/Narrador/
- Será que dá pra vocês largarem do meu pé só um pouco, por favor? – Yumi pediu impaciente, ao passo que seus seguranças a seguiam para todo lado na festa.
- Senhorita Jeon, seu pai nos deu ordens expressas para não perde-la de vista – um deles respondeu.
- Tá, mas vocês não podem se afastar só um pouco mais? – ela perguntou olhando ao redor e percebendo que algumas pessoas comentavam – Vocês podiam ter vestido outras roupas e me seguirem de longe.
- O senhor Jeon foi bem claro, senhorita Yumi – o outro respondeu com os braços cruzados e a feição firme – Ficarmos perto e observamos quem se aproxima da senhorita com intenções estranhas e pra falar a verdade a maioria das pessoas dessa festa são suspeitas pra mim.
- Eles são adolescentes – Yumi respondeu incrédula fazendo uma careta.
- E estão chapados – rebateu um deles – Ninguém nessas condições deveria ficar perto de outras pessoas – apontou para um adolescente que vomitava no gramado e outros que dançavam em cima das mesas e tiravam suas roupas – Só dá problema, senhorita.
A garota revirou os olhos cruzando os braços.
- Oi Yumi – a menina se virou vendo Hajun se aproximar dela e logo abriu um sorriso – Como vai, princesa?
Ela o abraçou apertado, e selou o canto dos lábios do mais velho que teve a vergonha denunciada quando corou levemente.
- Tô péssima, Jun – ela fez bico – Acredita que esses caras não querem se afastar pra eu poder me divertir?
- Yumi, essa festa não é pra você, eu te disse – Hajun comentou paciente – A galera daqui é meio diferente da escola, você sabe – ele suspirou percebendo o rosto da menina se retorcer em uma careta – A maioria das pessoas daqui só quer saber de beber e não se importam com as consequências.
- Mas é isso que eu quero, Jun – Yumi respondeu – Viver como um adolescente normal. Poder beber e extrapolar, dançar até minhas pernas doerem, quem saber fumar um cigarro.
- A senhorita sabe que não deixaremos você tocar em cigarro ou bebidas, certo?
- Tá vendo? – Yumi balançou os braços – Isso tudo me incomoda. O meu pai me trata como se eu fosse de cristal e precisasse viver sendo privada das coisas.
- O tio Jk ama você, Yumi – Hajun argumentou – Ele faz isso pra te proteger.
- Você tá tão chato quanto ele, Hajun – Yumi respondeu dando as costas pra ele e percebeu estar sendo seguida pelos seguranças – Será que eu posso ir ao banheiro sozinha ou vocês vão entrar no banheiro feminino pra me proteger também? – Perguntou secamente a eles que, envergonhados, pararam na porta.
A garota bateu a porta com força.
- Ela é encantadora – Hajun comentou com os seguranças enquanto olhavam para a porta um pouco distantes – Mas está passando por um período difícil. Não liguem para o mal humor dela, ela é uma boa pessoa.
Os seguranças não disseram nada, mas sorriram levemente para o garoto que se distanciou e foi até o bar.
💜
Yumi andava de um lado para o outro como se fosse um animal enjaulado. Ela estava furiosa e sua raiva talvez se assemelhasse a um leão se preparando para uma briga.
Ela não suportava mais aquela situação. Ficar presa a homens fardados e armados que ela ao menos conhecia ou poderia trocar alguma palavra de afeto, enquanto via jovens das mais variadas idades se divertindo e ela sem poder fazer nada.
Era injusto, ela pensava, mas o que poderia fazer? Aquela era a sua sina por seus pais serem famosos.
- Os mais famosos do mundo – Yumi comentou com amargura.
Não que a garota não gostasse dos pais ou até mesmo da profissão deles, mas havia sido uma escolha deles e ela quem estava sofrendo as consequências. Olhando de fora poderia parecer egoísmo da menina que mal imaginava a aflição que seu pai passava ao pensar em algo acontecendo com ela, seus irmãos e sua mãe.
De certa forma, Yumi se sentia sozinha e abandonada. É claro que seus pais davam de tudo a ela, ela não tinha como reclamar, mas de todo modo, o trabalho deles não os dava todo tempo do mundo para ela e seus problemas adolescentes.
E Yumi tinha muitos, ela pensava.
Toda a segurança e a falta de privacidade a estavam irritando em um nível que deixaria qualquer um frustrado, sem falar no ciúme que sentia de Hajun. Ele também sentia dela, mas sabia disfarçar e conversar melhor do que ela, já que era sempre a garota quem brigava com ele.
Os jovens discutiam por diversos motivos, haviam briguinhas mínimas que se resolviam com uma sessão de cosquinhas ou alguma piadinha do garoto, mas outras situações eram totalmente avessas a pequenos gestos fofos e não se resolveriam de uma hora para outra.
Como por exemplo, uma garota na qual vivia atrás de Hajun. Ele dizia que era apenas uma colega de sala da faculdade, mas o modo como a mesma olhava para ele mostrava a Yumi que a garota queria algo mais com ele.
E ela tinha medo... por isso demonstrava com ciúmes.
A falta de um rótulo no que eles tinham era algo que incomodava Hajun, mas Yumi sempre dizia que tinha medo que o pai a proibisse de vê-lo, pois, se Jungkook colocara diversos seguranças atrás dela, o que mais ele poderia fazer para separá-los?
Por que ela achava que era por Jungkook desconfiar deles que colocara os seguranças atrás dela.
Yumi sempre teve um relacionamento incrível com seu pai. Embora mais velho, Jungkook tinha alma de criança e por muitas vezes levou castigo junto de Yumi quando Lisa os pegava aprontando.
A garota se acostumou a ter o pai sempre para si, fazendo suas vontades e a mimando como podia. Quando Jay chegou, ele continuou sendo o melhor pai que havia no mundo, mas depois de Angel, Yumi sentiu toda a atenção se voltar para a caçula e aquilo a incomodava.
Por diversas maneiras.
Talvez fosse seu ego falando mais alto, ou bobagem insistir que os pais tinham preferências por um dos filhos, mas Yumi se sentia tão sozinha que passou a se fechar mais.
Hajun sempre esteve presente para ela e ele também parecia estar com a atenção voltada para outra pessoa. Outra garota.
E no fim, a sensação que ela tinha era de que estava perdendo os dois homens a quem ela mais amava no mundo.
Seu pai e Hajun.
Yumi fungou um pouco enxugando seus olhos com o papel higiênico e suspirou. Não adiantava ficar pensando naquilo. Se não poderia se divertir então queria ir pra casa e foi com essa ideia que ela abriu a porta com determinação.
Mas ela logo recuou ao caminhar alguns passos. Seus seguranças ainda não haviam visto a menina, mas ela não estava ligando de qualquer forma. O que viu naquela noite a perseguiria por algum tempo.
E não é que a mente confusa e cansada dela tinha razão?
Ao paralisar, Yumi continuou olhando para frente, um pouco mais distante, viu Hajun beijando a tal garota um pouco afastados do bar.
A cena não pareceu durar muito, pois viu o menino se afastar assustado e falar algo com a outra parecendo discutir. Hajun gesticulava, talvez pedindo explicações para a menina a sua frente, mas ao notar Yumi na multidão, ele se assustou com o que viu.
Yumi deixava lágrimas gordas caírem de seus olhos amendoados e ele sentiu o coração afundar no peito. Ele amava tanto a garota e eles eram tão diferentes... ele deixou a outra garota falando sozinha e rumou a passos largos até Yumi que se esquivou no primeiro toque.
Os seguranças a encontraram e a escoltaram até o lado de fora enquanto Hajun tentava se explicar e Yumi limpava os olhos com força.
- Ela que me beijou de surpresa, Yumi – ele avisou a segurando pelo braço em um toque sutil – Eu estava distraído te esperando sair do banheiro.
- Sempre tem uma explicação, não é? – ela perguntou irritada afastando dos toques do garoto com força – Vai lá ficar com ela, eu vou embora.
- Não, por favor – ele pediu suplicante – Não quero brigar com você, Yumi. Eu amo você.
- Se você me amasse como diz você não beijaria outra garota.
- Eu já disse que foi ela quem me beijou de surpresa, caramba – ele reclamou – Não tinha como eu saber que ela ia segurar meu rosto em um momento de distração e me beijar – ele tentou tocá-la de novo, mas ela se esquivou batendo na mão dele – Que droga, Yumi, me escuta.
- Me esquece, Hajun – ela exclamou parando ao lado da porta aberta do carro – Volta lá para aquela garota que vive atrás de você e me deixa em paz.
- Yumi, por favor... – ele pediu segurando a mão dela em mais uma tentativa inútil de puxá-la para si.
- Acabou tudo entre a gente, Hajun – ela decretou entrando no carro e fechando a porta.
Hajun, sem saber o que fazer, passou a mão nos cabelos os levando para trás percebendo um dos seguranças o olhando com pena.
- Você vai ficar bem, rapaz? – ele perguntou a Hajun.
- Não – ele respondeu sincero, o rosto demonstrando sua agonia com a situação. Estava triste demais – Mas não é comigo que estou preocupado – suspirou – Por favor, tome conta da Yumi.
- É o meu trabalho – sorriu fechado para Hajun e entrou no carro que seguiu para a via expressa.
💜
Yumi estava com raiva. E aquilo nunca era um bom sinal.
No banco de trás, a garota chorava retorcendo as mãos na saia que usava sentindo toda a raiva pela cena sendo revivida em sua mente durante alguns minutos.
Por um lado, a única coisa que ela queria era chegar em casa e se enfiar embaixo de seus edredons quentinhos e receber o abraço de seu pai e as palavras reconfortantes de sua mãe, mas nenhum deles sabia de sua situação com Hajun.
E se dependesse dela continuaria assim, ela pensou.
Por outro lado, ela sentia que deveria fazer muito pior que ele, pois ela sabia que o garoto era muito mais sensível que ela, mas o que ela poderia fazer?
Podia beijar um garoto qualquer, mas aquilo apenas o faria se sentir de igual para igual e na mente egoísta de Yumi – com raiva – queria que ele sofresse mais do que ela estava sofrendo, por isso, uma ideia sórdida passou por sua cabeça.
E se transasse com outro cara?
Um sorriso vingativo surgiu nos lábios da garota que distorcendo de tudo o que passava na sua mente, sentia o coração esfarelar por querer magoar alguém que ela gostava... alguém que ela amava.
É esse o tipo de amor que você sente? – A vozinha em seu subconsciente avisou, então a dúvida surgiu m sua mente.
Faria ou não faria aquilo com Hajun?
- Para casa, senhorita Jeon? – um dos seguranças perguntou a olhando pelo retrovisor.
Ah, que se dane. Estava cansada e com raiva demais para sequer pensar em outra solução.
- Pegue a próxima esquina, nós vamos a outra festa – avisou a garota.
Assentindo, o homem manobrou e fez o que ela mandou.
Sentindo o coração pesar em culpa antecipadamente, Yumi engoliu em seco tomando coragem para fazer aquilo que sabia que magoaria Hajun e com certeza faria seus pais questionarem quem ela era, de fato.
💜
Casa dos Jeon
/Lisa/
- Sabe o quanto eu adoro tomar banho juntinho com você, Lis? – Jungkook sussurrou no meu ouvido torcendo um pouco da água da esponja macia em cima da minha pele – Adoro deixar você ainda mais cheirosa – ele trilhou beijos do meu ombro até o pé da minha orelha – Tão cheirosa...
Estávamos dentro da banheira, eu entre suas pernas e apoiada em seu perto forte.
Deitei minha cabeça em seu ombro desfrutando da carícia gostosa dos lábios do meu marido em meu pescoço. A medida que ele excursionava seus lábios por minha pele, ele deixou a esponja de lado e levou ambas as mãos até meus seios.
Passando os nós de seus dedos em meus bicos, num carinho suave cheio de segundas intenções. Fechei meus olhos aproveitando de suas carícias e senti uma de suas mãos trilhar o caminho até o meio de minhas pernas.
O toque sutil de seus dedos em minha intimidade me fez morder os lábios de leve.
- Amor... – gemi ofegante ao passo que ele sacudia seus dedos em meu clitóris – Hum... – Senti seu sorriso soprado em meu ouvido percebendo o movimento lento de seus dedos me deixando sem argumentos.
Continuamos naquela carícia por um tempinho, com ele sussurrando em meu ouvido, eu agarrando suas coxas fortes, a fricção gostosa de nossos corpos na banheira, com seu pau escorregando entre o vão da minha bunda...
- Chega... – pedi abrindo meus olhos e me afastando um pouco. Eu queria fazer outra coisa.
- Que foi, amor? – ele perguntou confuso me vendo levantar da banheira – Não estava gostando? Eu te machuquei?
- Estava gostando até demais, amor, só que quero fazer outra coisa – eu disse, ainda nua parada em sua frente já fora da banheira.
Jungkook passou a língua pelos lábios olhando pra mim sem pudor. Ele sorriu safado.
- O que quer fazer? – ele perguntou.
Eu o olhei e fiquei calada. Jungkook pareceu não entender e deu de ombros.
- Tudo bem, você não está mais afim de fazer outro amorzinho gostoso – ele comentou se levantando da banheira.
Mordi meu lábio inferior olhando meu marido, gloriosamente nu, sair da banheira e caminhar pelo banheiro procurando seu roupão.
Aquele corpo cheio de músculos, aquelas costas largas, aquela bunda dura, as coxas fortes, as entradas deliciosas de seu quadril, as pintinhas espalhadas por suas costas, as tatuagens, o membro molhado, pingando pré-gozo e totalmente duro pra mim...
Caminhei até meu marido que já estava de roupão de frente para o espelho. Ele me viu caminhar até ele, pegou meu roupão e abriu para que eu pudesse me vestir. Eu peguei a peça e a joguei no chão.
- Lis, o que você... – ele foi pego de surpresa quando eu desatei o nó de seu roupão e o joguei junto ao meu, no chão.
Ajoelhei na frente dele, agarrando seu pau com minhas mãos começando a masturbá-lo devagar.
- Amor... – ele sussurrou, mas eu o calei começando a chupá-lo lentamente – Hum... – balbuciou baixinho e eu sorri acariciando suas coxas.
Continuei o masturbando com a mão enquanto chupava a cabecinha de seu membro roçando meus dentes de leve na fenda que eu sabia ser seu ponto fraco.
Jungkook agarrou a borda da pia enquanto ainda movimentava minha boca com um pouco mais de força agora. Meu marido me estimulava com palavras de incentivo acariciando meus cabelos e eu o suguei com mais força.
- Amor, vou gozar – ele avisou sabendo que eu não engoliria daquela vez seu gozo.
Na verdade, havia algum tempo em que não estava fazendo mais isso e ele não se importava.
Jungkook sempre dizia que pra ele sentir prazer eu precisava sentir primeiro e por isso não ligava se eu engolia ou não e eu agradecia muito por ter um marido assim.
Havia algum tempo em que eu estava enjoando demais com aquilo.
Tirei minha boca dele e o masturbei com a mão sentindo ele gozar em seguida depois de uns minutos em meus seios.
- Nossa... – ele exclamou cansado e eu sorri – Isso foi tão... uau – ele riu e me ergueu em seus braços – Acho que precisamos de outro banho, senhora Jeon.
- Você vai me dar esse banho, senhor Jeon? – provoquei divertida e ele assentiu me pegando no colo.
- Ah se vou e dessa vez vamos agir como o casal boiola que a gente sabe ser – brincou me levando em seu colo até o box do banheiro.
- Poxa... vamos deixar de ser os maknaes foguentos então? – fiz um bico em brincadeira.
- Por hora – ele respondeu me deixando em pé e ligou o chuveiro – Agora seremos apenas o bom e velho casal boiola que ganhou o coração do mundo – sorri.
- Eu te amo, Jungoo – eu disse olhando em seus olhinhos brilhantes acariciando seus cabelos molhados – Você é tudo pra mim.
- Eu também amo você, Lis – ele sorriu mostrando seus dentinhos salientes esfregando o nariz no meu – Minha mulher.
E dizendo isso, Jungkook me beijou com carinho. Do jeito que ele sempre me beijava demonstrando a dimensão de seu amor por aquele simples ato.
💜
Dia seguinte...
/Narrador/
Hospital Geral de Seul
A copa do hospital não estava tão cheia, mas como era horário de almoço, vários médicos e enfermeiros haviam saído para almoçar, e por isso, poucos profissionais estavam dispostos no local conversando e almoçando.
