HATE | yeonbin

By _JenoJam_

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Yeonjun, filho de Kim Taehyung, é um garoto muito amoroso e atencioso com tudo e todos, mas sua personalidade... More

[prologue] - HATE
1. capítulo
2. capítulo
3. capítulo
4. capítulo
5. capítulo
6. capítulo
7. capítulo
8. capítulo
9. capítulo
10. capítulo
11. capítulo
12. capítulo
13. capítulo
14. capítulo
15. capítulo
16. capítulo
17. capítulo
18. capítulo
19. capítulo
20. capítulo
21. capítulo
22. capítulo
23. capítulo
24. capítulo
26. capítulo

25. capítulo

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By _JenoJam_

Oi oi oi!!
Voltamos com tudo nesse cap,
então já avisamos, cuidado
com o coração! 😬

Boa leitura e até lá embaixo,
temos uma pergunta
importante lá <3

-ˋˏ✄┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈

Depois do jogo do New Rules as aulas se sucederam novamente. Quando foi o intervalo, fiquei apenas um pouco com Kai e Taehyun. Vários alunos se aproximavam pra parabenizá-los sobre o jogo de hoje. Eu fiquei de escanteio e resolvi deixar eles cumprimentando seus colegas e conhecidos, eu não conseguia socializar e muitos nem notavam minha presença ali. Que diferença faria se ficasse?

A escola inteira tinha se tornado um alvoroço sobre os campeonatos e com os alojamentos que os jogadores permaneceriam.

Pelo visto eu não veria muito os meninos e odeio me sentir esquivo. Eu estou feliz por eles ganharem, mas desde que os conheci, uma parte de mim fica deprimente por meus amigos estarem no topo e eu na alcova. Minha vida tem sido apenas redirecionar minhas frustrações e segurar as rédeas para não estabelecer o mesmo patamar que tento bloquear.

Até onde vou conseguir?

Eu tenho medo disso. Porque não consigo parar de me sentir culpado. Tanto pelo relacionamento que meu pai se afundou com seu namorado e o garoto que está envenenando minha cabeça. Nada que eu faça parece ter dado melhoria. Quanto mais eu me restrito desses conflitos internos, mais eles me atacam.

Agora nem tento fazer o que eu acho certo. Sei que eu deveria parar de ser idiota e conversar com Yeonjun sobre tudo. Porque quando eu não tinha os meninos comigo, era sempre a ele que eu pedia socorro. Ele sabe de muita coisa sobre mim. Eu nunca contei sobre minha mãe, a história dela e de meu pai para ninguém, apenas para ele. Meus amigos são ocultos da minha vida, eu simplesmente vacilo pertos deles. Mas com Yeonjun, é diferente. É como se eu fosse um pássaro prestes a se libertar da gaiola e viver extravasando sem alguém para o aprisionar.

Apesar do comportamento hostilizado que ele tinha ao meu respeito, eu contaria tudo de mim se ele perguntasse, desabalado se ele me julgasse.

Eu sou a pessoa que não se permite sair da linha. Quando existe uma saída, eu me mantenho na entrada.

É assim que eu funciono. E Yeonjun tem outro jeito.

Antes das aulas retornarem, eu o vi pela última vez comemorando com o seus colegas do New Rules lá na quadra. Muitos deles tinham um certo carinho pelo ex-jogador e líder. Yeonjun também tinha por eles e eu fiquei surpreso por ele ter vindo assistir o jogo. Eu nunca quis saber muito do que aconteceu quando ele jogava, ele tem ressentimentos com seu passado no New Rules. E só de pensar que foi apenas há um ano, dói mais ainda para ele, então eu reprimia minha curiosidade para não o afetar.

Enquanto eu perambulava nos corredores na hora do intervalo, encontrei Felix. Ele mexia distraidamente no seu celular, segurando uma maçã pelo caule. Meu estômago estava tão pesado que mal consegui olhar para o lanche do refeitório. Por algum motivo, ele não tinha companhia. Felix era facilmente encontrado em alguma rodinha de pessoas, mas hoje ele não tinha ninguém, e pelo que eu venho notando, Chan havia faltado de novo.

Normalmente, as faltas de seu amigo tinham motivos que eu e ele sabíamos. Chan mandava mensagem o alertando que não iria poder vir, entretanto, ele não dá um sinal. Faz uma semana que Lix tenta ligar para ele. Se ele chegou a ir no apartamento de Chan, não me disse nada. Eu não quero interferir nisso, mas vou favorecer meu apoio enquanto eu puder.

