Smashed Dreams

By perriecocaina

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- Voce disse que não havia ninguém ali. - Isso não significa que eu não tenha o visto. Em uma casa aba... More

Prólogo
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AVISO
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By perriecocaina

N/A Sorry pela demora.

E ai cmo vcs estão?

Então, sobre a mídia, eu escrevi esse capítulo ouvindo Demons, e depois que eu estava revisando e prestando a atenção na letra eu fiquei meio que "PARA TUDO, ESSA MÚSICA É A DESCRIÇÂO DO LOUIS NA FIC" então meio que foi isso, apertem play na mídia e boa leitura.

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- Eleanor - Harry alcançou o corredor primeiro. - Fique onde está - gritou, acendendo a sua lanterna e disparando para a escada pela qual tínhamos subido. Drew, Amber e Bethany, viraram para a esquerda com as outras duas lanternas. - Ells!

Instintivamente, corri atrás de Harry, mas ele já havia desaparecido. Eu estava sem lanterna, e não conseguia ver um palmo á minha frente. Atrás de mim, os outros tinham desaparecido. Eu podia ouvir Amber gritando.

Não havia ao menos sombras para me guiar.

Saí dali mesmo assim, tateando para chegar até o fim do corredor.

- Eleanor! - o chão sumiu sob meus pés. - Harry!

Em resposta, o silêncio sussurrava.

O coração, palpitando, deslizei as mãos pela parede. Havia uma porta ali, eu entrei por ela, como ela poderia desaparecer? - Harry!

No andar de baixo, podia ouvi-lo chamar pela namorada.

Agarrei meu celular, em busca de emitir luz... A porta tinha que estar ali, em algum lugar.

-Ells! - Era Amber, eu podia ouvir seus passos em algum lugar, como se estivesse em uma corrida.

Outro grito.

Estendi o celular como que para me proteger, quase chorando de alívio ao encontrar aquela pequena maçaneta. Desajeitado, abri a porta ás pressas e cambaleei - sem chegar a ver a fila de prateleiras. Bati de uma vez, a cabeça e o corpo contra elas. O impacto me tirou o fôlego. A dor me desnorteou. Caí pra trás, curvei-me e tentei respirar. - Mas o quê...

Minhas mãos tremiam. Levantei uma delas, protegendo o rosto, os dedos grudados, pegajosos. Sangue. E tudo começou a girar.

Tentei respirar mas sufoquei-me com o cheiro. Estagnado como antes, e agora rançoso. Cobre. Busquei a pouca luz do meu celular, mas percebi que já nao o segurava.

- Fodeu.

A escuridão engoliu a tudo. Levantei a mão e não pude enxergar nada. Fiquei de quatro, abrindo caminho sobre a sujeira a procura de uma abertura.

Atrás de mim, algo se moveu.

Forcei-me a prosseguir, recusando-me a pensar em coisa alguma. As teias que meus dedos rasgavam, as aranhas que deviam estar em algum lugar. O som de algo se arrastando.

O cheiro de uísque. - e o pior.

Em meio a escuridão, tudo pulsava, e trazia consigo um choro baixo...

Eu percebi e me assustei. O ruído quase inumano originava-se de minha garganta.

A parede me deteve. Virei... e topei com outra.

Tentei levantar.

Não consegui.

Tentei respirar, engolir.

Em vez disso, engasguei.

Pense, insisti comigo. Pense Louis. Encontre o celular. Ligue para alguém... A tia Sara viria até aqui.

Mas a escuridão me comprimia por todos os lados, sugando o oxigênio dos meus pulmões.

Uma luz intensa me cegou. Recuando, sentei-me, paralisado, mais uma vez no quarto perturbador de paredes encardidas e vidraças embaçadas, o celular atirado a um canto, aquele corpo sobre a cama de minha visão...

Eu não tinha percebido, enfim. Não eu.

Eleanor.

E, por fim, um grito finalmente cortou minha garganta.

De imediato, algo passou a minha direita, e a escuridão tomou conta. Dessa vez, a luz nao surgiu de minha perturbadora mente.

- Deus... Louis

- Zayn... - consegui dizer, mas o som que atravessara minha garganta não era mais que um sussurro.

A lanterna na mão, ele entrou depressa no que parecia o interior de um armário e veio até mim - Mas o que é que...

