditava ser o cérebro maligno de toda esta operação. Como estava enganada. Segundo todas as investigações e materiais recolhidos, jamais poderia suspeitar que minha irmã, estaria em um esquema tórrido que se formou em volta de nossa família. Jamais suspeitaria que minha irmã velha, aquela que acreditava que me protegeria de todos os tipos de monstros possíveis, estava arquitetando um roubo milionário na empresa que nosso pai batalhou tanto para construir e o mais assustador de toda esta história, era o fato de se aliar ao John e atentar contra a vida de Valentina diante de nossos olhos.

Observei papai sentado em uma das poltronas dispostas na imensa sala de estar, mantendo as mãos ao lado de sua cabeça e exercendo um silêncio assustador, enquanto encarava as folhas de papel sob a mesa de centro. Nestes documentos, estavam todas as assinaturas e contratos que apresentavam a participação direta de Carolina em aberturas de contas no exterior, junto de ligações contratuais datadas de anos atrás que indicavam sua parceria com meu ex-marido. De acordo com os números coletados pelo detetive particular de Valentina e informações trazidas através de Alexandra, ficava claro para todos nós que estes dois estavam atuando por um longo tempo na escuridão, debochando daqueles que sempre os abrigaram com carinho e devoção.

Sentada no macio sofá, sentia o carinho de Valentina em minhas costas, como se quisesse deixar óbvio o seu apoio neste momento de tristeza. Outra figura impactada, assustada e nervosa era Roger, este, estava em pé ao lado de Alexandra e parecia tremer da cabeça aos pés. Não conseguia compreender se esta tremedeira era resultante do medo ou raiva. Agarrei uma das pastas dispostas sob a mesa e comecei a folhear suas inúmeras páginas, em cada descrição anotada, tentava lembrar-me sobre o que poderia ter ocorrido nestas datas e que arremeteram nossa concentração e atenção do propício golpe alastrado.

- O que aconteceu, Alexandra? – A voz de meu pai, baixa e rouca, atraiu minha atenção e logo, concentrei todos os meus sentidos nas palavras daquela mulher. – Acredito que apenas você, pode me informar o que ocorria dentro da minha empresa e quais ações entrelaçaram a vida de Carolina com John diante dos nossos olhos.

Alexandra respirou profundamente, encarou cada um de nós e em seguida, após acessar seu telefone celular, entregou o aparelho em minhas mãos e iniciou seu relato sobre estes eventos questionados. Quando encarei seu aparelho de telefone, me surpreendi em encontrar a proximidade daqueles personagens intrigantes e algo, chamou minha atenção de imediato.

- Acho que está se questionando sobre as pessoas envolvidas nesta fotografia. Nesta imagem, consegue ver um casal jovem, extremamente alegre e amoroso, com duas crianças ao seu lado...Seus filhos, um menino e uma menina... – Explicava, enquanto entregava o celular nas mãos de meu pai. – Este casal sorridente são os meus pais e... Essas duas crianças são John e eu... – Olhei espantada para o seu rosto e ele sorriu de forma amarga e reclusa. – Nós somos irmãos, Luiza.

- Irmão? – Espantada, encaro Valentina ao meu lado e percebo que se encontra com a mesma expressão em seu rosto. – Sabia sobre isso? – Ela nega rapidamente com a cabeça. – Explique, Alexandra...por favor...?

- Nicholas e Jane Kolovick, eram grandes empresários do ramo alimentício, sempre foram extremamente trabalhadores e éticos, dedicaram suas vidas ao trabalho e família. O grande sonho da matriarca era gerar um filho, seu herdeiro, que aprenderia valores e perpetuaria seus bons sentimentos. – Alexandra retirou de sua bolsa, um pequeno livro que logo identifiquei como um álbum de fotografia, escolhendo uma imagem em específico, deixando o objeto sob a mesa para que todos pudessem acompanhar suas ações. – O nascimento de John foi uma imensa alegria para o casal, esse filho foi tão aguardado e esperado, que o coração de ambos parecia que iriam explodir em êxtase e amor. John foi criado dentro de uma redoma de vidro e tudo o que desejava e queria, seus pais moviam céus e terras para que seus caprichos fossem realizados.

