Tayotsuki - A Pedra do Sol e...

Oleh AmandaNovachi

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Emi e Lene são amigas que vivem no reino de Heavens Gate. Ambas não se lembram de absolutamente nada sobre su... Lebih Banyak

Guia de Personagens
Cap. 1 - A Lenda do Sol e da Lua
Cap. 2 - Acidentes no caminho
Cap. 3 - Algumas Surpresas
Cap. 4 - Príncipes ou não?
Cap. 5 - A nova amiga do Pudim
Cap. 6 - A magia é despertada
Cap. 7 - Em busca de explicações
Cap. 8 - Um pouco mais sobre magia
Cap. 9 - Sentimentos despertam
Cap. 10 - O perigo se aproxima
Cap. 11 - Lene descobre a verdade
Cap. 12 - Compartilhando Segredos
Cap. 13 - Os colares falsos
Cap. 14 - Shanti, A Estrela Banida
Cap. 15 - Nagi se torna um mensageiro
Cap. 16 - Capturados
Cap. 17 - Resgate a Caminho
Cap. 18 - A Pedra do Sol e da Lua
Cap. 19 - A Última Batalha
Cap. 21 - A Carta dos Deuses

Cap. 20 - Escute o seu Coração

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Oleh AmandaNovachi

Era um dia realmente muito especial e talvez por essa razão Lene estivesse tão nervosa. Há cerca de pouco mais de um mês derrotaram Shanti, descobriram a verdade sobre suas origens e perderam seus poderes. As duas tiveram que tomar uma decisão difícil, mas ainda assim preferiram ficar na Terra.

Raiden ainda era uma estátua de pedra e Shin, Anon, Kaori e Kenji trabalhavam juntos noite e dia procurando uma maneira de desfazer o feitiço lançado no rei por conta de seu desejo proibido.

Kaori foi obrigado a assumir o trono no lugar do pai, mas não estava sozinho nessa tarefa, pois tinha seu irmão mais novo para ajudá-lo. O rei Yuki também fazia visitas frequentes para auxiliar os rapazes, trazendo Yaten com ele.

A verdade sobre o desaparecimento dos pais de Nagi veio à tona e descobriram que ambos haviam sido mortos por Shanti, em troca de ela conseguir um corpo físico para viver na Terra. Assim, como Nagi ainda era muito novo para ser coroado rei, Kaori entregou o reino nas mãos de Akira, que aceitou, mesmo que ainda um pouco relutante.

– Eu ainda não acredito que sou rei. – Akira comentou olhando pela janelinha da carruagem que estava levando-os de volta à Heavens Gate.

– Rei temporário! – Nagi retrucou fazendo um bico. – Só até eu atingir a idade necessária!

– É claro. Ele sabe disso, Nagi. – Emi comentou com uma risadinha, acostumada com a troca de "elogios" entre eles.

– É bom que saiba mesmo! – E mostrou a língua para o mais velho como uma criança mimada.

Emi havia partido de Heavens Gate para ajudar Nagi e Akira no governo do reino vizinho a pedido de Kaori, que temia que os dois acabassem por se matar de tanto brigar. E porque sabia o quanto Akira e Emi se gostavam e sofreriam por estarem separados por tanto tempo.

– Acha que a Lene está nervosa? – Akira questionou tornando a olhar para Emi.

– É claro que ela está nervosa! – Emi respondeu irritada, mas acabou relaxando em seguida ao notar que quem estava ainda mais nervoso era ele. – Não se preocupe com isso, Akira. Até parece que é você que vai se casar.

– Eu ainda não acredito que quem está casando é o Yaten. – Nagi comentou ainda com um ar de surpresa. – Logo ele? Eu achei que o primeiro seria o Kaori... Ou então o Kenji.

– Algumas vezes a realidade pode nos surpreender... – Emi deu de ombros e usou uma das mãos para ajeitar o cabelo do Akira.

– Obrigado, anjo. – O rapaz respondeu com um sorriso tímido. – Estamos quase chegando.

– Sim. Mal posso esperar para ver a Lene! – Emi sorriu sentindo-se um pouquinho ansiosa. – Faz um tempinho que só nos comunicamos por cartas.

