ALEXANDRE FERRARI II

Oleh EscritoraMarySousa

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NOVA CONTA!⚠️ OBRA COMPLETA!📖 LIVRO II da série FERRARI💙 * O advogado trabalhista, Alexandre Ferrari, vive... Lebih Banyak

COMUNICADO!
C.1 - Erguer-se
C.2 - Flashes de você
C.3 - Recognição
C.4 - Seu primeiro olhar
C.5 - Seu primeiro olhar II
C.6 - Seu primeiro olhar III
C.7 - Rever-te
C.8 - Não fuja
C.9 - Não fuja II
C.10 - Não fuja III
C.11 - Siga
C.12 - Ao acaso
C.13 - Ao acaso II
C.14 - Ocorridos
C.15 - Engano
C.16 - Engano II
C.17 - Engano III
C.18 - Encontro
C.19 - Jantar
C.20 - Como a primeira vez
C.21 - Como a primeira vez II
C.22 - Mistério
C.23 - Príncipe ou Sapo?
C.24 - Aflição
C.25 - Aflição II
C.26 - Aflição III
C.27 - Outra Chance
C.28 - Prosseguir
C.29 - Sim e Socorro
C.30 - Socorro e Resgate
C.31 - Partilhar
C.32 - Partilhar II
C. 33 - Sem parar
C. 34 - Protetor
C.35 - Inocente ou Culpado?
C. 36 - Atento
C. 38 - *Bônus* Redescobrir e descobrir
C.39 - Descobrir
C.40 - Descobrir II
C. 41 - Recluso
C. 42 - Recluso II
C. 43 - Liberto
C. 44 - Liberto II
C.45 - Sem estrutura
C. 46 - Caos
C. 47 - Caos II
C. 48 - Panos limpos
C.49 - Sem trégua
C.50 - Sem trégua II
C.51 - Sem trégua III
C.52 - Sem trégua IV
C.53 - Sem trégua V
C.54 - Sem trégua VI
C.55 - Um minuto de paz, por favor
C.56 - Um minuto de paz, por favor II
C.57 - Respirar
C.58 - Respirar II
C.59 - Sem respirar
C.60 - Sem respirar II
C.61 - Sem respirar III
C.62 - Sem respirar IV
C.63 - Sem respirar V
C.64 - Sem respirar VI
C.65 - Sem respirar VII
C.66 - Amor: do tipo que destrói
C.67 - BÔNUS - Amor: do tipo que destrói II
C.68 - BÔNUS - Amor: do tipo que destrói III
C.69 - BÔNUS - Amor: do tipo que destrói IV
C.70 - Risco iminente
C.71 - Risco iminente II
C.72 - Risco iminente III
C.73 - Na beira do penhasco
C.74 - Na beira do penhasco II
C.75 - Na beira do penhasco III
C.76 - Minha Estrelinha
C.77 - Minha Estrelinha II
C.78 - Minha motivação
C.79 - Meu destino?
C.80 - Até bem logo?
C.81 - BÔNUS - Do lado de cá
C.82 - BÔNUS - Do lado de cá II
C.83 - Do meu lado
C.84 - Do seu lado
C.85 - Sempre ao seu lado
C.86 - Planos
C.87 - Planos II
C.88 - Planos III
C.89 - Nosso Para Sempre!
C.90 - Nossa vida a cinco
AVISO - LIVRO SELENA

C. 37 - Atento II

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Oleh EscritoraMarySousa

ALEXANDRE

Assim que fui informado que Selena fez o imenso favor de sair e levar Ísis para uma praia aberta, senti vontade de ir lá e quebrar o pescoço dela, pois passo cada segundo do dia preocupado em como cercar todas as possibilidades de ataque à loira, receoso com quem possa estar a cercando e a minha irmã a joga no meio de um espaço público, aberto e com vigília distante. Ótimo!

Nunca pensei que fosse virar um Apolo da vida com a loucura por segurança, talvez seja castigo por ter julgado tanto o ogro da família. Mas, após surgir a possibilidade de que os infelizes que atacaram no Bretonne possam ser associados à Sanchez, não consigo nem respirar direito sem ter a certeza de que todo o esquema de segurança está alinhado.

Estava prestes a ligar para a escolta e mandar arrastarem as duas para uma das casas de praia, mas Saulo me liga antes.

-Diz, pirralho. - atendo

-Acabei de saber de Selena e Ísis. - ele diz, mas noto que está com tom leve.

-Selena merece uns 20 dias na dispensa por isso! - digo impaciente.

-Ela merece bem mais dias por bem mais coisas, meu irmão. - ele diz

-Prefiro nem saber, Saulo. - digo e ele sorri - Vou mandar Décio levar as duas para a casa de praia grande, que é mais próxima.

-Não faça isso… - ele pede

-Saulo, você está ciente de toda a situação, então entende que não posso arriscar, ainda mais com as duas juntas. - digo passando a mão no rosto irritado, só de imaginar algo acontecendo com uma delas.

-Selena sabe se cuidar e proteger bem, sabe disso.

-Eu sei, mas quando algo acontece, nunca é coisa pequena e estamos todos longe. - digo e ele fica em silêncio por alguns segundos.

-Concordo com você… - ele diz - Mas, Alexandre…

-Sim?

-Ela só quer se divertir um pouco, sair da pressão e sempre que ela consegue fazer, nós tiramos isso dela. Não tire hoje novamente. - ele pede e então respiro fundo, sabendo que é verdade e me bate um peso por minha irmã.