Na hora da saída, Felix disse para passarmos na pista de skate, eu bufei com a ideia, concordando. Qualquer lugar era melhor do que na minha casa. A pista tinha poucos garotos praticando, para meu alívio. Era notório a mudança no tempo, as nuvens começavam a se formar e, provavelmente, mais tarde poderia chover. Então algumas pessoas nem se arriscavam em ir na praça para não pegar uma chuva no caminho de volta.

Mas eu e Lix estamos aproveitando o vento suave e morno, enquanto ele faz manobras na rampa e eu fico olhando, entediado.

Algumas vezes ele me chama para praticar consigo e eu tento se equilibrar, falhando miseravelmente em cada tentativa.

— Soobs — diz meu apelido que ele inventou. Eu até gosto desse, é melhor do que outros que tinha criado. — Você consegue. Tenta outra vez. — o australiano encoraja-me, trombando seu braço esquerdo no meu ombro. Meus joelhos estavam latejando pelos meus tombos frequentes. Com certeza os garotos da pista estão rindo do meu fracasso.

Faço um bico.

— De jeito nenhum! — ergo minha mão. — Há cinco segundos atrás eu quase fui atropelado por uma bicicleta e um carrinho de bebê, não vou deixar você tentar me ensinar a andar nesse treco de novo! — ralhei, de braços cruzados, vendo o mais baixo ceder.

— Você é muito medroso — comenta, rolando os olhos.

— Só estou me precavendo antes de acontecer algum acidente. Eu poderia ter morrido!

— Que drama — ele ri, seus ombros se agitando. — Mas então, o que acha de eu pintar meu cabelo? — pergunta de repente.

Desde ontem Felix mandou mensagens dizendo que queria pintar seu cabelo de outra cor. Eu achava que o ruivo combinava com ele, mas aparentemente, ele reclama que não realça sua beleza. E também porque uma criança o chamou de salsicha e Felix ficou contrariado, só não quer admitir.

— De novo com isso? — digo e ele dá de ombros. Sento no caixote de concreto e Felix me imita, ficando do meu lado. Bagunço os fios arrepiados de seu cabelo. — De que cor, ruivinho? — pergunto, me referindo a sua pergunta feita anteriormente.

— Loiro.

Penso um pouco, forçando minha mente a imaginá-lo com as madeixas de uma cor diferente da qual eu não estou acostumado a vê-lo.

Estalo a língua.

— Acho que ficaria muito bom em você. Combinaria bastante —afirmo, sincero e ele me abraça rapidamente.

— Jura? — seus olhos brilham e eu assinto com a cabeça. — Minha avó disse que eu ficaria careca e meu avô foi ao contrário. Ele gostou da ideia em me ver loiro. — O Lee se inclina para frente, levantando e me puxa pela mão, me obrigando a fazer o mesmo. — Vamos lá.

— Lá onde? — pergunto, confuso.

— No salão! Vou pintar meu cabelo. Agora.

— Você tem certeza? — indago, arregalando meu olhos com ele me arrastando pela praça.

— Tenho. Eu já venho pensando sobre isso. É melhor eu parar de enrolar antes que perca a coragem alguma hora — responde, segurando seu skate na lateral de seu corpo.

Atravessamos uma rua, que se localizava alguns comércios abertos, as luzes nas vitrines piscando para nós. As pessoas transitavam naquele bairro, não era muitas, o céu estava carregado de nuvens e alguns respingos começam a cair. Outros estão com seus guarda-chuva, precavidos. Eu e Felix temos apenas os toldos das fachadas das lojas para nos proteger dos chuviscos.

Ajusto minha mochila no meu ombro esquerdo e deixo o ruivo ir na frente, ele já reconhecia o caminho. Eu particularmente nunca fui nessa parte de Seul. Aqui é bem bonito por causa dos telões por cima de algumas lojas, mostrando várias propagadas projetando contra as gotas de chuva.

Acabo sorrindo com a visão.

Andamos por volta de cinco quadras. Felix aponta com o queixo logo a frente, um lugar impressionante, totalmente colorido. Leio a placa encima do local. Salão Blueprint.

