/Jungkook/
- Você precisa se acalmar, Jungkook - Namjoon pede, em sua voz amena - Nos conte o que aconteceu e aí nós todos te ajudaremos a encontrar uma solução.
Eu estava na Hybe junto com meus irmãos e melhores amigos para a vida toda. As únicas pessoas a quem eu poderia recorrer e pedir ajuda para proteger a minha família.
Os únicos em que eu poderia confiar em uma situação como aquela.
- Tudo bem - suspirei concordando, tentando - falhamente - me acalmar - Eu fui ver o Doyun na prisão agora pela manhã - contei assistindo o queixo de todos os meus amigos caírem de incredulidade.
- Mas por que caralhos você foi ver aquele psicopata de merda? - Yoongi exigiu saber, irritadiço - Explica isso, Jeon.
- Calma, Yoon - pediu Hoseok, apertando levemente o ombro do amigo - Jk, você sabe o quanto aquele cara fez mal a Lisa e a você também, então por que foi vê-lo naquele lugar?
- E justo agora? - Jin emendou.
- Ele vem mandando cartas para a Lis a alguns meses - contei de uma vez, como se cuspisse aquela informação para fora.
- O quê? - todos exclamaram em uníssono.
- Não acredito nisso! - Taehyung exclamou incrédulo.
- Que cara de pau! - Jin concordou.
- Mas qual era o conteúdo das cartas, Jungkook-ah? - Jimin perguntou.
- Ele ameaçou a Lisa novamente? - Taehyung perguntou, receio era evidente em sua voz.
- Aí é que está - me levantei e comecei a caminhar sem saber como agir - Ele pedia... perdão.
- Quê? - Jimin franziu a testa, confuso - Mas isso não faz o menor sentido.
- Concordo - Hoseok emendou - Por que logo agora ele resolveu se redimir?
- Não sei - Namjoon seguiu a linha de raciocínio e então olhou para mim - Jungkook, você acredita que ele tenha se... - parecia medir as palavras - Redimido?
- De jeito nenhum - avisei - Não confio nele e nunca vou deixar ele se aproximar da Lisa novamente ou dos meus filhos - passei a mão nos cabelos em sinal de nervosismo - Isso não está em discussão.
- Certo - Yoongi se levantou se aproximando de mim - Nunca pediríamos isso a você, obviamente - assenti lançando-o um olhar como se me desculpasse - Mas por que você foi lá? O que conversaram?
- Eu fui até lá perguntar a ele por que estava mandando cartas para à Lisa - expliquei, começando a narrar todo ocorrido.
Após contar tudo, os meninos me olharam estáticos. Passei a mão no rosto, suspirando em seguida tentando varrer todo o ódio e o medo que eu sentia por toda aquela situação.
- A minha vontade era de matar aquele filho da puta - confessei - Ele me disse coisas... ele sabe de coisas sobre a minha família como se estivesse aqui fora nos vigiando e eu não faço ideia do que ele quis dizer sobre "descobrirem quem é o verdadeiro Jungkook".
- Não fique paranóico, ok? - pediu Yoongi - Esse cara não é nem louco de tentar algo contra vocês.
Mas eu não tinha tanta certeza daquilo. Assenti cabisbaixo e me levantei saindo da sala.
Desci o elevador, com o pé batendo no chão em sinal de nervosismo. Passei por algumas pessoas e as cumprimentei rapidamente e caminhei pelo estacionamento subterrâneo da empresa.
Andei distraidamente até a minha Marcedes estacionada na vaga de sempre e assim que me aproximei do carro um click surgiu na minha cabeça.
De repente, uma lembrança chegou com força em minha mente.
- Quando que ele começou a te ameaçar? - Jennie perguntou.
- Umas duas semanas antes de eu terminar com o Jungkook - Lisa explicou, a anos atrás quando descobrimos todas as ameaças que ela sofria - Ele me mandou uma mensagem pedindo para me encontrar em um parque perto da empresa e eu fui, quando cheguei lá ele me disse que estava apaixonado por mim e que queria que eu ficasse com ele. Eu rapidamente neguei e saí de lá, ele sumiu e dias depois apareceu na empresa e me ameaçou dizendo que se eu não ficasse com ele, ele iria machucar meus pais. Isso me apavorou, mas meus pais estão longe e por insistência minha desde que os protestos na Tailândia começaram os meus pais estão sob a vigilância de alguns seguranças então eu apenas o ignorei.