No momento em que tocou minha mão, parecia querer arrebentar alguém. Ferir. E muito. - Deus... como você está gelado.

Tropecei nas palavras.

Com uma gentileza que derrubou aquela aparência de durão, me ajudou a levantar.

Mas ao meu redor, tudo continuava a girar.

- Calma - murmurou, ajudando a caminhar em direção a uma parede com estantes que não estava ali antes. Não estava. Eu tinha certeza. Em nenhum momento ele me soltou, e ficou segurando meu pulso.

E foi aí que ele me deixou atônito. Ao esticar a mão sobre a quarta prateleira de baixo para cima, empurrou alguma coisa e a estante abriu, revelando uma completa escuridão.

Meu coração sobressaltou-se - aímeudeus...

Vamos lá Lou - dirigiu a lanterna para a escada pela qual subimos. - Vamos dar o fora daqui.

Minha mente girava processando tudo aquilo. A escada era secreta, escondida. A porta pesada devia ter se fechado depois que Harry passou, deixando-me acidentalmente pra trás.

Minhas pernas bambeavam, mas consegui chegar até a cozinha. Com a brisa quente e úmida do ar noturno, fui recepcionado pela lama malcheirosa. Sem me largar por um momento, Zayn me levou até o quarto de onde tínhamos vindo, em que janelas quebradas continuavam como o melhor comitê de recepção do mundo. Saí com dificuldade para o quintal, onde as árvores balançavam com a brisa - e as três meninas me observavam.

Parei de andar.

- Eleanor - ela parecia... bem - O quê...

Ela e Amber se deliciavam. Bethany virou o rosto.

E naquele solitário momento eu soube. Eu entendi.

O desafio que Amber dera a sua amiga não fora de maneira alguma pra Eleanor. Era pra mim. Ela e Amber tinham planejado tudo aquilo, muito antes de entrarmos naquela horrível mansão. Elas me provocaram, jogaram comigo, me manipularam para que eu entregasse a minha lanterna. Quando Eleanor gritou, todo mundo correu, levando as lanternas. Me deixando sozinho.

Eles fecharam a porta da escada secreta. Eles aguardavam enquanto eu permanecia no interior do armário falso.

Eles me deixaram trancado.

Ficaram do outro lado, á espera, sabendo que eu estava lá dentro, no escuro. Que eu tinha medo.

- Louis!

Algo sombrio e cruel tomou conta de mim. Fui em direção á voz de Harry, e encontrei-o, saindo das sombras. - Você está bem! - Disse, passando pela janela.

Não esperei que ele viesse até mim, atirei-me contra ele, pegando-o de surpresa e socando seu peito. - Você sabia!

Os outros eu poderia entender. Mas ele...

- Calma aí. - Reagiu, em busca de minhas mãos.

Que ódio de ser baixo.

Consegui me soltar, odiando a firmeza de seu peito. - Fim de jogo - murmurei.

E ele ficou bem quieto, olhando através de mim, em direção a namorada com aura de santidade. - Não... - ele sussurrou.

- Mentiroso.

Balançou a cabeça, os olhos mais verdes que o normal. - Não. eu juro!

- Meu cu Harry. - Minhas mãos se fecharam em punhos cerrados. Eu queria acertá-lo. - Você fingiu ser meu amigo! Me fez pensar que eu podia confiar em você!

E que era diferente... especial.

- Louis - sua voz era mais baixa agora - Isso não é o que parece. Você precisa...

- Não preciso nada. - apenas ir embora. Eu precisava muito fazer isso.

- Deixe-me explicar.

- O quê, que você me acha um idiota? Que, por ter sido educado fora da escola por minha vó eu sou um imbecil?

- Não... eu não sabia...

- Me poupe. - Virei-me e caminhei até a entrada da casa, meus tênis triturando vidro em baixo de meu pés.

Se algum caco me ferisse, com certeza eu nem sentiria.

- Espere!

Por sua voz, eu ja sabia que ele estava atrás de mim.

Continuei a caminhar, sem me virar.

- Você não pode simplesmente...

Dessa vez eu parei e me voltei até ele. - Pare.

Ele olhava firmemente pra mim, um de seus cachos estava colado em sua testa. - Deixa eu te levar pra casa.