A mulher elegante e imponente, logo apresentou uma nova fotografia, nesta, o distinto casal segurava um pequeno bebê nos braços com um menino loirinho ao seu lado mal humorado e com o olhar baixo.

- Quando John completou 5 anos de idade, Jane descobriu que estava com uma doença rara, que lhe impediria de engravidar novamente e construir sua família. Ela e o marido, decidiram participar de um processo de adoção e, foi neste período, após vários tramites legais, ingressei ao amparo desta família.

- Entendo, mas...como o sobrenome de ambos, passou despercebido por todos os funcionários da empresa? – Questionou meu pai, folheando o álbum e analisando uma imagem de John e Alexandra crianças na comemoração de natal.

- John nunca aceitou muito bem a minha chegada na família, quando éramos crianças, vivia repetindo que era uma intrusa e roubaria tudo o que lhe pertencia...Principalmente, o amor de seus pais. – Alexandra soltou um riso irônico. – Idiota! Nossos pais nunca fizeram distinção entre nós, nosso acolhimento, carinho, amor e ensinamentos eram os mesmos, criaram em nosso imaginário que John, por ser meu irmão mais velho, seria um valoroso aliado por toda vida.

- Desculpa, Alexandra...Ainda não compreendo. – Posicionou-se Valentina. – Vou repetir a pergunta de meu sogro...Como passaram imperceptíveis na empresa?

- Já irá compreender. – Alexandra retirou um papel do final do álbum e estendeu ao meu pai e Marcos, que analisaram cuidadosamente o documento. – Conforme crescíamos, meus pais direcionaram nossas presenças dentro de sua empresa, diziam que precisávamos aprender o ofício de nossa família e valorizar todo o processo de construção do nosso sobrenome. Executávamos funções consideradas de baixa hierarquia, papai queria que compreendêssemos a honraria de um trabalho, o que chateou John em todos os sentidos, que alegava não entender o porque o filho do dono se submeter em um cargo inferior...Desejava muito mais... – Suspirou – Minha família é natural de Los Angeles e quando nos mudamos para Miami, John começou a se envolver em jogatinas, corridas de cavalos e mulheres, muitas mulheres...causando uma imensa dor de cabeça aos nossos pais. Foram noites e noites presenciando as crises de choro de minha mãe e irritação do meu pai, fazendo com que barrassem a quantia de dinheiro disponibilizada ao meu irmão todo mês e logo, tudo virou uma grande bola de neve desgovernada. John deixou nossa casa e renegou a família, foi morar com um amigo chamado Mason, decidindo utilizar o nome de solteiro de nossa mãe: Cavenaghi. Por esta razão, nunca suspeitaram de nosso parentesco.

Marcos deixa sua posição ao lado de meu e caminha até Alexandra, devolvendo-lhe o documento entregue por ela anteriormente. Meu sogro se senta sob a madeira da mesa de centro, fica frente a frente com Alexandra, transpassa os dedos da mão direita em seus fios de cabelos, suspira, olha para filha e devolve sua atenção para aquela misteriosa mulher.

- Por que escondeu estas informações, Alexandra? Por que, apenas nesta situação, decidiu nos confidenciar este parentesco? – Questionou o imponente, Marcos Sartori.

- Porque assim como sua filha, estou em busca de respostas... – Alexandra respirou fundo de olhos fechados e quando voltou a abri-los, notei o surgimento de algumas lágrimas. – Acredito que John tenha participação na morte do meus pais e esse é o momento certo para impedir sua jornada de maldade e destruição.

O relato de Alexandra pegou todos de surpresa e esta foi a primeira vez, que consegui enxergar verdadeiramente quem era aquela mulher por baixo de todas as suas dores e aflições. Essa mulher deve ter vivenciado inúmeras experiências traumáticas, assim como aconteceu comigo e meu filho, ela viu a natureza crua e imunda daquele homem e o pior, pode comprovar algo hediondo.

