C'est la Vie

By ccapxto

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━━ 𝐂'𝐄𝐒𝐓 𝐋𝐀 𝐕𝐈𝐄 © 2022 ㅤㅤNinguém tem uma crise de meia-idade aos vinte e um anos, exceto uma mente... More

introdução
personagens
capítulo um
capítulo dois
capítulo três
capítulo quatro
capítulo cinco
capítulo seis
capítulo sete
capítulo oito
capítulo nove
capítulo dez
capítulo onze
capítulo doze
capítulo catorze
capítulo quinze
capítulo dezesseis
capítulo dezessete
capítulo dezoito
capítulo dezenove
capítulo vinte
capítulo vinte e um
capítulo vinte e dois
capítulo vinte e três
capítulo vinte e quatro
capítulo vinte e cinco
capítulo vinte e seis
capítulo vinte e sete
capítulo vinte e oito
capítulo vinte e nove
capítulo trinta
capítulo trinta e um
capítulo trinta e dois
capítulo trinta e três
capítulo trinta e quatro
capítulo trinta e cinco
capítulo trinta e seis
capítulo trinta e sete
capítulo trinta e oito
capítulo trinta e nove
Uma Nova História

capítulo treze

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By ccapxto

Meu quarto estava completamente iluminado quando despertei no dia seguinte, fazendo meus olhos doerem quase tanto quanto minha cabeça. Depois de tudo que fiz na noite anterior, estava claro que era um castigo divino enviado para completar a humilhação.

Darth estava ao meu lado, aconchegado no travesseiro como se pertencesse a ele. Cuidadosamente, levei minha mão até sua cabecinha e o presenteei com um pouco de carinho que foi bem recebido.

— Pelo menos você não está me julgando. — Comentei, sorrindo.

Tentei deixar meus olhos fechados por mais algum tempo, esperando que as dores simplesmente desaparecessem e pudesse ter um dia normal.

Meu celular vibrou, recebendo algumas mensagens, mas eu não estava pronta para descobrir o que poderia estar me aguardando. Tinha certeza que haveria uma porção de mensagens de Connor, talvez até minha mãe estaria sabendo sobre minha desventura na noite anterior.

Respirei fundo.

Lembrei do momento em que entrei no apartamento, cambaleando e carregada por minha cunhada. Leona teve tanta paciência ao me ajudar a tomar um banho antes de dormir. Até mesmo meus dentes ela tinha sido obrigada a escovar. Entre meus pedidos de desculpas que eu precisava distribuir, ela definitivamente seria a primeira.

E o Holzmann... Será que havia me mandado alguma mensagem?

Puxei o edredom sobre meu rosto, tentando me esconder de mim mesma. A vergonha estava começando a me inundar de uma forma jamais conhecida.

— Graças a deus, você está viva. — Lily surgiu, se jogando sobre minha cama.

— Fale baixo. — Resmunguei, virando meu corpo para o outro lado. — Minha cabeça está me matando.

— Sinto muito por te deixar sozinha. — Disse ela, ignorando meu pedido e me abraçando por cima do cobertor. — Você sabe que eu...

Joguei o pano grosso que me encobria para longe, levemente irritada com a insistência da garota. Lily poderia ser um pouco mais legal comigo e deixar que eu sofresse em silêncio as consequências de se envolver com álcool.

— Está tudo bem. Eu estou viva. É o que importa.

— Mas poderia não estar. — Choramingou. — Eu fui irresponsável.

— Por favor, não faça drama agora. — Implorei. — Acabei de acordar.

Levou a tarde toda para conseguir me recompor e quando isso finalmente aconteceu, resolvi reagir e recuperar a dignidade que parecia ter sido perdida. Encontrei minha calça moletom laranja escondida no fundo da gaveta – porque Lily dizia que ela era horrorosa – e decidi combiná-la com um suéter listrado. Embora não fosse perfeito, parecia melhor do que sair de casa com pijama.

— Você está muito arrumada... — Leona comentou, me observando da poltrona. — Por acaso está pensando em ir a algum lugar?

— Não tenho muita certeza, mas talvez eu vá. — Respondi ao me aproximar dela. — Eu sinto muito por ontem...

— Está tudo bem. — Sorriu para mim. — Estou aqui para ser primeiramente sua amiga. Ser namorada do seu irmão é apenas um efeito colateral.

Forcei meus lábios a se curvarem em um sorriso para demonstrar que estava mais tranquila com aquilo, mas aquela era a segunda vez que preocupava ela e meu irmão. Eu estava soltando as cordas mais do que deveria e isso estava impactando em pessoas que estavam à minha volta.

