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By GabsDutra

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By GabsDutra

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A luz solar invadiu o quarto pela vidraça, banhando sutilmente alguns móveis e especialmente a cama. Com o calor no rosto, Amara abriu os olhos com um pouco de protesto. Girou no meio dos travesseiros procurando pela companhia com quem ela dividiu a cama por toda a noite. Foi então que se deu conta que estava só. Piscando algumas vezes, sentou-se, olhando à sua volta. Contudo, o barulho vindo do lado de fora informou que ela não estava sozinha como pensara. Um riso singelo surgiu nos lábios dela ao ver Thomas entrar pela porta do quarto. A jornalista passou a mão pelo rosto, deixando que seu riso se tornasse levemente provocante, enquanto o Shelby subia novamente para a cama usando apenas uma camisa de botões aberta e uma calça.

— Por um momento achei que tinha ido embora. — Disse ela. Thomas negou levemente.

— Só estava pedindo o serviço de quarto. — Explicou. — Um café reforçado para começar o dia.

— Tem razão, acho que você levou metade das minhas energias ontem. — Queixou-se. Thomas sorriu ao puxá-la para um selinho rápido. — Que horas são?

— Dez e meia. — Respondeu ele, despreocupado.

— Dez e meia?! — Amara arregalou os olhos. Enrolando-se no lençol para sair da cama às pressas.

— Você tem algum compromisso? — Thomas perguntou alto, vendo Amara entrar por uma porta.

Eu nunca dormi tanto. — Respondeu de onde estava, fazendo sua voz ecoar no banheiro.

Thomas sorriu satisfeito, aliás, até ele havia perdido as horas dormindo mais do que pretendia. A noite passada fora intensa e com um significado maior do que apenas a troca de prazer. O que ambos haviam vivido há muitas horas, era um novo passo na relação que tomariam a partir dali. Thomas estava confiante que finalmente possuía o coração da senhora Abbott, e que nada agora a tiraria dele. Levou alguns minutos para ir ao banheiro, tirando a roupa que estava vestindo. Ouviu o chuveiro ser ligado e uma pequena brisa morna envolver seu corpo. Pela divisória de vidro, viu a silhueta feminina e nua ser ensaboada. Thomas puxou o ar para os pulmões, sentindo seu corpo implorar por ela.

— É muita ousadia sua não me chamar para o banho. — Disse ele ao abrir a porta. Amara o encarou por cima do ombro, deixando um riso sedutor o chamar silenciosamente.

— Por que eu faria isso se você viria de qualquer forma? — Provocou.

Thomas sentiu o corpo emanar luxúria. Ele poderia ter acabado com a maior parte das forças de Amara na noite anterior, mas sabia muito bem que ela já havia se recuperado. Quando os lábios carnudos e femininos puxaram os dele com força, Thomas a tomou em um abraço apertado. O calor que fazia no banheiro se uniu ao calor que eles emanavam naturalmente. Amara deixou uma mordida nos lábios de Thomas, enquanto descia uma mão para o sexo masculino. Ela não se cansaria de admirar o maravilhoso membro de prazer que o gangster possuía. Seu pênis era grosso e largo. Quando excitado, deixava que algumas veias saltassem mostrando sua virilidade, a excitando principalmente ao notar a ponta grande e escura devido ao tesão do momento.

Amara salivou com desejo. Assim com Thomas soltou um gemido entredentes ao sentir seu pau ser lentamente masturbado. O poder que tinha literalmente nas mãos, fazia Amara sentir a própria excitação molhá-la. No entanto, ela queria brincar um pouco antes de ir para o grand finale. A mulher mordeu mais uma vez os lábios dele, deixando uma trilha de beijo até o pescoço. Thomas tinha um cheiro peculiar de nicotina e loção pós-barba, seu sabor era salgado da forma que ela gostava. Depois da noite que tivera, seu vício pelo cigano só havia crescido do mesmo jeito que sentia seu interior pegar fogo com todas as emoções permitidas a serem sentidas novamente por ele.

Observando o modo como o homem se entregava ao prazer em suas mãos, Amara foi mais fundo. Esfregou a cabeça do pau no próprio clitóris inchado e melado. Um gemido leve fluiu dos lábios dela, sentindo a masturbação se intensificar cada vez que seu corpo pedia por mais. A experiência era quase nova para Thomas, mas ele sabia que sempre se surpreenderia estando ao lado daquela mulher. Sentir o próprio pau esfregar na parte mais íntima de Amara era delirante. Ela estava quente e escorregadia, assim como ele sentia a própria excitação escorrer em abundância pela ponta do pau, melando-a ainda mais. Thomas prendeu uma mão em volta do pescoço dela, deixando que seu olhar se fixasse nas esmeraldas verdes. Ela estava excitada, suas bochechas rosadas e pupilas dilatadas denunciavam isso mesmo que apenas arfasse com o prazer que se dava com ele.

