Ruggero acordou com o som de seu celular despertando, ele o desligou passou a mão pelos olhos e lembrou de Karol.
— como será que ela está?— pensou ele — ele se levantou e foi até o quarto de hóspedes, bateu na porta e chamou por seu nome mas ela não respondeu, então ele entrou, quando ele abriu a porta olhou em direção a cama e a viu encolhida “já é pequena e assim encolhida quase desaparece” ele pensou e sorriu. Ruggero se aproximou da cama e chamou por seu nome mas ela não respondeu, estava dormindo tão calmamente ele não queria acorda-la mas era preciso.
— karol — ele disse puxando lentamente o cobertor e Karol sentou-se rapidamente na cama assustada e acabou o assustando também.
— ai meu deus, que susto—karol disse.
— eu que o diga, você me deu um susto, não tenho idade pra isso mais não — ele disse colocando a mão sobre o peito.
— você nem é tão velho assim — ela disse e quando olhou em sua direção, seus olhos percorreram o corpo de Ruggero, ele usava apenas uma calça de moletom.
— como está?— ele questionou
— não muito bem — ela disse deitando novamente, ele se aproximou e sentou na beirada da cama.
— melhor não ir a aula hoje, você precisa descansar, escuta, desde quando tem crises de ansiedade?— ele questionou.
— desde os dez anos de idade.
—e nunca procurou um médico?
— não, eu nunca contei pra ninguém.
— você tem que se cuidar— Ruggero disse e Karol respirou fundo.
—o que eu faço?
— você tem algum parente? — Ruggero questionou.
— não, não tenho pra onde ir nem a quem recorrer.
— não se preocupe, pode ficar aqui o tempo que quiser.
— não quero incomodar.
— não é incomodo algum, e de forma nenhuma te deixaria desamparada.
—obrigada professor — ela disse e o abraçou.
— fora do colégio é só Ruggero,ok?
—ok Ruggero — ela disse e sorriu
— agora preciso me preparar para ir trabalha, você vai ficar bem aqui?
— vou sim, não precisa se preocupar
— vou me arrumar, sinta-se em casa — Ele saiu do quarto e Karol voltou a se deitar, estava com a cabeça cheia, como Ruggero disse, ela precisava descansar, karol olhou para o teto e se deu conta de uma coisa.
— Como vim parar nesse quarto? não lembro de ter vindo pra cá — ela pensou mas logo ignorou esse pensamento, afinal isso nem importava.
Karol olhava para o teto fixamente quando sentiu o cheiro do perfume de Ruggero, ela fechou os olhos respirou fundo e sorriu, logo em seguida ela escutou a voz dele e viu a porta se abrir.
— vou indo, se sentir fome tem comida na geladeira, até pensei em preparar café da manhã mas não sei nem fazer café direito, e não creio que queira ter uma intoxicação alimentar— ele disse e riu sem graça
— não mesmo — ela disse e riu
— qualquer coisa me liga, assim que eu sair da escola venho pra cá, fica bem, até mais tarde.
— ate mais tarde — karol disse e logo em seguida ele saiu.
Já no caminho Ruggero se deu conta de que havia pedido para Karol ligar para ele se precisasse de algo, mas como ela faria isso se ele não tinha passado seu número para ela?ele pensou em voltar e da seu número a ela, mas acabaria se atrasando para sua primeira aula do dia, então ele seguiu. No colégio Ruggero dava suas aulas olhando o tempo inteiro para seu relógio, as horas pareciam não passar, ele queria ir embora logo,ficar com Karol, cuidar dela.
Karol foi até o banheiro pegou sua roupa que ainda estava lá pendurada e completamente molhada, levou para a área de serviço a lavou e colocou para secar, em seguida ela foi para a cozinha na geladeira pegou uma maçã e caminhou até a sala onde encontrou uma camisa de Ruggero jogada no sofá, ela sentou-se a pegou em suas mãos a levou até o rosto e aspirou seu cheiro.
— o que estou fazendo?— ela disse a si mesma e jogo a camisa para o lado.