Felix adentra o local sem exitar, empurrando a porta de vidro escuro e  eu o sigo. Dou uma olhada no piso laminado que estava polido e lustroso, dando para ver meu reflexo. Na recepção uma mulher com tatuagens nos braços nus e um cabelo rosa claro, tira seus olhos da revista para nós. Todo o ambiente tinha cheiro maravilhoso de chiclete. Vejo Felix observar uma placa com os preços. Pelas as informações, indicava ser um salão especializado em colorimetria capilar.

— Com licença — Lee diz a mulher de tatuagens ao se apoiar no balcão.

— Pois não? — fecha sua revista.

— Tem algum horário vago para agora? — ele indaga, ainda olhando a placa. A mulher imediatamente confere sua agenda, folheando as páginas.

— Para sua sorte, sim — confirma e o australiano abre um sorriso ameno. — É para você e seu amigo? — ela olha de relance para mim e Felix.

— Não, é só ele. — respondo, apontando para o ruivo, sorrindo sem graça.

— Sim. É apenas pra mim. — ele reforça.

— Certo. Pode me acompanhar. — Ela levanta, direcionando-se a uma porta de vidro fosco ao seu lado direito.

— Você ficaria bom com um cabelo colorido — Felix murmura. — Yeonjun ficaria com inveja.

— Não começa — mordo a bochecha e ele omiti um sorriso.

— Vem comigo, Soobs — Ele faz um gesto para eu o seguir até a mulher.

Assim que passamos pela porta, demos de cara com um local ainda maior que a recepção. Tinha cinco pessoas aqui depois de nós. Um com touca, descolorindo o cabelo e outros lavando ou passando as tintas de sua preferência. Tinha apenas um lugar vazio aonde a moça o conduziu.

— Jisoo? — a moça chama, olhando ao redor a procura de alguém. — Joshua, onde está?

— Aqui, Chaeyoung — ele surge atrás da mulher de cabelo rosa. Era mais alto que ela, e ela resmungou, se assustando.

— Hong! — exclama, suspirando. — Já pedi para não fazer mais isso! — repreende o mais alto, dando um tapa estalado em seu ombro, mas ele apenas sorri preguiçoso. — Você tem um cliente. — Seus olhos voltam para Felix. — Peço desculpas, Joshua vai o atender. — ela diz, fazendo uma curta reverência e saindo, provavelmente, voltando para o balcão da recepção.

— Olá — Ele nos cumprimenta, acenando e retribuímos. — Pode se sentar — ele aponta para uma cadeira tulipa em que meu amigo deveria ir. — Enquanto eu cuido do cabelo de seu amigo, você pode se sentar ali. Não vai querer ficar parado em pé esperando esse atual ruivinho, né? — ele diz brincalhão e eu vou em algumas poltronas confortáveis perto das prateleiras de tintas. — Então, qual é seu nome? — olha para Felix pelo reflexo no espelho.  

— Felix.

— Oh, você é de onde? — perguntou, calmo.

— Austrália — ele responde. — Ouvi aquela moça o chamar de Joshua, você certamente não é daqui também, não é? — questiona, quando o cabeleireiro coloca a capa ao redor de seu pescoço e fecha com os botões para evitar manchas em sua roupa.

— Sou de Los Angeles — ele diz, sorrindo. — Bom, você tem alguma ideia de que cor vai querer no seu cabelo?

— Eu quero pintar de loiro.

— Você quer um loiro tonalizado?  — pergunta, profissional.

— Quero, mas não muito platinado.

— Certo. Vamos trabalhar!

Joshua arruma potes e pincéis sobre o um pequeno carrinho auxiliar para ajudá-lo.

Joshua tem mãos habilidosas e separa os fios de cabelo de Lix, começando a descolorir pelo comprimento, já que o mesmo contou que a raíz tem um tempo menor de descoloração, e que se começarmos por ela, os fios ficam manchados. Hong não parece ser mais alto do que eu, mas com seu jeito elegante e a postura reta, é como se eu fosse baixo e encurvado. O homem sorria enquanto conversava animadamente com Felix. Seus dedos finos trabalham com fluidez nos pincéis e todos os produtos. Ele fazia aquilo cheio de prática e delicadeza. Após passar o descolorante no cabelo inteiro de Felix, deixou a produto agir nos fios e foi atender outro cliente que chegou.