Eu ri. Ri pra caralho. Ri a beça. Era um som forte, fino e feio. - Não nessa encarnação. - disse ao perceber que Eleanor corria na direção dele.

Não esperei. Virei e continuei andando até a rua.

Os carros em que nós viemos estavam ao lado do cemitério, bem na esquina.

Andei em sentido oposto.

A escuridão tomou conta. A rua da casa que estávamos estava deserta, mas ao redor os gramados aparados, os carros estacionados na rua confirmavam que a vida continuava. Não sentia medo. Não por mim, ao menos. De alguma maneira, descer as calçadas esburacadas me tranquilizava. Um cruzamento mais movimentado estava a apenas alguns quarteirões. Lá eu poderia encontrar um táxi.

Passei a mão nos bolsos a procura do meu celular, mas ele não estava lá.

De jeito nenhum, eu voltaria para busca-lo.

Afastar-me. Era apenas isso que eu queria, afastar-me deles Eleanor e Amber, Harry...

Senti um pequeno e cruel baque no peito. Especialmente Harry. Daquele lugar. - daquela imundice.

Do que eu vira.

Do que eu via.

Porque, se a busca frenética por Eleanor foi uma encenação, e eu trancado em um pequeno quarto ás escuras não passara de uma brincadeira, as imagens sob os raios de luz que eu vira foram reais.

Sempre foram.

Da primeira vez, eu tinha sete anos. A minha primeira lembrança.

Estávamos no Colorado, morando em uma casinha bonita situada em uma enorme propriedade. Haviam um monte de árvores, pinheiros e plantas, em direção a um céu sempre azul. Eu estava fora de casa, brincando com nossa cadela golden retriver, chamado Sunshine. Ela se enfiou em um arbusto, atrás de uma bola azul, e eu comecei a gritar.

Os lampejos me assustavam, como uma tempestade de raios em minha volta. Lembro de cair, fechar os olhos e chorar por Sunshine. Em meio a esses lampejos / fachos  luz, eu a vi deitada de lado, terrivelmente imóvel.

E assim vovó me encontrou, encolhido em um canto, chorando. Afundei-me em seus braços e segurei firme, enquanto tentava respirar. Eu tentava falar a ela de Sunshine, quando a mesma apareceu toda saltitante correndo com a bola azul na boca.

Dois dias depois, a encontramos morta.

Mesmo agora, todos esses anos passados, a lembrança me causava arrepios.

As coisas que eu previa... aconteciam. Elas sempre, sempre aconteciam.

Só reparei nos faróis quando o carro já estava ao meu lado. Tenso, eu já estava me preparando pra dizer a Harry pra onde ele devia ir.

O vidro fumê deslizou abaixando, e a tia Sara parecia estar prestes a chorar.

Parecia também que tinha caído da cama. Seus longos cabelos pretos deslizavam sobre seu rosto sem maquiagem, fazendo com que ela parecesse muito mais jovem do que seus 33 anos.

- E aí? - Foi tudo o que eu disse. Algo em sua voz talvez, ou algo em seus olhos expressivos, levou a um aperto na garganta.

Não sei o que senti. Surpresa, alívio talvez.

- Como sabia?

Seu sorriso era triste. - Harry me ligou.

Eu odiava o ardor salgado em meus olhos. Ele deve ter ligado no minuto em que me afastei. O bairro onde eu morava nao ficava tão longe, mesmo assim, tia Sara veio depressa.

- Venha meu amor. - disse. - Vamos para a casa.

Casa. Não sabia mais onde ficava isso. Permaneci parado um bom tempo, fitando aquela desconhecida que era a irmã de meu pai, a filha de minha avó,e , apesar do fato que mal nos conhecíamos, algo doce pode ser sentido de sua presença. Em silêncio, caminhei até a porta de seu espetacular carro novo, abri e vi a fotografia.

- Achei isso hoje cedo - disse tia Sara. - Não sei bem por que trouxe comigo ao sair...

Mas eu sabia. Porque, de alguma modo, ela entendia. Ela sabia. Sabia o quanto eu precisava me conectar.

Entorpecido, peguei aquela foto apagada em preto e branco, e, pela primeira vez que me recordo, vi a minha mãe.

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