- Meus pais faleceram há pouco tempo em um acidente de carro durante uma viagem de negócios e foi naquele instante, que reencontrei meu irmão após longos anos separados. John nunca havia mencionado que se casara ou, relatado o que acontecera em sua vida, nos encontramos apenas para a leitura do testamento. Um encontro nada agradável ou receptivo, que causou uma discussão quase eterna com nossa avó e palavras afiadas direcionadas para minha figura, alegando que aquele não era o meu lugar. – Alexandra levantou o documento em minha direção e continuou seu relato. – Esta é uma cópia do testamento de meus pais, nele, eles deixaram toda a herança e empresas em meu nome, retirando John de toda e qualquer participação, destinando apenas uma pequena quantia simbólica...Não preciso dizer que, ameaças foram proferidas e a garantia de que conseguiria fortuna de qualquer maneira foi fomentada por suas palavras. Quando deixou minha casa, disse que finalmente meus pais encontraram o fim que tanto desejou e desenhou...Realizei minhas investigações e alguns de seus passos naquela data eram suspeitos, principalmente com um mecânico de reputação dúbia. – Alexandra fechou o pequeno álbum, depositou no interior de sua bolsa e encarou meus olhos. – Você se tornou um banco particular para o meu irmão, Luiza...Se nunca contei sobre John, era porque ele ameaçou matar os meus avós, minha única família e sei que ele seria capaz...como fez com nossos pais.

- Quando iniciei minhas investigações na empresa, notei que o trabalho executado por Alexandra era impecável, parecia querer deixar óbvia sua competência e ao mesmo tempo, era uma espécie de fio condutor comparativo aos demais. Queria despertar minha atenção para os detalhes e processo de construção de dados. – Explicou Valentina, que parecia incomoda por não conseguir gesticular, em razão do seu ferimento. – Comecei a observar o relacionamento afiado entre os dois e algumas conversas provocativas, entendia que alguma coisa estava errada e precisava de uma resposta. Assim que surgiu uma oportunidade, conversei com Alexandra, que apenas me confidenciou suas suspeitas dentro da empresa com John e entregou-me com alguns papéis que havia encontrado, muito bem guardados, em um canto do almoxarifado da empresa. Na montagem do novo processo de trabalho da empresa, solicitei que Alexandra ficasse com Luiza para protegê-la, imaginando que John já deveria ter contado sobre sua vida para Carol.

- Acreditava que Carol poderia me fazer algum mal, Valentina? – Questionei minha namorada com surpresa. – Isso parece demais...

- Sua namorada está certa, Luiza...

A voz de Roger cortou o ambiente e percebi que era sua vez de contar tudo aquilo que ficou escondido da luz e da verdade.

- Carol nunca sentiu simpatia ou carinho por você...seu objetivo, desde o início, era destruí-la e deixá-la sem tudo aquilo que mais amava. – O tom de voz de Roger era incisivo, não parecia em nada, com o homem pacífico que convivíamos. – Você sempre foi um empecilho para os seus planos, Luiza.

- Não entendo... – Me levantei, caminhando em círculos, sem compreender estas afirmações e acusações direcionadas contra minha irmã e nosso relacionamento. – O que motivaria isso?

- Carol sempre se sentiu preterida na vida de seu pai. Acreditava que ele estava inclinado a deixar todo o patrimônio da família sob o seu comando, esquecendo que ela é a mais velha de suas filhas. A chegada de Valentina, esta aproximação de vocês e a forma como sua competência ficou evidente, mesmo sendo uma fotógrafa, fez com que ela adiantasse seus planos previamente arquitetados. – Roger atirou no sofá, fotos de Carol e John, em momentos de extrema intimidade, causando espanto em todos. – Eles podem ter mantido esse caso ao longo de vários anos...isso, parte de uma suposição.

Lágrimas já banhavam minha face, imaginando o quanto fui imbecil em nunca perceber qualquer indício de aproximação entre os dois, algo que comprovasse esta traição. Pelo contrário, admirava a relação de respeito entre os dois, diferente dos seus encontros com Sara, que sempre detestou aquele homem sem ao menos suspeitar de suas intenções.

- Conta para ela, Roger... – A voz de Alexandra, despertou meus pensamentos. – Ambas precisam saber de tudo.

- O que ela está falando, Roger? – Indagou, minha namorada em curiosidade.

O homem estendeu a mão em direção de Alexandra e esta, lhe entregou uma espécie de caixa de madeira, que não havia notado que repousava ao seu lado desde o início do depoimento aos policiais. Roger caminhou em minha direção e entregou-me esta pequena caixa e ao abri-la, encontrei algo que jamais imaginava.

- O que foi Luiza?