-Sei que ela se sente presa… - respondo

-Então vamos dar essa tarde de fôlego, elas têm duas escoltas as vigiando, segurança não falta e se algo acontecer, seremos informados no mesmo minuto. - ele diz e então penso um pouco.

-Tudo bem.

-Só "tudo bem"?

-Vou dar um jeito de passar lá para vê-las.

-Sabia! - ele diz sorrindo - Confesso que só não vou, porque tenho reuniões que são inadiáveis.

-Também tenho alguns compromissos, mas consigo adiar a maioria.

-Certo. Vou voltar para o trabalho. Qualquer coisa, já sabe.

-Sei sim, pirralho. - respondo e então encerro a ligação com meu irmão e já vejo na tela do celular as notificações silenciadas de Renata que insistem em cair há dias, mas não a respondo e estava prestes a permanecer assim, só que eu realmente precisava dar um basta em algumas coisas e então a respondi, pedindo que avisasse quando saísse da agência.

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Nesse momento, estou dirigindo de volta para a Sede para analisar a documentação de um caso importante que assumi recentemente, mas minhas cabeças estão inteiras na porra daquele biquíni verde minúsculo que Ísis está usando, meu verdadeiro atestado de óbito! Caralho! Eu sabia que ela e Selena juntas iriam me enlouquecer, mas nunca pensei que fosse começar tão cedo assim!

Depois de bons minutos, chego até a entrada da Sede, já trocando mensagens com Décio para me informar de tudo sobre as duas por lá, e entro na empresa. Subo para o meu andar e Laura já está me aguardando com a papelada, que, para o meu total desprazer, é imensa. Mas é algo que eu já imaginava, pois caso patrão-empregado, rolando há anos na justiça, envolvendo uma quantia alta e até agora sem resolução, com certeza daria mais trabalho que o convencional e carregaria muitas informações, então estou sendo contratado para pôr um ponto final para o meu cliente e claro que vou fazer isso.

Começo a destrinchar os documentos e já vou pensando nas estratégias viáveis.

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Fiquei tão concentrado na papelada que quando notei que já era quase fim de expediente e só parei porque recebi uma ligação de Elias, um dos seguranças da mansão, que fez o grande favor de ir buscar a câmera de Ísis para mim e já está com ela na casa. Então recolhi a documentação, que levarei para meu apartamento para terminar de analisar, já que ainda faltam algumas partes, peguei meu terno, chaves e saí do escritório.

-Já está de saída, Doutor? – perguntou Laura ao me ver passar.

-Sim, Laura e estou levando a documentação do caso para terminar de analisar em casa.

-Certo, Doutor. – ela diz – Décio ainda não chegou para a sua escolta. – completa me avisando.

-Ele não vem hoje. – respondo e já tirando o celular do bolso e mandando mensagem para ele, para saber das duas.

-E por que não? – pergunta e a encaro – Sem querer ser intrometida, claro, Doutor. – já se explica meio constrangida e então sorrio.

-Sem problemas. Ele está fazendo a escolta de Ísis para mim. – digo e então ela assente e noto uma expressão de alívio no seu semblante que me diz que em algum momento terei que ter uma conversa com o careca. – Bom, até amanhã, Laura e não trabalhe até mais tarde, porque eu não vou pagar hora extra! – falo em tom divertido e então ela sorri

-E eu já estava começando a ficar animada, Doutor... – responde balançando a cabeça e então entro no elevador e saio de vez da Sede.

Começo a dirigir mais atento até a mansão, por estar com a escolta reduzida, mas tudo segue normal até lá e assim que atravesso os portões, Décio avisa que elas já estão se organizando para sair da praia. Então desço do carro com os documentos que vou começar a revisar por aqui, para não levar trabalho quando estiver com a loira, e Elias já vem na minha direção com a câmera em mãos, antes mesmo que eu busque por ela.

-Aqui senhor. – diz me entregando o equipamento

-Obrigado, Elias. Houve alguma dificuldade para recuperar?

-Não, senhor. Mas ele perguntou pela moça.

-Melhor que eu nem saiba para não correr o risco de fazer uma besteira, Elias. – digo e então ele assente. Agradeço mais uma vez e ele sai e volta para a sua posição dentro do esquema de segurança da casa. Comecei a andar em direção a entrada e mandei uma mensagem para a loira já avisando como estou desejando vê-la assim que chegar ao apartamento e só de pensar meu pau já dói de vontade! Calma amigo, nós vamos matar toda essa bendita vontade mais tarde e como vamos...

Estava prestes a guardar o celular no bolso, mas antes disso ele começou a tocar ainda na minha mão e meu pau rapidamente morreu com o nome que vi na tela, assim como a vontade que eu tinha de atender, mas dessa vez é necessário.

-Alô?

-Onde você está? – pergunta com uma voz animada demais para o meu gosto.

-Na mansão. Já saiu do seu trabalho?

-Sim e por obra do destino estou bem próxima da mansão, já estou chegando aí. – diz

-Eu não acho que seja... – começo a falar e ela simplesmente desliga na minha cara. Ah infeliz!

Enfio o celular no bolso já ficando irritado e alguns segundos depois vejo o farol do carro brilhando nas grades da entrada que, claro, ela não consegue entrar, porque está proibida, mas autorizo a abertura dos portões e já deixo claro para a segurança que será apenas essa vez. Ela entra com o carro e ainda faz questão de estacioná-lo na garagem da família, é cada foda sem gozar mesmo!

