Eu não sou bom para você

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– Desde o dia em que você me traiu, só conseguiu escapar das minhas mãos porque ficou escondido. – disse, enquanto me ajeitava na cadeira. – Você não passa de um covarde, Yuta. – o encarei.

Ele estava preso por correntes em uma cadeira de metal, gelada e dura. Pregos prendiam suas coxas no banco. Dentes faltavam de sua boca e unhas de seus dedos. Não sabia como ele ainda estava aguentando, mas me sentia feliz por ter a chance de assistir sua morte. O buraco em sua mão, feito pela bala da Sniper de Swan, estava protegido por uma atadura – a faixa branca estava enxarcada de sangue. Estávamos naquela brincadeirinha já fazia dois dias seguidos.

– O que você achou que ia acontecer? – perguntei, mesmo sabendo que não teria uma resposta. Ele estava exausto e dormente de dor. – Achou que ia virar o próximo Woo Seongjin? – levei a mão até seu queixo, sujando meus dedos com o seu sangue, e ergui sua cabeça. – Eu sou o próximo Woo Seongjin, Yuta. – sussurrei, soltando seu queixo. O japonês tombou outra vez sua cabeça para baixo. Ouvi passos se aproximando. Me virei na cadeira e encarei Mark que carregava uma caixa de isopor lacrada. – Você trouxe o que eu pedi? – o questionei, vendo o mais velho revirar os olhos.

– É claro que sim. – Mark deixou a caixa na mesa retangular de metal que ficava no canto do galpão. Me aproximei dele e, com o canivete que Minhyung retirou do bolso, abri a caixa. Retirei a tampa e observei os cilindros lacrados que estavam preenchidos com o líquido verde musgo. – Vai mesmo fazer isso? – o Lee mais velho indagou.

– Eu vou. – sussurrei, retirando um dos cilindros de dentro da caixa. – Ah, se vou. – Mark suspirou, me entregando um par de luvas grossas. Sem cerimônia, as vesti rapidamente. Na mesma caixa, quatro seringas estavam deitadas em fileiras. Assim que abri o cilindro, peguei uma das seringas e a preenchi com o veneno. Voltei para Yuta e me agachei na sua frente. – Sabe Yuta, não existe maneira mais humilhante do que morrer lentamente nas mãos do seu inimigo. – afastei a manga de seu blazer vermelho, deixando seu braço a mostra. – Vai doer. – ejetei a agulha em sua veia, deixando que o veneno corresse em seu corpo. Yuta começou a berrar, agonizando. Seu nariz, olhos e ouvidos sangravam, enquanto ele se debatia em uma convulsão na cadeira. Achei que seria mais demorado, mas estava enganado.

– Pronto, morreu. – a voz de Jin noona ecoou pelo local. – Feliz? – desviei meu olhar do corpo do Nakamoto e sorri para ela.

– Você não tem ideia. – larguei a seringa e caminhei para longe.

– Meu pai acabou de chegar...– ela me encarou de cima a baixo, com a feição de desgosto. Devo estar horrível. – Ele está te esperando.

...❂...

Com o charuto aceso entre os lábios, Seongjin se aproximou da poltrona – onde eu estava sentado – com dois copos de uísque em mãos. Ele me entregou um e voltou para a sua cadeira de couro confortável. Aquele maldito trabalho tinha terminado. Yuta teve seu fim e o dinheiro do velho foi recuperado.

– Às vezes, eu olho pra você e penso em como cresceu rápido. Quando te vi pela primeira vez, era apenas um garotinho encrenqueiro. – Woo pôs o charuto entre os dedos e o analisou. – Hoje, você é um homem adulto. A pessoa em que mais confio nesse lugar. – apoiei as costas no encosto da poltrona, tomando um gole da bebida alcóolica.

– É...não foi fácil, mas estamos todos aqui. – encarei o carpete vermelho.

– Sei que quer me contar alguma coisa, filho. – senti seu olhar sobre mim. – Apenas diga de uma vez o que é. – o encarei de volta, pensando bem no que diria.

– Eu acho que...– suspirei pesadamente. – Já está na hora de me aposentar. – Seongjin tomou um gole da sua bebida e riu levemente. – Eu não consigo mais fazer isso. – ele voltou seu olhar na minha direção.

– Por que? – a pergunta foi genuína. Ele realmente parecia querer entender.

