O primeiro contato de Moisés com faraó deu a impressão muito negativa aos mensageiros.
Farão governava o Egito como um deus vivo, sua teocracia se baseava na proteção garantida de diversos deuses. Mas, na verdade sua riqueza era baseada no trabalho de seus escravos, e na bênção outrora estendida por meio de José.
A tradução da Sociedade Bíblica Britânica, diz:
Depois foram Moisés e Aarão (Arão) e disseram a Faraó: Assim diz Jeová (IHVH), o Deus de Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto.
Respondeu Faraó: Quem é Jeová para que eu ouça a sua voz de modo a deixar ir a Israel? não conheço Jeová, nem tam pouco deixarei ir a Israel.
Eles prosseguiram: O Deus dos hebreus nos encontrou; deixa-nos, pois, ir caminho de três dias ao deserto, e oferecer sacrifícios a Jeová nosso Deus, para que não venha sobre nós com pestilência ou com espada.
Respondeu-lhes o rei do Egito: Moisés e Aarão, por que distraís vós das suas obras ao povo? ide às vossas cargas.
Disse Faraó: O povo da terra já é muito, e vós os fazeis descansar das suas cargas.
Naquele mesmo dia deu ordem Faraó aos superintendentes do povo e aos seus oficiais, dizendo:
Não tornareis a dar, como dantes, palha a este povo para fazer tijolos; vão eles mesmos e ajuntem para si a palha.
Deles exigireis a mesma conta de tijolos, que antes faziam, e nada diminuireis dela; eles estão ociosos; e por isso clamam, dizendo: Vamos e ofereçamos sacrifícios a nosso Deus.
Agrave-se-lhes o trabalho, para que nele se ocupem; não dêem eles ouvidos a palavras mentirosas.
Saíram os exatores do povo, e seus oficiais, e falaram ao povo, dizendo: Assim diz Faraó: Eu não vos darei palha;
ide vós mesmos, e tomai vós palha de onde a achardes; porque nada se diminuirá de vosso serviço.
Então, o povo se espalhou por toda a terra do Egito, a colher restolho em lugar de palha.
E os exatores os apertavam, dizendo: Acabai vossa obra, a tarefa de cada dia, como quando havia palha.
E foram açoitados os oficiais dos filhos de Israel, que os exatores de Faraó tinham posto sobre eles, dizendo estes: Por que não acabastes vossa tarefa ontem e hoje, fazendo tijolos como antes?
Pelo que se foram os oficiais dos filhos de Israel e clamaram a Faraó, dizendo: Por que fazes assim a teus servos?
Palha não se dá a teus servos, e nos dizem: Fazei tijolos; e eis que teus servos são açoitados; porém o teu povo tem a culpa.
Mas ele disse: Vós sois ociosos; vós sois ociosos; por isso, dizeis: Vamos, sacrifiquemos ao Senhor.
Ide, pois, agora, trabalhai; palha, porém, não se vos dará; contudo, dareis a conta dos tijolos.
Então, os oficiais dos filhos de Israel viram-se em aflição, porquanto se dizia: Nada diminuireis de vossos tijolos, da tarefa do dia no seu dia.
E encontraram a Moisés e a Arão, que estavam defronte deles, quando saíram de Faraó.
E disseram-lhes: O Senhor atente sobre vós e julgue isso, porquanto fizestes o nosso cheiro repelente diante de Faraó e diante de seus servos, dando-lhes a espada nas mãos, para nos matar.
Então, tornou Moisés ao Senhor e disse: Senhor! Por que fizeste mal a este povo? Por que me enviaste?
Porque, desde que entrei a Faraó para falar em teu nome, ele maltratou a este povo; e, de nenhuma maneira, livraste o teu povo.
Êxodo 5:1-23
Note que Moisés seguiu a risca o plano orientado por Deus! Ao invés de pedir algo grande demais com a libertação imediata de todo o povo, ele pediram uma folga para fazer uma pequena viagem de 3 dias, que duraria ao todo cerca de uma semana. Mas, eles não eram empregados, eram considerados escravos desprezíveis sem direito a folgas e muito menos ferias.
No entanto, a folga tinha um motivo religioso. Ora os egípcios tinham muitos feriados para comemorarem juntamente com o seu povo os dias destinados a adoração dos seus deuses. Então farão entendeu imediatamente o que estava envolvido na cerimônia proposta por Moisés. A resposta de faraó foi eu não conheço esse Deus Jeová e ao invés de folga vocês terão mais trabalho duro.
O trabalho duro servia também para fragilizar o povo escravizado, para que este na se tornasse poderoso se tornando um risco para a nação opressora. Você se lembra que as crianças na infância de Moisés foram mortas exatamente para fragilizar o povo de Israel? Se eles não pouparam nem os bebês, quanto mais eles desprezavam os jovens e adultos israelitas. Farão disse "o povo da terra já é muito numeroso e ..."
Mas, note que Moisés na primeira visita já avisou que foi Deus quem pediu aquela folga para seu povo, e deixou claro sobre a punição da parte de Deus sobre todos eles se não fosse atendido.
Moisés e os outros imaginavam que Deus faria algo prodigioso imediatamente para livrar seu povo. Porém, o plano era um processo que dependeria da atitude dos líderes egípcios. O julgamento da nação egípcia havia chegado, portanto a atitude daquela geração definiria o próximo passo de Deus, ir isso Moisés foi instruído sobre o que dizer apenas na primeira visita.
Moisés e todo o povo ficou transtornado, o que estava ruim ficou muito pior.
Isso nos ensina uma lição muito importante. Deus enxerga um quadro muito mais amplo que o nosso, e aplica soluções muito mais duradouras e eficazes do que nós humanos sequer poderíamos imaginar.
Muitas vezes Deus esperou pacientemente o momento certo para agir. Nós humanos temos a vida curta queremos resultados instantâneos. Deus é eterno, e pode desfazer ou refazer quando e como quiser. Portanto, é uma questão de confiar nele ou não.
Moisés e o povo de Israel teriam de entender como Deus pensa e como age. Ele já havia avisado que tudo seria um processo, e que sua atitude dependeria da reação de faraó. Como num tabuleiro de xadrez, Deus moverá a próxima peça de acordo com o movimento de faraó, que se achava o homem deus, o mais iluminado dos homens, acessorado pelos mais sábios conselheiros do mundo material e dos espíritos (deuses).
Temeroso Moises fez a coisa correta; não tomou nenhuma decisão precipitada, mas orou ao dono da festa expondo sua preocupação. Pois, a pressão sobre ele se tornou grande.
MORAL DA HISTÓRIA:
Sob pressão; ore a Deus, confie Nele e continue...