O baile de máscaras

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Jinjoo usava um vestido longo preto com um decote nada discreto. A ponta da peruca rosa ia até a cintura delineada pelo vestido. E a máscara de dominó que cobria metade de seu rosto possuía a mesma cor da vestimenta, com algumas penas pretas ao redor. As lentes azuis pararam na Lamborghini da mesma cor. A usaríamos para ir até a festa. Éramos senhor e senhora Choi naquele momento, o convite guardado no bolso do meu paletó era o nosso passe livre.

– Eu vou com vocês. – Swan, que estava apoiada no carro, cruzou os braços.

– Já conversamos sobre isso. – tentei abrir a porta do motorista, mas a mais jovem me impediu. – Swan, não temos tempo. – a encarei sério.

– Eu quero ir! Você nunca me impediu de fazer algo com você, por que isso agora? Eu devo a minha vida ao Renjun. – suspirei, desviando o olhar.

– Você não entende. É perigoso, não conhecemos o território. – voltei a observa-la. – Já perdemos o Yangyang, se algo acontecer com você...eu vou perder a cabeça. – ela bufou.

– Está dizendo que eu sou uma distração? – descruzou os braços, me encarando furiosa.

– Sim, você é. – a menor revirou os olhos. – Eu vou querer o tempo todo saber se está bem. Posso falhar na missão e Renjun pode acabar morto, é isso o que quer? – ela negou, com os olhos brilhando pelas lágrimas contidas. – Então, fique aqui. Só assim saberei que está a salvo, e então, vou conseguir focar apenas em Renjun. – Swan suspirou, desviando o olhar.

– Mas...ele salvou a minha vida. Ele foi sem hesitar, por mim. – ela fungou. – E você sempre diz que se algo acontecer comigo, vai perder a cabeça. E se algo acontecer com você? Como acha que eu vou ficar? – nunca a vi chorar antes, não pessoalmente. E aquilo doía.

– Eu vou ficar bem. – ergui a mão e toquei o topo de sua cabeça. Ela sorriu, aproximando-se vagarosamente. Swan apoiou a cabeça em meu peito, escondendo o rosto.

– Acho bom você voltar...pai. – ela sussurrou. Swan nunca me chamou de pai antes, e aquilo foi como um choque de pura serotonina. Passei meus braços ao redor dela e deixei um breve selar no topo de sua cabeça.

...❂...

Já frequentei Gangnam-gu antes, mas nunca andei pelo bairro de Daechi-dong – um bairro extremamente nobre. Jinjoo enlaçou seu braço no meu enquanto nos distanciávamos do carro já estacionado. Não tivemos trabalho nenhum para entrar na mansão onde o baile de máscaras acontecia, já que os meus homens trabalhavam de forma ágil desde o começo da tarde, substituindo os funcionários e seguranças de Yuta discretamente, imperceptíveis. A Yamazai estava por toda parte, consumindo aos poucos aquela festa de fim de ano.

O lugar era grande e elegante. As mesas estavam fartas de alimentos e bebidas. Garçons andavam de um lado para o outro carregando bandejas de prata, cheguei a reconhecer alguns rostos, alguns dos meus garotos disfarçados – apesar de estarmos todos usando máscaras. Observei as pessoas que estavam reunidas naquele salão, todas vestidas de acordo com o tema, usando suas máscaras extravagantes. Risadas e sons de conversas ecoavam, talheres batendo contra a porcelana dos pratos e copos de cristais sendo esvaziados aos poucos.

Senti as unhas afiadas de Jin noona raspando contra o tecido do meu paletó. A encarei, vendo-a inclinar o queixo na direção de uma das mesas. E lá estava eles. Yuta usava uma calça vermelha, blazer da mesma cor e uma camisa preta por baixo. Seus cabelos escuros e compridos estavam arrumados. Sua máscara de dominó era vermelha com penas pretas ao redor. Ao seu lado, Renjun usava uma simples camisa branca – quase transparente em seu tronco –, um blazer preto e a calça da mesma cor. Seus cabelos também estavam arrumados e o seu rosto estava maquiado. Sua máscara preta tinha pedras brancas a enfeitando. Ele estava lindo, porém, o que mais me chamou atenção foi a faixa preta envolta do seu pescoço. A argola prendia a curta corrente prata, que estava enrolada nos dedos de Nakamoto.

I'm not good for you [RENHYUCK]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora