A Canção do Rei [Concluída]

By leojrodrigues

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E se os contos de fadas fossem diferentes? "A felicidade está sempre a um passo de distância, basta apenas qu... More

antes de mais nada...
CANÇÃO 1 - O ARQUEIRO
Capítulo 1 - Insônia, casamento arranjado e melhor amiga
Capítulo 2 - A Rainha
Capítulo 3 - O bendito baile de noivado
Capítulo 4 - Meu noivo e minha melhor amiga
Capítulo 5 - O cavalo branco e o Arqueiro
aviso rapidinho :)
CANÇÃO 2 - QUEM É ELE?
Capítulo 6 - Tem um estranho esfaqueado na minha cama...
Capítulo 7 - Eric é a exceção
Capítulo 8 - O sorriso dele é extremamente...
Capítulo 9 - Você está seguro aqui, comigo.
playlist e afins...
CANÇÃO 3 - A TEMPESTADE SILENCIOSA
Capítulo 10 - Beijo, surto, anonimato
Capítulo 11 - O que você vai fazer agora, Vossa Alteza?
Capítulo 12 - Luta, fuga e *Ben*
Capítulo 13 - Não, não, não
Capítulo 14 - A Minha Tempestade
CANÇÃO 4 - TÃO PERFEITO PARA SER REAL
Capítulo 15 - Voltando dos mortos
Capítulo 16 - É crime beijar o príncipe?
Capítulo 17 - O Reino de Victoria
Capítulo 18 - O que você realmente quer, Eric?
Capítulo 19 - O Príncipe de Fogo
mapa :)
CANÇÃO 5 - O AMOR AMARGO
Capítulo 20 - O fantasma, a recompensa, tudo!!!
Capítulo 21 - Eu sou a pior pessoa do mundo!
Capítulo 22 - O Herdeiro
Capítulo 23 - Eu te amo, Mãe.
A ÚLTIMA CANÇÃO - CHUVA E FOGO
Capítulo 24 - Vá resgatar seu príncipe Encantado
Capítulo 25 - Vossa Majestade???
Capítulo 27 - Eu não deveria ter desistido de você.
Capítulo 27 - Amanhecer
Poslúdio - Eu te amo

Capítulo 26 - Eu não acho que você deva casar com ele...

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By leojrodrigues

[Narrado por Ben]

OBSERVO, ENQUANTO ANDO DE UM lado para o outro, pensando em como sair desse buraco e procurar Eric, o fogo da tocha que ilumina o corredor da masmorra aumentando e diminuindo sua intensidade à medida que Rik, o guarda que me vigia, com quem já tenho até certa relação, passa a mão sobre a chama avermelhada. O guarda ri enquanto me observa desinquieto deste lado da grade. Tento, enquanto isso, recordar, relembrar se minha avó já disse alguma coisa que pudesse me ajudar com a coisa de bloqueador que existe em mim, mas sei que isso só surgiu recentemente e não tive tanto tempo assim para falar com ela sobre essas coisas.

— Eu não consigo assimilar no que você se tornou, Sr. Díaz! — Rik, vestindo a farda vermelho brilhante, diz, desconcentrando-se da chama que volta ao seu aspecto normal. — Me disseram, de verdade, quando começamos o processo de tomada das Terras Altas, que você era um cara temível, mas desde nosso primeiro encontro, tenho visto o contrário.

Me lembro daquela noite; me lembro do fogo inundando aquela salinha no Palácio Vermelho e de como o fogo se extinguiu do extremo nada. Naquela noite, eu não pensei em nada além de sair dali. Talvez esse seja o ponto, afinal. Simplesmente não pensar.

— Agora você parece uma criança chorona que perdeu seu brinquedinho.

Ouço a voz do guarda, um homem grande e loiro, como a maioria das pessoas que conheço de Victoria. Continuo pensando naquele dia, sorrio e paro de andar; olho diretamente para o guarda.

— Desculpe por te desapontar — digo. Ainda me lembrando daquela noite, percebo que nunca gostei de conversar com estranhos, mas sempre soube o quanto falar me ajudava: é impressionante o quanto as pessoas se perdem e se vulnerabilizam quando estão falando, principalmente quando estão falando de si.

— Tudo bem, sempre achei que você sempre teve muito mais fama que habilidade.

Me aproximo da grade, na esperança de que o que estou pensando se proceda. Na esperança de que eu consiga fazer o que preciso fazer, por mim e, mais que tudo, por Eric.

— Não foi o que aconteceu naquele dia na Vila Vermelha. Como vai a barriga?

