50 Tons de uma Máfia

By PudinzinhoAzul

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Um acordo une Ana e Christian em matrimônio, mas o mundo deles vai muito além de um casamento arranjado. More

Descriçao
Prólogo
1. Sobre Família
2. Décimo Aniversário
3. Acordo Selado
4. Casa Nostra
5. Invasão
6. Massacre
7. O Ultimo Membro
8. Sobre Lembranças
9. Conversa
10. Iniciação
11. O que quiser
12. Primeira Morte
13. Sobre Matar
14. Adeus, até breve
15. Futuro
16. Boas vindas
17. Convívio
19. Tensão
20. Lembanças ruins
21. Sobre nós (eles)
22. Desespero
23. Sobre vida
24. Confiança
25. Corpo
26. Poder
27. Guerra de líder
28. Sobre o matrimônio
29. Luta encerrada
30. Tortura
31. Mentes
32. Sobre o passado
33. Descoberta
34. Soldados
35. Ao Lado dos Inimigos
36. Isso é amor, né?
Epílogo
Extra

18. Casamento

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By PudinzinhoAzul

Capítulo 18

Minha mão repouso delicadamente sobre a mão estendida de Christian, e Taylor deixou um beijo leve sobre minha cabeça antes de me entregar totalmente no altar.

O silêncio continuava reinando, enquanto o padre recorria as palavras do casamento. Ele parecia estar pulando algumas partes, eu sabia de alguma forma que era a mando de Christian.

Eu quis rir, mas mantive a expressão neutra e tentei me concentrar na parte em que ele iria pedir para eu repetir as dele, ignorando a mão quente de Christian que ainda segurava a minha, o polegar acariciando meu torso provavelmente de forma inconsciente para ele.

_ Hoje estamos aqui para celebrar o amor, a união em seu mais puro ato: o casamento...

Minha mente vagava a cada instante, e apenas segundos se passaram. Era muita coisa em volta. Eu não conhecia nem um terço da metade dos convidados, e aquilo me incomodava. Não por ser meu casamento, mas porque eu não fazia do que aquelas pessoas eram capazes de fazer. Eu sentia um frio na barriga, minha nuca arrepiada e minhas mãos tremiam. Eu vi Christian olhando de relance para mim por diversas vezes, e ele apertava minha mão de vez em quando e eu não sabia se aquilo era para me confortável ou uma tentativa de me fazer parar quieta.

_ Eu prometo amar... - Christian repetia as palavras do padre enquanto colocava a aliança em meu dedo, e eu tentava respirar uniforme.

Em breve seria eu e minha garganta havia travado.

_ Repita comigo, Anastasia - o padre pediu.

Eu assenti, inspirando o ar devagar para me preparar. Não era tão difícil. Antes que eu conseguisse abrir a boca meu corpo inteiro paralisou, eu segurava a mão de Christian e mantinha a outra segurando a aliança, mas meu cérebro se fechou totalmente para aquele momento ao ouvir o clique que eu estava acostumada tanto quanto com as batidas do meu coração.

Havia algo sobre mim que os treinadores do campus diziam: eu pensava rápido, muito rápido, porque eu analisava tudo ao meu redor sem parar. Ao primeiro indício de algo fora do lugar, eu reagia. Aquilo era bom, salva minha vida muitas vezes. Mas aquilo também me fazia ser impulsiva. Eu pensava em me defender, o instinto de sobrevivência sempre em alerta, procurando brechas, mas nunca fugindo, e sim destruindo a ameaça. Eu era tao impulsiva a ponto de não pensar adiante, eu só pensava no momento.

Eu captei o clique da arma, do mesmo modo que captei alguém se levantando, e meu cérebro redirecionou meus olhos exatamente no inimigo. Minha mão já estava no punhal no mesmo instante em que a bala veio em disparada em minha direção. Eu senti meu corpo se movido, alguém havia captado o disparo no mesmo instante que eu, mas o punhal foi mais rápido em minha mão, passando por um tris ao lado da bala que voava, e acertando em cheio a testa do atirador.

O silêncio perdurou durante alguns segundos ainda, minha respiração engatada enquanto meu corpo batia no chão. E então o mundo explodiu em gritos a volta.

_ Vem - eu ouvi a voz bem perto de meu ouvido, só então percebendo o corpo de Christian cobrindo o meu.