Assim que desce, caminha na minha direção com um sorriso que me dá nojo e tenta se aproximar mais que o necessário, mas não permito.

-Não vai me cumprimentar? – pergunta

-Não, eu a chamei apenas para falar o que preciso e nada além disso. – digo e então ela franze o cenho, já desfazendo o sorriso que trazia.

-Tudo bem, então vamos entrar para conversar. – fala já no intuito de caminhar em direção à entrada da casa.

-Não é necessário. – digo firme e ela para

-E vamos conversar aqui? Em pé? – pergunta olhando em volta

-É rápido, não se preocupe...

-Vamos ao menos sentar na mesa do jardim – ela diz e permaneço parado, pedindo para o meu controle permanecer assim, aqui comigo. – Por favor?! – pede

-Que seja. – digo e então caminhamos até lá e sento do lado oposto ao dela, colocando as coisas que carregava sob a mesa e a encarando.

-Fiquei feliz com sua mens...

-Vou ser bem direto com você, Renata. – a corto, falando em um tom mais duro que o habitual e ela me encara surpresa – Você foi baixa ao ponto de usar a morte de uma criança para tentar se meter entre Ísis e eu, mas não funcionou...

-Eu só falei a verdade...

-Cala a boca! – digo firme e ela arregala os olhos para mim

-Alexandre...

-Hoje você não vai falar porra nenhuma, vai apenas ficar sentada aí e ouvir tudo o que vou dizer e acho bom que preste bastante atenção. – falo e ela permanece me encarando, parecendo assustada ou magoada ou sei lá que porra está, mas não me importo também - Tentou culpar Ísis por algo que ela nunca teve responsabilidade e ainda foi covarde ao ponto de usar a morte do meu filho como uma maldita arma em mais um dos seus jogos doentes... a morte dele, Renata... – digo indignado a encarando por alguns segundos – Eu aguentei todo o fardo sozinho durante esses anos, aguentei todas as suas loucuras, tudo o que fez contra mim e ainda assumi responsabilidades que não eram minhas, mas até aí tudo continuaria bem, porque você estava fodendo apenas com a minha vida, mas agora... ahhh agora, você mexeu onde não devia!

-Alexandre, eu...

-Eu mandei calar a boca! – falei mais alto e então ela se encolheu um pouco do outro lado – Ísis é intocável para mim e eu não vou permitir que ninguém tente nada contra ela, porque caso isso aconteça, eu passo por cima de qualquer um e mando para a porra do inferno se for necessário, e isso inclui você! Então, vai viver a sua vida e fique bem longe dela, porque eu garanto que se eu ao menos desconfiar que está tentando qualquer mínimo passo em direção a ela novamente, você vai conhecer um lado meu que se arrependerá de ter provocado. – digo e nesse momento um carro entra na casa e reconheço ser o de Saulo que vai dirigindo até o estacionamento. – A partir de hoje, você não terá mais nenhum contato comigo, está permanentemente bloqueada em todos os meus meios de comunicação. As consultas, o psicólogo e os medicamentos que eu arquei para você durante esses anos agora são sua responsabilidade, afinal você tem condições de sobra para se manter. Sua entrada está proibida em todas as residências de todos os membros da família, assim como em todos os escritórios da franquia Ferrari e nem preciso falar da Sede, então é bom já ir buscando advogados de outras empresas para representá-la. – falo e ela me encara estarrecida e com olhos lacrimejantes que não me comovem em nada – A única coisa que ainda continuarei mantendo, serão os cuidados com seus pais na casa de campo e isso em nada envolve você, já que todas as iniciativas fui eu que tomei e me comprometi, e continuarei assim, porque eles são boas pessoas que merecem todo o aparato no estado em que se encontram. - completei respirando fundo - Você entendeu tudo? Acho bom que sim!

-Você prometeu não me abandonar...

-E eu cumpri com minha promessa por todo esse tempo, eu fiz muito por você, mais do que você merecia, na verdade.

-Mais do que a mãe do seu filho merecia?

-Não ouse usar isso contra mim! – digo puto, apontando o dedo para ela que deixa algumas lágrimas caírem – Não mais... Não tente falar como se você se importasse com ele, quando tudo o que fez, desde o início foi tentar se livrar dele com seu descontrole, ameaças, medicamentos, álcool e tudo mais que me fazia quase surtar para tentar proteger ele de você e eu fiz isso até onde pude...

-Mas falhou no momento em que ele mais precisou...

-Sim, Renata, eu falhei! Eu fiz exatamente o que você precisava que eu fizesse para que conseguisse jogar tudo nas minhas costas e me culpar, porque era isso o que você queria, desde o início, então tudo bem, você venceu, eu falhei quando ele precisou de mim, eu assumo isso!

-Não fale como se eu também não o quisesse, era parte de mim...

-Parte de você que tentava matar a todo custo!

-Não foi bem assim...

-Não? E os remédios que não deixei que tomasse? E as várias garrafas de álcool que tive que retirar da sua casa, porque não parava de beber? E o seu descontrole exacerbado que fazia questão de mostrar a cada cinco minutos? E as ameaças de se livrar dele que fazia para mim? E as queixas de que ele estragaria sua vida? Você não o quis em momento algum!

-Eu não estava bem naquele período, sabe disso.