Perdi a hora enquanto ficava sentado naquela poltrona com tédio. Felix conversava comigo vezes ou outra. Eu até comecei a gostar de observar o movimento do salão. Nessa espera de ir embora, eu tinha avisado Taehyung com antecedência para não preocupar meu pai. Ele visualizou e não respondeu. Talvez estivesse no emprego nesse momento, mas pelo menos eu estou avisando. Não quero que uma proeza se repita, como quando desapareci por um dia e meu pai acionou a polícia.

Além disso, tem a ligação anônima que meu pai recebeu naquele mesmo dia. Agora eu estou sendo mais atento com isso. Se aquilo foi trote ou não, o melhor é desconfiar e não bobear.

Joshua, secava o cabelo de Felix, quase finalizando. Ele tinha feito uma hidratação, deixando os fios — agora loiros — mais macios e sedosos. Quando acaba, o cabeleireiro retira a capa. Felix tapa a boca, as pupilas dilatadas mostrando sua alegria pelo resultado.

— O que achou? — Hong indaga, sorrindo com a reação do Lee.

O garoto abre um enorme sorriso antes de responder. 

— Eu amei! — Ele bagunça seus fios, passando os dedos para colocá-los para trás. — O que acha, Soobin? — Ele me encara pelo espelho.

— Ficou perfeito, Lilix. Agora vou chamá-lo de loirinho. — ele ri e eu o acompanho.

Felix vira para o cabeleireiro.

— Sério. Muito obrigado. — Lix aperta a mão de Joshua, sacudindo-a.

Ele desvencilha meio atordoado, mas o sorriso permanece em seu rosto de traços finos.

— Obrigado por confiar em meu trabalho — ele diz, enterrando as mãos no bolso do avental. — Inclusive a amizade de vocês dois é muito bonita. — ele comenta, dividindo seu olhar entre mim e Felix. — Me fez lembrar do meu amigo, Jeonghan.

— Espera, Jeonghan? — Felix indaga, reconhecendo aquele nome. Para mim também não era estranho. — Yoon Jeonghan?

— Isso mesmo. Você o conhece? — Hong questiona, vincando a testa.

— Ele é o professor de matemática da nossa série na Poppin' Star — ele responde.

— Nossa, vocês são de lá — Joshua diz, colocando seu indicador no queixo. — Estava tentando lembrar de que escola eram esses uniformes que vocês estão usando. Me parecia familiar, agora está explicado.

Eu me levanto daquela poltrona, minhas pernas quase dormentes de passar horas sentado. Caminho para perto de Felix.

— Sejam bonzinhos com o Yoon, meninos! — ele debocha, dando uma risada curta.

— Tenho certeza de que ele é paciente — respondi para ele.

— Não tenho dúvidas — falou. — Bom, foi um prazer conhecê-los. Vou atender os outros clientes, até mais! — ele acena, empurrando o carrinho na direção de uma pessoa que o aguardava.

— Tchau — falamos em uníssono e Joshua sorri uma última vez, se virando para conversar gentilmente com uma mulher jovem que seria sua próxima cliente.

Seguimos para a recepção, onde a mulher de cabelo rosa — Chaeyoung — encara Felix, descontraída.

— Gostou do cabelo? — pergunta, simpática.

— Muito. Vou pagar.

— Tudo bem — diz, e Lee tira um cartão de crédito, supostamente, de seu avô. O Sr. Lee.

Ele digita a senha quando coloca o cartão, em seguida, apertando o botão verde. Retira o cartão e a mulher puxa a notinha de comprovante.

— Qualquer coisa estamos disponíveis — a moça diz. — Tomem o cartão de nosso salão, caso vocês se interessarem em voltar.

— Obrigado — murmurei, pegando o cartão que ela entregou para mim e Felix.

— Tchau, Chae — Felix se despede da moça e ela acena para nós dois enquanto saímos do estabelecimento.

Assim que colocamos os pés para fora, o vento salpicado beija nossos rostos. Eu estava indo para onde viemos, mas meu amigo detém meus passos.

— Soobs — ele segura meu cotovelo. — Eu quero ir no apartamento de Chan. Queria mostrar como estou. — ele diz, murchando os ombros. Em parte eu sei que ele quer ver Chan. Sente falta de seu amigo. — Você se importaria de voltar sozinho para casa? — questiona, sua expressão ficando preocupada.