Ele me levantou como se eu fosse uma pena, e me puxou pela mão e pelo braço pelo lado de fora dos bancos. Os soldados da Casa Nostra se moviam para todos os lados, alguns nos acompanhavam e eu senti mais mãos me tocando, e de repente Christian estava totalmente colado a mim, com seu braço em minha cintura, e ele, ou talvez muitas pessoas em nossa volta nos levava em alguma direção.

Nós entramos de pressa na casa, os soldados a frente agora com as armas em punho, subimos as escadas e então entramos em uma das portas, após os soldados averiguarem.

_ Taylor, você fica - Christian mandou, e só então eu percebi que era J também me tocando.

Apenas um soldado permaneceu lá dentro após alguém fechar a porta. Meu cérebro processou o lugar em segundos. Era um escritório, e a porta do lado de dentro era de aço muito grosso. Talvez fosse uma espécie de quarto do pânico. Enquanto eu analisava o local, Christian ainda mantinha um dos braços em minha cintura, e eu estava a frente de seu corpo, pressionada contra seu peito, e ele mexia em algo a nosso lado, mas pessoas ali chamaram mais minha atenção.

Lá embaixo, no jardim, eu não havia visto muito o altar, fiquei tão concentrada nos convidados. Mas naquele momento eu percebi Sr. Carrick, Elliot e Grace alô, devidamente muito bem vestidos, e o padre também entrou na sala junto conosco, logo se sentando num canto, parecendo nervoso e preocupado.

Senti pena dele.

Não foi uma cena muito bonita - mesmo que muito rápida - eu literalmente partindo a cabeça de alguém ao meio, ele não devia aprovar aquilo.

Christian enfim me virou para ele, e eu percebi ele segurando uma arma na outra mão, e então arregalei os olhos ao perceber que a outra estava manchada de sangue. Na verdade, meu vestido estava quase que todo manchado de sangue.

_ Você está machucado - sussurrei, porque eu mesma não sentia dor alguma, e a bala não poderia te atingido minha barriga por causa da altura, e sim minha cabeça.

Minha mente idealizou a cena. Meu corpo se movendo, caindo, e então Christian.

Ele havia se colocado na minha frente.

A informação me tombou e me fez ficar tonta.

_ Você está bem? - foi ele quem perguntou, a mão segurando a arma seguindo para meu rosto, o polegar fazendo um carinho em minha bochecha. - Está machucada?

Balancei a cabeça em negação.

Não sentia nada. A adrenalina em meu corpo me fazia querer correr uma maratona, mas eu sabia que logo iria passar, então me contentei em apenas bater o sapato no chão, tentando controlar a ansiedade.

_ Eu estou bem. Mas você não está - falei, pegando no braço do outro.

Havia um corte sobre o tecido do terno, bem na altura do braço quase perto do ombro, dali sangrava muito a ponta de eu sentir minhas mãos molharem mesmo tocando bem mais abaixo. A bala provavelmente havia se movido, e aquilo estava causando o sangramento.

_ Você precisa de um médico - falei.

Christian balançou a cabeça em descrença, se afastando de mim e então caminhando até o pequeno bar que havia ali.

_ Não, eu preciso saber que porra foi aquela que aconteceu lá - ele falou irritado, com autoridade.

Percebi Grace se sentar no canto do sofá com um suspiro. Ela claramente estava preocupada, mas com o silêncio de todos, eu percebi que eles conheciam Christian o suficiente para não tentarem contraria-lo. Eu decidi acatar também, indo em direção ao sofá e me sentando ali, torcendo para que as coisas fossem resolvidas logo.

Grace sorriu pequeno para mim, esticando a mão para pegar a minha de forma hesitante, eu deixei, apertando-a.

_ Carrick já chamou o médico - ela avisou num sussurro.

_ Quem era o filha da puta? - Christian perguntou, a voz cadenciada, me fazendo voltar a olhar para ele.

_ Eu teria perguntando, se o cérebro dele não tivesse sido partido ao meio - Elliot respondeu em tom irônico, e então se virou para mim. - Como você conseguiu fazer aquilo, menina? - ele balançou a cabeça em descrença, mas havia uma sombra divertida em seu rosto. - Claro, uma vez psicopata, sempre psicopata. Ela nem hesitou, só atravessou a cabeça do cara com um punhal - Elliot falou.

Eu mantive meu queixo sobre a mão, encarando Christian que pegava mais wisky e colocava no copo.

_ E eu ia fazer o que? - reclamei, me sentindo julgada.

