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"Os meus medos eu enfrento avançando, nunca recuo. Não viro as costas para a onda, enfrento a onda, talvez possa furá-la. Se virar de costas ela me engole..." - Elke Maravilha
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O reino da água foi o terceiro a chegar no castelo de Avalon, onde a rainha Huang estava acompanhada de seus dois filhos, Renjun e Chenle.
Donghyuck sempre achou fascinante a delicadeza que o povo do mar tinha, os rostos serenos e a fala tão neutra. Além das vestimentas que pareciam tão confortáveis, sempre utilizando o tecido de cetim cor azul.
Já o povo da terra, das montanhas, mantinham expressões duras e os lábios retos. Jisung e Jeno eram altos, fortes e muito intimidadores, apesar do caçula parecer um pouco tímido, ainda sim conseguia ter o olhar penetrante.
Donghyuck não conseguia entender tanta desavença, eles agiam como se fossem inimigos, como se fossem diferentes um do outro. Mas ali, eram apenas adolescentes que temiam o futuro.
— Estão todos aqui? — o rei da terra indagou.
— Não. — o rei do ar desviou sua atenção para a porta. — Falta um de nós...
Logo em seguida as portas do local foram abertas mais uma vez, relevando a dupla de homens. Calcifer, o rei do fogo e Mark, seu primogênito.
Ambos utilizavam vestimentas vermelhas com detalhes dourados. As garras nas pontas dos dedos eram feitas de ouro, até mesmo os brincos que usavam refletiam o quão poderosos as realezas do Outro Mundo eram.
— Agora sim, estão todos aqui. — o pai dos príncipes do ar tornou a falar. — Onde está o fauno?
Mark suspirou enquanto se aproximava juntamente com o pai. Apesar de parecer tão confiante, suas mãos suavam e tremiam. Passaria um mês com seis príncipes que nunca havia visto na vida, passaria um mês inteiro longe da sua casa, dos seus dragões e de Basil.
Passeou os olhos com curiosidade sobre o lugar. O castelo era muito grande, cheio de cores e pinturas que simbolizavam e contavam toda a história da Mãe Divina. Era lindo e ao mesmo tempo velho demais.
Também observou os garotos, os outros príncipes que passaria a conviver. Havia os dois irmãos da terra, sempre tão sérios que Mark duvidava se sabiam contar piadas. Depois, os filhos da água, delicados como flores. Logo em seguida, os filhos do ar. Um dos irmãos em específico lhe chamou atenção, o rapaz de pele morena e cabelos castanhos. Seus olhos também observavam Mark com atenção, como se quisesse saber o seu maior segredo.
Franziu o cenho vendo o garoto desviar o olhar para o irmão e lhe dizer algo em um sussurro. Mark quis ir até ele e lhe bater, odiava aquele tipo de situação. Todos sempre o julgavam, todos sempre o olhavam torto.
Era o único príncipe que não tinha irmãos, e o único que não possuía uma mãe.
Isadora falecera logo depois do parto, teve a chance de ver pelo menos uma única vez o rosto do seu tão amado filho. Bom, era o que os serviçais diziam. Mark pensava de uma forma diferente, ele sentia a presença da rainha do fogo todos os dias e ele sabia que ela acompanhava seus passos.
Ele tinha o coração da mãe e a aparência do pai.
— Oh, já estão todos aqui. — a voz rouca ecoou pelo salão, fazendo todas as realezas se virarem para encontrar o fauno na porta de entrada com vários livros na mão. — Me perdoem pelo atraso.
— Oh, sim. É o fauno. — a rainha do mar comemorou. — Mas você me parece ser tão simples para ser um guardião da Mãe Divina.
— Na verdade, isso não fazia parte do plano. Também fui pego de surpresa. — ajeitou o óculos no rosto. — Ah, onde estão os meus modos? Eu sou Michaelis, o professor.
— Professor? — Chenle franziu o cenho.
— Sim! Fui convocado pela própria Mãe Divina para ensinar e lhes mostrar como cada reino é essencial. E assim, quando um de vocês for coroado este mundo será governado com muita sabedoria. — deixou os livros em uma pequena mesa no canto do salão.
— Bom, se é isso o que Ela deseja. — o rei da terra sorriu sem jeito, desviando o olhar para os filhos. — Acho que é o momento para nos despedirmos.
Os pais dos príncipes do ar abraçaram com força seus preciosos tesouros, desejando que muita sorte e sabedoria caísse no caminho dos dois filhos.
A mãe do mar também entregou para seus filhos um maravilhoso abraço de mãe, acolhedor e carinhoso. Pedindo que seus pequenos peixinhos continuassem na pureza.
A família da terra se juntou em um grupo só, em um enorme abraço de urso. Sorrisos carinhosos e corações quentinhos, o rei sabia que seus filhotes se sairiam muito bem.
Calcifer se aproximou do filho, que assistia tudo aquilo, e sorriu. O tempo passou tão rápido, seu filho agora era um homem forte e inteligente.
— Escute, você é um garoto bom. — depositou uma mão no ombro do mais novo. — Mas não confie neles, não são seus amigos. Tente ao máximo ser gentil com o professor, ele estará te avaliando.