Ignorei a pergunta de meu pai e comecei a retirar tudo o que encontrei no interior daquele objeto. Na pequena caixa estavam inúmeras fotos de Valentina em nossa época de adolescência, estas, que foram realizadas no tempo que frequentávamos o colégio, fazíamos passeios em família ou situações corriqueiras. Haviam também fotos em que não me lembrava dos eventos que vivenciamos, eram imagem mais isoladas e distantes, capturando particularidades da jovem Valentina, como sua silhueta, por exemplo. Em cada fotografia, escritos eram encontrados atrás de cada papel fotográfico, com a letra da minha irmã.

"Queria o seu olhar só para mim...sempre." – Escritos na foto ilustrada do rosto de Valentina.

"Por que você não me toca como desejo?" – A foto era de Valentina com as mãos sujas, depois de um trabalho escolar.

"Irei marcar o seu corpo como sendo o meu..." – Esta última imagem, captava a silhueta de Valentina na espreguiçadeira da piscina de nossa casa de longe, parecia que desejava deixar esta ação imperceptível.

Valentina ao meu lado parecia tão chocada quanto, era fácil notar a expressão de confusão em seu rosto. Minha única reação naquele momento, foi jogar a caixa de madeira em direção a uma parede vazia de quadros e adornos, como uma maneira de colocar um pouco da raiva para fora do meu corpo e alma. Quem era aquela mulher que se dizia como minha parceira? Minha guia? Meu exemplo? Quem era a verdadeira Carolina que roubou nossa família, criou um relacionamento com meu ex-marido enquanto ainda estávamos casados e desejou minha namorada? O que deveríamos fazer? Pensando com calma e analisando estas últimas informações e discursos, começo a lembrar de pequenas falas de Carol que, agora, começam a encaixar como peças de um quebra-cabeças.

(Trecho do capítulo 17)

- Posso entrar? – Olho para a porta novamente e encontro minha irmã, curiosa e séria. Autorizo com um sinal positivo e ela adentra o espaço, ocupando a cadeira, antes, preenchida por aquele homem. – Esbarrei com John no corredor e ele não parecia nada feliz. Aconteceu alguma coisa?

- Ele esteve na minha sala, tentando me intimidar sobre meu relacionamento com Valentina, discursando suas falas tortas e altamente vingativas. – Suspirei, cansada deste assunto redundante.

- Bom, vamos acreditar que essa situação também não é fácil para ele, afinal, acredito que John imaginava passar o resto da vida ao seu lado. Chega a ser compreensível este tipo de atitude. Apesar de tudo, não creio que seja capaz de fazer algo contra você...mãe do seu filho.

(Trecho do capítulo 18)

- Neste momento, preciso concordar com Marcos... é engraçado acompanhar uma fotógrafa rodeada por profissionais do Direito e participando ativamente dos balancetes. – Brincou Carol, seguida de Roger com poucas risadas. – Como uma herdeira direta, também espero que cuide bem do nosso patrimônio, Valentina... – Debochou, ainda em brincadeira com a mulher de olhos verdes – Agora, vai precisar cuidar dos interesses até mesmo do Léo, na ausência daquele idiota.

(Trecho do capítulo 19)

- Pai...Conhece o Miami – Wine & Bar? – Quando termino de girar meu corpo, depois de fechar a porta da sala, vejo dois pares de olhos me encararem com curiosidade. – Ah...Oi, Carol.

- Acho que nossos pais te ensinaram a bater na porta, Lu... – Debochou, voltando a encarar uma planilha no seu notebook, parece que estavam trabalhando juntos. – O que me deixa mais curiosa é sua pergunta sobre um bar...já quer encerrar o expediente e cair na bebida, sua maluca. – Sorriu.

Foi ela que avisou John sobre o encontro de Valentina com os possíveis clientes no bar central.

(Trecho do capítulo 23)

- Quando você vai perceber que a Valentina é admirada por quase todas as mulheres que lhe conhecessem? – Questionou Carol, distraidamente, analisando algumas pastas sob a mesa e chamando minha atenção. – Ela é linda, Luiza. Sua namorada é estonteante e extremamente atraente, durante a adolescência todas nós tínhamos olhos apenas para sua figura, que parecia desfilar pelos corredores, cada vez que você caminhava. Agora, pensando em todos estes atributos e somado ao fato de toda herança e poder que seu sobrenome carrega, Valentina é um excelente partido para todas as mulheres disponíveis. – Minha irmã interrompe sua análise e encara-me diretamente com um sorriso presunçoso. – Alexandra é perigosa, irmã...guarde essa informação.