— Claro que não — digo, abrindo um sorriso reconfortante. — Pode ir sem problema algum. Depois me diz como Chan está — Eu dou um abraço como despedida, seu cabelo fazendo cócegas na minha bochecha. Ele pega seu skate que deixou no canteiro de arbustos em frente do local, indo na direção oposta que tínhamos vindo. O sigo com o olhar até sua silhueta sumir de minha vista.

Respiro fundo, girando os calcanhares para retormar meu caminho. Seguro afirme a alça de minha mochila, fitando meus pés enquanto ando pelas calçadas. A chuva tinha parado um pouco para minha sorte, então vou prestando atenção nas ruas e nas atrações dos telões. Ao mesmo tempo eu queria chegar em casa para descansar, no entanto, eu temia isso. Quando esperava Felix, tirei algumas fotos dele. Mandei para meu pai que respondeu de imediato, ele disse que Taehyung o avisou sobre as mensagens que eu o enviei. Meu pai elogiou o visual novo do australiano e mandou outra mensagem, pedindo para eu tomar cuidado.

Jeon nunca irá esquecer do que eu fiz. Mesmo que tivesse me perdoado em desaparecer de repente, ele ainda está receoso com minha segurança. Eu apenas falo que não precisa de tanto alarde, posso até ser um adolescente estúpido, mas posso me virar sozinho. Com esses erros que depois acertamos, e estou me esforçando para não errar de novo com meu pai.

Nessa divagação, o rosto da pessoa indesejada volta como um vaga-lume em meus pensamentos, iluminando e não permitindo que eu esqueça. Não permitindo essa luz apagar dentro de minha mente. Eu falhei com ele. Nós dois poderíamos ainda ser amigos, sem colocar sentimentos invasivos na nossa amizade. Se eu tivesse impedindo aquele beijo, nada disso aconteceria. Agora ele me odeia e eu o evito.

Às vezes eu me pegava pensando numa situação em que eu ficasse com ele naquele banheiro. Uma situação sem eu fugir de seus braços, de seus lábios e de sua companhia.

O vento zumbia em meus ouvidos, provavelmente, rindo aonde meus pensamentos humilhantes me sensibilizavam.

Assumo essa derrota. Eu só queria que tudo voltasse a ser como era antes. Estou tão cansado de mentir para meus amigos e meu pai, dizendo que está tudo bem. Hoje no campeonato fiquei estressado e nervoso perto de Yeonjun. Não me sinto preparado para encará-lo sem recordar de nosso beijo. Quando vou dormir me pergunto se ele sente o mesmo, ou se tudo foi apenas um passatempo para ele. Eu realmente não deveria saber, foi errado de qualquer jeito. Estávamos bagunçados de mais para pensar numa coisa daquelas. Não posso acreditar que aquilo era um clima sucumbindo nós dois.

E que eu o desejava, mesmo ele sendo filho da namorado do meu pai. Nossos pais ficariam horrorizados. Meu corpo treme ao imaginar a cara de desprezo do meu pai. O que ele acharia de mim?

Aquilo era de mais. Talvez, tivesse sido melhor assim. Ainda que eu perdesse a amizade e ganhasse o ódio que Yeonjun tenha sobre mim.

Tenho a Yeji para me ajudar. Seus conselhos são a cura para eu não entrar em crise. Somente para ela que eu consigo desabafar de tudo que ocorreu e sobre a minha orientação sexual que estou descobrindo. Ela é minha esperança e por causa dela que não enlouqueço de vez.

Enquanto divago pelas ruas, vou girando o cartão do salão entre as ajuntas de meus dedos longos e frios. Cada vez o ar está mudando, se tornando mais gélido.

Solto um suspiro, vislumbrando o céu nublado e denso. Meus tímpanos captam o som de buzinas de veículos. Outro era um som de rodinhas de skate raspando contra o asfalto. Subo meu olhar direto para uma sombra familiar do outro lado do acostamento. Ele empertiga seu corpo ao passar perto de alguns ciclistas com o skate e quando ergue sua cabeça, vejo seu rosto. Era apenas Beomgyu.

Todo mundo nessa cidade sabe andar de skate menos eu?

O filho dos Park's andava tranquilidade, se equilibrando tão impassível que aquilo parecia fácil. Seus cabelos acinzentados, balançavam enquanto ele estava entretido na música tocando em seus fones de ouvido. Ele tinha o uniforme da escola assim como eu. Deduzi que esteja indo embora agora, certamente, o time fez uma reunião da organização dos alojamentos. Só podia ser disso. Eu ainda não sei quando eles vão residir para lá. Os meninos devem estar empolgados.