— Mas...— o rei levou a outra mão até o queixo de Mark e ergueu o rosto do filho, fazendo-o olhar para si.
— Não me decepcione. — soltou o menor e deu as costas, indo em direção a porta.
Mark suspirou levando a mão até a nuca, acariciando o local de forma nervosa.
Ele não podia decepcionar seu pai.
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— Vou sentir tantas saudades dos meus bebês. — Elisa suspirou enquanto descia os degraus ao lado do marido. — Que eles comam bastante e durmam adequadamente! Se ficarem doentes, eu mesma vou dar uns bons cascudos naquele fauno!
— Já chega, mulher. — o rei revirou os olhos pelo drama que a esposa fazia.
— Estou falando sério. — a mais baixa franziu o cenho encarando o marido por alguns minutos até voltar a observar o caminho que faziam. — Oh, é o Calcifer! — sorriu. — Vamos até lá falar com ele!
— Enlouqueceu?! — o rei se virou para encarar a mulher mas a mesma já havia sumido. — Elisa!
Viu a menor caminhar em passos apressados tentando se aproximar do rei do fogo que estava de costas encarando o horizonte.
— Olá vizinho! — cumprimentou, chamando a atenção do maior.
— Não somos vizinhos, Elisa. — Calcifer se virou para ficar de frente com a outra. — Você mora lá encima e eu lá embaixo.
— Oras, não seja assim. — ajeitou o vestido amarelo que usava. — Eu vivia na sua casa, acompanhando a gravidez de Isadora. Eu estava grávida também, mas a pobrezinha tinha tantas complicações...— suspirou, sentindo falta das tardes que passava com a amiga.
— Elisa! — seu marido finalmente havia se aproximado. — Sinto muito, Calcifer. Minha senhora está incomodando? — forçou um sorriso amigável.
— Não. — voltou a olhar o horizonte. — Ela estava falando sobre a gravidez de Isadora. Como era complicado para minha falecida esposa carregar nosso filho no ventre.
— Ela era uma mulher muito doce e gentil, tenho certeza que Mark puxou muito de sua personalidade. — a mulher voltou a falar.
Calcifer a encarou por um breve momento, até que uma carruagem vermelha parasse um pouco a frente. Cavalos de pelagem negra possuíam olhos vermelhos, em seus cascos e narizes saia uma fumaça cinzenta e nem precisavam se aproximar muito para sentir o quão quente os animais eram.
Basil saiu da carruagem e acenou com a cabeça para o rei. Já estava na hora de ir, não tinha mais tempo para papos furados.
— É hora de voltar para casa. — ditou para o casal e logo em seguida deu as costas caminhando até o serviçal.
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Estavam lado a lado a pedido do professor. Ele os examinava como se fossem apenas estátuas, era estranho e engraçado a forma como ele coçava a barba e sussurrava coisas inauditiveis para os príncipes.
— Meus pés estão cansados. — Chenle reclamou.
Mark revirou os olhos e se moveu um pouco, acidentalmente sua mão bateu na mão do príncipe do ar, o moreno que minutos atrás o encarava. O menor o olhou de soslaio mas nada fez e nada disse.
— Realmente, sete homens...— o velho professor voltou a dizer. — Isso não assusta vocês?
— Um pouco. — Jaemin respondeu.
— Eu estou um pouco chocado também. — Jeno disse.
— Céus, vocês são tão diferentes um do outro. — encarou os príncipes do ar.
— Nós só podemos começar logo? Meus pés realmente estão doendo. — Chenle voltou a reclamar.
— Certo, certo. Mas antes de levar vocês aos seus aposentos, tenho um aviso para dar. — ajeitou o óculos. — Vocês terão que dividir os quartos.
— Com os nossos irmãos? — Jisung indagou.
— Não, na verdade eu vou dividir vocês. — sorriu quando todos os príncipes pareceram incoformados com a notícia. — E além de serem colegas de quarto, também serão uma equipe para as futuras atividades!
— Isso não vai dar certo...— Jaemin negou com a cabeça.
Mark prendeu a respiração. Se ele tivesse sorte, não cairia com o garoto do ar que ficava o encarando. Poderia ficar com qualquer um, menos com ele.
— Vamos lá, turma! O primeiro quarto será do príncipe Jisung e do príncipe Chenle. — encarou os mais novos que deram de ombros.
— Ótimo, um que fala muito e outro que não fala nada. — Jeno brincou vendo o irmão o olhar feio.
— O próximo, vai ser um trio! — o fauno anunciou e os olhos de Mark brilharam. — Jeno, Renjun e Jaemin!
— Ok. — Renjun deu de ombros.
— E por último, nosso querido Donghyuck e nosso querido Mark. — apontou para os dois restantes.
Mark travou o maxilar e encarou o príncipe do ar que encarava o chão com os olhos arregalados e as bochechas coradas.
Ótimo, agora tinha que lidar com um príncipe metido que falaria de si pelas costas.
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Vocês já devem saber o motivo do Hae estar todo bsjxnsjsn e não ter falado nada né? Mas se não sabem, eu conto no próximo.