Ela suspirou. Eu estava ao seu lado, segurando em sua mão pouco fria.
- No dia seguinte, ele voltou a me ameaçar e dessa vez me mostrou algo que me fez entrar em pânico.
- O que foi? - Yoongi perguntou curioso.
- Ele mostrou fotos do Jungkook - ela exclamou e viu todos nós franzirmos a testa.
- Como assim? - Rosé perguntou.
- Ele estava seguindo o Jeon - explicou gesticulando com as mãos - Haviam fotos do Jungkook na big hit, fotos dele na rua, fotos dele entrando no apartamento e no dormitório. Daí ele disse que tinha acesso ao dormitório e que machucaria o Jungkook caso eu não terminasse com ele.
Lisa suspirou novamente e suas mãos começaram a tremer levemente.
- Quando ele apareceu aqui e tentou... - a voz dela falhou novamente, mas Lisa engoliu em seco e continuou - Tentou transar comigo foi apenas um aviso de que ele sabia que eu ainda estava perto do Jungkook.
- Puta que pariu! - Hobi exclamou e veio me abraçar - Mas que filho da puta.
E se eu estivesse sendo observado? Seguido?
Com uma virada brusca de cabeça, corri meus olhos por todo estacionamento averiguando todo e qualquer lugar que pudesse ser suspeito.
Não encontrei nada. Quer dizer... apenas os diversos seguranças espalhados em seus postos. Suspirei, a questão não era eu e sim os meus filhos e a minha esposa.
A anos atrás, ele ameaçava Lisa para ela se afastar de mim e por isso eu sabia que ele não me queria. Eu não era um alvo importante... significativo.
Ele queria a minha mulher. Talvez até bem mais do que queria antes. Mas eu não permitiria que ele se aproximasse dela e muito menos dos meus filhos.
Por isso, tomei uma decisão drástica. E que Deus me ajudasse, por que o caos estava prestes a ser instalado na minha casa.
E quem faria esse caos?
Ninguém mais, ninguém menos que... Jeon Yumi Manoban.
💜
Casa dos Jeon - 17:47 PM.
A minha casa estava lotada.
Homens de ternos estavam espalhados pela sala enquanto eu discutia sobre novas normas de segurança para a minha casa e a minha família.
Após alguns minutos, Lisa chegou junto com nossos filhos e estranharam toda a agitação do local.
- Amor? - Lisa me chamou se aproximando - O que está acontecendo?
Ela olhava de mim para os diversos homens dispostos na sala.
- Oi, minha vida - sorri, selando nossos lábios - Preciso conversar com você e nossos filhos em particular.
- Quem são esses homens, pai? - Yumi perguntou.
Jay e Angel se aproximaram também com rostos confusos.
- Venham, eu vou explicar tudo.
Subimos até o escritório e assim que todos se acomodaram, eu contei o que estava acontecendo.
- Eu decidi aumentar a segurança da casa e a de vocês também - contei.
- Mais seguranças, querido? - Lisa perguntou com a testa franzida - Acha mesmo necessário?
- Sim - assenti - Do jeito que as coisas estão é melhor nos prevenir - desconversei - Yumi, Jay e Angel, vão passar de dois seguranças para cinco e eles vão acompanhar vocês durante as aulas, do lado de fora da sala, claro.
O rosto de Yumi se retorceu em uma carranca.
- Lisa, você ficará com sete já que anda por lugares públicos e pelas ruas - avisei e vi seu lindo rosto se retorcer em confusão.
Ela provavelmente estava me achando doido. E talvez eu fosse mesmo, mas eu não deixaria passar nada. Dessa vez, não.