Beomgyu não tinha me reparado no outro lado da rua. Parecia tão concentrado pela forma em como seu rosto ficava franzindo. Naquela avenida havia faixa dupla, próximo ao semáforo. Ele continuou seu percurso indo para a linha de pedestres, não olhando o sinal verde brilhando. Os carros começavam a travessia, seguindo o trajeto. Ao ficar vermelho, o sinal da outra mão está aberto.

Um carro logo atrás, dobra a esquina em alta velocidade. Beomgyu não escuta a buzina e vai atravessar a rua. Meu único instinto é correr na direção do Park, minhas pernas doem, mas nesse momento não dou atenção. Apenas corro o mais rápido que posso, tudo ficando um borrão pelos meus olhos arderem.

Atravesso a rua em passos largos, elevando o timbre da voz ao gritar:

— Park Beomgyu!

Reunindo toda minha força, empurro seu corpo para longe. Aquele carro esguincha o freio, os pneus parando em um baque surdo. Nós dois colidimos contra o gramado do canteiro central, o impacto nos fazendo rolar. Minha cabeça lateja, me deixando levemente tonto. Cerro meus dentes quando tento levantar, meus músculos e ossos estão rígidos quando me movo para sentar no gramado úmido. Pisco várias vezes, meus olhos voltando ao foco. O carro parou meio retorcido no cruzamento, subindo um vapor da fumaça pela parada brusca.

Ao meu lado ouço um gemido de dor e viro meu pescoço para ver Beomgyu, escorado na grama, seu corpo se contorcendo e retraindo. Seu skate tinha parado alguns metros de distância. Ignorando a fisgada ao me esticar para ficar de pé, ando cambaleando até ele.

— Sou eu, Beomgyu — sussurro, a garganta seca.

Ele não parecia me ouvir, suas pálpebras estão fechadas e os lábios entreabertos.

Me aproximo, colocando meu dedo para sentir a pulsação no seu pulso. Eu podia escutar sua respiração fraca, seu peito subia e descia não muito devagar. Tiro os cabelos grudados em seu rosto e de novo ele geme, um soluço estalado escapando de sua boca. Quando analiso seu corpo, parecia tudo normal, se não fosse na maneira em como seu tornozelo estava posicionado.

Ergo a barra da calça e vislumbro seu tornozelo inchado e lesionado.

Beomgyu dessa vez não resmunga de dor, ele permaneceu inerte. Tento chamá-lo, tento animá-lo e ele continuava parado. Ele desmaiou e estou tremendo segurando seu corpo vulnerável.

— Por favor — balbucio. — Você vai ficar bem.

Pressiono meus lábios trêmulos, buscando não entrar em desespero.

— Meu deus! — uma voz feminina atrás de mim surge. — Eu... sinto muito — olho por cima dos ombros, uma mulher de estatura baixa, tampando a boca. Os olhos marejados e arregalados. Ela se ajoelha ao meu lado.

Não sei o que dizer.

— Fui eu que quase atropelei vocês. Eu não queria...

— Eu estou bem — digo, baixo. Meus olhos caem novamente para Beomgyu.

A mulher entende rapidamente. Ela maneia a cabeça.

— Eu vou chamar uma ambulância! 

Ela se levanta, saindo em disparada. Ao alcançar seu carro, alguém abre estendendo uma mão. Essa motorista não estava sozinha pelo visto. A pessoa que ficou no carro, tira a cabeça para fora e em seguida sai do veículo, fechando a porta. Uma garota aparece, entregando-a o celular. Eu não consegui desviar meus olhos nem por um segundo. Aquela garota fala alguma coisa para a mulher e depois seus olhos encontram os meus.

Estou conturbado. Estou aliviado.

Adiante de mim, vinha Lia.

-ˋˏ✄┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈

Como estão, taxistas??
O cap de hoje não foi
tão longo, mas foi emocionante!!
O que acharam?

PERGUNTA: Vocês preferem caps curtos e postados em um menor intervalo de tempo, ou caps mais longos e com uma maior demora de atualização?

Esperamos que vocês
tenham gostado!!
Respondam a perguntinha
para sabermos melhor a
preferência de vocês 💌

Por hoje foi isso, pessoal,
beijos das Whizzy 💙💛

Até a próxima~~

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