— Estou sendo uma bagunça desde que vim para cá. — Deixei as palavras escaparem por minha boca. — Esse papel que estou fazendo, tentando provar que sou uma pessoa que não sou...

— Está tudo bem tentar ser uma pessoa diferente, Susan.

— Mas é a segunda vez que eu perco a noção e faço coisas que não deveria. — Tentei protestar, explicar as questões que estavam me afligindo.

— É normal que você queira sair para beber, se divertir ou até mesmo transar com caras que você jamais ficaria em sã consciência. — Disse ela. — As pessoas fazem isso na faculdade o tempo todo. Você só não está acostumada com essa situação, assim como seu irmão.

Respirei fundo.

— Ele está muito chateado?

— Talvez você devesse mandar uma mensagem para ele para saber.

Balancei a cabeça, concordando com suas palavras. Assim que nossa conversa terminasse, eu tentaria conversar com ele. Resolver o problema silencioso que estávamos tendo desde que eu havia decidido vir para a Maple.

Dei alguns passos em direção ao sofá e parei, pensando em quais palavras eu utilizaria para explicar o que estava se passando na minha mente naquele momento.

— E se eu não quiser fazer essas coisas que estou fazendo?

— Não vai ser o fim do mundo, Sue. — Disse ela. —Pessoas mudam de ideia o tempo todo. É a vida.

É a vida, repeti mentalmente.

Talvez eu devesse começar a engolir meu orgulho e tentar viver da maneira que eu estivesse agradável. Não precisava realmente obedecer aos preceitos do que era divertido aos olhos dos outros, certo? Eu poderia aproveitar a faculdade à minha maneira.

Provar para El Maximo que eu era boa em estar na faculdade não precisava ser necessariamente sobre ter vários amigos, ir a festas todo fim de semana e muito menos perder a noção do que estava fazendo.

Eu iria recomeçar e, para o início de meu novo plano, minha ideia era começar... Ah, merda! Meu celular vibrou outra vez e, de repente, eu estava com ele em minhas mãos.

Encarei a garota na poltrona, pensando um pouco sobre o que faria com aquela mensagem. Estava começando a ter uma nova ideia que parecia insana.

— Quão ruim meu irmão acharia se eu quisesse transar com um cara que ele não gosta?

Surpresa com minha estranha pergunta, os olhos de Leona se arregalaram e ela se inclinou na poltrona para prestes a chamar minha atenção como uma mãe.

— Calma, estou brincando! — Gritei em defesa antes de ser atingida por uma almofada. — Não vou transar com Finnegan Holzmann. Apenas vou chamá-lo para o jantar de ação de graças.

— Você vai o quê!?

ㅤㅤ

ㅤㅤ

ㅤㅤ

Um sorriso involuntário surgiu em meus lábios assim que ela cruzou a barulhenta porta de entrada da cafeteria porque eu sabia que meu dia estava se tornando melhor apenas por ter sua companhia por alguns segundos.

Com um aceno para mim, vendo que eu estava atendendo uma mesa, Susan seguiu para o balcão e começou a deslizar o dedo pela tela do celular, provavelmente enviando uma mensagem.

— Vá falar com ela enquanto eu tomo conta disso. — Heather sugeriu, aparecendo ao meu lado de forma sorrateira.

Em qualquer outra ocasião, eu teria insistido que poderia terminar minha tarefa. Garantir que os clientes estavam sendo devidamente atendidos fazia parte da minha rotina de trabalho e...

— Anda.

Dessa vez eu estava disposto a não perder tempo, precisava me divertir um pouco com a irritação da garota. Provocá-la sobre a noite anterior, brincar sobre como sua aparência parecia terrível e até mesmo sobre como eu estava tentado a beijá-la outra vez.

—Você está muito ocupado? — Perguntou assim que me aproximei.

— Estamos com um movimento relativamente tranquilo.

Guardando os óculos escuros em sua bolsa, puxou o cardápio da cafeteria para perto e desviou os olhos para mim com um sorriso tão sutil quanto tímido.

— Pode me sugerir algo? — Perguntou.

Franzi a testa, lembrando um pouco da primeira vez que nos encontramos nesse mesmo restaurante. Ela não havia sido nada receptiva e, para ser sincero, tinha certeza que a sua resposta não seria muito diferente daquela vez.

— Talvez o mesmo suco que tomou da outra vez.

— E que tal aquele que você fez para mim? — Sugeriu. — Você disse que era bom para ressaca.