– Ela também deve estar com saudades. – Nagi comentou com um sorriso gentil. – Ainda mais dos seus maravilhosos doces!

– Ei! – Emi deu um tapinha nele, mas acabou rindo.

– Os doces são realmente divinos, anjo. Não pode negar que sua irmã sinta falta deles. – Akira colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha dela, o que fez a garota corar.

– Eu sei. – Emi fez um bico e desviou o olhar para disfarçar a timidez.

– Olha! Já consigo ver o castelo! – Nagi gritou de repente enquanto se pendurava para fora da carruagem pela janela.

...

Lene estava no quarto que fora reservado para ela no castelo de Heavens Gate. Não sabia ao certo porque decidiram fazer a cerimônia toda ali e não em Paradise Falls, reino de Yuki e Yaten. Talvez porque não conseguiram recusar o convite de Kenji e Kaori, que assim que souberam da notícia decidiram presenteá-los com a festa de casamento mais bonita que podiam imaginar.

– Lene, querida, pare de se mexer! – Mabel resmungou pela terceira vez e deu um tapinha na moça. – Assim não vou conseguir terminar esse ajuste!

– Fique calma, Lene. Vai dar tudo certo. – Yumi comentou segurando uma das mãos da jovem para acalmá-la.

– A Emi já deve estar chegando. Sossega! – Hana resmungou enquanto tentava terminar o penteado que estava fazendo.

– Eu sei... Não estou nervosa! Eu só... Não consigo parar quieta. – Lene respondeu com um suspiro e Mabel acabou por alfinetá-la. – Ai!

– Eu só te alfinetei porque não está parada. Fique quieta! Guarde essa energia toda para depois da festa! – Mabel soltou o comentário tão automaticamente que as outras duas moças deram risada, enquanto Lene corava como um tomate maduro.

– MABEL! – A jovem tornou a virar-se e nesse exato instante Emi entrou no quarto.

– VOCÊ NÃO VAI ENTRAR, NAGI! – Ela empurrava a porta para fechá-la antes que o mais novo conseguisse se enfiar dentro do quarto. – VAI FICAR COM O AKIRA E O YATEN! TCHAU!

– Emi! – Lene deu um pulinho de susto e então correu até a irmã, abraçando-a com força. – Estou tão feliz que você chegou!

– AI! Cuidado ou você vai desmanchar tudo o que as meninas fizeram! – Emi resmungou, mas acabou abraçando-a de volta.

– Eu sei. Desculpa. Vou tomar cuidado. – Lene assentiu e voltou para o lado de Mabel, que a encarava não muito contente por ela ter corrido daquele jeito.

– Lene, tente se mover mais devagar ou vai acabar caindo e se machucando. – Mabel orientou enquanto terminava de ajeitar o último ajuste do vestido de noiva que usava.

– Desculpa. Vou tentar. – A jovem se encolheu um pouco sem graça e Emi deu uma risadinha, sentando-se na cama para observar a irmã.

– O seu vestido está aqui também, Emi. – Yumi falou enquanto trazia a peça até a jovem. – Sabemos que não gosta muito de tantos detalhes, então o fizemos de um jeitinho diferente. Esperamos que goste!

– Ah! Muito obrigada, mas... Como sabiam as minhas medidas? – Emi encarou-as, confusa.

– O Akira pegou para a gente e enviou em uma das cartas, mas ainda precisamos de alguns ajustes, então... Vá se trocar! – Hana puxou-a pelo braço e arrastou-a até o banheiro para ajudá-la a se vestir.

– Pronto! – Mabel sorriu, admirando o trabalho terminado. – Está tão linda, querida...

– Obrigada. – Lene respondeu um pouco tímida e então seguiu até o espelho para observar a si mesma. – Não consigo acreditar que essa sou eu.

– Mas é! E nós mal podemos esperar para ver a cara do seu noivo! – Hana falou saindo do banheiro junto com a Emi.

– Não fale assim, Hana! – Yumi partiu em defesa da Lene rapidamente. – Ela vai ficar constrangida outra vez.

– Ah! Pare com isso! A Lene fica com vergonha de tudo! – Emi respondeu com uma risadinha.

– Não posso negar... – Lene assentiu, rindo com elas.

