I'm not good for you [RENHYUC...

By jiminu95

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máfia au | RENHYUCK/HYUCKREN | +18 Donghyuck sempre achou que fosse uma pessoa ruim, mas desde que conheceu... More

Declínio Sombrio
Senhores hierárquicos
Flertes com um assassino
O velho açougueiro
Beijos ao pôr do sol
O dançar da neve
Vulcão prestes a entrar em erupção
Rosas Vermelho Sangue
Dança macabra
Ovelhas dóceis
Diabo maligno
O baile de máscaras
Eu não sou bom para você

O gosto amargo da traição

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By jiminu95

A primeira coisa que reparei quando abri os olhos foi que não estava no meu apartamento, muito menos na mansão ou na casa de Mark. Estava seminu, deitado em um fino colchão no chão de madeira com bandagens espalhadas pelo corpo. Gostaria de dizer que a minha noite foi boa, mas ela não foi. As dores dos ferimentos não se comparavam com o gosto amargo da traição. Maldito Yuta Nakamoto.

Me lembrava bem da noite passada. Recolhemos uma alta quantia, um peixe muito gordo. Yuta, um dos melhores seguranças que a Yamazai tinha, chegou a comentar sobre como o velho ficaria irritado se perdêssemos o dinheiro. Estávamos em oito. Derrubei cinco, mas Yuta sempre foi melhor na luta corpo a corpo. Ele me deixou para morrer naqueles becos sujos que mais pareciam um labirinto. Na chuva, enquanto perdia sangue e sentia mais frio que o normal, ouvi passos e um par de olhos escuros e pequenos. Achei que estivesse à beira da morte e ele fosse um anjo, ou talvez um demônio, que veio buscar a minha alma – se ela realmente existisse.

Mas eu não estava morto e ainda tinha todos os membros. Mark deveria estar me procurando por toda Seul e Swan deve ter faltado na escola. Yuta pagaria caro por ter me traído, por ter me roubado e tentado me matar. Mas por agora, tinha preocupações maiores naquele momento. Não sabia onde estava, com quem estava. Olhei ao redor e encontrei as minhas roupas dobradas do lado do colchão onde estava deitado, ao lado da pilha, a minha arma e o meu celular. Ouvi passos do lado de fora do quarto, alguém falava no telefone.

Me sentei no colchão, meu corpo estremeceu e a manta fina que me protegia do frio deslizou para o meu colo, deixando o meu tronco à mostra. Envolta da minha cintura e peito, as bandagens estavam sujas de sangue. Também sentia envolta da minha cabeça e outra na minha mão direita. As minhas pernas estavam doloridas, mas nada que me impedisse de acabar com a vida de seja lá quem estivesse lá fora. Meu celular estava descarregado e as balas da arma estavam intactas.

– Eu vou ficar bem, Kun gege. – ouvi a voz soar mais próxima. Encarei a porta de correr e vi a pequena silhueta pelo vidro borrado. – Não se preocupe, eu sei o que estou fazendo. – sua voz era doce e gentil, mas não a reconhecia de lugar nenhum. – Certo, eu te ligo mais tarde.

Ele ergueu a mão para abrir a porta, e eu me preparei para qualquer coisa que pudesse acontecer. Mas apesar de tudo, não tive outra reação a não ser o encarar de forma surpresa. Era aquele garoto da livraria. Ele estava ali, com roupas casuais e os olhos de raposa me encarando de volta. O menor adentrou o quarto e sorriu levemente. Algo em meu peito remexeu, me deixando desconfortável. Ele não era uma ameaça, definitivamente.

– Que bom que acordou. – sua voz seguiu o mesmo tom de antes, quando conversava pelo telefone. – Achei que ficaria mais confortável com a arma perto de você. – seus olhos seguiram direto para as minhas mãos, onde a arma era segurada firmemente.

– Foi você que cuidou de mim? – questionei, observando cada detalhe seu. Ele conseguia ser mais bonito ainda de perto, impressionante.

– Na verdade, foi o meu primo. Ele é médico. – sorriu de forma orgulhosa. Imaginei que fosse a pessoa com quem ele falava no telefone. Kun? – Mas os ferimentos não estão tão ruins, você vai ficar bem.

– Estou muito longe de Itaewon? – larguei a arma no mesmo lugar de antes. E não deixei passar quando o menor relaxou os músculos quando viu que confiava em si.

– Não. – ele deu um passo à frente e entrelaçou os dedos frente ao corpo. – Suas roupas estão limpas. Vista-se e venha tomar café, podemos conversar melhor na cozinha com você devidamente vestido.

– Eu ainda não sei o seu nome. – o assisti sair do quarto e me encarar uma última vez. Seus olhos focaram nos meus e por um momento, senti aquele incomodo no peito outra vez.

– Renjun. – seus lábios curvaram-se levemente em um sorriso. – Huang Renjun.

Renjun...– sussurrei o nome do meu herói. – Lee Haechan. – apontei para meu peito. Não costumava dar meu nome verdadeiro para estranhos, então usava o apelido ridículo que Mark me deu.