Amara fechou os olhos quando empurrou o pênis para dentro, penetrando somente a ponta. Sorriu maldosa ao perceber o estado de Thomas. Era nítido como ele queria ir mais fundo e fodê-la com força debaixo daquele chuveiro. No entanto, ela tinha o controle daquela situação.

— Isso sim é uma tortura. — Ele disse.

— Acho que sou boa nisso. — Amara umedeceu os lábios.

— Me deixe entrar e acabar logo com isso. — Thomas suplicou, trazendo o rosto para perto. Sua mão apertou um pouco mais em volta do pescoço dela.

Tudo que Amara fez foi sorrir, principalmente ao sentir os dedos grossos a sufocarem um pouco mais. Thomas raspou os lábios no dela, sentindo somente a ponta do próprio pau entrar de maneira lenta e sair, ele facilmente gozaria apenas assim. Amara deixou que o pênis penetrasse um pouco mais, não podia negar que quisesse senti-lo por completo, mas gostava da sensação prazerosa que tinha ao ter seu orgasmo formado aos poucos. Thomas perdeu o controle, a erguendo do chão, deixando as pernas se prenderem em volta da cintura. Amara protestou a penetração com uma mordida no ombro direito de Tommy, mas logo deixou que o deleite de prazer a possuísse.

Thomas se posicionou o mais fundo que podia, finalmente matando sua saciedade. Amara se contorceu no colo dele. Ela puxou o rosto torcido de prazer para um beijo molhado, permitindo que as línguas deslizassem facilmente uma na outra. Thomas tinha uma maneira pessoal e especial de dominá-la, sabendo o ponto que deveria explorar, com uma experiência quase invejável. Próxima do orgasmo, Amara sentiu os olhos lacrimejarem quando suas emoções e o clímax a atingiram sem piedade. Em poucos estantes sentia todos os membros pesados e o sexo se aperta em volta do pênis. Thomas continuava indo fundo, como se não quisesse parar tão cedo o ato.

Ele pausou o movimento, fazendo Amara murmurar algo ao ser colocada no chão. Rapidamente a virou para parede, erguendo a perna direita enquanto a penetrava duramente por trás. Amara mordeu os lábios, apoiando-se na parede com as duas mãos. Alguns tapas das mãos grossas foram ao encontro da bunda dela. Com uma perna erguida e levemente inclinada, seu quadril batia violentamente contra Thomas de maneira tão erótica que seu orgasmo escorria entre as coxas abundantemente. O gangster gemia entredentes, entregue por completo ao prazer. Ele deslizou a mão para baixo, estimulando o clitóris inchado, dando-lhe mais uma vez a chance de gozar intensamente até sentir o próprio pau pulsar, sabendo ser sua vez gozar. Thomas saiu da mulher, ejaculando entre gemidos roucos nas pernas dela.

Nada fazia mais barulho além do chuveiro ligado sobre as duas pessoas naquele banheiro, abraçadas como se fossem uma só. Thomas respirava ofegante, controlando as batidas aceleradas do coração e as ondulações do pós-orgasmo, mas teve sua atenção tomada por um soluço.

— Amie. — Ele voltou a encará-la. Amara piscou, deixando uma lagrima escorrer timidamente pelo rosto. — Eu machuquei você?

— Não... — Ela negou demonstrando um sutil sorriso. Thomas ainda não parecia satisfeito com aquela resposta.

— Por que está chorando? — Ele segurou o rosto dela.

— Porque eu fui uma tola durante todo esse tempo. — Disse. Amara sabia que jamais conseguiria fugir de Thomas, e mesmo que o tratasse com indiferença ou superioridade, esperando que isso de alguma forma o manter-se longe, sabia que nunca deixaria de sentir algo por ele. Por algum tempo acredito que sua atração pelo Shelby era puramente sexual, mas agora estava ciente que ia além disso. — Agora eu tenho certeza de que meu destino sempre foi ficar com você, mas eu era teimosa demais para perceber isso.