-Eu sei, mas eu também sei que paguei os melhores tratamentos e acompanhamentos para você e nem fazer questão de ir às consultas você queria, eu tinha que obrigar, literalmente, até no dia em que eu quis internar você e simplesmente cortou meu braço com uma faca, enquanto eu estava de costas ao telefone, porque ficou com raiva. Lembra disso?! Ou será que só lembra do grande mal que eu causei à sua vida? – perguntei e ela se manteve calada – Eu não sou perfeito e sei que posso ter sim causado mal a você, mas também tenho a certeza que fiz muito mais coisas boas, para ajudá-la, enquanto a sua missão foi tornar minha vida um inferno. – falei e nesse momento Saulo passou andando a alguns metros e fazendo uma careta ao me ver conversando com Renata. – Mas agora acabou. Fique longe de Ísis, de mim e da minha família como um todo. Tome esse aviso como uma generosidade da minha parte, porque é o último, eu garanto!

-Alexandre, por favor... – começou a pedir e então meu celular começou a vibrar no bolso.

-Ah, e mais uma coisa, se por acaso forjar mais uma notícia envolvendo o meu nome e o seu na mesma frase dentro daqueles malditos sites, eu processo você e cada veículo que publicar a porra da sua mentira! – digo já pegando o aparelho no bolso e o que vejo na tela faz meu sangue gelar.

-Eu... – ela começa a falar.

-SAULO!!! – grito já levantando de uma vez e meu irmão que ainda estava entrando me olhou imediatamente e já entendeu o que estava acontecendo, começando a andar a passos largos comigo até a mala de um dos carros da segurança. Então comecei a me equipar com a maior velocidade que pude e Saulo mandou o alerta para todos os membros da família e da segurança, que já começavam a se movimentar ao nosso redor, enquanto eu colocava o pente na arma e acompanhava a localização de Décio pelo rastreador do celular. Eu fazia absolutamente tudo no automático, pensando apenas nela, minha cabeça estava nela, enquanto Saulo gritava com os seguranças que já entravam em posições e colocava seu colete, enquanto também atendia Apolo que ligou imediatamente e falava no viva-voz, mas eu pouco o escutava, meu peito estava apertado de raiva e de medo... que porra! De novo não!

-Alexandre, se mantenha calmo. – Apolo pede pela ligação e então respiro fundo retomando o controle para mim.

-Não se preocupe, eu estou bem, mas alguém não vai ficar! – respondo de modo frio e seguro, e Saulo me encara.

Então, poucos segundos depois terminamos de nos equipar e já começamos a sair junto com parte da segurança.

-Fechem os portões e isolem o perímetro da casa. Ninguém entra e ninguém sai, até segunda ordem! – digo e Saulo aponta na direção de Renata que está em pé no jardim olhando na nossa direção. – Ela sai quando liberarmos os portões. – respondo e então saímos praticamente voando ao lado da segurança que se virava para nos acompanhar, já sabendo que encontraríamos Apolo no meio do caminho...

Giro a mão no acelerador como se minha vida dependesse disso, porque eu sei que depende. Nada pode acontecer com ela! Nada!

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ÍSIS

Minhas mãos já levemente trêmulas alcançam a fivela metálica do cinto e encaixam até escutar o “blip” de quando estava presa e então olho ao redor, notando que a escolta de trás não está mais nos acompanhando.

-Décio, onde está a escolta? – pergunto e ele se mantém em silêncio, enquanto dirige em alta velocidade. – Décio! – chamo sua atenção.

-Eles tiveram o veículo comprometido, senhorita. – responde

-Comprometido? Por quem? O que está realmente acontecendo? – pergunto tudo de uma vez já nervosa e ele suspira.

-Estamos sendo perseguidos e eu preciso que fique o mais calma que puder. – diz e começa a responder algo pelo seu comunicador e então começo a olhar para trás, quando ouço o barulho de alguns carros se aproximando, mas já não consigo ver muita coisa, pois é início de noite e a desertidão de onde estamos não ajuda.

-Quem está nos perseguindo? – pergunto e então no segundo seguinte meu corpo é jogado para frente e firmado apenas pelo cinto, quando um impacto forte atinge a traseira e o carro cambaleia levemente pela pista, mas Décio mantém o controle.

-Eles! – responde e então olho para trás e vejo um carro tentando se aproximar com faróis baixos e mais um tentando alcançar nossa lateral, enquanto meu coração já está saindo pela boca. Décio começa a gritar algo pelo comunicador e então vejo quando dois dos seguranças da escolta da frente começam a disparar contra os carros que nos perseguem e eles recuam um pouco. Mas logo em seguida, mais uma colisão na parte de trás da lateral bem ao meu lado ocorre e grito alto com o susto, o medo e o impacto, que faz o carro inteiro chacoalhar e invadir a contramão, mas logo Décio consegue se recompor – Cobertura e distração! Repito: cobertura e distração! – Décio fala praticamente gritando e então a escolta da frente desacelera um pouco, invadindo a contramão e começa a atirar com mais intensidade contra os carros, onde alguns homens começam revidar os disparos e ainda tenho o cuidado de me abaixar, colocando a cabeça abaixo do vidro, mesmo com Décio avisando que o carro é blindado, meu medo e desespero são maiores.

Então sinto Décio acelerar ainda mais com o carro, enquanto a escolta e os dois carros ficam um pouco mais distantes, assim como os barulhos dos disparos.