Ele me observou outra vez, com o mesmo sorriso preenchendo os lábios rosados. Maneou a cabeça levemente enquanto fechava a porta, sem desviar o olhar do meu. Quando ele sumiu, levei a mão até o peito e encarei a parede de madeira da casa tradicional. Era uma Hanok, já fazia um tempo em que não entrava em uma casa tão antiga. E também fazia muito tempo em que não sentia aquele remexo no peito.

...❂...

A casa tinha cheiro de capim-limão. Não era enjoativo, era um cheiro bom. A maioria dos cômodos estava vazio, era uma casa grande e aconchegante. Caminhei pelo corredor aberto até encontrar a cozinha, onde Renjun preparava o café da manhã. Ele estava de costas para mim, então não me viu chegar. Tomei o tempo para observa-lo. Renjun era mais baixo do que tinha reparado, mas era ágil e rápido. Suas ações eram realizadas com perfeição e destreza. Ele cantarolava baixinho enquanto cortava aipo.

– Como você me trouxe até aqui? – questionei, chamando sua atenção. Ele me encarou por um minuto, sem deixar de cortar o vegetal.

– Com a ajuda de um simpático taxista. – ele riu. – Você é bem pesado, mas quando cheguei em casa, Kun me ajudou a carregar você.

– Você não é daqui, não é? – ele sorriu outra vez. Talvez com um pouco mais de confiança.

– Foi a minha pronuncia que me entregou?

– Não. – encarei o lado de fora. Tinha um pequeno jardim com flores roxas e rosas espalhadas em pequenos arbustos. Algumas borboletas sobrevoavam as flores. – Foi o fato de você ter trazido para sua casa um homem desconhecido, ferido e que carrega uma arma, foi isso o que te entregou.

Ele gargalhou, inclinando a cabeça para trás. Uma felicidade genuína correu como uma corrente elétrica todo o meu corpo ao ver o baixinho rir daquele jeito.

– Eu sou chinês. – ele caminhou pela cozinha, com duas tigelas de sopa em mãos. – E também, não sou o tipo de homem que deixa uma pessoa ferida debaixo da chuva para morrer, sendo que posso ajudar ela.

– Você não deveria fazer esse tipo coisa. – franzi o cenho. – Eu poderia ser um maluco e machucar você. E então, o seu esforço para me ajudar seria em vão. – meus braços estavam começando a formigar, então os descruzei, ainda de olho no menor.

– Se você quisesse me machucar, já teria feito. – ele sorriu mais uma vez, passando por mim com uma tigela mediana de arroz.

– Esse não é o ponto.

– Não mesmo?

Decidi ficar em silêncio, até porque ele estava certo. Se quisesse o matar, teria feito aquilo com facilidade e nem estaria mais ali, conversando com ele. Renjun terminou de montar a mesa e me encarou mais uma vez. Reparei na cor de seus olhos, em como eles brilhavam. Notei o quão magro ele era. Em como ele se encaixaria facilmente nos meus braços. Desviei o olhar para a mesa, o cheiro e a visão da comida fizeram o meu estômago me lembrar que ainda era humano e que precisava me alimentar. Quanto tempo faz em que não me sento em uma mesa e faço uma refeição adequadamente?

– Você come arroz ou prefere pão? – ele questionou quando me sentei à mesa.

– Arroz está bom.

Passei a comer em silêncio, vez ou outra, sentia o olhar de Renjun sobre mim. Ele analisava cada feição minha, procurando saber se eu estava ou não gostando de sua comida. E a verdade era que nem mesmo nos restaurantes mais chiques que costumava ir, nunca me alimentei tão bem como naquela manhã. Enquanto os jeotgarak tilintavam contra a tigela de porcelana, ergui o olhar e observei Renjun que bebia seu chá tranquilamente.

– Eu não sou nenhum policial ou segurança. – comentei, fazendo-o olhar para mim. Ele tinha salvado a minha vida, nada mais justo do que contar uma parte da verdade. – Você não me perguntou porque eu estou ferido ou porque carrego uma arma.

– Eu sei. – seu olhar desceu até a tatuagem do meu pescoço. A maldita tatuagem, é claro que ele me conhecia.

– Você é um homem muito corajoso, Huang Renjun.

Ele sorriu adoravelmente. Mesmo sabendo quem eu era, ele sorriu de forma amigável e gentil. Ele me salvou e cuidou dos meus ferimentos – ou Kun o fez. Mas ele estava ali, com os olhos brilhando como estrelas no céu noturno. Mesmo sabendo quem eu era. Quem eu sou. O ajudei a limpar a mesa e me despedi. Yamazai estava em dívida com Huang Renjun, e mesmo que ele negasse e dissesse que era bobagem, para mim não foi. Deixei a casa com uma sensação estranha, um calor no peito que já a muito tempo foi esquecido. Esperança.

...

- N/A -

Espero que tenham gostado do capítulo <3

》curiosidades sobre a fic《

Apesar de envolver o mundo da máfia, I'm not good for you está mais focada no romance e no desenvolvimento dos sentimentos do Donghyuck pelo Renjun.

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