— Você tinha dúvidas? — Ele sorriu. Tirou alguns fios molhados do rosto dela. — Eu sempre tive certeza de que a única mulher certa para minha vida era você. Quando garoto, eu tive sonhos com uma mulher com os seus mesmos olhos afiados e intensos. Era estranho porque eu a queria de alguma forma, mas com o tempo, ela foi desaparecendo conforme eu crescia. Foi então que eu a conheci no pub, você me instigou, provocou e conseguiu me amar um pouco, mesmo que tenha durado apenas uma noite. A garota dos meus sonhos estava comigo novamente e só isso importava. Por um momento me perguntei o motivo dessa memória ter sido bloqueada, mas eu acredito que era uma espécie de autopreservação. Eu sou apaixonado por você e finalmente posso dizer isso em voz alta.

— Thomas... — Ela não soube o que dizer ao ouvir aquilo. Se recordou de Zaira e seu relato. Talvez Thomas a desejara tanto que os ligaram mesmo vivendo em épocas distantes. — Eu tenho que ajudar você. Tenho que salvar você.

— Você já tem feito isso, ainda não percebeu? — Disse, ainda a segurando pela cintura. Percebia o modo como Amara tremia levemente em seus braços.

— Você precisa tomar cuidado. — Alertou. — Tem que me fazer uma promessa que vai fazer as coisas agirem certo em Epsom. Eu não posso perder você.

Aquelas últimas palavras os fizeram perder o fôlego. Thomas puxou um modesto sorriso antes de dizer algo.

— Eu prometo. — Ele deixou um beijo sobre a testa dela. — Vai dar tudo certo. — Soou confiante, mesmo que não se sentisse assim.

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Amara não tinha se dado conta da fome que sentia antes que começasse a comer. Por outro lado, sabia que as energias estavam carregadas e prontas para enfrentar um novo dia. Thomas tinha a atenção presa ao jornal do dia e pouco tocou nas torradas. Amara ergueu o rosto na direção dele, uma sensação a corroeu ao lembrar-se de Polly, principalmente ao que lhe acontecera enquanto estava presa. Mesmo que a Gray se recusasse a pedir ajuda aos sobrinhos, Thomas precisava saber o que de fato havia ocorrido com ela enquanto estava na cadeia.

— Talvez não seja o melhor momento para isso, mas precisa saber de algo sobre a Polly. — Amara cortou o silêncio. Thomas abaixou o jornal, curioso e preocupado. A viajante ainda se questionava se Thomas perdoará a tia pelo roubo, mas essa questão não importava tanto perto do que ela tinha para dizer.

— O que aconteceu?

— Aconteceu algo durante a prisão. — Disse antes de fazer uma pequena pausa. — Ela foi... foi... — Amara engoliu o nó na garganta. Contar aquilo também não era fácil, principalmente quando olhos frios e inquisidores a encaravam. — Ela foi abusada por algum guarda.

Aquilo o atingiu como uma granada. Thomas fechou a mão em um punho apertado. De uma hora para a outra sua respiração se tornou pesada. Sua pele empalideceu. A boca ficou seca e o semblante antes sereno, deu espaço para a raiva. Por um momento, Thomas se viu nas profundezas do inferno, mas incapaz de sentir o fogo queimando na pele.

— Eu sinto muito. — Amara murmurou.

Thomas levantou-se da cadeira, dando passos largos até a janela mais próxima, precisava de ar. Passou a mão pelo rosto quando a brisa gelada e densa de Londres atingiu a sua pele. Ainda assim, não conseguiu dissipar a raiva que sentia.

— Ela te contou? — Thomas questionou sem encará-la.

— Não foi preciso. Uma vítima de abuso reconhece outra. — Respondeu quase em um murmúrio. — Ela não queria que você soubesse, ela estava magoada. Ela ainda deve estar.

— Eu vou caçar esse desgraçado. E quando encontrá-lo, vou fazer com que engula o próprio pau. — Thomas se virou para ela. Deu um passo largo até a mesa novamente. Sua voz era ameaçadora enquanto dizia aquelas palavras. — Também não quero que se coloque em risco, principalmente quando Grace deve estar te espionando por aí.

— Agradeço sua preocupação, mas tenho coisas importantes para fazer. — Amara disse. Suas mãos gelaram ao ter que contar algo a mais para ele. Thomas já parecia tão transtornado. — Tem mais uma coisa que eu deveria te contar.

— O quê? — Thomas se moveu inquieto.

— Eu tenho negócios com o Alfie Solomons. — Disparou. Thomas mordeu o canto interno da boca. — Comprei alguns imóveis em Camden Town. E eu sei que ele foi o responsável por mandar o Arthur para a cadeia.

— O que sabe sobre ele? — Thomas abaixou o tom de voz.