- Não acredito que ela fez isso conosco... – Minha voz já deixava meus lábios de forma sussurrada, quase sem forças. – O que nós vamos fazer?

- No dia que entrou em meu escritório e me encontrou com Alexandra...Ela estava entregando esta pulseira em minhas mãos, havia encontrado esta joia em uma sala da empresa, a qual, presenciou a sua irmã e um dos auditores saírem do local aos beijos. Durante um período da inspeção, apresentou-me suas anotações que, após uma nova auditoria proposta secretamente por mim e uma nova inserção do detetive, descobrimos que ela havia subornado este homem para a adulteração dos resultados. – Explicou Valentina, segurando uma de minhas mãos e guiando-me até o sofá para tentar suprir a carga de adrenalina.

- Suborno? Como?

- Acho que os beijos deixaram bem claro, o que sua irmã ofereceu como moeda de troca. – As palavras de Alexandra enterrarem o pouco de esperança que tinha guardada em meu peito. – John e Carol são a dupla perfeita...Eles são gananciosos, loucos por dinheiro e poder, sem apego as pessoas ao seu redor e desejando apenas triunfar. – Ressaltou – John enxergou na herdeira dos Castelli, uma oportunidade de ouro para tentar recuperar tudo aquilo que perdeu com nossos pais, não importava o método, Luiza deveria ser o suficiente para sua chegada na mina de ouro. O que ele não contava era que Carol descobriu seu plano e, também motivada pela ganância, achou inteligente se alinhar nesta barganha. No caso da mulher, a obsessão por Valentina, guardada no profundo da sua alma, era o que lhe motiva a agir com rapidez, tinha medo que enxergasse quem realmente ela era e perder algo que nunca foi seu...o seu amor. Dinheiro e poder...isso move aqueles dois sem limites.

- O que podemos fazer? – Perguntou, Marcos. – Existem provas o suficiente para ambos serem pegos, mas, precisamos da localização de John...Ele não pode escapar depois de todo este roubo e atentado contra a minha filha.

Valentina se mostrou surpresa com as palavras proferidas pelo pai, mas, respirou fundo, concentrou-se e disse o que tanto sua mente maquinava.

- Isso é com você, Augusto... – Meu pai levantou a cabeça e encarou minha namorada com seriedade e também surpresa. – Sempre nutri por todos os membros de sua família um enorme carinho e com Carol não foi diferente, enxergava sua presença como de uma irmã e sei, o quanto estas informações destroem toda aquela imagem. Você e Sônia, são exemplos de pais e sinto que atuaram nestes papéis de certa maneira para minha pessoa, esta situação não deve ser fácil e por esta razão, deixo nas suas mãos como podemos proceder.

Papai abaixou sua cabeça e manteve suas mãos firmes ao lado dela, quase tornou-se imperceptível ver o seu rosto, mas, não conseguiu abafar o sonho de alguns resmungos e barulhos quase nulos de choro. Caminhei em sua direção e ajoelhei-me na sua frente, segurando em seus braços e permanecendo como sua principal confidente, função esta, que já foi exercida por este mesmo homem em inúmeras ocasiões. O que presenciamos neste dia, era um acontecimento tenebroso e que deixará cicatrizes profundas em toda nossa família, nos marcará para sempre e será difícil seguir em frente sem recordar aquilo que nos assombrou. Pensava em minha mãe e Sara, como ficariam depois de tantas descobertas e, de onde iríamos extrair forças para sobreviver. Essa era a palavra, sobreviver. Meu pai acariciou meu rosto, olhou rapidamente para todos e por último, permaneceu em uma conversa silenciosa com Valentina por instantes e por fim, proferiu o que tanto todos aguardavam.

- Vamos entregar estas provas para a polícia...Penalizar Carolina e iniciar nossa caçada ao John.