Yumi, Hana e Mabel começaram então a cuidar da Emi, que havia sido escolhida pela Lene para ser madrinha de casamento junto com o Akira. Yuki e Mabel seriam os padrinhos por parte do noivo. Obviamente estavam todos ansiosos para a cerimônia, então o quarto onde Yaten se arrumava estava igualmente agitado.

– Eu não entendo porque está tão nervoso. – Yaten comentou dando de ombros enquanto Kenji o ajudava a ajeitar a gravata.

– Como não estaria?! Você sabe o que eu tenho que fazer! Ah! – Akira estava andando de um lado para o outro do quarto, passando as mãos pelos cabelos em sinal de ansiedade.

– Até parece que é você quem vai se casar... – Nagi comentou revirando os olhos, sentado na cama observando a cena.

– Aliás, Yaten, você está estranhamente calmo... – Kenji comentou com uma risadinha, terminando de arrumar a gravata do mais alto.

– Calmo?! É claro! Por que eu estaria nervoso? – Yaten respondeu de imediato ajeitando as mangas longas do paletó. – Só estou incomodado com essas roupas. Eu detesto usar isso!

– Nós sabemos! – Nagi, Akira e Kenji retrucaram ao mesmo tempo.

– Se sabem por que estão perguntando? – O outro resmungou fazendo um bico.

– Ninguém perguntou sobre as roupas. – Nagi disse dando de ombros, mas acabou se encolhendo com o olhar mortal que recebeu do mais alto.

– Onde está o Yuki? Ele já está pronto? – Yaten perguntou de repente, fazendo menção de ir até a porta do quarto.

– Ele está pronto. Kaori e Ryo estão com ele. – Kenji explicou puxando o outro para impedi-lo de sair.

– É que ele se ofereceu para entrar com a Lene... – Mas foi interrompido pelo Akira.

– MEU TOPETE! AH! ESTRAGOU! NÃO ACREDITO! – E com isso, começou a tentar ajeitar o cabelo desesperadamente em frente ao espelho do quarto.

– Ahn... Tenha calma, Akira. – Kenji seguiu até ele e segurou seus braços para tentar acalmá-lo, mas foi em vão. – Ah! Calma! Por favor! Yaten! Nagi!

– Deixa comigo. – Yaten arregaçou as mangas e segurou o Akira sem muita dificuldade. – Pronto. Fica quieto!

– Mas e meu cabelo...? – Akira choramingou.

– Eu arrumo para você. – Kenji disse calmamente e foi pegar o gel e o pente.

– Haja paciência! – Nagi resmungou se jogando na cama, olhando para o teto impacientemente.

...

O castelo de Heavens Gate estava parecendo um castelo saído de contos de fadas. O grande salão estava decorado com panos brancos e dourados, representando o reino de Paradise Falls, e tapeçarias floridas representando aquilo no que Lene trabalhava. Muitos arranjos de flores haviam sido espalhados tanto dentro quanto fora da construção e todo o local estava perfumado com os aromas da primavera.

O jardim havia sido decorado com as mais belas e coloridas flores do reino, parecendo um tapete de arco-íris natural. O céu estava azul e limpinho, sem nuvens ou chuva à vista. As mesas para os convidados e o Buffet haviam sido preparados ao ar livre, mas a cerimônia seria realizada no salão de bailes. Cada convidado recebia uma coroa ou colar de flores e eram então direcionados aos seus lugares pelos empregados do castelo.

Todos os convidados já haviam chegado e a cerimônia estava para começar. Escolheram Ryo para ser o mestre de cerimônias, que estava realmente muito honrado por poder fazer parte disso. Todos os demais já estavam posicionados em seus lugares, com exceção daqueles que ainda iriam entrar pela porta principal.

– Está nervoso agora, cara? – Akira perguntou ao Yaten, que estava logo atrás dele, esperando as entradas começarem.

– Sim. – Yaten respirou fundo antes de responder. – Nunca senti meu coração bater tão forte... Nem quando lutamos contra a estrela louca.

– Relaxa! Vai dar tudo certo! – E deu uns tapinhas nas costas do mais alto com um sorriso no rosto.

– E você? Como fez para se acalmar? – Ele perguntou curioso ao notar como o outro estava menos acelerado.