-Aguenta, mais um pouco! – Décio diz pelo comunicador e então ponho a mão no peito, na tentativa de acalmar meu coração desesperado e começo a me acalentar, enquanto repito mentalmente “Ele vai chegar. Ele vai chegar. Ele vai chegar” – Senhorita, é bom se segurar! – Décio fala e só compreendo quando ele reduz um pouco e simplesmente jogar o carro para fora da pista, invadindo uma zona deserta de vegetação baixa ao lado da estrada e apagando os faróis, enquanto o carro praticamente pula pelo terreno acidentado e ele ainda percorre bons metros, até que para o carro e o desliga, pedindo para que eu fizesse silencio total.

Então me reorganizo no banco e tiro os fios do meu cabelo do rosto, já olhando em direção à pista que agora está bem distante de nós. O silêncio está tão grande que a única coisa que ouço é o barulho da minha respiração ainda desesperada e alguns segundos depois, de longe, um dos carros passa em alta velocidade pela pista, sem nos ver.

-Onde estão os outros? – pergunta para Décio que está com a mão no comunicador, ouvindo algo.
-A escolta conseguiu parar um dos carros deles e agora estão em trocas de tiros na estrada e o outro carro que nos procurava passou direto sem nos ver, senhorita.

-E agora? O que faremos? – pergunto

-Esperaremos. – ele afirma na maior calma do mundo, enquanto eu estou a beira de um infarto.

-Acha que eles podem nos achar novamente? – pergunto e então um celular começa a vibrar

-Sinceramente, espero que não, senhorita. – ele diz e atende o celular – Senhor? – ele pergunta e começa a ouvir outra pessoa – Estamos parados há metros da estrada. Um deles ficou em confronto com a escolta e o outro passou direto sem nos ver. Eu arriscaria dizer que há uma média de três homens em cada veículo, senhor Apolo. – Décio fala e respiro fundo no banco, por saber que já estão vindo e ele também, eu sei que ele também está vindo. – Entendido... Sim, senhor. – diz Décio falando com ele e então olho de longe, bem distante ao lado de onde estamos, duas luzes se movimentando. São faróis.

-Décio! – chamo sua atenção e então ele olha na direção que indico.

-Senhor, está a que distância daqui? – pergunta Décio para Apolo no celular e por um segundo meu coração se acalma com possibilidade de poder ser algum deles. – Ok! – ele responde já apressado, descendo do carro e abrindo a porta para mim, que tiro o cinto e desço.

-É alguém da segurança ou da família? – pergunto, enquanto Décio caminha com pressa até o porta-malas.

-Não. São os homens que estavam nos perseguindo e eles vão nos achar, senhorita. – ele diz já abrindo uma mala no carro e pegando uma arma maior.

-Por que saímos do carro? O que vamos fazer? Fugir? – pergunto tudo de uma vez e vejo os faróis já mais próximos.

-A senhorita, vai. – ele diz pendurando algo pequeno na alça do meu vestido

-O quê??? Vou ficar sozinha?

-Ouça, não temos tempo. Quero que a senhorita corra, corra muito, o quanto puder e por mais que pareça arriscado, é a saída mais segura. Coloquei um rastreador, então não estará perdida, vamos encontra-la onde estiver. Agora vá. – ele diz encaixando as partes da arma.

-Décio... – começo a falar com medo

-Vá! – ele exige e vejo os faróis mais próximos ainda e então viro as costas e faço o que ele disse. Começo a correr o mais rápido que posso, afundando os pés no matagal sem enxergar muita coisa e então ouço os tiros começarem atrás de mim e corro mais ainda, de modo desesperado, me afastando o máximo que posso. Mesmo com meu corpo já começando a ficar cansado e a respiração desregulada, forço minhas pernas a correrem, enquanto sinto algumas fisgadas nas pernas por causa do mato que se choca sem dó. Quando não aguento mais, continuo andando e enxergando muito pouca coisa, com meu corpo já suado, meu cabelo grudando no pescoço, minha respiração ofegante e alta, e a garganta seca. Então olho para trás e já não consigo mais ver o local onde Décio ficou com o outro carro que chegava, acredito que tomei uma boa distância, mas não paro de andar por isso, apenas estico a mão para ir tateando o que está a minha frente, até que encosto em algo que identifico ser o tronco de uma árvore e vou me apoiando nela para continuar a andar, mas então sinto uma elevação no solo e redução da vegetação nos meus pés. Dou mais alguns passos e então percebo que é uma estrada, uma estrada de terra. Forço o olhar para tentar enxergar algo, mas é em vão, já está muito escuro, mas então ouço de longe o barulho de um motor se aproximando e viro na direção do som, já vendo os faróis de longe. Então penso poder ser a segurança, ou Alexandre, mas também há a possibilidade de que não seja, então recuo alguns passos, até chegar de volta na árvore e me mantenho escondida atrás dela. Fico vendo o farol se aproximar e iluminar o local e então cerro os olhos para tentar identificar algo ou alguém, mas quando se aproximam mais, noto que o carro não é nem de longe parecido com os padrões usados pela família pela segurança e então meu coração dispara de medo mais uma vez.