Jordana era uma delas. A mulher estava concentrada na máquina de expresso onde se servia de um copo de chocolate quente já que ela não gostava de café.
- Amélie, eu não posso sair agora, já falei... – Sung-hee comentava ao telefone perto dela – Estou no trabalho e não posso sair daqui para atender a um de seus caprichos... tudo bem então... faça o que quiser.
Ele encerrou a ligação e suspirou.
- Problemas no paraíso, Sung-hee? – Jordana perguntou sarcástica ao ex-marido enquanto se virava para encará-lo.
- Parece que a Amélie não gosta que eu trabalhe com a minha ex-mulher – ele disse – Não podemos culpá-la, não é mesmo? – ele sorriu cínico. Ela bebeu um gole de sua bebida.
- Não pode culpá-la? – Jordana indagou – O que isso quer dizer? Motivos ela não tem para querer que você não se aproxime de mim.
- Eu sei que você culpa ela pelo término do nosso casamento, mas...
- Ela não foi a culpada pelo término do nosso casamento, Sung-hee. Você foi o único culpado por isso – ela acusou – Afinal você foi tão filho da puta comigo ao ponto de me largar assim que eu perdi o nosso último filho.
- A culpa não é minha se você falhou como mulher! – ele respondeu para ela.
Um momento de silêncio seguiu pelo ambiente. As pessoas olhavam para eles curiosos. Uns, apenas queriam ouvir a fofoca, outros, estavam irritados com o médico. Muita gente não gostou da atitude dele de abandonar a esposa duas semanas depois dela perder o bebê pouco antes de Angel nascer.
- Eu não sou menos mulher por ter perdido mais um filho, mas admito que fui burra o suficiente pra tentar ter esses filhos com você – Jordana retrucou cansada.
- Aposto que agora voce deve estar tentando trepar com aquele merdinha do enfermeiro da ala da maternidade, não é? – Sung-hee comentou – Talvez compensar o tempo perdido e tentar ter mais um filho sem sucesso.
Jordana se virou pra ele e estalou um tapa no rosto do homem que incrédulo olhou para ela. A mão de Sung-hee coçou e ele levantou a mão para revidar o tapa, mas outra pessoa o impediu.
- Não pense em fazer isso – Sung-hee olhou para o homem e aquilo aumentou mais a sua raiva. Era o enfermeiro que ele se referiu – Você não vai tocar nela ou nós vamos ter problemas.
- Pode ficar com essa vadia pra você – Sung-hee comentou cinicamente – Eu já usei o suficiente e joguei fora.
O enfermeiro, incrédulo, se preparou para brigar com o médico. Ele socaria o rosto do mais velho, mas Jordana o impediu segurando em seu braço.
- Não vale a pena, Mason – ele olhou para ela – Vamos sair daqui, por favor.
Mason olhou para a mulher e viu nos olhos dela que ela não queria mais aquela fofoca atrelada a si e por fim assentiu.
- Nós ainda vamos acertar as nossas contas, doutor – Mason avisou baixo para o médico.
- Pode vir, vou estar esperando – revidou sarcasticamente.
- Vem, vamos – Jordana tocou nas mãos de Mason e ambos saíram da copa.
💜
- Obrigada por ter me defendido, Mason – a médica disse já na ala pediátrica – Não precisava fazer aquilo.
- Precisava sim – ele disse – Ele esteve errado quando fez aquilo com voce e está errado agora. Aquele babaca vai pagar pelo que te fez.
- Vamos esquecer isso, ta bom? – ela pediu – Não quero você arrumando confusão com ele e com nenhum médico. Sabe que o Sung-hee pode te denunciar por desacato e você acabar perdendo o emprego.
- Eu não me importo, contanto que ele não dirija ofensas a você, está tudo bem – ele disse acariciando o rosto da mulher – Quem ele pensa que é?
- Só mais um babaca qualquer – ela comentou e viu Mason rir timidamente – Que foi?
- Nada, eu só... – ele olhou para a doutora, seus olhos cheios de admiração – Admiro a sua força e te acho uma mulher muito corajosa.
- Obrigada – ela sorriu com as bochechas ruborizadas.