– Shin me deu uma poção especial à base de essência de flor de maracujá e camomila. – Akira explicou e deu de ombros. – Funcionou muito bem.

– Tem mais um pouco aí com você? – Yaten perguntou de repente quando a música anunciando as entradas começou a tocar e Emi se aproximou para entrar com o Akira.

– Não. Eu tomei tudo. – Akira respondeu e deu de ombros. – Boa sorte, cara!

– Obrigado. – Yaten resmungou esfregando uma mão na outra.

...

A cerimônia foi rápida e simples, mas completamente linda e mágica em sua simplicidade. Todos os convidados estavam encantados e Mabel, Yumi e Hana ficaram satisfeitas com a cara de bobo do noivo ao ver sua amada entrando pelas enormes portas do salão.

Emi precisou dar alguns tapas no Akira, que ficou surpreso ao vê-la toda arrumada pelas mãos competentes de Hana, Yumi e Mabel. O rapaz não conseguia parar de sorrir feito bocó e de elogiá-la da cabeça aos pés. No início ela ficou até feliz com os elogios, mas depois perdeu a paciência.

Todos estavam se dirigindo para o jardim, onde o almoço seria servido um pouco mais tarde do que o habitual. Os últimos a saírem do salão seriam os noivos, os padrinhos e alguns convidados mais próximos. Estavam reunidos nos fundos enquanto esperavam, onde um pequeno altar havia sido montado.

– Senhorita Lene! Nunca pensei que conseguiria fazer todo esse percurso sem tropeçar! – Ryo se aproximou dos jovens com um sorriso largo. – E você também está de parabéns, Yaten. Ficou mais de meia hora com uma gravata no pescoço!

– Já posso tirar agora? – O rapaz respondeu com um sorrisinho e puxou o tecido que apertava seu pescoço.

– Pode sim. – Lene deu uma risadinha, sabendo que ele odiava aqueles trajes, embora ficasse ainda mais bonito com eles.

– Estou surpresa que você não ficou vermelha como um tomate na hora do beijo. – Hana provocou dando um empurrãozinho em Lene.

– Eu não fico vermelha como um tomate! – Ela resmungou fazendo um bico.

– Fica sim, amor. – Yaten abaixou um pouco para sussurrar no ouvido dela.

– Yaten! – Ela deu um pulinho de susto, sentindo um arrepio correr sua coluna, e virou-se para dar um tapinha nele.

– AI! O que eu fiz?! – Akira gritou fazendo certo alarde ao receber os tapas depois que Yaten desviou agilmente.

– Ah! Desculpa, Akira! Eu sinto muito! – Lene falou rapidamente, corando, envergonhada pelo erro.

– Está tudo bem. Pode bater. – Emi deu uma risadinha e segurou os ombros dele, empurrando-o na direção da irmã.

– Ei! Não acredito nisso, meu anjo! – Akira resmungou olhando-a por cima do ombro.

– Lene! Yaten! Os convidados estão esperando vocês! – Kenji chamou-os da porta, pois havia saído para verificar se todos já estavam acomodados.

– Parece que temos que ir... – Yaten suspirou e fez um bico incomodado.

– Aguenta só mais um pouquinho, Yaten. – Lene ficou na ponta dos pés e deu um beijo na bochecha dele. – Depois da festa você pode tirar essas roupas e...

– LENE?! Você falando uma coisa dessas?! – Ryo gritou de repente, afastando os dois.

– Eu não acredito nisso! – Hana colocou as mãos na cintura e deu risada.

– Ahn? O quê? Do que estão...? Ah, não! Não foi isso que eu quis dizer! – Lene falou rapidamente, gesticulando com as mãos desesperadamente.

– Mas não pode negar que vai acontecer... – Mabel comentou como quem não quer nada.

– Lene... – Emi começou a falar, mas foi interrompida.

– AH! Parem com isso! – Lene já estava vermelha como um tomate e pronta para sair correndo dali, mas Yaten a deteve.

– Está parecendo um tomatinho... – Ele sussurrou para ela, segurando seu braço e puxando-a para um abraço. – Deixa eles falarem o que quiserem. Eu não me importo.

– Mas... – Ela murmurou, mas acabou desistindo e simplesmente assentiu.

