A Aposta - JJ Maybank

By obx_mikaelson

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Elizabeth Petrova é uma adolescente de 17 anos, vive em Outer Banks curtindo ao máximo tudo que a ilha tem a... More

𝐀𝐩𝐫𝐞𝐬𝐞𝐧𝐭𝐚çã𝐨
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𝕰𝖕𝖎𝖑𝖔𝖌𝖔 - 𝕻𝖆𝖗𝖙𝖊 2
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𝕬𝖛𝖎𝖘𝖔

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By obx_mikaelson

𝑳𝒊𝒛𝒛𝒊𝒆

13 de Março de 2023

Dormir com o JJ foi muito bom, estava com saudades dele, de sentir ele tão perto, sentir o cafuné dele era a melhor coisa do mundo. Mesmo estando na cama do hospital, essa foi uma das nossas melhores noite juntos, mas estava ansiosa pra ir embora, só algumas horas acordadas e eu ja estava louca pra voltar pra casa.

Por volta das nova horas o doutor Lahey bateu na porta, eu e o JJ acordamos, o loiro saiu da cama e se sentou na poltrona fingido que nada aconteceu, soltei um risinho pelo desespero dele. Assim que ele se ajeitou eu falei pro medico entrar, eu iria fazer alguns exames hoje então sai do quarto em direção as salas de exames.

Passei horas saindo e entrando de maquinas e salas pra exames, mas até preferia isso do que enfrentar o que me esperava depois que os exames acabassem. Sei que era errado, mas não queria ver meu avô ou minha mãe, minha última conversa com meu avô foi uma briga e sabia que minha mãe brigaria comigo, estava tentando evitar me estressar com os dois, mas teria que enfrentar isso uma hora ou outra.

Voltei pro quarto depois de duas horas e a enfermeira avisou que as visitas começariam. Queria ter visto o JJ antes delas começarem, mas imagino que se ele entrasse antes, minha mãe poderia matar ele com os olhos, então preferi enfrentar a fera.

Pra minha sorte a primeira a entrar foi a Mary, sorri quando vi ela se aproximar. Mary senta na poltrona ao lado da cama e segura minha mão sorrindo.

-Como você está? -Mary pergunta

-Bem, mas já estou com saudades de casa e da sua comida

Mary da um risinho

-Quando você sair daqui prometo fazer suas comidas favoritas -Mary fala e faz carinho na minha mão- Nunca mais faça isso, meu velho coração nao aguenta

-Prometo que da próxima vez eu desvio do tiro -falo dando um risinho e olho pra Mary, ela me olhava seria- Prometo ficar longe de problemas e me cuidar melhor, também não quero passar por isso de novo

-Ninguém mais quer passar por isso, foi tao angustiante, achei que iria perder a unica familia que eu tenho -Mary fala

-Nao vai me perder Mary, familia é pra sempre e você faz parte da minha familia, sempre cuidou de mim

-Nos últimos meses tenho deixado a desejar nesse quesito -Mary fala

Seguro mão forte a mão dela

-Claro que não Mary, você sempre cuidou muito bem de mim, eu que me meti nessas enrascada e escondi tudo, nunca se sinta culpada

-Então por favor não se meta mais em enrascada e quando precisar fala comigo, você não ta sozinha Liz

-Sei disso Mary -faço carinho na mão dela- Mas agora me conta, como estão as coisas em casa?

-Todos estavam preocupados com você, então tudo tava meio quieto e triste, mas com você de volta, tudo melhora -Mary fala sorrindo

-Eles não estão bravos?

-Bravos Liz? Todos estão aliviados por você estar bem, não se preocupe com isso, na verdade estão ansiosos pra te ver -Mary fala

-Confesso que eu to um pouco nervosa, por causa da minha mãe, ela pode parecer calma agora mas já to esperando pela bronca

-Sua mãe refletiu muito nesses meses, da uma chance pra ela e pro seu avô

-Bom, sou obrigada a ouvir eles, então posso dar uma chance

Mary da um risinho

-Já vou ir, mas volto depois -Mary faz carinho no meu rosto- Senti sua falta, to feliz que você esteja bem

-Também senti saudades Mary

A mulher levanta e da um beijo na minha testa, ela sai do quarto. Fico encarando a porta esperando pelo próximo que vai entra. A porta abre e vejo meu avô entra, me ajeito na cama, olho pra ele e depois olho pra minha mão, percebo ele se aproximando e se sentando.