— Talvez melhor que a sua.

— E como é criar toda uma esperança de vingança, sabendo que no fim das contas nada disso vai se realizar?

Rik não responde. Fica em silêncio por um tempo e depois sorri, dando um passo para a frente.

— Sabe, você é engraçado.

— Obrigado!

— Nós temos planejado isso desde muito tempo, mas a oportunidade só apareceu meses atrás quando descobrimos sobre o probleminha do príncipe Eric. Aurora vai nos pagar absolutamente tudo o que ela nos tirou: nosso rei...

— Acho que isso não é uma particularidade só sua...

O guarda continua, como se eu não o tivesse interrompido.

— Nos tiraram nosso exército, nosso porto.

Tenho certeza que o porto do Norte nunca fora de Victoria, mas resolvo ficar calado, assim o guarda fica mais confiante.

— E nosso troféu será a cabeça da rainha e do seu principezinho expostas no saguão do palácio de Victoria. — Rik diz. Sinto um arrepio estranho, de medo. — O quê? Ah, você tem uma coisa com o príncipe. — Ele dá mais um passo na direção da grade que o separa de mim. — Ele é o seu brinquedinho. — O guarda sorri. — Talvez a gente deixe a morte dele para depois...

— Pare! — Meu peito aperta de um jeito diferente. Espero que isso seja um sinal de que esteja funcionando.

— O quê? — O homem ri, e se aproxima mais. — Ah, não, eu me enganei. Você é o brinquedinho dele. — Meu corpo treme. — O quê? Eu ainda me recuso a acreditar que o temido Benjamim Díaz acredite que o herdeiro goste de um cara como você. — Toco na grade da cela, ficando muito próximo do guarda flamejante.

— E eu não acredito que depois de toda nossa história, você foi tão tolo.

— O quê?

Eu respiro fundo, sorrio, sentindo a energia atravessando meu corpo, e atravesso meu braço pela grade e toco no braço do guarda, com força.

— O que — Rik, na realidade, tenta gritar, mas a voz sai fraca — você está fazendo? — O guarda olha para a tocha do seu lado, mas aperto mais minha mão ao redor do seu braço. O fogo mal percebe que o flamejante está tentando alcançá-lo. O homem tenta me enxergar, mas, considerando o que sei sobre o tipo de pessoa do qual faço parte, sei que suas vistas provavelmente estão embaçadas demais; ele só deve conseguir ver os meus olhos pálidos através das grades. — Guardas!

Eu sorrio e puxo o corpo fraco do guarda.

— O quê? Está com medo da criança chorona?

— Guardas... — A voz sai tão fraca, suas pernas ficam tão bambas. — Seu bloqueador desgra...

Ele cai no chão, assim como eu, que respiro rapidamente, tentando me levantar, mas não tenho força nenhuma para isso. Estou absolutamente esgotado, tento fazer alguma coisa. Ouço os outros guardas do lado de fora se aproximando. Sinto o calor deles chegando. Penso em Eric e me levanto. Cambaleio pela cela até recuperar o fôlego. A sensação é a de que estou morrendo, mas consigo tatear o corpo desacordado do guarda flamejante até encontrar as chaves. Com a visão ainda turva, tento abrir a cela o mais rápido possível. Preciso sair daqui o mais rápido possível.

Os guardas chegam quando a grade se abre. É apenas o prazo de eu pegar a espada do guarda caído. Mas os guardas não são tão tolos e não sacam suas espadas; o fogo da tocha vibra e começa a se expandir. Eu daria tudo para conseguir bloqueá-los, mas sei que isso é impossível, pelo menos por enquanto. Minhas vistas ainda falham e meus pulmões ainda anseiam por um ar que parece não ser o suficiente.

O fogo passeia pelo corredor, faço força para que, pelo menos, eu consiga me bloquear do calor e das chamas, e corro, ainda mais cambaleante do que eu gostaria, na direção dos guardas de Victoria, com a espada em punho. Meu ataque sai mais desarticulado do que eu gostaria e sinto que o fogo arde toda a masmorra, embora, graças aos deuses, eu não seja atingido, ainda. Meu corpo treme, e eu temo que minha força não seja o suficiente, mas consigo desferir um golpe em um dos guardas, ele se desconcentra do fogo, que diminui por um tempo. Aproveito esse tempo e ataco outro guarda, que lança uma rajada gigantesca de fogo e calor que passa por mim quase sem fazer efeito nenhum.

— O que você é??? — O guarda grita.

