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"O fato de o mar estar calmo na superfície não significa que algo não esteja acontecendo nas profundezas."
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— É estranho estar aqui sem ela. — Elisa comentou.
O rei do fogo e a rainha do ar caminhavam lado a lado pelo grande jardim de rosas vermelhas. Eram as favoritas de Isadora, e consequentemente, se tornaram as favoritas de Mark, por isso Calcifer fazia questão de manter o jardim.
— Para mim então. — o rei riu sem humor. — Por que está aqui?
A mulher parou de andar e suspirou enquanto abraçava o próprio corpo.
— Eu estou preocupada com você, Calcifer. — encarou os olhos vermelhos do homem.
— Já faz tanto tempo, por que isso agora? — cruzou os braços.
— Eu não sei exatamente, estou com uma sensação ruim, como se algo fosse acontecer com todos nós, inclusive com você. — juntou as sobrancelhas. — Não se sente sozinho sem o Mark aqui?
— Eu estou bem, Elisa. — sorriu. — Não tem nada de errado acontecendo e Mark não passava tanto tempo comigo de qualquer forma.
— Minha intuição não mente. — voltou a caminhar. — Você e o Mark não se dão bem?
— Não é isso. — levou as mãos para trás do corpo. — Eu só não sou o melhor pai do mundo, e o tipo de pessoa que ele queira ficar do lado.
A expressão de Elisa mudou, parecia triste com o que ouvirá.
— Por que pensa assim? O que está acontecendo? — ela indagou.
Calcifer suspirou e parou na frente de uma fonte, era o local onde Isadora costumava passar o tempo lendo.
— Você não precisa se preocupar com isso. — se virou para a mulher. — Deveria cuidar dos seus filhos e do seu reino, Elisa.
— A sua família é tão querida quanto as outras, Calcifer. Eu e Isadora eramos...
— Sim, vocês eram grandes amigas. — o rei suspirou pesadamente.
E quando o fez acabou erguendo o olhar encontrando a feição de Morgana que estava escondida entre as rosas. A bruxa sorriu de lado enquanto a energia verde começava a sair da ponta de seus dedos. Calcifer engoliu seco voltando a encarar Elisa, que o observava com uma feição triste.
Ele não poderia permitir que Morgana a machucasse.
— É melhor você ir agora. — ditou. — Está ficando tarde.
A rainha juntou as mãos na frente do corpo e concordou.
— Se cuide, Calcifer. Se precisar de algo pode ir até o reino do ar. — a menor se curvou e saiu do jardim.
O rei do fogo cruzou os braços e fechou os olhos com força. Que Isadora e Elisa o perdoasse.
ℒℴνℯ
Donghyuck estremeceu assim que pôs os pés descalços para fora do castelo. Ainda era cedo, a maioria dos garotos ainda dormiam. O ar estava gelado, no céu continha algumas nuvens carregadas, o tempo havia virado durante a madrugada.
Estava lá fora a procura de Mark que, segundo o professor, tinha acordado bem cedo e, juntamente com o diário da rainha do fogo, foi para o jardim.
Ficou preocupado com o príncipe, pois sabia que Mark ainda estava sentido com o presente que recebeu.
Ajeitou a mantinha verde que o protegia da manhã fria, e caminhou em passos preguiçosos até o mais velho que estava sentado de frente para a floresta.
— Mark? — chamou baixinho, para não o assustar. — Você está bem?
— Estou sim. — viu o maior fechar o diário e desviar o olhar para si.
Pelo menos, ele não estava chorando.
Donghyuck se sentou ao seu lado e sorriu. Mark suspirou de forma pesada e voltar a observar a floresta extensa.
— Ela era uma mulher sonhadora. — comentou. — Queria muito me ter, ela me amava muito, Dong. — voltou a encarar o moreno que já o observava. — E diferente do meu pai, a minha mãe não se importava com essa profecia, ela não se importava se eu seria o coroado ou não. Mamãe só queria que eu fosse feliz e amado...
Desviou o olhar para o diário e passou a mão mais uma vez na capa. Seu peito doía, queria muito que a mulher estivesse viva, quem sabe Mark não se sentisse tão sozinho no reino do fogo.