– Porque eu estou ficando velho, e quero começar a viver a minha vida. Quero me casar e construir uma família. Mas não posso fazer isso se toda vez que for fazer um trabalho para você, for cercado por trezentas pessoas armadas. – encarei o líquido castanho-escuro no copo. – A alguns meses atrás, eu diria facilmente que não me importaria em ter meus ossos quebrados ou até mesmo ser morto. Mas hoje...hoje eu não quero morrer. Eu quero viver. – Seongjin sorriu. – Se quiser, eu posso continuar cuidando do seu dinheiro. Mas em campo eu não trabalho mais.

...❂...

O corpo pequeno e despido se encaixava perfeitamente com o meu. Renjun era uma bagunça quando estávamos na cama. Ele estava sentado no meu colo, movimentando a cintura com o meu falo dentro de si. Meus cabelos molhados de suor banhavam os travesseiros e meus lábios estavam dormentes de tanto morde-los naquele momento. Não conseguia desviar o olhar daquele homem montado em mim. O rostinho delicado todo suado e vermelho. Os olhos fechados e os lábios entreabertos, sem receio nenhum de xingar ou gemer. Guiei minha mão até seu membro, cobrindo-o com minha palma. Comecei a masturbar Renjun do jeitinho que ele gostava, vendo-o tremer e ofegar. Não demorou para que ele liberasse seu prazer. Aproveitei para aumentar o ritmo, chegando no meu próprio ápice.

Renjun abriu a boca, mas nenhum som saiu de sua garganta. Tremi sob ele, sentindo suas unhas curtas arranharem meu abdômen. Depois de alguns segundos tomando fôlego, Renjun inclinou o corpo e me tirou de dentro de si. Nossos olhares se encontraram e, naquele momento, jurei que amaria aqueles olhos brilhantes até os meus últimos dias. Eu o amaria até o meu último suspiro. Renjun deitou a cabeça no meu peito, e não demorei para envolve-lo com os meus braços, deixando que meus dedos acariciassem seus cabelos úmidos.

– Sempre pensei em mim como uma pessoa muito ruim. – disse em um tom baixo, sem deixar de fazer carinho em seus cabelos. – Agora eu tenho certeza que sou. – Renjun ergueu a cabeça, observando meu rosto.

– Por que? – ele parecia exausto, com a voz sonolenta e os olhinhos pesados.

– Porque você é bom demais, Renjun. E eu nunca vou chegar aos seus pés. – ele sorriu cansado. – Sempre que olho pra você, só consigo te adorar. Por completo. Você não tem um único defeito. – pousei a minha palma em sua bochecha quente.

– Eu tenho muitos defeitos, Hyu. – ele disse risonho.

– Não pra mim. – Renjun negou com a cabeça, ainda sorrindo de forma preguiçosa. – Mas, ainda assim, eu quero passar o resto da minha vida com você. – confessei, sentindo a ponta das minhas orelhas queimando pela timidez.

– Huh, achei que não fosse bom pra mim. – ele implicou, inclinando o corpo para me encarar melhor.

– E eu não sou. Eu não sou bom pra você, mas quero ser. – os olhos de Renjun pareciam brilhar ainda mais naquele momento, incrivelmente lindo e adorável. Ele tocou o meu rosto e sorriu.

– Eu também quero passar o resto da minha vida com você, Hyu. E você não é bom...você é perfeito. É tudo o que eu quero e preciso. – Renjun deixou um breve selar em meus lábios e voltou a me encarar. – Eu te amo. – mordi o lábio inferior, tentando conter a felicidade que queria explodir o meu peito.

– Eu também te amo, Renjun.

Huang Renjun, um homem chinês que mora em uma Hanok, que um dia salvei de um grupo de garotos que praticavam bullying, que trabalha em uma livraria e que tem o par de olhos mais bonitos do mundo inteiro. Ele, o homem do qual me fez entender que nesse mundo cheio de caos, o que vale a pena é aprender a amar. E amarei, assim como Huang Renjun. 

...

- N/A -

Nossa, eu amo muito eles

Eu amo muito essa fic

E infelizmente chegamos ao final dela :c

Espero que tenham gostado!

Obrigada pela leitura!

Até o próximo <3

I'm not good for you [RENHYUCK]Where stories live. Discover now