_ Sei lá, acertar o braço, a barriga, alguma coisa não tao letal para que possamos descobrir quem ele era - Elliot resmungou.

_ Mas ele ia me matar - falei no mesmo tom.

_ Cala a boca, Elliot - Christian mandou. - Ela fez o que tinha que fazer, o que não precisaria se você tivesse feito a porra do seu trabalho.

_ Mas eu fiz, cada pessoa que entrou aqui foi revistada e estava na lista - Elliot se defendeu.

_ A porra do tiro no meu braço não diz isso - ele rebateu antes de tomar o meio copo de wisky de uma vez.

Eu queria ir lá tirar aquele copo da mão dele e também a arma da outra, mas estava assustada com a voz e também a forma que ele falava, então me mantive quietinha enquanto ele me defendia ainda.

_ Vamos descobrir quem ele era e como ele entrou aqui, mas você precisa se acalmar também - foi Carrick quem falou dessa vez. - Eu sei que isso foi uma falha que nunca poderia ter acontecido, que bom que Anastasia tem um bom treinamento. Mas vamos descobrir.

Carrick suspirou, passando a mão pelo cabelo.

_ Bom, acho que não tem um jeito do casamento continuar assim, vamos ter que resolver isso também - ele comentou.

Christian se virou para ele, enquanto colocava mais wisky no copo, então parou.

_ Cadê os papéis? - ele questionou ao padre, que se mantinha sentado no canto com o terço em mãos. - A porra dos papéis! Onde está?

O padre balançou a cabeça em descrença, parecendo não se abalar com a fúria de Christian - ou talvez estivesse muito acostumado. O homem se levantou e pegou um punhado de papéis de dentro de uma gaveta com chaves, logo os entregou a Christian.

_ O casamento não foi... - o Padre começou a dizer em tom irritado.

_ O caralho quê não foi, quer casamento mais abençoado do que com assassinato? - Christian rebateu, colocando os papéis sobre a mesa.

O padre pareceu desistir, suspirando cansado.

_ Noivos, testemunhas e um padre, é só o que é preciso - Christian continuou dizendo.

Franzi o cenho ao ver ele procurando algo pela mesa, até pegar uma caneta que estava espalhada por ali. Ao ter o objeto escorregando de sua mão cheia de sangue, Christian a limpou sobre o tecido da calça, e então voltou a escrever algo sobre os papéis.

_ Anastasia - ele chamou.

Caminhei os cinco passos lentos até chegar a ele, olhando por cima de seus ombros os papéis que ele ainda escrevia.

Meu cérebro processou rápido ao que minha mente leu os escritos. Era a certidão de casamento do cartório, havia nossos nomes e das testemunhas, os papéis apenas prontos para serem assinados.

Christian terminou e então estendeu a caneta para mim.

_ O nome completo - ele mandou.

Eu senti meu sangue ferver um pouquinho com a ordem, meu corpo arrepiando de forma ruim e as palavras ousadas na ponta da língua, mas o olhar penetrante e intimidador de Christian me fez ver que calar a boca e obedecer era minha melhor estratégia naquele momento.

Assinei meu bom abaixo do dele, e logo empurrei os papéis para Elliot e Mia, que assinaram rapidamente também. Ao fim, Christian pegos os papéis e entregou ao padre.

_ Pronto, oficialmente casados - ele declarou, o padre assentiu com a cabeça enquanto analisava as assinaturas.

_ Tudo certo - ele respondeu após.

_ Otimo. Elliot, você pode levar o padre em segurança para casa? - Christian falou.

_ Agora mesmo, vamos lá - o irmão respondeu de prontidão, parecendo rápido demais em querer sair dali, balançando algumas chaves no ar e logo seguindo para a saída.

O padre suspirou novamente, e antes de ir, me lançou um olhar que pareceu de súplica, mas eu não entendi muito bem. Pela mesma porta enquanto o padre saia, alguns soldados entravam junto com Taylor, imagino que os chefes da segurança pois eram todos muito posturados e mais intimidadora ainda.

Assim que a porta se fechou, Christian bateu com força o punho sobre a mesa, a mesma mão que segurava a arma, fazendo todo mundo se assustar.

Eu queria ter ido com Elliot e padre!

_ Agora alguém pode me dizer quem caralhos tentou matar minha esposa!?

***

Eeepa três capítulos em um dia só, quem curtia a mini maratona??? Depois tem mais!!🥰🥰

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