— Que ele não deve ser tão diferente de você. — Disse ela ao levantar-se da cadeira. — Mas deve entender que meus negócios com ele não passam de coisas legais e dentro da lei. Você deve saber que sou proprietária de um hipódromo em Boston, e agora Alfie tem autorização para trabalhar lá com seus agentes. Foi um pequeno acordo e é algo por contrato, pode não durar tanto.

Thomas engoliu o sabor amargo da bile. Deu um passo para trás assimilando tudo, enquanto tentava se acalmar inutilmente. Pelo que parecia, suas horas no paraíso haviam ido embora. Não era do seu gosto ver Amara fazendo negócios com Solomons, assim como sabia que não poderia interferir nas decisões dela, mas ficaria por perto se algo acontecesse. Quanto a Polly, sabia exatamente o que faria quando saísse daquele hotel.

— Eu ainda tenho que acertar algumas questões com Solomons. — Disse Thomas. — É melhor manter sua atenção redobrada com ele, não é uma pessoa de confiança.

— Eu sei exatamente como lidar com pessoas assim, Tommy. — Sorriu de lado. Deu um passo largo até o cigano, segurando a nuca dele para deixar um beijo demorado. Ele não parecia mais calmo, mas se esforçava para demonstrar um semblante agradável. — Não se preocupe comigo.

— Essa é a única coisa que não pode me pedir. — Falou entre os beijos. — Mas vou confiar em você.

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Depois da mudança temporária de Michael do hotel para a casa da mãe, Amara sabia que jamais poderia interferir nesse momento. Tudo que Polly Gray precisava agora era se sentir acolhida e confortável nos braços do único filho. E embora tivesse feito algo grave a Thomas, ainda merecia ser vingada pelo que sofrera na prisão. Amara esperava que Tommy fizesse justiça da sua forma, dando ao abusado o que ele realmente merecia.

Sozinha no carro, Amie sentia a liberdade de poder dirigir descontraída, mesmo que isso ainda fosse mal visto por certas pessoas. Ela não se importava com julgamentos, assim como não se importaria de contar aos quatro cantos do mundo que tivera uma noite regrada de prazer e paixão com Thomas Shelby, o gângster que havia conseguido roubado algo mais que só seu coração. No fundo, não poderia deixar de sentir a leveza de se sentir apaixonada, podendo confessar finalmente o que escondia por tanto tempo.

Agora seria diferente, tudo mudaria e ela estava ciente disso. Contudo, o que Thomas precisava fazer no dia da Derby a preocupava, levantando questões a respeito do futuro do gângster. Um sentido adormecido parecia despertado, trazendo uma leve angústia ao seu peito. Depois de todos esses anos longe dele, tudo que Amara queria era fugir para longe com Tommy, sem se importar com o que abandonaria. Uma ideia audaciosa e tentadora.

Do alto da estrada, Amara contemplou a mansão que May Carleton vivia. A vista impecável prendia a atenção de qualquer um apaixonado pelo estilo vitoriano. May fizera uma boa escolha ao optar por viver em meio ao campo, longe de indústrias poluidoras e da barulhenta cidade de Londres. Olhar para aquela vista era um privilégio, também parecido com o que Amara tinha em Boston. Sem perder mais tempo no que deveria fazer ali, acelerou o carro até a entrada principal da enorme mansão, sendo bem recepcionada pelo caseiro. Não demorou para que Amara chegasse à área dos animais. Mesmo sendo sua segunda vez ali, já conhecia bem o caminho.

— Você chegou tarde. — May a esperava próximo aos estábulos. Seu riso cresceu ao ver a americana.

— Eu sinto muito, perdi a hora. — Se desculpou, mesmo que não se sentisse tão culpada por isso.

— Não tem problema. — Disse May.

Com um gesto, May a chamou para próximo de um cocho de concreto e água corrente. A princípio, Amara se perguntou a presença de peixinhos dourados na água e principalmente pelo modo empolgado como May agia ao seu lado. Era como uma criança que mostrava a um adulto seu novo brinquedo.

— Eu sabia que sorriria. — May observou quando Amara lhe lançou um riso caloroso.

— Eu não entendi. Porque esses peixinhos estão aqui? — Perguntou, franzindo o rosto.

— Eles servem para prevenir vermes nos cavalos. — Explicou. — É o que dizem.

— É mesmo? — Perguntou. — Meu pai deveria ter me contado sobre esse truque. — Falou ao encarar os peixinhos. — Como Vega tem se saído? — Amara ergueu o olhar para May. — A corrida de Epsom está muito próxima.

— Ela não está como eu queria. — May mordeu o canto da boca. Deu um passo para perto de Amara, sentindo o agradável perfume feminino. — Mas vai fazer uma boa apresentação. Eu garanto isso para você.