Ainda não tenho forças para responder, embora não responderia mesmo se tivesse, apenas golpeio outro guarda com a espada enquanto reúno mais forças. O fogo começa a se dissipar. Chuto um dos guardas e golpeio mais um, e sinto o lugar cada vez mais fresco. Meus olhos ficam novamente brancos, sei disso porque tudo o que vejo parece estar coberto por uma claridade forte demais; o fogo se apaga por completo. Eu ouço os corpos dos guardas caindo.

Meus joelhos se dobram novamente. Sinto uma exaustão tão grande, como nunca senti. Com minhas mãos se apoiando no chão terroso da masmorra, tento ficar de pé, e essa tentativa demora mais do que eu gostaria. Depois de longos segundos, fico de pé, as pernas bambas e o corpo fraco.

Obrigo, então, minhas pernas a caminharem pelo caminho chamuscado que dá para a saída da masmorra, mas elas não obedecem tanto quanto eu gostaria. Não, não, não. Caminho mais um pouco, me arrastando pelo lugar, falta ar, fôlego e forças. Por favor! Eu quero gritar, mas não sei exatamente se tenho força o suficiente. Eric. A imagem do príncipe surge a minha frente. Ele sorri para mim e percebo que estou dando mais alguns passos.

Então a exaustão fica insuportável. Não. Meus olhos voltam ao normal, mas agora a visão está escurecida demais. Eu consigo ver a luz da saída da masmorra, mas já não consigo saber se estou avançando para lá ou não. A boca seca me incomoda tanto. Não. Choro. Eric. Sinto uma escuridão terrível; sinto meus joelhos tocando no chão com força. Não.

[Narrado por Eric Lluv]

A coragem para fazer o que preciso fazer parece crescer em mim na medida em que as horas se passam, em que a manhã se torna tarde e o casamento iminente se aproxima. Espero minha equipe de preparação terminar de arrumar meu cabelo, sair do quarto e, depois disso, pego o broche da Casa Lluv sobre uma mesinha no quarto e fixo no colarinho da farda bonita, pensando que hoje será o dia mais importante de minha vida; o dia em que farei a primeira escolha de verdade na sua vida; o dia que se tornará o marco entre o que foi antes e o que será depois.

Pai, espero que se orgulhe de mim hoje, penso, também esperando que meu pai me ajude e ajude minha mãe e o reino de Aurora, já que aparentemente, todo o esquema a favor de Victoria já estava armado desde muito tempo. Eu queria que Ben estivesse aqui comigo, para que Ben pudesse me dar a força necessária, para que Ben pudesse me ajudar, mesmo que com sua presença, a fazer o que preciso fazer. Mas sei que me contentarei ao ver a reação do ladrão arqueiro que me salvou quando eu chegar à sua cabana e lhe contar tudo o que acontecera em Montero. Ben sorrirá; talvez fique até com orgulho de mim, por tudo. Meu estômago parece cheio de borboletas.

Sinto uma ansiedade crescente, embora ela esteja amenizada pela presença dos bloqueadores que zanzam pelo palácio de Montero, e ainda tento pensar na noite anterior, pensar se existe alguma possibilidade de ter sonhado com tudo aquilo, com minha mãe em meu quarto e com todo o resto no labirinto. Preciso ter certeza de que estou preparado para o que pode ocorrer ao falar não para o sacerdote quando ele me perguntar se aceito me casar com vossa alteza real, o príncipe Joseph Llamas de Victoria. Sorrio ao pensar que eu poderia polpar tudo isso se simplesmente convocasse uma reunião de emergência aqui mesmo e avisasse que não mais me casarei com o príncipe de Victoria, mas achei melhor, por fim, fazer um anúncio mais dramático. A ocasião pede isso; Joseph, sua mãe e todo o reino de Victoria merecem isso.

Caminho pelo jardim, na direção da igreja enorme do lado do palácio. Vejo Julio e uma mulher de cabelos alaranjados como a cor do sol que se põe em Aurora. Ele acena com a cabeça e eu gostaria muito de chegar perto dele e dizer que ele estava certo, mas não faço isso. Ele também vai ter que se contentar com a surpresa.

— Eric!

Tamara se aproxima de mim, com sua farda bonita, preta com dourado. Enrique vem atrás.

— Eric, faça o que você deve fazer!

Franzo a testa e Enrique complementa:

— Meu pai e o pai de Tamara pedem desculpas por não estarem presentes no seu casamento, mi amor.

— O que está acontecendo?

Tamara sorri.