Donghyuck suspirou ao ver Mark daquela forma. Levou a sua mão até a do maior, que estava em cima do livro, e a acariciou.
Mark voltou a olhar para si, agora com a ponta das orelhas vermelhas.
Por mais que Donghyuck não soubesse o que dizer, era muito importante que ele estivesse ao seu lado naquele momento. Mark sempre teve que lidar com tudo sozinho, e isso fazia com que ele se sentisse uma bagunça. Mas ali, com Donghyuck ao seu lado, sentindo o seu calor, ele sabia que não estava mais só.
Continuaram observando um ao outro, com os olhares conectados e os sorrisos tranquilos, como se aquilo acontecesse todos os dias, como se aquelas ações fossem naturais e rotineiras para eles.
Em transe, o príncipe do ar levou a sua outra mão até a nuca do príncipe do fogo. Assim, trazendo-o para mais perto até que seus lábios se colidissem uns com os outros.
O beijo foi profundo, a primeira batida dos corações assim que as bocas entraram em contato foi forte, as borboletas na barriga dançaram apaixonadamente.
Mark levou suas mãos até a cintura do menor, puxando-o para mais perto de si, desejando mais de seu calor. Já Donghyuck, só conseguia se concentrar nos lábios macios do maior, em como fazia tempo que queria beijar-lhe.
O beijo foi cessado por conta da respiração, mas os rostos continuaram próximos um do outro, os olhos ainda conectados e os lábios quase se encontrando novamente.
Donghyuck moveu a mão, que estava na nuca do outro, até a bochecha de maçãs marcadas e acariciou o local. Mark quase derreteu assim que percebeu o olhar tão carinhoso sobre si, o jeito que o moreno sorria, de forma gentil, e em como pareciam um só.
— Eu não posso dizer que vai ficar tudo bem...— Donghyuck começou, com a voz baixa e doce. — Infelizmente, eu não tenho esse poder. — deixou um selar rápido nos lábios do príncipe. — Mas eu posso cuidar de você, ficar ao seu lado e te ajudar quando precisar.
— Por que? — Mark sussurrou sentindo um nó em sua garganta.
— Porque eu gosto de você, alteza. — subiu a mão para os fios de Mark. — Desde o momento em que coloquei meus olhos em ti. — fechou os olhos e suspirou quando Mark segurou com mais força sua cintura.
— Você vai me deixar um dia...— abaixou o olhar.
— Não. — Donghyuck ditou levando a mão até o queixo de Mark. — Você vai. Quando estiver pronto, mas até lá, eu não vou soltar a sua mão.
Mark não conseguiu mais impedir que as lágrimas escorressem por suas bochechas.
— Você não é um problema, Mark. — Donghyuck voltou a dizer. — A sua mãe tem razão, você merece ser feliz e amado. Então, me deixe fazer isso...
Assim que encerrou sua fala, voltou a juntar as bocas em um beijo que dizia muito mais coisas, eram muitas outras declarações, eram muitos outros adjetivos que ele tinha para Mark.
O beijo era salgado, graças as lágrimas do príncipe, que já haviam encerrado. Agora, a única coisa da qual tinha a sua atenção eram os lábios saborosos de Donghyuck e seu carinho.
O deitou na grama, sentindo os braços do moreno contornarem seu pescoço. Um suspiro foi ouvido, assim que apertou com mais firmeza sua cintura. Sim, ele permitiria que aquele príncipe de outro reino cuidasse de si, que o guiasse e o colocasse em seu devido lugar.
Encerrou o beijo, mas não impediu a si mesmo de beijar a testa do mais novo e logo depois suas bochechas fofas. Donghyuck sorriu, havia uma chama em seu peito. Sem dúvida, o melhor conceito para o elemento fogo era o amor.
— Que sorrisinho é esse, príncipe do ar? — Mark indagou divertido.
— Você me deixa com calor, príncipe do fogo. — sussurrou em segredo fazendo as bochechas de Mark ganharem uma coloração avermelhada.
Donghyuck gargalhou ao ver a cena, Mark era adorável.
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Ao mesmo tempo em que eu quero um romance boiola, eu não quero um romance boiola.
Elisa é uma amiga que eu gostaria de ter, intuitiva e compreensiva.