Carol precisava pagar por seus crimes ao lado de John, necessitávamos de justiça, não só nossa família como também a empresa, colaboradores e clientes enganados. Não esperava menos do meu pai, mesmo com o coração sangrando, escolheria sempre o caminho da justiça e daquilo que considerado como correto. Desde de crianças, nossos pais deixaram claro, qualquer infração ou ação ilegal, responderíamos com responsabilidade e parece que chegou a hora da minha mais velha.

- Marcos, você poderia me acompanhar até minha casa? Preferencialmente com a Catarina? – Perguntou papai, angustiado e triste para o seu amigo e sócio. – Preciso explicar para Sônia e Sara, tudo o que está acontecendo, a presença de grandes amigos será importante.

Marcos assentiu positivamente e em seguida, Roger se levantou e sugeriu algo de suma importância.

- Estou com as chaves do apartamento, como vocês sabem, Carol viajou para uma cidade próxima para atender um pedido da empresa...Vocês custearam até mesmo suas passagens... – Ressaltou indignado com o último factoide e agora, lembrando do comprovante de gastos, preciso concordar. – Talvez exista alguma pista ou documento que possa orientar sobre o esconderijo daquele filho de uma puta. – Nunca vira Roger tão raivoso.

- Pode funcionar. – Comentou Alexandra. – Vou seguir com Roger e tentar vasculhar alguma novidade.

- Vou com vocês.

A voz de Valentina fez-se imponente.

- Amor...Você se machucou, precisa descansar... – Disse, acariciando seu braço repetidamente.

- Preciso encerrar isso de uma vez por todas...Terminar com esse pesadelo para vivermos felizes. – Ressaltou. – Prometo voltar para você, juro...Ligue para Duda e Igor, conte o que aconteceu e permaneça na companhia deles, combinado?

- Amor...

- Por favor, Lu...Fique em segurança, promete?

- Você é muito teimosa. – Reclamei, deixando um selinho em seus lábios – Por favor, fique em segurança.

- Pode deixar, Luiza... – Falou Alexandra – Cuidarei da gatinha italiana para você.

Valentina sorriu pela audácia da mulher, enviou uma mensagem para o irmão e preparou-se para deixar a casa, despedindo-se de todos os presentes. Quando minha namorada, Roger e Alexandra, estavam prestes a sair da casa, lembrei-me de algo importante e que foi esquecido.

- Alexandra? – A mulher virou-se em minha direção com a expressão confusa e de espera. – Muito obrigada. – Ela assentiu e sorriu – Permita que ela volte para casa.

- Nós vamos voltar...

Os três deixaram a casa com pressa, completamente motivados e prontos para findar este capítulo de nossas histórias, enquanto permaneci pedindo aos céus, para que voltassem em segurança e Valentina ocupasse o seu lugar diretamente em meus braços.

..................................................

Valentina POV

Dentro do elevador do prédio residencial de Roger e Carol, permanecia calada analisando tudo o que ocorreu nas últimas horas e como a história era maníaca e suja. Sobre os contratos e balancetes apresentados, já tinha um prévio conhecimento dos conteúdos por intermédio de Alexandra e meu detetive, não foi nenhuma surpresa os detalhes explicitados naquelas documentações. O que me surpreendeu de verdade foi a caixinha de madeira apresentada por Roger com várias fotografias e declarações da irmã do amor da minha vida. Nunca olhei Carol com outros olhos ou intenção, ela sempre fora como uma irmã para mim também, alguém que jamais despertou o meu interesse. Não consigo imaginar e nem proporcionar o ódio que ela sentia de Luiza, esta, que sempre foi uma irmã carinhosa, justa e gentil, era descomunal este comportamento. Quando escuto o barulho de chegada do nosso andar, peço aos céus uma última vez, que a família Castelli encontre a paz após esta terrível tempestade.

- Acho melhor nos separarmos e ganharmos tempo nesta busca. – Sugeriu Roger quando já estávamos no interior do apartamento. – Valentina pode procurar no nosso quarto, existem poucos espaços e será ideal para quem está com um braço só... – Brincou – Alexandra pode ir comigo ao escritório, este deverá receber nossa minuciosa atenção.

- Perfeito...vamos.

