Stay With Me - Cartas Esqueci...

By Mai-Santos

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Durante um casamento, Miranda, editora de uma revista em Paris, tem uma discussão com seu namorado e acaba en... More

1 - Azuis frios
2 - Castanhos quentes
3 - Escuro fumegante
4 - Gota transparente
5 - Delírios rubros
6 - Azul avelã
7 - Boca rosada
8 - Sob o céu escuro
9 - Véu branco
10 - Luz vermelha
11 - Branca por fora, rosada por dentro
12 - Cristais brilhantes
13 - Envelope azul
14 - Seda preta
15 - Flor do campo rosa
16 - Botão de rosa
17 - Tons de ouro e rosa
18 - Aura flavescente
19 - Rastros vermelhos
20 - Proeminência avermelhada
21 - Memórias cinzas
22 - Lábio avermelhado
24 - Rosas vermelhas
25 - Noite escura
26 - Nada além da espera escura
27 - Devaneios com vinho tinto
28 - Subconsciente obscuro
29 - Traço rosa intenso
30 - Barriga pálida
31 - Lembranças rubras
32 - Despedida preto no branco
33 - Reflexo avermelhado
34 - Choque entre castanho e azul
35 - Lágrimas no rosto vermelho
36 - Rosas dele e dela
37 - Lábios carmesim
38 - Bandeira branca
39 - Ouro sobre azul
40 - Um azul e outro branco
41 - Mamilos cor de coral
42 - Pequeno anjo prateado
43 - A luz da calmaria
44 - Vestido grego branco
45 - Brilhante solitário
46 - Azul da prússia lhe cai bem
47 - Manhã alaranjada

23 - Macia e branquinha

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By Mai-Santos

"Ao menos poderei dar alguma paz para meu âmago."

𝕄iranda tomou o último gole de café e bufou impaciente, abandonando a xícara vazia dentro da pia. Beliscou a ponta do nariz e empurrou o quadril para fora do balcão, caminhando com sua leveza para a sala de estar. Andrea ainda se encontrava dormindo no sofá, vestindo apenas a blusa preta de Miranda do dia anterior. A TV estava ligada na função muda e rodava algum jornal diurno.

Mais cedo, Miranda havia deixado Andrea sozinha para trabalhar em seu escritório. Quando saiu para conferi-la, encontrou a jovem a dormir tão serenamente que ela resolveu fazer uma foto. Mas ela já havia adiantado todo trabalho para o dia seguinte, feito diversos afazeres em seu santuário artístico, e Andrea ainda não tinha acordado.

Sentando perto da jovem, ela tocou o ombro nu e fez uma leve massagem para despertá-la.

"Princesa." Chamou-a com a voz suave.

"Só mais uns minutinhos, mãe!" Andrea murmurou sonolenta.

"Eu não tenho idade para ser sua mãe, fui uma jovem de muito juízo."

Andrea cresceu os olhos, despertando atordoada e Miranda sorriu, divertindo-se com o espanto dela.

"Desculpe." Bocejou, esfregando o rosto com as mãos.

"Vamos, sente-se, eu tenho um presente para você." Miranda pegou um pacote brilhante que estava na mesa de canto e colocou sobre o colo de Andrea. "Como você não vai estar aqui no seu aniversário, eu pensei... bem, é seu presente de aniversário."

Andrea olhou para o pacote e para Miranda algumas vezes, sem saber muito o que falar. Puxou a fita que mantinha o pacote fechado e tirou de dentro um álbum branco com seu nome impresso na capa. Seus dedos percorreram as letras itálicas prateadas com lentidão e ela olhou mais uma vez para Miranda. Um sorriso carinhoso e um brilho afetuoso no olhar da mulher.

"É tão lindo..."

"Eu só consegui terminar hoje, mas foi bom, porque coloquei as fotos que tiramos antes de sair, você estava tão linda com aquele macacão, achei que quisesse algumas."

Seus olhos se direcionaram novamente para o álbum e ela abriu a capa cuidadosamente com a ponta dos dedos, como se fosse extremamente frágil. Dentro, na primeira folha, havia algo escrito com a letra de Miranda que ela já conhecia.

Para quando você esquecer, abrir isso e lembrar que através dos meus olhos você é a mais bela arte esculpida.