- Por nada – ele deu de ombros – Melhor eu voltar para a triagem, as coisas ficam um pouco intensas na parte da tarde.
Ela assentiu.
- Bom trabalho, Mason – ela desejou.
Ele a puxou para mais perto e, afagando a cintura dela em um carinho leve, ela a beijou calmamente, sorrindo ao final do ósculo ainda com os lábios grudados ao da médica.
- Obrigada, doutora – ele sussurrou ao separar seus lábios e se afastou indo até o seu setor.
💜
Casa dos Jeon
Lisa acordou naquela manhã com um sorriso no rosto.
Depois de alguns dias de preocupação com seu marido por saber que ele estava preocupado com sua segurança e dos seus filhos e pela breve necessidade de marcá-lo como seu já que ao que parecia havia alguém interessada nele mesmo ele sendo casado, Lisa pensou que tudo havia voltado aos trilhos.
Sua vida estava tão incrível que sequer pensou que algo poderia dar errado.
Terrível engano.
Lisa caminhou pelo corredor indo em direção ao quarto dos filhos. Angel chegaria dali algumas horas com Tae e Jen, Já Jay estava dormindo em seu quarto já que eram umas 10 da manhã. Ele devia ter voltado para casa cedo e aproveitou para dormir.
Ela sorriu entrando no quarto para selar a testa dele carinhosamente. O garoto se mexeu brevemente se aconchegando mais na cama. Lisa saiu do quarto indo até o de Yumi que percebeu estar vazio.
Ela franziu o cenho, mas logo lembrou que seguindo suas ordens, Yumi devia ter passado a noite na casa dos padrinhos. Em passou lentos, ela voltou para o próprio quarto e sorriu vendo seu marido ainda dormindo.
Ela se aproximou dele que dormia de bruços. Passou os olhos pelas costas largas do marido, o leve biquinho em seus lábios, os cabelos jogados no rosto e os pés descobertos juntinhos.
Nunca cansaria de dizer que o amava por que ela sentia aquilo tão intensamente que achava que alguém poderia simplesmente ouvir o pulsar de seu coração ao apenas olhar seu marido, seu companheiro, apenas dormindo.
Ela tirou os cabelos da testa dele e selou devagar percebendo o biquinho dele se desfazer e um sorriso mínimo se formar nos lábios cheinhos. Ela soltou um suspiro e o deixou dormindo mais um pouco diante de toda a preocupação que sabia que ele estava passando naqueles últimos tempos.
Pegou o celular e tornou a descer para a sala para tomar café já que a empregada estava a toda na cozinha preparando o almoço daquele dia. Lisa a cumprimentou e pegou um suco para beber se sentando em uma das bancadas da cozinha.
Digitou os números conhecidos e logo ouviu a voz inconfundível de uma de suas melhores amigas.
- Bom dia, Soo – ela saudou Jisoo do outro lado da linha.
Elas conversaram alguns minutos sobre o dia de trabalho e logo Lisa perguntou o que a estava atiçando a sua curiosidade.
- Unnie, a Yumi dormiu aí após voltar da festa com o Hajun, né? – Perguntou sem esperar resposta – Você pode chamá-la pra mim? Queria falar com ela e assegurar ao Jungoo que está tudo bem com ela.
- Lili, a Yumi não dormiu aqui – Jisoo avisou – O Hajun chegou, mas ela não veio com ele.
- O quê? – Lisa exclamou se levantando do banco – Como não? Ela me prometeu que se não voltasse pra casa ela dormiria aí.
- Bom, não sei, Lili – Jisoo respondeu em um suspiro – O Hajun chegou meio triste, abatido da festa, não sei, acho que ele e a Yumi brigaram, mas ela não veio dormir aqui.
- Tá, eu te ligo depois, Soo. Preciso ligar pra ela e ver onde ela está.
Após se despedirem, Lisa desligou e tentou ligar para a filha.
O número que você ligou está fora de área ou desligado, foi o que Lisa ouviu do outro lado da linha.
- Está tudo bem, senhora Jeon? – A empregada mais velha perguntou ao ver a patroa pálida e com uma expressão assustada.
- A Yumi sumiu – ela falou baixo, preocupada – O Jungkook vai ter uma síncope quando eu contar a ele.