— Posso vê-la? — Amara se afastou. Deu alguns passos para o estábulo antes de ouvir uma resposta.

— É claro... — Respondeu quase em um sussurro.

May não admitiria dizer que gostava do modo ousado de Amara. Principalmente quando a Abbott a deixava nervosa sem fazer qualquer coisa. Poderia falar abertamente que se sentia atraída por outra mulher se não corresse o risco de ser levada a uma clínica psiquiatra por isso. Além disso, Amara parecia ter outras intenções naquele momento. May também não saberia dizer o que seria daquela amizade quando a corrida da Epsom chegasse ao fim, e ambas tivessem que se despedir até que os serviços da Carleton fossem novamente solicitados na América. Com cautela, May adentrou o estábulo, escutando o que Amara dizia a Vega.

— ... Talvez você até goste dele, mas pode ser um pouco difícil no começo... — Amara sorriu enquanto acariciava o focinho do animal. — Tommy vai adorar você.

— Tommy? — May perguntou alto. Aquele nome surtirá um efeito negativo em seu estômago. — Está falando de Thomas Shelby?

— Sim. — Amara confirmou sem encará-la. — Eu deveria ter te avisado que fiz um acordo com ele.

— Por que logo com o Thomas Shelby? — May não conseguiu disfarçar o desgosto naquelas palavras. — Você ganhou a égua dele, no dia do leilão.

— Eu sei. — Amara se afastou de Vega. Seus passos foram em direção a May e seu semblante confuso. — Só confie em mim, tudo bem? A Epsom é em dois dias e a Vega irá correr para mim e o Thomas.

May confirmou em silêncio, mas não satisfeita pela notícia.

— Você sabia que a mando de Thomas Shelby eu tive meus agentes mortos? — May levou as mãos para trás. Amara negou.

Era compreensivo para Amara ver a insatisfação de May ao saber que Vega correria para Thomas Shelby também. No entanto, aquelas decisões não cabiam a ela, assim como o animal não a pertencia.

— Você não quer mais treinar a Vega?

— Eu não disse isso. Mas não trabalho para Thomas Shelby.

— É claro que não. Pela fortuna que estou pegando, você trabalha exclusivamente para mim. — Amara ergueu o rosto de modo severo. — Mas é bom se preparar para encontrá-lo no dia da Derby.

— Pelo visto, seu contato com o Thomas é maior do que eu esperava.

— Sim. — Amara puxou os lábios em um riso. — Realmente maior do que possa imaginar.

— Eu não comprei um vestido, então talvez eu não vá para a Derby. — May deu um passo para trás.

— Eu mandarei um para você. — Disse Amara ao mover-se do lugar. — Eu não costumo misturar meus negócios, May, mas em alguns caso isso é quase impossível. E você deveria saber que depois da Derby, eu vou precisar dos seus serviços com meus outros animais em Boston.

— Eu mandarei meus melhores treinadores para lá. — Respondeu May, antes de sair do estábulo.

— May, eu entendo sua frustração. — Amara disse alto, fazendo que a treinadora parasse no meio do caminho muito além dela. Um riso seco voou dos lábios da Carleton antes de encarar a Abbott. — Eu imagino sua raiva pelo Thomas, mas...

— Muito gentil da sua parte tenta me convencer do contrário. Mas o Thomas Shelby é um criminoso. Santo Deus, não imagino como ele ainda está solto.

— Você tem provas do que ele fez ou deduz isso só pelo que ouve nos leilões? — Amara ergueu uma sobrancelha.

— Mesmo se tivesse, ninguém o derrubaria. — Engoliu em seco. Thomas e sua gangue conseguiam se safar dos assassinatos, pois manipulava a polícia de Birmingham facilmente. May acreditava que se ficasse fora do caminho do gângster, ficaria longe de problemas e não se tornaria novamente um alvo. — Eu vou preparar sua égua, ela tem grandes chances e não irei desperdiçar meu tempo com ela, aliás, é meu nome que está em jogo. Mas no dia da Derby, não precisa me apresentar a ele.

— Se assim prefere. — Amara deu um passo até May. — Você é uma mulher admirável e forte, não se esqueça disso.

— Não irei. — May respondeu. — E também há outros motivos para eu continuar com isso.

— Outros motivos? — Com uma sobrancelha erguida, Amara estreitou o olhar.

May sorriu de lado, encarando o céu rapidamente.

— É claro que tem, mas não interessa. — Disse a treinadora balançando a cabeça em negação. — É melhor comprar um belo vestido para comemorar quando sua égua ganhar.