Me agacho, me escondendo mais e quanto mais eles se aproximam de onde estou, mais devagar parecem vir. Então coloco a mão na boca, para evitar qualquer mínimo barulho indesejado e fico com o coração na garganta, quando o carro simplesmente para já bem próximo e então ouço uma porta sendo aberta. Merda! Fico simplesmente imóvel e quieta, enquanto ouço passos próximos sendo evidenciados pelo barulho do mato sendo pisado e a pessoa continua a andar, com o barulho vindo cada vez mais na minha direção e o meu medo apenas crescendo. “Ele vai chegar. Ele vai chegar. Ele vai chegar”, comecei a repetir mentalmente mais uma vez e então os passos pararam, simplesmente pararam e o silêncio era preenchido apenas pelo motor do carro ligado na estrada. Tomei um pouco de coragem e movi levemente minha cabeça para o lado para tentar ver algo além do tronco da árvore onde me escondia e assim que fiz isso, enxerguei apenas a vegetação iluminada pelo farol, mas, no segundo seguinte, uma mão apertou meu braço do outro lado e me ergueu com força, o que me fez gritar de susto.

-Achei a boneca! – diz a voz masculina abafada pelo pano que está enrolado no rosto, enquanto começa a me arrastar.

-Me solta! – falei tentando tirar a mão dele de mim, mas foi em vão.

-Se comporta, senão vai ser machucada mais que o necessário! – ele diz já me arrastando até a estrada e então começo a resistir, cravando meus pés no chão e colocando força para se livrar dele. – Que vagabunda teimosa! – ele xinga agora começando a me puxar com as duas mãos e, apesar de ser aparentemente magro, tem muita força.

-Está com dificuldade para arrastar uma mulher, porra? – outra voz grita vinda do carro

-Me larga! – digo colocando toda a força que consigo e minha pele ainda um pouco suada desliza das suas mãos e me equilibro do impulso já começando a correr na direção oposta a dele.

-Mas que desgraçada! – xinga correndo atrás de mim e já estava bem perto de me pegar novamente, quando de repente uma moto surge do matagal invadindo a estrada com tudo e acedendo os faróis de uma vez, freando exatamente ao meu lado, o que me faz literalmente cair de bunda no chão com o susto e rastejar para trás já temendo quem seja o homem grande na moto preta e vestido com alguns equipamentos também todos pretos, assim como capacete, que saca uma arma e atira na perna do homem que me perseguia e também efetua dois disparos nos pneus do carro em que o outro está. Nesse mesmo segundo, mais uma moto invade a estrada e para exatamente ao lado do carro, já cercando o outro homem.

Olho para frente e vejo a moto grande que está equilibrada por pernas fortes e longas e então vou subindo o olhar até chegar no capacete escuro que não me dá visão alguma do rosto da pessoa e nesse momento, ele vira na minha direção e estende a mão coberta por uma espécie de luva preta para mim. A encaro por alguns segundos e apesar de estar desconfiada, não nego, não sinto medo, afinal, seja quem for, acabou de me salvar. Coloco minha mão sob a dele, que segura de modo firme e me puxa até que eu fique em pé novamente e então faz um sinal com a mão para que eu suba na garupa da moto e assim faço, pois eu só queria me afastar dalí e daquelas pessoas. Então me acomodei no banco e organizei como pude o vestido para me expor o mínimo possível, mas era quase inevitável pela posição em que eu ficava na moto. Ele deu a partida e coloquei timidamente uma das minhas mãos apoiadas no seu peitoral para me segurar e vi apenas quando ele fez um sinal com a mão para o outro motoqueiro que rendia o homem do carro e apenas assentiu, antes dele acelerar a moto com tudo pela estrada de terra, me obrigando a segurar com as duas mãos.

Economizar na velocidade? De jeito nenhum! Eu me segurava firme, enquanto ele pilotava rápido e deixava o rastro de poeira atrás de nós, o que mudou, quando finalmente chegamos até a pista de asfalto, onde ele manteve a velocidade e não demorou muito para que chegássemos até o local onde haviam alguns carros parados, e um homem rendido e ele fez questão de frear bruscamente, fazendo com que o meu corpo se chocasse inteiro nas suas costas e então, nesse momento, um cheiro inconfundível veio com tudo nas minhas narinas, esse cheiro eu reconheço bem... é ele!

Então desço da moto e dou um passo para ficar na sua frente, mas antes que eu consiga falar algo, alguém chega.

-Que bom que está bem. A tiraremos daqui. – diz Apolo se aproximando e também está equipado. – Todos foram rendidos. Saulo está falando com dois na estrada, vamos até lá. – ele completa falando com o homem da moto que assente – Venha Ísis. – diz Apolo já fazendo sinal para a segurança e caminhando na direção de um dos carros, então volto a olhar para o homem da moto que também está olhando na minha direção.

-Alexandre? – pergunto o encarando, mas não obtenho uma resposta, ele apenas pega minha mão e acaricia de leve minha pele por baixo da sua luva. – É você... você chegou. – digo sorrindo levemente.

-Ísis! – Apolo me chama e o vejo segurando a porta do carro, então olho de volta na direção de Alexandre e ele apenas faz um sinal com a cabeça me mandando ir na direção do irmão. Então aperto levemente sua mão, assinto e me afasto, já andando na direção do carro e entrando no banco de trás. Alexandre não disse uma só palavra, mas também não precisava dizer, ele chegou, ele estava alí e sei que mais tarde também chegará e o esperarei, com o peito apertado de preocupação, mas esperarei. Relaxo meu corpo no banco e então parece que há um peso de mil quilos sob minha cabeça e meu corpo, um cansaço não só físico, mas mental... a verdade é que estou bem abalada emocionalmente ainda e o meu coração acelerado confirma isso, uma vontade imensa de me recolher e chorar bate agora, mas me controlo. Tudo o que eu queria de verdade era só ele aqui, sem sair de perto, até que eu me acalmasse, eu só queria sentir ele por perto, mas vou ter que esperar um pouco para isso.