-Como você ta se sentindo?

-Bem

-Só isso? Sei que fez exames hoje -meu avô fala

-Me sinto bem, os exames são pra ver se eu realmente estou bem mas não sei dos resultados

-Poderia olhar pra mim, pra gente conversar? -meu avô fala

-Fala -me viro e olho pra ele

-Te amo Elizabeth, você é minha unica neta, é a minha estrelinha, minha artista, eu nunca desistiria de você e sinto muito se você pensou assim. Não queria ter discutido com você ou te causado algum mal

Analiso o rosto dele e respiro fundo

-Se você não queria que eu pensasse que você desistiu de mim, então por que não lutou por mim? Por que não veio ver como eu estava? Por que simplesmente me jogou nas mãos da minha mãe, mesmo sabendo como eu tinha medo disso?

-Eu errei muito com a sua mãe, deixei ela sozinha, deixei ela se rebelar, ela se enfiou em tantos problemas e quando a Mary me ligou falando da sua mudança no comportamento, eu vi o filme se repetindo, só queria o seu melhor -meu avô fala com lágrimas nos olhos

-Meu melhor nunca seria ficar longe de Outer Banks e você sempre soube disso, mas no meu único momento mais fragil e que eu me afastei, você simplesmente me jogou pra escanteio sem nem saber como eu realmente estava

-Sei que errei, sei que deveria ter vindo pessoalmente e não só te cobrado por ligações ou por meio da Mary, mais uma vez na vida eu coloquei o trabalho acima da familia e me arrependo. Lizzie quando eu achei que você ia morrer ontem, eu sofri -ele seca o rosto- O medo de você morrer com a gente brigado me corroeu, quero minha neta de volta, quero que me perdoe

Olho pra ele

-Você sempre foi um bom avô, mesmo passando muito tempo longe, quando estava aqui sempre me tratou bem e foi amoroso. Mas me senti traída e deixada de lado quando soube que você cedeu pra minha mãe -vejo o olhar do meu avô entristecer- Mas você fez mais coisas boas pra mim do que ruins, não gosto de ficar brigada com você

Me avô sorri e pega na minha mão

-É muito bom ouvir isso -meu avô fala

-Mas eu amo o JJ e a vida pogue, não vou me afastar deles e você vai precisar confiar em mim

-Você não se metendo em outra dessa, por mim tudo bem. Passar todos esses meses perto deles, pude ver que estava errado, você tem sorte de ter eles

-Então estamos totalmente bem vovô

Vejo uma lágrima cair dos olhos dele

-Desculpe querida...senti muita saudade, ouvir você me chamando assim de novo é como um sonho e me fez lembrar de uma coisa

Vejo ele mexer no bolso do terno e tirar um papel dobrado, ele estica o papel pra mim

-Um dos desenhos que você fez pra mim, esse é um dos meus favoritos -meu avô fala

-Você ainda guarda, não acredito -falo sorrindo olhando o desenho

-Claro que guardo, você é a pessoa mais importante da minha vida e tudo relacionado a você é importante pra mim -Peter fala

Olho pra ele e sorrio

-Você também é muito importante pra mim -olho seria pra ele- Precisa me prometer que não vai deixar minha mãe me levar pra embora

-Prometo querida, ninguém vai te tirar de Outer Banks

Sorrio levemente concordando com a cabeça.

-Falando na sua mãe, ela ta ansiosa pra te ver, vou deixar ela entrar

-Até mais tarde vovô

Ele se levanta, beija minha testa e sai

Fecho minhas mãos e olho pra elas, meu punhos tinham pequenas cicatrizes, eram praticamente imperceptíveis mais ainda estavam ali, eu sabia que estavam e me lembrava de todas as vezes que soquei algo e machuquei elas por causa de algo que minha mãe falou.