Amara sorriu de lado, satisfeita. O brilho no ar de May falava mais que as palavras não ditas em sua boca. Amara já havia entendido os sinais dados entrelinhas pela treinadora. Porém, naquele momento, seu coração estava em posse de outra pessoa.

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BIRMINGHAM

Thomas foi ágil em prender a mulher contra a parede. Era audacioso da sua parte encurralar uma agente da Coroa em um local público, mas ele não se importava, naquele instante estava agindo com raiva e fazendo pouco uso da cautela. As palavras de Amara latejavam em sua cabeça, fervendo seu sangue. Polly, abuso, roubo, era se como o diabo sussurrasse em seu ouvido repetidas vezes. Grace protestou com um ruído abafado. O oxigênio faltava lentamente no peito dela, enquanto a mão de Thomas apertava o pescoço.

— T-Thomas... — Tentou chamar. Por questão de segundos acreditou que fosse morrer. Thomas não a ouvia. Os olhos azuis tinham se tornado negros e perigosos.

— Você permitiu que isso acontecesse...— Disse entredentes. Viu a pele rosada se tornar azul rapidamente. Então abriu a mão, abandonando Grace antes que algo pior acontecesse ali e ele perdesse a pouca razão que tinha.

— Você enlouqueceu? — Grace fechou os olhos, massageando o pescoço. Ainda sentia os dedos de Thomas em volta da pele, mesmo que já a tivesse soltado. Demorou um tempo para ela se recompor.

— Você permitiu que a Polly fosse abusada! — Thomas deu um passo até ela, encurralando-a novamente contra a parede de tijolos úmidos.

— Do que está falando? A Polly foi abusada? — Aquela acusação pagará Grace de surpresa. — Thomas, eu não sabia, tem que acreditar em mim.

— Eu não acredito. — Ele a chocalhou. Grace deixou que algumas lágrimas escorressem pelo rosto.

— Eu juro... — Choramingou. Thomas cerrou os dentes, estava ofegante.

— Eu poderia recusar meus serviços agora. Eu deveria matar você aqui mesmo.

— Você não pode fazer isso!

— A não? E o que me impede?

— Você sabe que não pode recusar nada, seu cigano maldito. — Cuspiu as palavras. — Eu não tive nada a ver com o que aconteceu com sua tia. Eu jamais permitiria isso. Eu sou mulher também.

— Uma mulher baixa e desprezível, agindo em função de uma vingança estúpida. — Thomas a fuzilou com olhar. — Você vai procurar esse homem e vai me entregar e eu cuidarei dele, faça isso e nosso acordo continua de pé.

— Você não tem autoridade aqui. — Grace deu um passo para frente. Thomas a segurou pelos ombros, empurrando-a novamente para a parede.

— Você tem até a noite para me entregar esse homem, ou quem morrerá no lugar dele, será você.

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LONDRES

Pelo que parecia, Andrea tinha muito o que dizer sobre os negócios em Boston. Amara o deixou ciente de suas negociações em Londres, principalmente sobre Thomas Shelby e o pequeno acordo no dia da corrida. Mesmo que o aparelho de telefone estivesse bem preso ao seu ouvido, a atenção de Amara se prendera a carta de Thomas. Passando a língua pelos lábios ressecados, Amie imaginou qual seria exatamente o conteúdo daquela carta que deveria ter chegado-lhe há dois anos, trazendo um leve frio na barriga.

Quando retornará? — A pergunta a trouxe para o plano real novamente.

— Ainda não sei. — Respondeu depois de um tempo. — Talvez depois da Derby, mas não é certo. — Amara suspirou ao passar a mão pelo rosto. — Andrea, sei que pode tomar de conta das coisas, então continue fazendo isso. A única coisa que não posso garantir a você é que estarei em breve em Boston.

Aconteceu algo em Londres? Onde está o Gray? — Perguntou, parecia preocupado.

— Muita coisa aconteceu, mas nada com o que se preocupar. E o Michael, ele está bem. — Amara puxou a carta. — Eu preciso desligar agora, adeus.

Ama... Tudo bem, Adeus.

Alguns segundos se passaram até que a carta fosse aberta. Amara entreabriu os lábios, respirando pela boca quando sentiu o nariz entupir e algumas lágrimas escorrerem pelo rosto. Não era tristeza ou qualquer sentimento parecido. O que sentia naquele momento era algo mais forte que paixão. Eu amo você, e por isso sei que estará melhor longe de mim e dessa vida perigosa que levo. E se um dia quiser voltar e me aceitar da forma que sou, estarei aqui. Talvez isso possa levar meses, anos, décadas, eu sempre estarei aqui, esperando por você. [...]. As palavras de Thomas eram sinceras e tocantes, capazes de transbordar um misto de emoções em seu coração.