- Me contar o quê?
💜
Hospital Geral de Seul
- Doutora Jordana? – uma das enfermeiras da ala pediátrica chamou a médica que conversava com uma mãe um pouco mais distante.
- Oi Mandy – ela respondeu.
- Os pais do Saeng não vieram buscar ele mesmo com os papéis da alta já terem sido liberados – respondeu – Tem alguma ideia do que aconteceu?
- Não – a médica respondeu – Vou perguntar na recepção e ver o que aconteceu – a outra assentiu – Que estranho, ele devia ter ido pra casa ontem.
- Pois é ele está bem melhor e merece descansar em casa.
A médica assentiu indo até a recepção. Após alguns minutos de informação e de certa forma discussão, soube que os pais do menino vieram até ali e disseram que não o queriam mais, apesar da recepcionista avisar que não poderiam deixar o bebê ali, os mesmos não voltaram a aparecer.
Bom, aquilo preocupou a doutora já que após a alta o paciente precisava ser liberado e consequentemente o leito que ele estava também. Com o abandono dos pais, Saeng não tinha com quem ficar e nem onde, já que a diretoria do hospital ao perceber a situação logo tomaria as providências e mandaria o pequeno para o conselho tutelar.
O estômago da médica chegava a embrulhar com a coragem que a mãe teve de fazer aquilo.
A médica passou alguns minutos tentando ligar para a família e sem sucesso suspirou desistindo, por hora, daquilo. Ela cuidaria do pequeno Saeng até quando desse, mas depois não podia impedir de o levarem para o conselho tutelar e consequentemente para um abrigo.
💜
Casa dos Jeon
- Me contar o quê, amor? – Jungkook apareceu de repente.
Estava com uma calça de moletom preta e um blusão igualmente preto, os cabelos bagunçados e os olhinhos inchados denunciavam que ele acabara de acordar.
Lisa achou que fosse desmaiar ao ver o marido. E não de uma forma boa, mas sim de pânico com a reação que ele teria ao saber que sua princesinha desobedeceu às ordens e acabou sumindo.
Após longos minutos de silêncio, Lisa por fim, decidiu falar logo o que estava acontecendo.
- A Yumi...
Lisa não completou, pois o celular do marido tocou.
- Fala hyung – Jungkook cumprimentou sorrindo, mas o sorriso dele se desfez logo depois – O quê? Fala devagar que eu não estou entendendo?
Lisa o olhou confusa e apreensiva ao mesmo tempo. Jungkook colocou o celular no viva-voz.
- O rosto da Yumi está em todos os noticiários – Namjoon falou – A dispatch já noticiou um monte de baboseira e agora a Hybe está lotada de gente querendo explicações do por que a filha de Jeon Jungkook e Lalisa Manoban ter estado em uma boate dançando seminua em cima de uma mesa, aparentemente bêbada, com pessoas desconhecidas e parece também que ela ingeriu alguma coisa e...
Namjoon continuou falando, mas Jungkook não escutava mais nada, Lisa muito menos.
- Jungkook... – Lisa começou tocando o braço do marido após um longo período em silêncio.
- Eu quero a Yumi em casa agora – Jungkook avisou baixo, mas Lisa sabia que ele estava com irritado – Sebastian, ligue a tv. Quero saber que caralho está acontecendo.
O segurança assentiu fazendo o que lhe foi ordenado.
-... Aparentemente, Jeon Yumi Manoban foi vista em uma festa badalada em Seul, muitos frequentadores vão para essa boate para usarem drogas, todo mundo sabe disso, além de que, ela foi vista com pessoas maiores de idades e ao que parece há fotos dela quase seminua dançando bêbada em cima de uma mesa.
A repórter falava mexendo em alguns papeis em cima da bancada na sede do jornal.
- Fontes afirmam que ela passou a noite em um dos quartos dessa mesma balada e com um homem aparentemente mais velho que ela – ela continuou – Não sabemos até onde a veracidade dessas informações são verdadeiras, mas acredito que isso não vá pegar bem para os pais da menina que estão prestes a debutar grupos de ambas as empresas...
- Puta que pariu – Jungkook exclamou nervoso passando a mão nos cabelos – Isso não pode estar acontecendo.