- Pai, nós já não temos privacidade com aqueles caras seguindo a gente para cima e para baixo e você quer aumentar o número deles pra nos seguir por aí? - exclamou Yumi indignada - Até entendo vocês dois terem seguranças já que são famosos e tudo mais, mas a gente? Que palhaçada!
- Eu não estou gostando do seu tom, Yumi - avisei e vi ela cruzar os braços, com um bico enorme nos lábios - E isso não está mais em discussão. Vocês vão andar com seguranças redobrados para qualquer lugar.
- Isso não é justo! - Yumi reclamou.
- Pai, você tem que admitir que é meio que... mico andar por aí com seguranças, hum? - Jay tentou argumentar - Somos adolescentes e queremos curtir. Nossos amigos não andam com seguranças.
- Os amigos de vocês não tem pais que sofrem hate constantemente - argumentei - Sabe quantas ameaças recebemos diariamente? E as nossas empresas filtram para não passar nada?
- Exatamente, pai. Vocês recebem ameaças! Vocês... - ela apontou pra mim e para Lisa - Que são famosos e nós não.
- Errado, Yumi! - exclamei - Nós somos famosos sim, mas não somos apenas nós que somos ameaçados, ameaçam vocês também e eu amo vocês demais pra deixar algo acontecer com vocês.
- Isso atrapalha tudo! - Yumi respondeu, irritada. O tom aumentando um pouco. Suspirei pressionando minha têmpora - E eu odeio que vocês sejam famosos. Odeio!
E com isso, ela saiu da sala batendo a porta.
Jay não discutiu, ele entendia o que eu estava fazendo. Angel gostava dos seguranças, ela até brincava com eles.
Mas Yumi era um problema. Ela nunca havia gostado de ter seguranças a seguindo por todo lado mesmo eles ficando o mais distante possível, mas agora as coisas seriam diferentes.
E nada, nem mesmo a opinião controversa da minha garotinha faria com que eu mudasse de ideia.
- Sabe que ela não vai te deixar em paz depois disso né? - Lis me perguntou e eu assenti baixinho me virando para ela - Hum - ela murmurou se aproximando de mim passando as mãos pelos meus ombros tensos - Agora me conte, qual o real motivo de toda essa proteção?
- O quê? - como ela sabia? - Não tenho nada pra contar, amor. Só o que acabei de dizer mesmo - respondi retomando o mesmo discurso - Eu me preocupo demais com vocês, é apenas isso.
- Tem certeza, Jeon? - ela olhou bem fundo nos meus olhos e eu quase cedi ao desejo de contar tudo o que havia acontecido naquela manhã, mas me segurei.
- Tenho, amor - afirmei balançando a cabeça - Tudo o que estou fazendo é por que amo muito vocês. Vocês são as coisas mais importantes a minha vida.
Lisa continuou olhando nos meus olhos por mais alguns segundos e por fim sorriu me abraçando. Passei os braços pela cintura da minha esposa afundando meu rosto em seu pescoço cheiroso.
- Certo - ela assentiu, acreditando em mim - Apesar da Yumi estar chateada agora, ela vai se acostumar, ok?
- Estou contando com isso, Lis - murmurei passando meus polegares em um carinho por sua cintura.
- Eu amo você, Jeon - ela confidenciou fazendo um carinho gostoso em minha nuca.
Encurtando a pouca distância entre os nossos corpos, eu levei minha mão direita ao seu pescoço e forcei seu rosto para perto do meu iniciando um beijo calmo.
Eu nunca me cansaria de beijar aquela mulher.
A minha mulher.
Nossas línguas em sincronia, dançavam devagar se acariciando como sempre faziam quando passávamos o dia afastados por compromissos de trabalho.
Finalizando o beijo com alguns selinhos, ela sorriu e me abraçou deitando a cabeça em meu ombro. Ficamos ali por alguns minutos apenas sentindo a presença um do outro e passando o tempo juntos.
- Eu te amo mais, Lis - confidenciei sentindo o sorriso dela em meu pescoço.
Durante todos aqueles anos, eu vinha cumprindo a minha promessa de protegê-la a qualquer custo, agora não seria diferente.
E eu nunca quebraria aquela promessa.