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Depois de bons minutos, o carro para juntamente com toda a escolta e me surpreendo ao notar que estou na mansão dos seus pais e não no apartamento de Alexandre ou na minha casa. Então desço com a ajuda de um segurança que não conheço e começo a andar, guiada por ele até a porta da entrada, mas antes que eu chegue até lá ela é aberta e eu só queria que Deus me cegasse agora, porque depois de tudo o que já passei, chegar e ter a visão do inferno já é castigo demais!

Continuo a andar e então encaro a sebosa que imediatamente murcha ao me ver, como se não esperasse por minha presença ou esperasse por outra pessoa. Afinal, o que essa sebosa está fazendo aqui?

-Ísis! – diz dona Estela em tom preocupado, aparecendo na porta e já caminhando na minha direção para me abraçar. – Como você está, minha querida? – pergunta já me encarando e noto a cara de nojo da imunda na nossa direção.

-Estou bem agora, dona Estela. – digo em tom calmo a encarando

-Se machucou... – ela diz e então olho na direção das minhas pernas que realmente estão com pontas de sangue em alguns locais, provavelmente causadas quando estava correndo.

-Foi superficial. – digo

-Ah, graças a Deus! – diz Selena saindo de dentro da casa e vindo me abraçar também. – Eu iria voltar para dar reforço também, mas Apolo não deixou. – ela fala revirando os olhos. – Venha, vou ajudar a se organizar – ela diz e dona Estela assente para a filha e então começamos a caminhar na direção da imunda que fica parada feito um enfeite decorativo mandado especialmente pelo diabo.

-Pode nos dar licença? – pergunto sem paciência e energia alguma para querer entender o porquê de ela estar aqui, mas ela permanece parada lá no lugar e me encarando calada, com aquela face imunda.

-Vai sair com suas pernas ou vai querer que eu arranque você daí?! – indaga Selena em tom firme.

-Nada de violência por aqui! – dona Estela repreende a filha que permanece encarando a sebosa fixamente – Renata, será que pode fazer a gentileza de nos deixar entrar? – ela pergunta

-Sempre admirei a sua educação e elegância, dona Estela. Agora eu saio. – ela diz e então vira as costas saindo da passagem e noto que Selena está bufando aqui do meu lado. Não julgo, quem nunca teve vontade de matar essa aí que atire a primeira pedra!

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ALEXANDRE

Assim que chegamos, Apolo e mais alguns da segurança ficaram com a escolta que estava na estrada com um dos infelizes contidos, informando que haviam mais nos dois carros por aí, e eu e Saulo seguimos nas motos, pilotando na direção que o rastreador indicava, entrando matagal a dentro, praticamente, já ouvindo algumas trocas de tiros até avistar três homens com armas de pequeno calibre atirando contra Décio. Assim que cheguei em uma distância boa, saquei a arma e atirei em um deles, Saulo em outro e Décio conteve o terceiro.

Mal me aproximei e ele já me informou que Ísis não estava no carro, que teve que usar um plano C de fuga com ela e me deu o código do seu rastreador, que comecei imediatamente a seguir com toda a velocidade que a porra do terreno esburacado permitia e sem enxergar quase nada, já que usei farol baixo e quando vi que estava próximo dela, já avistando um carro parado a frente, desliguei o farol e acelerei com tudo o que podia na direção da estrada, atirando na perna do desgraçado que tentava a pegar e deixando Saulo cuidar do outro que permanecia no carro.

Quando a vi caída no chão, com aquele olhar perdido, assustada e com medo, meu peito apertou de um jeito que eu me dividia entre querer abraçá-la e não largar tão cedo e matar, um por um de cada um desses infelizes que causaram isso. Mesmo sem ter consciência de que era eu a estender a mão para ela, aceitou e subiu na moto agarrada a mim de um jeito que me fez concluir que nunca irei deixa-la andar na garupa de mais ninguém, já que sinto seu corpo atrás do meu e suas pernas encaixadas e coladas em mim. Quando a deixei já no local com a segurança, vi o alívio no olhar de Apolo, por ver que ela estava bem e que eu havia conseguido trazê-la, mas o que me surpreendeu realmente foi ela de alguma forma ter me reconhecido por baixo de uma camisa térmica, colete, capacete e até luvas impedindo nosso contato... a loira sabia que era eu e apesar do saber que o capacete impedia que ela visualizasse meu rosto, ela me olhava diretamente nos olhos, como se soubesse exatamente o local e tudo o que eu queria era tirar tudo isso do corpo, prendê-la em meus braços e tirar aquele olhar cansado e assustado dela, que saiu ainda olhando na minha direção e em seguida a escolta triplamente reforçada a levou.

-E ele? – pergunto apontando na direção do infeliz que está caído no chão desacordado.

-A equipe o conteve quando saiu do carro trocando tiros. Não carrega nenhum documento, não o reconheci e arma era de baixo calibre. – diz Apolo para mim.

-Vamos ver os demais com Saulo então. – falo e ele assente. Então saio na moto pilotando rápido em direção à estrada de terra que Saulo ficou com os dois infelizes e assim que chego lá, Apolo vem logo atrás e nos aproximamos do que está caído com a perna ferida por mim e então arranco o pano que cobre o seu rosto.