Todos seguiram para fora e deram a ordem para as comidas começarem a serem servidas, depois os convidados puderam cumprimentar os noivos um por um e em seguida liberaram o espaço para quem quisesse dançar. A primeira dança era uma valsa, que seria dançada exclusivamente pelos noivos.

– Está nervosa? – Yaten perguntou antes de começarem a dançar.

– Não. Já fizemos isso antes. – E deu uma risadinha, olhando para ele.

– Sim, mas... Não éramos casados antes. – Ele deu de ombros.

– Acha que mudou tanta coisa assim agora? – Ela arqueou a sobrancelha, encarando-o.

– Sim, nós passamos por muita coisa juntos. – A música começou a tocar e foram obrigados a continuar a conversa enquanto dançavam.

– Quer dizer que... Naquela época não gostava de mim? – Ela decidiu perguntar, mesmo que agora a resposta não importasse tanto.

– Eu já gostava de você. – Ele deu uma risadinha e a fez rodopiar. – Mas era idiota demais para perceber.

– Tem razão. – Lene concordou e ele a puxou mais para perto, com uma expressão indignada. – Esperava que eu fosse negar?

– Na verdade não. – Ele sorriu divertindo-se com a conversa e voltou aos passos mais lentos da música. – Fico feliz que tenhamos nos encontrado naquele dia, mesmo com o acidente com o Maximus.

– Eu também. – E deu uma risadinha. – Na verdade, foi o Maximus que nos ajudou, não é mesmo? Nosso cupido é um cavalo!

– Isso soou realmente muito estranho. – Yaten fez uma careta, mas logo voltou a sorrir para que pudessem encerrar a dança.

– Devemos ir vê-lo nos estábulos mais tarde. – Lene comentou fazendo uma mesura para agradecer aos aplausos.

– Tudo bem. Faremos isso. – Ele assentiu e apontou com o queixo para Akira e Emi, que saíam da festa escondidos. – Acho que vai ser agora.

– Será mesmo? – Lene perguntou animada. – Espero que sim!

– Vamos descobrir depois. – E deu de ombros. – Quer dançar novamente?

– Quer mesmo dançar de novo? – Ela perguntou surpresa.

– Hoje é um dia especial. Por que não?

– Eu amo você! – Ela deu um pulinho tentando abraçá-lo pelo pescoço.

– Ei! Calma! – Ele deu uma risadinha, retribuindo o abraço. – Eu também amo você.

Enquanto Lene e Yaten dançavam a música seguinte, divertindo-se com algumas provocações e brincadeiras, Yuki e Mabel os observavam sentados em uma das mesas laterais que foram colocadas no jardim para os convidados comerem.

– Eu nunca imaginei que meu irmão mais novo iria se casar antes de mim... – Yuki comentou com um sorriso sereno.

– E você por acaso estava à procura de alguém? – Mabel arqueou a sobrancelha, já sabendo a resposta.

– Você me conhece bem, Mabel. – O homem comentou negando com a cabeça. – Estou feliz por eles.

– Eu também estou. – Mabel assentiu e tornou a observar o jovem casal dançando alegremente.

...

Akira estava tão nervoso com o que estava prestes a fazer que suas mãos e pernas tremiam enquanto guiava Emi pelo jardim até o coreto onde pretendia fazer-lhe uma pergunta muito importante. Seu nervosismo não passou despercebido, e Emi finalmente decidiu falar algo.

– Akira? Tem certeza de que está tudo bem mesmo? – O olhar da jovem era preocupado.

– Sim! É claro que sim! Por que não estaria bem? Hoje é um dia maravilhoso, certo? – O rapaz respondeu de imediato, falando mais rápido que um foguete.

– É que você parece nervoso... Tem algum problema te preocupando? Sabe que pode contar comigo, não é? – Ela apertou a mão trêmula dele de leve e sorriu.

– É claro que eu sei, meu anjo. – Ele assentiu e ao virar-se para olhar para ela acabou batendo a cabeça em um galho mais baixo de árvore. – AH!

– Akira! – Emi tentou não rir da situação, mas foi inevitável, então ela perguntou entre risos. – Está tudo bem?

– Continue rindo. Vamos! Zombe mais de mim! – Ele resmungou fazendo um bico, mas acabou rindo também. – Vai ter o troco mais tarde!