Amara Flynn, só quero que saiba que seus olhos obstinados e afiados me recordam alguns momentos da juventude, por um momento, sinto que tive a mulher dos meus sonhos em meus braços. Zaira poderia estar errada em uma coisa a respeito da viagem do tempo. Amara não estava ali apenas para salvar Thomas do seu trágico final. Sua ida ao passado, seu envolvimento e as circunstâncias deixavam claro que ela sempre pertencerá a Thomas Shelby, assim como ele a ela. Os nós encontrados em sua linha temporal eram todas as desavenças em seu caminho, abri-las poderia significar o que ambos ainda poderiam viver juntos e em paz. Amara traçou mentalmente o que realmente faria depois da corrida da Epsom e orou para que o cigano Shelby a ouvisse, principalmente quando ela pretendia contar de vez toda a verdade.

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BIRMINGHAM — SMALL HEATH

Polly não esperava que no meio da noite uma ligação a deixasse apreensiva. Não demorou para chegar a Small Heath, levada diretamente para a oficina de Charlie. Michael a acompanhava quieto, soando perturbador a ela. Polly cruzou os braços na tentativa de se aquecer do frio impiedoso à medida que dava passos para o fim daquela oficina. Não ouvia os cavalos de Thomas, mesmo que tivesse ciência que eles estavam por perto. Seus pés afundaram em uma pequena poça de água quando parou logo à frente de um galpão de tijolos.

— Eu vou esperar você aqui. — Michael quebrou o silêncio. Polly engoliu em seco, tentando desvendar o que seu filho tinha.

— No frio? Nem colocou roupas necessárias para isso. — Reclamou preocupada.

Suas palavras foram cortadas quando o portão de ferro foi aberto, rangendo dolorosamente em seus ouvidos. Thomas tinha as mangas da camisa enrolada até os bíceps, e seu colete escuro parecia manchado por algo. E embora ele parecesse quase pacífico, Polly sabia que algo o incomodava naquele momento. Thomas ergueu o queixo para a tia, chamando-a silenciosamente para dentro. O que estivesse acontecendo naquele lugar, despertou um instinto quase selvagem na cigana, farejando no ar o odor do medo. A meia luz fazia com que Polly abrisse mais os olhos para poder enxergar. Reconheceu o primeiro rosto. Arthur checava o estado da mão, erguendo o olhar para a tia segundos depois. Polly virou o rosto para o outro lado, dessa vez, encontrando John e seu riso de lado quase sádico nos lábios. Ela estava diante das versões sombria dos sobrinhos.

— Que porra tá acontecendo? — Polly aumentou o tom de voz. Thomas passou por ela, acendendo a luz do fundo.

O que viu pendurado, como um porco após o abate, fez com que Polly quisesse colocar para fora tudo que ingeriu durante o dia inteiro. Mas ela não faria isso, aquele não era o momento para mostrar sua fraqueza. Engoliu o sabor amargo da boca da mesma forma que engoliu o sabor do sangue quando fora agredida, erguendo o olhar mais frio e raivoso que poderia. O primeiro passo foi feito de modo automático, mas o segundo foi proposital. Polly queria saber se aquele que estava diante dos seus olhos era de fato quem ela imaginava.

— Nós poderíamos só matá-lo. — Arthur disse ao dar um passo para frente. Thomas enterrou as mãos no bolso da calça, sentiu o suor descer pelo pescoço, assim como as mãos ainda doíam do que tinha feito horas antes. — Achamos que seria pouco. Então torturamos um pouco, mas não o suficiente para apagar ele.

— Esse desgraçado! — John cuspiu. — Vai ter o que merece.

— Como... — Polly perdeu as palavras. O chão de concreto estava sujo de sangue. Aquele lugar parecia um verdadeiro abatedouro. Seu olhar se prendeu a Thomas. De fato, sua calmaria só maquiava a raiva que sentia. Eram raros os momentos em que Thomas demonstrava de fato o monstro que vivia em seu interior.

— Polly... — Ele deu um passo largo. Seu olhar a cortou silenciosamente. Polly sentiu algo gelado ser deixado em sua mão. — Faça o que tem que fazer ou nós faremos.