Normalmente mães ensinam as filhas a andar de bicicleta, a se maquiar, a pintar, escolher roupas, mães cuidam das suas filhas e estão lá em todos os momentos importantes, mas a minha mãe nunca esteve lá quando era preciso e a unica coisa que ela me ensinou foi a me machucar, me ensinou que a dor física sempre pode ajudar a mascarar a dor emocional. Mas sendo sincera, não queria ter aprendido isso, doi muito pensar em todas as vezes que eu me machuquei pro causa dela, doia pensar nos sentimentos que isso me causava.

Todos falaram que esses meses mudaram ela, mas na minha cabeça ela ainda era a mulher fria e má que sempre me machucou, mesmo eu tentando de tudo pra ser perfeita, pra ser uma boa filha e orgulhar ela. Foram tantos "tapas na cara", tantos traumas, que eu não sabia se daria pra confiar que ela mudou, sei que quase morri e isso pode ter mudado a cabeça dela, mas agora eu acordei, e se ela voltar a ser como sempre foi?

Vejo a porta abrir, teria a resposta agora. Vejo a Katherine entrar no quarto, o cabelo preso em um rabo de cavalo, uma calça jeans, uma blusa de cetim branca e salto alto, não parecia alguém que estava visitando a filha e sim alguém que esta indo pra uma reunião ou algo muito sério e importante. Mas essa era a Katherine, sempre fina e elegante, com um ar arrogante e imponente. Isso sempre me fez sentir insegura, como agradar alguém que sempre parece tão perfeita e decida de tudo?

Me encolho na cama e ela anda até mim, Katherine se senta na poltrona e me olho. Respiro fundo e olho pra ela, o rosto indecifrável dela me deixa nervosa, mas não podia ter medo, tinha tomado a decisão de no deixar ela me fazer mais mal, se a conversa fosse em um rumo que me machucasse eu mandaria ela embora, enfrentaria ela de verdade.

-Você parece bem -ela fala

-Me sinto bem, pronta pra voltar pra casa

-Vamos com calma, você voltou de um coma ontem -Katherine fala

-Voltei e já me sinto ótima

-Fico feliz que esta se sentindo tão bem, assim a gente pode conversar. Afinal de contas o que aconteceu foi muito sério, você se meteu em um grande problema, algo muito maior que você e que quase te matou -Katherine fala

-Me meti em algo pra fazer justiça e ajudar meus amigos, nunca esteve nos meus planos levar um tiro

-Mas você levou, você ficou em coma por cinco meses e a 24 horas atrás estava correndo risco de vida, quero que entenda como isso é grave, que essa brincadeira de criança de vocês poderia ter custado caro -minha mae fala

-Nunca foi uma brincadeira de criança e eu sei o quão sério foi, afinal de contas fui eu que perdi 5 meses da minha vida

-Todos nós perdemos Elizabeth, todos nós paramos nossas vidas por você, pra ficar do seu lado, então pare de ironias

Revirou os olhos e mordo o lábio

-E eles disseram que você tinha mudado, tinha refletido esses meses...pra mim você ta como sempre -olho seria pra ela- Desculpa se eu mais uma vez eu fui um peso na sua vida, desculpe ter feito você perder 5 meses da sua preciosa vida, eu cometi um erro, sou imatura, infantil e irresponsável. Era isso que queria ouvir? Agora pode ir embora, tenho pessoas melhores pra conversar

Vejo a Katherine engolir em seco, ela respira fundo e seus olhos ficam marejados, não estava entendo essa reação dela. A mulher olha pras mãos, parecia nervosa, nunca tinha visto Katherine Petrova ficar sem palavras. Ela sobe o olhar novamente pra mim.

-Você não precisa se desculpar, eu preciso...De novo eu fiz tudo errado, não quero brigar com você Elizabeth, quero consertar as coisas, quero que você me entenda

-Entender o que?