– Ah é? – Emi parou de rir aos poucos enquanto voltavam a andar e finalmente chegavam ao coreto.

– Chegamos. – Akira anunciou abrindo os braços e dando uma voltinha, observando o lugar.

O dia estava começando a dar lugar para a noite, então a vista para o jardim era simplesmente magnífica. Além do mais, Akira havia pedido ajuda aos primos para que enfeitassem o coreto com flores perfumadas e luzes brilhantes.

– Uau! Esse lugar está lindo! Por acaso vai fazer parte da festa de casamento também? – Emi perguntou olhando ao redor admirada.

– Sim. Quer dizer, não. – Akira se atrapalhou em responder. – Mais ou menos...

– O que está havendo com você hoje, Akira? – A jovem olhou para ele desconfiada, colocando as mãos na cintura.

– Ok. Certo. É agora. – Akira respirou fundo e contou até dez antes de se ajoelhar na frente dela e tirar do bolso uma caixinha vermelha de veludo. – Emi, você aceita se casar comigo?

– Ah, Akira! – Emi cobriu o rosto com as mãos, sentindo-o corar. – Não acredito!

– Ahn... Não acredita? – Akira continuava de joelhos no chão, com uma expressão preocupada que se tornou ainda mais aflita ao vê-la chorar. – Emi?

– Então era por isso que estava nervoso! – Ela exclamou e começou a dar alguns tapinhas nele quando ele se levantou e se aproximou, preocupado com as reações dela.

– Ei! Ei! Por que está me batendo? Calma! – Ele resmungou fazendo um bico, e ela finalmente parou, abraçando-o em seguida.

– Você não existe! – Ela sussurrou e continuou a abraçá-lo até que conseguiu parar de chorar.

– Acho que eu existo sim... – Ele murmurou de volta e ficou acariciando os cabelos e as costas dela até que ela se acalmasse. – Mas eu queria que sua resposta também existisse, anjo.

– Seu idiota! É claro que eu aceito! – Ela deu um último tapa nele e então se afastou, deixando que ele colocasse o anel de noivado em seu dedo.

– Ufa! – Ele sorriu aliviado depois da resposta dela e então a puxou pela cintura para um beijo apaixonado, que foi interrompido pelos gritinhos histéricos de Hana, Yumi e Lene.

– Mas o que é isso? – Emi perguntou irritada, se afastando do Akira, envergonhada.

– Temos espiões! – Akira falou surpreso e deu risada ao ver o pequeno grupo saindo de trás das árvores.

– Aaaah! Eu não acredito! Parabéns, Emi! – Lene correu até a irmã e a abraçou de um jeito estabanado. – Estou tão feliz por você!

– Você estava sabendo disso? – Emi perguntou fazendo um bico e a abraçando de volta.

– Sim. – Lene se afastou finalmente, deixando que os demais também cumprimentassem os dois. – Você gostou da decoração? Eu ajudei o Kaori e o Kenji a escolherem as flores!

– São lindas... – Emi sorriu agradecida e então encarou Mabel, Ryo e Yuki, que se aproximavam do coreto.

– Eu sabia que as duas mocinhas iriam encontrar seus pares aqui! – Mabel bateu palmas e sorriu como uma mãe sorriria para suas filhas.

– Ainda bem que ambas decidiram ouvir seus corações. – Ryo comentou com um sorriso largo e abraçou as duas de uma só vez.

– O que quer dizer com isso? – Emi questionou tentando olhar para o rosto dele.

– Vocês decidiram ficar aqui conosco na Terra, embora pudessem ter escolhido voltar ao Reino dos Deuses. – Yuki explicou num tom sério. – Escolheram o amor ao invés de escolherem seus poderes.

– E é por isso que dissemos que escolheram seguir seus corações. – Mabel completou.

– Nós passamos grande parte das nossas vidas sem esses poderes. Não foi tão difícil assim escolher. – Emi respondeu e deu de ombros.

– Sim. – Lene concordou com um sorriso. – Vocês se tornaram a nossa família também. Não podíamos abandoná-los e tenho certeza de que Tsuki e Taiyo entendem isso.