— É uma receita caseira. — Respondi colocando as mãos dentro do bolso da calça, sendo observado a cada movimento. — Mas meu turno acaba em vinte minutos e, se quiser, podemos ir para minha casa.

Susan deixou uma risada escapar.

— Pensei que não flertasse durante o expediente.

— Não estou flertando. — Tentei me defender, mas estava começando a ficar meio incerto do que havia acabado de fazer.

— Estou vendo. — Brincou.

Como se estivesse em câmera lenta, ela umedeceu os lábios e fez com que eu tivesse que respirar fundo antes de dizer qualquer outra coisa.

Por que eu estava agindo tão estranho?

— Vai conseguir decidir o que vai querer dessa vez? — Perguntei, tentando manter meu autocontrole.

E ela me respondeu mostrando a língua, balançando a cabeça levemente de um lado para outro.

— Na verdade, vim para te pedir desculpas pelo vexame. — Confessou, fazendo seu melhor para transparecer que não estava querendo enterrar seu rosto em um buraco naquele momento.

— Poderia ter sido pior.

— Você teve que me ajudar a vomitar. — Disse envergonhada. — E ainda fiz você ter aquela conversa ridícula no sofá...

— Não foi ruim. — Contei. — E sendo sincero, você me salvou de um encontro terrível.

Seu rosto empalideceu um ou dois tons.

— Espera um pouco. — Susan pareceu engasgar. — Você estava em um encontro?

Eu não deveria ter citado aquela situação embaraçosa em que Brandon havia me enfiado. Certamente estava fazendo com que aquela garota tivesse certeza que seu irmão estava certo sobre todas as merdas que falava sobre mim.

— Por que não me disse que estava com alguém? — Perguntou, levando as mãos ao rosto. — Eu poderia ter tentado ligar para outra pessoa ou...

— E para quem você ligaria? — Questionei. — Porque tenho certeza que não estava disposta a ligar para sua mãe. E não tem muita gente que você conheça nesta cidade.

— Eu tenho uma avó que adoraria saber que finalmente sua neta estava bêbada.

Deixei uma risada escapar, colocando a mão sobre seu ombro.

—Estava sendo uma das piores noites que já vivi. — Tentei fazê-la entender. — Você me salvou de uma situação muito, digamos, constrangedora.

Os olhos dela se ergueram para encarar os meus, procurando pela verdade que estava sendo entregue a ela, mas nenhuma outra palavra sobre aquilo foi dito. Susan apenas ajeitou a postura e voltou o olhar para o cardápio.

— Pode me trazer um bagel com creamcheese? — Perguntou enquanto eu me amaldiçoava por não conseguir desviar o olhar para outro lugar.

Jackie estava certa. Continuar com aquilo teria um único resultado e, cada vez que dávamos um passo adiante, a certeza sobre isso aumentava. Eu ia acabar me machucando.

ㅤㅤ

ㅤㅤ

Consegui que meu chefe liberasse o uso da cozinha e uns poucos ingredientes para fazer uma bebida de ressaca, mas deveria esperar até o fim de meu turno – e teria o valor equivalente descontado de meu salário, o que poderia ser horrível para mim considerando a atual situação.

— O que está rolando entre vocês dois? — Heather perguntou enquanto esperava Gus terminar de preparar um pedido das poucas mesas que estavam ocupadas.

— Absolutamente nada. — Respondi, transferindo o líquido esverdeado para o copo. — Somos apenas... amigos, eu acho.

— Não mesmo. — Protestou. — Eu sou sua amiga. Isso... — Seus dedos deslizaram de um lado para o outro, apontando para mim e depois para a garota do outro lado do balcão. — Isso é bem mais que amizade.

Com um sorriso tão travesso quanto aqueles que ela costumava me dar, peguei o pedido e sai em direção a garota que agora estava solitária em uma mesa.

Estava tão distraída observando o movimento lento da rua que se assustou quando coloquei o prato em sua frente, mas a pequena abertura em sua boca logo deu espaço a uma suave inclinação.

— Eu realmente sinto muito por ontem. — Disse ela, pegando um guardanapo para poder comer.

— Está tudo bem. — Insisti. — Foi bom conhecer um outro lado da pessoa que vem causando uma confusão em minha vida.

Um tom avermelhado surgiu em suas bochechas ao mesmo tempo que seu rosto se transformava em completo constrangimento. Pareceu que tinha engasgado, faltava ar para que respirasse.