— Vamos, você está atrasado para o casamento.

Enquanto caminhamos, Enrique diz:

— Eles estão nas Terras Altas.

Sorrio. E meu sorriso se mistura com minha entrada na igreja, o que, provavelmente, causa uma ótima impressão na rainha Luna, uma velha alta cujos cabelos brancos estão belamente penteados e amarrados em um coque grande sobre sua cabeça. O contraste entre seu vestido vermelho, bonito e elegante, e a farda dourada de minha mãe é gritante e esclarecedor: minha mãe realmente faz alguma coisa pelo reino que ela governa.

A banda toca uma música sacra bonita, que invade a nave da igreja, já cheia de nobres dos dois reinos. Vejo minha mãe me observando do trono onde ela está, à direita do altar, opostamente ao lugar reservado à rainha Luna. Joseph se aproxima.

— Eric, eu queria que isso fosse menos estranho para nós dois.

— Tudo bem — E sorrio, como um bom diplomata deve ser.

— Sério?

— Sim. Estamos fazendo história hoje.

Joseph Llamas sorri e segura minha mão. Também permaneço sorrindo, enquanto olho mais uma vez ao redor, tentando encontrar onde estão os bloqueadores e como ficar o mais longe deles quando e se eu precisar.

[Narrado por Ben]

SUSPIRO E MEUS OLHOS SE abrem. Sinto o fungado de algo no meu rosto. Sinto a terra fria do chão da masmorra sob minhas mãos. Ouço os passos de Bruce que me observa. Bruce! Não sei por quanto tempo fiquei desligado, mas me levanto rapidamente e fico tonto por um instante. Me apoio no cavalo e, depois de um instante, me monto. Vamos, garoto! Sorrio, enquanto o frio lambe meu rosto, enquanto me aproximo do castelo e do casamento. Espero que não seja tarde demais e espero que, se for, um casamento entre dois príncipes possa ser cancelado sem muito trabalho.

[Narrado por Eric Lluv]

Os nobres dentro da igreja se silenciam assim que o mestre de cerimônia avisa que o casamento vai começar. Os instrumentos da banda diminuem sua intensidade até que tudo fique silencioso e o mestre de cerimônia possa nos apresentar. Então, uma música alta começa a ser tocada e meus pés, junto com os de Joseph, começam a caminhar lentamente pelo corredor decorado com flores vermelhas — tanto trabalho para nada. Meu sorriso deve estar emocionando os nobres Victorianos.

— Bem — O sacerdote tosse antes de prosseguir — Estamos aqui, frente aos nossos deuses, para realizar o casamento da Vossa Alteza Real, o príncipe Eric Lluv, de Aurora — ele tosse novamente — com Vossa Alteza Real, o príncipe Joseph Llamas, de Victoria, e para selar a união, não só desses dois jovens, mas de dois grandes e prósperos reinos.

Penso, enquanto o discurso continua, no quanto Ben estaria entediado vendo tudo isso. Penso no seu sorriso quando eu lhe contar de tudo o que vai acontecer aqui, penso no seu abraço.

— Então, príncipe Joseph, você aceita se casar com Vossa Alteza, o príncipe Eric?

Joseph até olha para mim, com um sorriso estranho no rosto para responder que sim. Suspiro.

— E, príncipe Eric — O sacerdote continua a pergunta. É chegada a hora.

Antes que ele consiga terminar a pergunta, ouço um barulho do lado de fora da igreja. Viro-me para o grande portão de vitrais coloridos no fundo. Algumas pessoas também se desconcentram da bela cerimônia. O sacerdote olha para fora por um tempo, mas o barulho se esvai e o velho pigarreia antes de começar.

Ele não tem tempo de terminar de pronunciar a palavra "alteza" e uma explosão alaranjada toma conta do lado de fora da igreja.

Vejo minha mãe se levantando. Os guardas de Aurora se aproximam de mim e dela.

— O que está acontecendo, Luna?

A rainha de Victoria também se levanta.

— Eu também não sei.

Outra explosão de fogo irrompe, fazendo os vitrais brilharem.

Em meio às chamas, uma sombra se projeta. A sombra de uma pessoa, que atravessa o fogo cambaleante. Ben sobe os três degraus da entrada da igreja. Os guardas de Aurora se postam na frente dele. Ele, ainda cambaleante, aponta a espada para os guardas.

— Ben! — Digo e me desvencilho dos guardas que estão ao meu redor. — Ben!

Ouço a voz alta da minha mãe atravessando a igreja inteira: — Deixem-no passar.