Segui para o quarto do casal e comecei a revirar todas as gavetas da escrivaninha e mesinhas ao lado da cama, encontrando apenas alguns pertences inúteis, pacotes de camisinhas e algumas cadernetas que, ao analisar, eram os números de suas contas no exterior. Retirei meu celular do bolso e fotografei cada página escrita, enviando diretamente para o meu sogro. Abri a porta do closet e encontrei vários cabides com peças intimas de Carol, pareciam novas e com etiquetas, distribuídas de um jeito peculiar. Adentrando ao espaço, encontrei algumas cordas, fitas e tecidos, achando completamente estranho, mas, decidi ignorar e concentrar-me na documentação. Quando olhei para o lado direito no chão, encontrei uma espécie de comprovante e percebi que era sobre a compra de algum produto químico não identificado. Naquele instante que larguei o papel, ouvi o barulho de vidro se quebrando, decidi averiguar e fui pronta para cruzar a porta do quarto, quando senti um puxão e minha visão escurecer, permanecendo no mais absoluto apagão.

................

Narrador POV

Após um longo tempo, Valentina começou a despertar de seu sono forçado, sentindo uma leve dor de cabeça e um incomodo latejante em seu braço ferido. Recobrando a consciência de maneira permanente, percebeu que seus braços e pernas estavam amarrados, era como se formasse um grande "X" sob o colchão, visto que as cordas eram longas e ficavam presas nos apoios dos "pés" da cama. A italiana, notando que estava vestindo apenas sua calça jeans e sutiã, tentou fazer pressão para escapar do lugar, falhando miseravelmente, buscando uma forma de pedir ajuda.

- Não tente...Poderá se ferir e não desejo isso para você...

- Carol...

A morena primogênita da família Castelli, caminhava em direção a cama vestindo apenas um conjunto branco de lingerie, exibindo um olhar predador e repleto de luxúria.

- Como você...? – Questionou Valentina irritada e um pouco zonza sem forças.

- Aquela empresa abriga um bando de idiotas... – Sorriu – Apenas o comprovante de pagamento de passagem, não significa que o funcionário está longe, completando suas funções. – A mulher parou em frente da cama e assoviou, fazendo uma figura conhecida adentrar o quarto. – Bom trabalho, querido... – Os olhos de Valentina não acreditavam no que estavam presenciando. – Agradeça, Tina...

- Por que, Roger? Ela te traiu! Por que?

Roger soltou uma sonora gargalhada e respondeu tranquilamente sua pergunta.

- O dinheiro move o mundo. – Sorriu. – Vou buscar o John, tenho certeza que ele irá encontrar a irmãzinha e presenciar o fim de Valentina Sartori.

- O que fizeram com Alexandra?

- Não se preocupe... – Disse Roger se afastando de Carol e seguindo rumo ao caminho de saída. – Ela está descansando no quarto de hóspedes, fique tranquila.

Roger deixou o quarto avisando mais uma vez de sua busca por John, restando apenas Carol e Valentina no local, ambas se encaravam firmemente com a diferença que, enquanto os olhos da Castelli eram inundados por uma loucura aparente, os olhos da menina Sartori transmitiam medo, raiva e dor, por tudo o que estava vivenciando. Carol subiu na cama, engatinhando devagar até sentar-se sob o quadril de Valentina. A mulher se debruçou sob o corpo da jovem mulher e depositou um beijo em seu queixo e depois direcionou sua boca para a orelha direita da fotógrafa.

- Não se preocupe, baby... – Valentina sentiu uma leve mordida em seu lóbulo. – Não deixarei que John lhe faça qualquer mal... – Garantiu – Sei que mais cedo ou mais tarde, chegarão neste local, mas apenas ele será levado e nós, vamos garantir nosso futuro juntas...de corpo e alma.

Carol beijou o pescoço de Valentina, amordaçou sua boca e deitou sob o seu corpo, mantendo a cabeça escondida no pescoço da cunhada, aspirando seu delicioso cheiro e acariciando seu abdômen e seios com vontade e tesão. Enquanto se deliciava em êxtase, Valentina pedia aos céus que notassem seu sumiço e viessem cumprir o seu trabalho rapidamente, caso contrário, sabia que a tragédia seria o final desta história.

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.

.

Muitas revelações, decisões difíceis e um final revoltante e temeroso.

Como disse Valentina, chegou a hora de um ponto final e, realmente, a tragédia se aproxima.
Palpites?? É reta final meus amigos...os destinos destas famílias estão entrelaçados.
Muito obrigada e vejo vocês no próximo!

Até!

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