Deixei que a gargalhada viesse e, segundos depois, quase podia sentir que os olhares de meus colegas de trabalho estavam em minha nuca. Fazia um bom tempo desde a última vez que eles viram uma situação como aquela. Provavelmente estavam criando suas próprias teorias sobre o relacionamento que estava surgindo ali - seja lá o que a conversa com Susan poderia significar - e depois iriam surgir com ideias sobre eu estar apaixonado.

E será que estava mesmo? Não havia motivos suficientes para isso. Talvez fosse apenas frustração por não ter ido até o fim com ela.

— Posso te fazer uma pergunta? — Perguntou ela.

— Acabou de desperdiçar ela.

Susan rolou os olhos.

— Não sei bem como fazer isso. — Disse enquanto levava o copo a boca, me fazendo observar cada movimento lentamente. — Provavelmente estou fazendo tudo errado, mas é o único jeito que eu encontrei para perguntar: será que podemos ser amigos?

Não posso negar que aquela pergunta me pegou um pouco despreparado e...

— É assim que você faz amizades? — Perguntei. — Como se estivesse no jardim de infância?

— Meu deus, Holzmann! — Tentou esconder o rosto novamente. — Será que pode parar de me julgar e apenas responder uma pergunta simples?

Dei a ela um sorriso malicioso e, quando ela pegou o bagel outra vez, puxei suas mãos em minha direção.

— Acho que você já forçou essa amizade quando me mandou mensagem a meia noite implorando para te ajudar a comprar um presente.

Então, eu roubei uma mordida de seu delicioso lanche.

— Eu ia terminar de comer... — Choramingou.

— Fique à vontade.

— Você colocou sua boca nele. Como espera que eu termine agora?

Pisquei algumas vezes, tentando compreender suas palavras. Era apenas uma impressão ou ela estava realmente com nojo?

— Isso é sério? — Ergui a sobrancelha, vendo um bico se formando. — Está bem, vamos resolver isso. Feche seus olhos.

— Eu não vou comer isso.

— Eu estou mandando você fechar os olhos.

— Nem pensar. — Protestou. — Você não vai me forçar a comer algo que colocou em sua boca.

Respirei fundo, impaciente com aquela atitude.

— Você não vai morrer.

— Como pode ter certeza? — Perguntou, cruzando os braços. — E se você estiver portando algum vírus e estiver assintomático? Minhas vacinas estão em dia, mas não quero correr o risco.

— Pelo amor de deus, Susan. — Resmunguei. — Apenas feche os olhos e abra a boca.

Não importava quanto esforço eu estava fazendo para convencê-la que não havia nenhum problema em comer o restante. Ela estava inamovível sobre sua escolha. Nem mesmo quando eu cortei o pedaço onde havia mordido teve mudança sobre sua escolha. Minha única escolha foi pedir outro e terminar aquele por ela.

— Estou pensando seriamente em não ser seu amigo.

— Não seja babaca. — Disse ela, terminando o suco. — Além do mais, preciso que você seja meu amigo porque é a única pessoa que não faz parte do círculo de amizade do meu irmão.

— Você sabe que tem mais que metade da faculdade que se inclui nessa condição, não é?

— Mas ninguém é Finnegan Holzmann.

Era uma péssima forma para tentar me convencer, mas parecia que aquele era o jeito dela de resolver as coisas. Sem grandes desculpas, apenas sendo sincera e objetiva. E eu gostava disso.

— Você vai fazer alguma coisa amanhã? — Ela perguntou, limpando as beiradas de sua boca com o papel enquanto tentava transparecer normalidade.

— Apenas o mesmo que sempre.

— E a noite? — Insistiu.

— Não tenho nenhum plano.

Susan sorriu, como se tivesse acabado de ganhar um presente.

— Então te espero para jantar.

— Está me convidando para um encontro? — Perguntei, pensando se deveria provocá-la. — Porque eu tinha entendido que seriamos apenas amigos.

— Ah, não. — Enrubesceu outra vez. — Estou te chamando para o jantar de ação de graças.

Definitivamente não estava esperando por aquele convite, mesmo sabendo que o dia seguinte seria o famoso dia em que as pessoas se reúnem para agradecer por coisas aleatórias que conquistaram em suas vidas. Talvez eu estivesse acostumado demais a passar esse dia sozinho com meu avô e...

— Para compensar tudo que aprontei com você. — Susan tentou justificar. — E também porque fiquei pensando um pouco sobre o que você me disse sobre sua família.

Eu deveria recusar o convite, evitar aquela aproximação perigosa mesmo que tivesse o intuito de parecer inocente. Já havia passado dos limites ao considerar criar uma amizade com ela.

Mesmo assim, eu concordei.

— Precisa levar alguma coisa?

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