O sol finalmente desapareceu na linha do horizonte e a lua já estava um pouco mais alta no céu, acompanhada por muitas estrelas. Os deuses observavam suas adoradas filhas todos os dias e todas as noites, mas neste dia estavam especialmente felizes por elas. Entendiam e respeitavam as razões que as fizeram ficar na Terra, mas ainda se preocupavam com sua segurança.

Por essa razão, decidiram lhes dar um presente especial para celebrar sua união com os humanos e mandaram uma estrela cadente entregar-lhes o dito presente. A estrelinha foi mandada à Terra com uma pequena caixinha nas mãos, estava feliz e orgulhosa por ter sido escolhida.

– Com licença, tenho uma entrega especial para as senhoritas Lene e Emi. – A estrelinha apareceu perto deles no coreto como mágica, assustando a todos.

– Quem é você? – Yaten, Akira e Yuki perguntaram ao mesmo tempo, colocando as garotas atrás de si para protegê-las.

– Meu nome é Shiny, sou uma estrela mensageira. – Disse a pequena criança de cabelos prateados e pele escura como o céu noturno. – Tenho um presente dos Deuses do Sol e da Lua para suas filhas.

– Dos Deuses? – Emi encarou a estrela, surpresa, e deu um passo à frente.

– Para nós? – Lene perguntou confusa e se aproximou da estrelinha.

– Cuidado! E se for uma armadilha? – Yaten tocou o ombro de Lene com um olhar preocupado.

– Não acho que seja. – A jovem negou com a cabeça e sorriu para ele.

– Como podemos saber se isso é mesmo verdade? – Akira questionou a estrelinha, desconfiado. – Já tivemos problemas com uma estrela antes.

– Aqui está. – Shiny tirou uma carta do bolso, assinada por Tsuki e Taiyo. – Mas meu tempo na Terra está acabando, por favor, aceitem o presente.

– Está bem. Aceitamos. – Emi pegou a caixinha e Lene pegou a carta, no mesmo instante, Shiny se transformou em pequenas luzes cintilantes e desapareceu.

Todos se amontoaram ao redor das jovens quando estavam prestes a abrir a caixinha e a surpresa foi geral ao ver o que havia ali dentro. Tsuki e Taiyo presentearam Lene e Emi com dois novos colares, cada um contendo uma pedra mágica especial, que as ajudaria a protegerem a si mesmas e àqueles a quem amavam.

Lene recebeu a pedra das Flores, que estava diretamente relacionada aos seus antigos poderes com a natureza e a cura do corpo físico dos seres. Emi recebeu a pedra Estelar, que antes pertenceu à Shanti, mas que fora corrompida. A nova pedra Estelar permitia a ela se comunicar com os Deuses e com as almas dos seres, ajudando-as a se curar.

As duas jovens agradeceram os pais pelos presentes e sorriram felizes ao saber que poderiam ajudar as pessoas com seus poderes outra vez. Em seguida, leram a carta endereçada a elas e sentiram seus corações se aquecerem com o amor de Tsuki e Taiyo.

– Parece que os deuses não confiaram na gente para proteger suas filhas, afinal. – Akira comentou dando risada e tirando do bolso o amuleto da Lua, que o transformava no Guerreiro da Luz.

– Eu não sei se eu confiaria também... – Emi respondeu dando uma cotovelada no Akira.

– Não acredito nisso, meu anjo! – Akira resmungou e então puxou ela para um abraço apertado.

– Tenho certeza de que eles confiam em vocês. – Yuki se pronunciou e deixou que seu olhar seguisse pelos quatro, até parar no irmão mais novo. – Vocês são fortes e determinados. São plenamente capazes de proteger aqueles que amam.

– Mas isso não quer dizer que precisam fazer isso sozinhos. – Kaori completou a fala do rei, abraçando o irmão mais novo, Kenji, pelos ombros.

– Exatamente. Juntos nós somos mais fortes! – Kenji disse com um sorriso gentil.

– E vamos sempre nos ajudar em tudo, não importa a distância! – Lene falou e puxou todos para um grande abraço em grupo.

Assim, entre risos, provocações e promessas, todos voltaram para a festa de casamento e aproveitaram para se divertir juntos uma vez mais. Não importava se estavam lutando contra estrelas do mal ou festejando uma união formal, contanto que estivessem juntos, seriam felizes.

...

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