-O porquê de tudo que eu fiz -ela respira fundo- Sempre fui muito sozinha, ainda mais depois da morte da sua avó, eu tava cansada de ser deixada de lado, de sempre dar o meu melhor e seu avô nunca me notar, então comecei a andar com o pogues, usar drogas, sumir por noite e brigar sempre com seu avô e eu só parei quando engravidei de um desconhecido durante o verão. Eu só tinha 16 anos mas no momento em que vi o teste tive certeza que queria ser mãe, vi na gravidez uma forma de ter uma familia de verdade

-Então por que você me deixou? Se era pra gente ser uma familia por que você foi embora? -falo com voz de choro

-Porque a maternidade é dificil, bebês choram, é a unica forma deles se comunicarem, mas o problema é que eu nunca conseguia te entender, não conseguia te dar de mama, nunca sabia se era um choro de fome, de sono, frauda suja, cólica...você ficava chorando e eu enlouquecia, então te dava pra Mary resolver e ela sempre resolvia tão rápido, pra ela parecia ser tão simples

Vejo lágrimas cairem do rosto da minha mãe, nunca tinha visto ela chorando, essa com certeza era uma nova versão da Katherine que eu estava conhecendo

-Eu sonhei e idealizei tanto ser sua mãe que quando eu nao consegui, isso me frustrou tanto que eu fui me afastando aos poucos, achei que esse era o melhor pra você. Então quando você tinha oito meses, apareceu uma oportunidade pra eu ser modelo, eu sempre amei modelar e na minha cabeça você ficaria bem sem mim, na verdade ficaria até melhor sem mim, achei que a Mary cuidaria melhor de você, então eu fui embora

-O problema mãe é que eu não era uma boneca que você pega pra brincar de casinha e quando de cansa pode deixar de lado, eu sou um ser humano com sentimentos -olho pra ela chorando- Imagino que ser mãe aos 16 anos seja difícil e que lidar com um bebê não seja simples, mas bebês crescem, as coisas vão se tornando mais simples, mas em vez de você tentar, em vez de você aprender com a Mary e tentar me entender, tentar ser minha mãe, você simplesmente desistiu e foi embora

-Agora eu sei que eu errei, mas na epoca pensei que tava fazendo a coisa certa, achava que o melhor era eu me manter longe e quando eu te visitar você tava sempre tão bem que eu achava que tudo tava perfeita. Coloquei na minha cabeça que ser uma boa mãe pra você era preciso só te ligar e te visitar as vezes..Agora eu sei que não, sei que me afastar te magoou, sei que as ligações que eu achava que te faziam bem porque evitavam você de ir pelo mesmo caminho que eu, na verdade só te machucam -Katherine tenta pegar na minha mãe, mas eu recuo- Mary me contou sobre os machucados, me contou sofre tudo e eu...eu sinto muito, nunca quiz te causar isso, nunca quis te machucar, nunca imaginei que eu te causasse tanta dor

Dou um riso sarcástico pra ela

-Serio mãe? Sério que você pensava que dizer que eu era um erro, que eu era dramática, egoísta, mimada, sem rumo, uma vadia bêbada, gorda e uma vergonha pra você, iria me fazer bem? Sério que pensou que dizer tudo isso e muitas outras coisas iria me fazer seguir um rumo diferente do seu e isso iria me educar e que você estava sendo uma otima mãe? -falo chorando- Se você pensava assim então nunca se escutou falando comigo

-Elizabeth...

Estico a mão interrompendo ela.

-Agora você vai ouvir, to cansada de guardar isso. No começo, até os meus 6 anos, você ainda era uma mãe minimamente boa, aparecia só as vezes mas pelo menos me tratava bem, era minimamente amorosa, mas depois...você parou de se importar, parou de vir, começou a ser fria comigo e me tratar como se eu ja fosse uma adulta que deveria saber tudo da vida -olho pras minhas mãos e depois pra ela- A primeira vez que eu me machuque tinha 9 anos, tudo que eu queria era passar meu aniversário com você, era comprar meu vestido com a minha mae super modelo, você tem noção do quanto o te idolatrava? Fazia coleções com a suas revistas, imitava suas fotos, me imaginava um dia sendo você