-Mas que porra é essa? – Apolo pergunta meio inconformado com o que também me surpreende.

-Você é menor de idade, garoto? – pergunto para o rosto pálido e jovial que já carrega uma dose imensa de ódio no olhar.

-Sai de perto de mim, seu merda! Você atirou na minha perna! – ele raia puto no chão.

-Esse aqui também aparenta ter a mesma idade. – diz Saulo tirando a balaclava improvisada do rosto do outro que também solta uma dúzia de palavrões para ele.

-Menores de idade... que caralho! – Apolo diz com raiva. – Quem colocou vocês nessa vida? – ele pergunta

-Ah vai pro inferno, coroa de uma porra! – o garoto xinga e se fosse em outra situação eu bolaria de rir de como chamou meu irmão, mas agora não há o mínimo espaço para isso em mim.

-Primeiro você sai das fraldas, depois aprende a xingar, oh moleque, o contrário não! – digo e ele me encara com mais raiva ainda.

-Quem comanda vocês? – pergunta Apolo – É o homem que ficou na estrada? – completa e então o garoto desvia o olhar de maneira desconfiada, já dando a resposta que precisamos.

Então caminhamos até o outro que está sentado encostado no carro, com as mãos amarradas por Saulo e tentamos falar com ele, só que esse parece mais retraído, se manteve calado e não nos olhou nos olhos em momento algum. Segundos depois dois carros da segurança se aproximaram, enquanto mais dois estavam na localização de Décio. Então me afastei um pouco com Apolo e Saulo e meus irmãos me avaliavam atentamente, enquanto eu respirava fundo e passava uma mão no cabelo.

-Não são os mesmos que atacaram no Bretonne. – diz Saulo

-Com toda certeza não. Os que atacaram no Bretonne eram táticos, eles tinham pressa, experiência e armamento pesado. Esses aqui são menores de idade com arma de baixo calibre e pano estampado no rosto para servir de balaclava. – diz Apolo em tom indignado

-Então estamos sendo atacados por lados diferentes e sem saber quem ambos são ou o que querem nesse inferno! – digo já soltando o ar pesado e mantendo a calma

-A parte boa de eles serem menores de idade é que, por mais que tenham sido treinados para lidarem com perigo e mexendo com armas, não foram preparados emocionalmente e isso facilita na hora do interrogatório, só precisamos ir no mais fraco deles. – diz Apolo.

-Que suponho ser o esquentadinho alí. – diz Saulo apontando para o garoto deitado no chão com a perna sangrando e Apolo assente.

-Ao menos isso se torna bom nessa parte. – digo balançando a cabeça negativamente.

-Por que diz isso? – pergunta Saulo

-Porque eu estava vindo a ponto de bala, preparado para matar um de tanta surra, mas eu não posso e nem consigo fazer isso, porque eles são as porras de umas crianças! – digo inconformado e com raiva.

-Nem me fale nisso. – Apolo completa também inconformado olhando nas direções deles – Mas vamos resolver isso.

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Depois de gastar um bom tempo esperando as ambulâncias levarem os feridos, principalmente o filho da puta que deveria já estar na casa do 40, que foi desacordado e provavelmente estava comandando os cinco adolescentes, pois os três que atacaram Décio também eram jovens, conversamos com uma equipe da polícia que se reportava à Apolo e recebia instruções de como proceder, pois Apolo queria respostas para ontem e por envolver menores, tudo seria resolvido mais rápido.

Quando encerramos tudo, eles começaram a sair levando todos e então nos organizamos para voltarmos todos para a mansão, já que precisaríamos reorganizar a segurança que tiramos da casa e provavelmente reforçar ainda mais as das escoltas. Pilotei sem pena alguma de acelerar, assim como Saulo que assumia o segundo batedor e também Apolo que estava no carro e a segurança que se virasse para nos acompanhar, o que fez com que não demorássemos tanto tempo para chegar, apesar da distância.

Assim que entramos, já nos reunimos os três com Décio que também se aproximou e organizamos as seguranças da mansão, da casa de Apolo, do meu apartamento e a escolta de cada membro, seria tudo mais rígido agora, sem fugir do padrão. Assim que terminamos, começamos todos a nos livrar dos equipamentos e então vi Silas se aproximando.

-Deu tudo certo? Estava longe demais quando vi o alerta, então decidi vir para cá. – ele falou já nos cumprimentando um por um.

-Deu sim. Foi só a mesma merda de sempre. – falou Saulo arrancando o colete do corpo.

-Entendi...

-Bom, vou entrando. – digo já caminhando

-Alexandre, eu vim até aqui para conversar com você também. – diz Silas parando a minha frente.

-Depois Silas, agora preciso ir ver Ísis. – respondo já desviando dele

-Alexandre, é realmente importante. – ele fala me encarando sério.

-É totalmente urgente, Silas? – pergunto, pois algo assim para me impedir de ir ver minha loira.

-Sim e muito sério! – ele afirma de um jeito que já sei que coisa boa realmente não está por vir! Mas que porra houve agora?

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Quinta-feira, 29•07•21


Heyy, lindezas! Atrasei mais que tudo? Sim! Mas o importante é que cheguei kkkk

Mais um para vocês, espero que gostem!💙

Não postei com edição ortográfica, então se tiverem aqueles errinhos, já sabem...

E agora? Palpites?

*
Uma linda noite para todas!

Um beijo no ❤ ,

Mary.

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