O fogo lá fora se estingue, mas os guardas de vermelho entram logo após.

Ben está trêmulo na minha frente.

Ele faz força para sorrir.

— Eu... — sua voz é fraca — não acho que você deva se casar com ele... — ele diz. Eu o abraço, sorrindo. — Eric — ele continua — eu sou... só um ladrão e você é o príncipe de Aurora... mas acho que a gente devesse ficar junto.

Meu olhar encontra seu olhar cansado.

— Sim! — Eu digo — Eu concordo!

Então, ouço a voz da rainha Luna se erguer sobre nós.

— O que diabos é isso?

Solto-me de Ben por um instante e olho para a frente.

— Desculpe-me, mas não posso me casar com seu filho, vossa majestade!

Os olhos da rainha parecem estar avermelhbados.

— Nadia, do que se trata tudo isso?

Minha mãe olha para mim.

— Desculpe-nos, Luna, mas meu filho não é uma moeda de troca, e meu reino não está à venda.

— O quê? Isso é um absurdo! Você sabe que sem a água das Terras Altas, Aurora não é nada!

— Nós não estamos sem a água das Terras Altas, Luna, suas informações provavelmente estão desatualizadas.

— O que você quer dizer?

— Estamos recuperando Montes Claros e o palácio do Lago nesse exato momento. Não achou conveniente demais eu aceitar vir para cá e deixar Aurora e Montes Claros "largadas"? Só queríamos tirar a atenção de vocês do que realmente importava. 

A rainha Luna fica em silêncio por um instante e depois sorri.

— Isso não significa nada, minha querida! — Antes de minha mãe e eu entendermos o que isso significa, a rainha grita: — GUARDAS!

Então, os guardas vermelhos de dentro da igreja atacam os bloqueadores nos cantos. E o fogo das velas começa a se expandir. Vejo chamas altas envolvendo minha mãe.

— MÃE! — Corro na sua direção, em meio ao fogo. Minha mãe pega um escudo para se proteger como pode.

A rainha Luna sorri, seu vestido se camufla com o vermelho das chamas. Não consigo chegar até minha mãe. Sinto o chão tremer. E os soldados flamejantes, bem como as chamas da rainha Luna titubeiam por um instante. Vejo a comandante Helena Ross indo para o lado de minha mãe. Seus olhos brilham e o chão treme ainda mais.

Sinto meu corpo se arrepiar. Sim! Isso é um ótimo sinal!

Luna dá dois ou três passos na direção de minha mãe, o fogo se intensifica. Seu escudo não vai ser o suficiente.

— Eric! — Ouço a voz de Ben se distanciando de mim.

Joseph o arrasta para fora da igreja.

— Ben!

Olho para o fogo consumindo em volta de minha mãe. Ouço o barulho das espadas dos guardas de Aurora tentando parar a Guarda Escarlate. Tudo está acontecendo rápido demais, tanta coisa ao mesmo tempo. Meu olhar se encontra com o da minha mãe.

— Vá! — Ela parece dizer, enquanto tenta se proteger do fogo.

Mas não consigo me mover.

Ben já sumiu da minha vista.

Um Enrique atordoado me atropela enquanto corre para o lado de minha mãe, seus olhos azuis estão com uma coloração ainda mais forte, então, água invade a igreja, e o lugar se enche de fogo, de água, de vapor. Ele olha para mim.

— Vá, Mi Amor. Ele precisa de você! A rainha vai ficar bem.

Assinto e, depois disso, consigo sair do castelo.

Enquanto desço as escadas na saída da igreja, me encontro com Julio.

— Isso está mejor do que eu imaginei. — Sorrio. — Eles foram na direção del labirinto.

— Não a deixe morrer!

Ele pisca para mim!

— Vá! — Ele diz enquanto já dá os primeiros passos na direção da igreja. A luz tremula em volta dele.

Olho para o céu branco já escurecido com a chegada repentina da noite. Sinto frio, mas corro. Corro, pois Ben precisa de mim, e eu percebo que nunca precisei tanto de alguém como preciso dele agora, comigo.

***

(AVISO: A CONTINUAÇÃO DESSA HISTÓRIA CHAMA-SE A PROFECIA DO PLEBEU E ESTÁ SENDO ATUALIZADA SEMANALMENTE)

https://www.wattpad.com/story/366712262-a-profecia-do-plebeu-livro-2-a-can%C3%A7%C3%A3o-do-rei?utm_source=web&utm_medium=twitter&utm_content=share_myworks&wp_uname=leojrodrigues

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