O dia passou se arrastando na concepção de Ruggero, ao fim da última aula ele foi pra casa, ao chegar encontrou Karol sentada no sofá lendo um livro.
— oi, espero que não se importe, peguei um dos livros da sua estante—karol disse enquanto sorria pra ele.
— não me importo,fique a vontade,o que está lendo? — ele questionou.
—cinquentas tons de cinza, achei que era romance.
—e não é?— ele disse com um sorriso tímido.
—bom, é...você entendeu— ela disse e sua bochechas ficaram coradas.
—como se sente? — Ruggero perguntou para mudar aquele assunto estranho.
— bem melhor, obrigada mesmo por está me ajudando, eu não quero incomodar, mas será que poderia me ajudar a buscar minhas coisas, minha mãe largou na casa de um vizinho.
— claro,só vou tomar um banho e vamos ok — ele disse já levantando do sofá.
—vou pegar minha roupa na área de serviço e vou tomar um banho, não posso sair assim — ela disse levantando os braços e ele riu.
— olhando bem, minha camisa te serviu direitinho.
—a claro, nem ficou grande — ela disse levantando do sofá e eles riram.
Ruggero foi para seu quarto entrou no banheiro e deu início a seu banho, Karol assim que voltou da área de serviço com sua roupa foi para o quarto para tomar seu banho mas percebeu que no banheiro não tinha toalha, então ela decidiu ir até o quarto de Ruggero.
— Ruggero onde tem toalha?— ela perguntou depois de ter batido na porta.
—na parte de cima do meu guarda roupas, pode entrar e pegar— ele gritou do banheiro, ela entrou, foi até o guarda roupas abriu as portas e viu as toalhas, mas como ela pegaria?estava alto ela não alcançava.
— Ruggero eu não alcanço.
— já tô indo — ela sentou-se na cama e depois de uns poucos minutos viu Ruggero sair do banheiro apenas com uma toalha na cintura, ele foi até o guarda roupas e facilmente pegou a toalha, ela ficou reparando em seu corpo molhado, os braços fortes, as costas largas, o cabelo molhado e o cheiro de banho tomado que exalava por todo quarto.
— aqui está baixinha — ele disse e sorriu.
— obrigada — disse ela que logo saiu do quarto dele. Karol ainda não entendia, mas se sentia atraída por ele.
Eles foram buscar as coisas de karol, seu Luís como sempre muito bom e educado os recebeu muito bem, até os ofereceu um café.
— sua mãe não deu notícia?questionou seu Luís
— não, e não acho que ela volte a aparecer, ela deixou claro na mensagem que me mandou que não queria mais saber de mim — karol disse triste.
— não entendo sua mãe, fazer uma coisa dessa, você sempre foi uma ótima filha,mas já ela...
— mas agora está tudo bem,vou cuidar dela — Ruggero disse.
— você é namorado da Karol?—seu Luis questionou e eles se olharam envergonhados.
— não...somos...amigos—karol disse.
— vejo que ele tem um carinho muito grande por você Karol, e sabe, vocês formariam um bonito casal.
—bom,seu Luís a conversa está boa,mas precisamos ir — karol disse levantando do sofá.
— quando quiser vir aqui estarei de portas abertas querida — seu Luis disse.
— obrigada seu Luís, até logo então — eles pegaram o restante das coisas que faltava colocar no carro em seguida deram partida.
— quantos anos aquele senhor tem?—Ruggero questionou.
— uns setenta anos.
— ele deve ter algum problema de visão "vocês formariam um bonito casal"— Ruggero disse imitando a voz de seu Luiz — quantos anos ele acha que eu tenho? — Ruggero disse e riu.
—aparentemente uns vinte e quatro ou vinte e cinco.
—serio?— ele questionou.
—sim,está bem conservado — ela disse rindo.
—a vida é engraçada,um dia você tem dezessete e no outro está ouvindo alguém de dezessete anos dizer que você está bem conservado — Ruggero disse e eles riram.
E o caminho até a casa de Ruggero foi cheio de risos, eles se sentiam completos quando estavam juntos,só precisavam perceber isso.
Espero que gostem meus amores,amo vocês,beijinhos na testa 😘💋