Uma arma. O ferro gelado não a incomodava, a cigana estava acostumada a manusear aquele objeto. Um murmúrio foi ouvido logo atrás de Thomas. Polly fechou os olhos e orou para que Deus tivesse piedade da sua alma tocada pelo diabo. Contudo, a raiva que sentia correr quente em suas veias precisava ser sentida e extravasada. Polly deu outro passo, dessa vez, passando pelo sobrinho. Seu agressor estava ensanguentado, rosto deformado e gemendo de dor. Ainda assim, ele merecia sentir mais. Deus poderia ter piedade daquele homem, mas ela não.

— Tia... Se quiser, podemos chamar o Michael. — Ouviu John dizer.

— Deixe meu filho fora disso! — Respondeu ela. Entredentes. — Ele não faz parte desse mundo.

Enchendo os pulmões, ela ergueu a arma. Rangeu os dentes quando o olhar escuro e ameaçador a encarou de volta. Sem compaixão. Sem fraquejar no que deveria ser feito. Estando ali, seu agressor não parecia mais tão carregado de coragem como estava no dia em que ela fora violentada. Para Polly, era impressionante ver que um homem sucumbia ao medo facilmente, era claro que ele temia por sua vida, mesmo que não tivesse mais forças ou uma língua na boca para dizer algo. Seu dedo escorregou para o gatilho, liso como seda. O primeiro disparo a fez se sentir limpa. O segundo disparo a fez se sentir em paz. O Terceiro a fez se sentir vingada. O quarto foi apenas por diversão para provocar dor.

Deixou que a arma escorregasse para o chão. Assim como deixou que o sangue quase escarlate molhasse a ponta dos seus saltos. Polly queria fumar, beber algumas doses de uísque e terminar a noite em sua própria cama, mesmo que não conseguisse pregar os olhos. O campo ao seu redor se tornou escuro, mesmo que a vingança parecesse doce em seus lábios, ela ainda tremia pelo que acabara de fazer. Sentiu as pernas vacilarem, mas foi amparada por Thomas. Seus olhos arderam à medida que o nó em sua garganta apertava. O abraço acolhedor e caloroso que ganhou dele serviu para pôr para fora o resto da dor que sentia. E foi no colo do sobrinho mais teimoso ela chorou em silêncio.

Polly se afastou de Thomas, recuperando a mesma postura que tinha ao entrar. O odor de sangue impregnou em suas narinas, assim como ouviu o corpo adulto e pesado ser arrastado para fora do galpão quase escuro. Por cima do ombro de Thomas, viu uma luz quente aquecer seu interior.

— Michael deve ter acendido a fogueira. — Thomas rasgou o silêncio. Polly acenou lentamente, sabendo que seu sobrinho daria um fim definitivo àquele homem.

— Como soube?

— Amara me contou. — Respondeu ele. — Me pergunto, você iria me dizer isso algum dia?

— Achei que a essa altura estivesse com raiva de mim. Com raiva do que eu estava fazendo. — Polly diminuiu o tom de voz.

— Foi uma raiva momentânea. — Confessou. — Então me coloquei em seu lugar. Eu seria capaz de fazer a mesma coisa por um filho. Mas isso não quer dizer que sairá impune desse crime, terá que trabalhar muito na empresa para compensar. — Thomas usava um tom de voz moderado e severo. — E quando precisar de algo, me diga e não faça pelas minhas costas. Eu não admito traição, Polly.

— Você está agindo com o coração. — Polly segurou o rosto do sobrinho. Mesmo que uma densa sombra pousasse sobre os olhos azuis e intensos, ela ainda conseguia fitá-lo bem. — Eu estava errada mais uma vez. O amor não te cega, Tommy, ele só te deixa mais vivo e disposto a ver o mundo de outra forma. Ela faz bem para você, então não a perca dessa vez.

C H E G A M O S A O S 1 0 0 K

Juro que ainda não estou acreditando nisso, mas realmente aconteceu: DOBRA NO TEMPO atingiu sua meta mais alta que é 100 MIL LEITURAS NO WATTPAD, e claro que devo tudo a vocês, leitores novos e antigos que acompanham essa obra desde o começo, deixando seus surtos em cada capítulo. MUITOOO OBRIGADO, eu não tenho palavras para agradecer ou para dizer exatamente o que estou sentindo, mas é FELICIDADE, MUITA! Juro que por esses dias eu estava pensando em transformar essa fanfic em original [ideia dada por alguns leitores], mas por enquanto vai ficando só como fic mesmo pq não sei por onde começar a tranforma tudo isso em original kkkkkkk ... Eu realmente espero que estejam gostando da história e ela ainda vai surpreender muito :)

MUITOOO OBRIGADO MEUS VIAJANTES

Tem varios edits assim no meu tiktok me sigam la: Istreff1

Capitulo postado dia (08/01/2022), não revisado.

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