Respiro fundo e passo a mão no rosto secando as lágrimas

-Mas ai você não veio, eu te liguei e você disse que eu tava atrapalhando, que eu era dramática porque era só um vestido que eu poderia comprar com qualquer pessoa, disse que eu era egoísta por só pensar em mim e em desejos fúteis e o pior de tudo...você disse que nesses momentos odiava ser mãe, porque tinha que lidar com "aquele tipo de showzinho", você não faz ideia de como eu me senti, foi tão doloroso cada palavra que eu simplesmente perdi a noção de tudo, senti tanta raiva e tristeza ao mesmo tempo que soquei o espelho do quarto, depois do soco, o desespero da Mary ver e a dor na minha mão me fizeram esquecer de você, então eu descobri meu botão de escape...dor física...ela mascarava o estrago que você deixava e com o tempo eu fui usando esse escape com tudo na vida, com todas as frustrações que eu tinha, mas você sempre foi o principal motivo pras minhas mãos machucadas

Katherine estava chorando bastante, mas confesso que não me importava, não me comovia nenhum pouco, na verdade eu me sentia leve, ja chorei e me machuquei tanto por causa dela que finalmente falar tudo pra ela era aliviante, era doloroso, mas a sensação de ter falado tudo era boa, foi como me libertar de algo.

-Eu...eu sinto muito Elizabeth...eu juro que sempre só quis o seu melhor, pra mim nunca pareceu que eu era tão dura assim, acho que passei tanto tempo sendo só a modelo que não sabia ser sua mãe, agia como se tivesse resolvendo negócios e não falando com a minha filha. Quando eu soube que você se machucava, doeu muito, doeu muito saber que eu era o motivo da sua maior dor, que eu fiz minha própria filha escolher se mutilar do que sentir o que eu causava nela -Katherine seca o rosto- Eu te amo Elizabeth, te amei desde do momento que o teste de gravidez deu positivo e eu me arrependo muito de tudo, espero que você me perdoe

-Sabia que é a primeira vez que você fala que me ama? Tem noção que mesmo você sendo minha mãe, nunca tinha me falado isso antes? -fecho os olhos negando com a cabeça, tentando fazer as lagrimas pararem de cair, depois abro os olhos olhando pra ela- Você escolheu ir embora, você escolheu ser modelo em vez de ser mãe, você escolheu priorizar sua carreira do que a mim...Você me machucou muito, por nove anos e nem se importava ou se dava nação do que estava fazendo, você nao me conhece e nem sabe como ser minha mãe, por isso não posso te perdoar

Katherine olha pra baixo chorando, pego na mão dela que estava apoiada na cama e ela olha pra mim

-Mas o Rafe atirou em mim e eu perdoei ele, então mesmo não conseguindo te perdoar agora, podemos tentar...preciso ver se você se arrepende de verdade e se vai tentar melhorar, só ai eu vou poder te perdoar -falo olhando pra ela

-Eu vou tentar melhorar, não da pra mudar o passado, mas vou tentar ser diferente daqui pra frente -minha mae fala

-Já é um começo

-Posso te dar uma abraço?

Concordo com a cabeça. Katherine se levanta da poltrona e eu sento mais reta na cama, ela se senta na beirada e me abraça, retribuo apoiando minha cabeça no ombro dela e deixo as lagrimas escorrerem, depois de muito anos, finalmente estava sentindo um abraço dela, finalmente uma demostração de amor que não fosse em frente as câmeras. Katherine me fez sofrer muito, mas eu sempre quis ter a minha mãe ali e agora tinha essa chance, iria dar essa segunda chance pra ela e esperava do fundo do fundo do coração que desse certo, que eu conseguisse perdoar ela e que finalmente fossemos mãe e filha

-Eu te amo filha -Katherine separa nosso abraço e beija minha testa

Sinto mais lágrimas caindo e volto a abraçar ela, por mim aquele momento poderia durar pra sempre, ele com certeza iria ficar marcado na minha memória, era uma novo começo.

~~••~~••~~••~~••~~~~••~~••~~••~~••~~
Oii

Me contem o que acharam desses reencontros? O que acharam da conversa da Lizzie com mãe?

Eu confesso que uma lágrima escorreu enquanto eu escrevia.

Espero que tenham gostado, até o próximo

Beijinhos 😘

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