Miranda

Andrea olhou para ela mais uma vez, totalmente sem palavras. Miranda recostou no sofá e cruzou as pernas como se estivesse esperando o tempo dela.

Mais uma página foi virada revelando as primeiras fotografias, de um lado, Andrea segurando o urso panda de pelúcia em frente à roda-gigante no parque, do outro, montada no carrossel com os braços abertos.

"Eu as coloquei primeiro de propósito." Disse Miranda. "Você está sorrindo lindamente, alegre e muito menina. Sempre que abrir o álbum, sua reação vai ser sorrir também."

"Ficou tão linda, a barraquinha de algodão-doce do lado, a roda gigante logo atrás, ficou..." Prendeu a respiração balançando a cabeça.

"É, e a ideia foi sua." Miranda acariciou a bochecha dela com as costas dos dedos e assistiu ela pular a próxima página.

As fotos de Andrea olhando o sol nascer nas proximidades do lago estavam lá, outras usando roupas de Miranda, com maquiagens feitas pela mulher, algumas furtivas que ela sequer sabia que haviam sido tiradas, e por fim, as primeiras fotografias que Miranda fez dela em seu quarto, ora com a grande camiseta, ora completamente despida, algumas tímidas outras mais a vontade.

Retratos do tempo em que passaram juntas. Estava tudo lá.

"Uau! Ficou tudo tão perfeito, vou guardar como um tesouro." Suspirou Andrea, encarando uma foto em que sorria nua aos pés da cama. "Eu realmente não sabia que teria uma cópia, eu normalmente não tenho tantas fotografias minhas, só em família, nos feriados, você sabe. "

"Eu vi a forma como você olhou para essas fotos no dia que eu ampliei e pendurei no mural, vi o brilho no seu olhar, a fagulha de felicidade." Deslizando o braço pela barriga dela, Miranda pousou o queixo em seu ombro, fazendo movimentos suaves com o polegar em sua cintura. "Sei que foi importante para você se ver, constatar a arte no seu corpo, que é o seu lar, onde seu ser habita. Então, toda vez que você não se sentir bem consigo, quero que abra esse álbum e veja por si mesma o quão linda é, mas lembre-se, o que você tem de mais precioso não está no seu exterior. Você tem muito mais para amar."

"Desculpe. Eu não sei o que dizer."

Uma gota pingou sobre a foto, fazendo um leve ruído. Miranda enxugou cuidadosamente com a borda de sua blusa para não estragar e ergueu o olhar para a jovem, notando os olhos brilhantes e avermelhados.

"É tão irritante, você fica pedindo desculpa o tempo inteiro." Fingiu irritação e beijou o pescoço dela demoradamente, dizendo palavras em seu ouvido. "Diga apenas que vai ficar bem, que será forte. Sei que você é doce e muito sensível, mas você lutou bravamente até agora, não desista! Nunca! Acredito em você, criança."

"Obrigada! É o melhor presente de todos, nem sei se mereço."

"É claro que merece, você merece muito, querida." Deslizou suavemente a mão por seu pescoço até a nuca e puxou o rosto para beijá-la nos lábios, envolvendo a língua dela com o calor de sua boca.

"Você é sempre tão boa para mim, Mira. Eu gostaria de poder retribuir tudo o que você faz por mim." Olhou profundamente os orbes azuis iluminados.

"Não diga essas bobagens, você fez muito por mim, desde que apareceu em minha vida."

"Como o quê?"

"Não é uma conversa para esse momento, só saiba que estou grata por você estar aqui." Voltou a beijá-la, empurrando seu corpo contra o sofá e deitando sobre ela, enroscando seus braços e pernas para terem suas carnes mais unidas enquanto seus lábios selavam a urgência de estarem uma na outra.

°°☉°°

"Eu acho que você está com medo." Andrea provocou, mordiscando o lóbulo da orelha dela.

"O quê?! É só um filme, não tenho medo disso." Miranda se defendeu, dando um leve tapa na perna dela e rindo com desdém.

Elas estavam deitadas e encaixadas no sofá, assistindo um filme de suspense. Até cogitaram explorar a noite parisiense, mas deram preferência ao calor, conforto e intimidade de estar em casa somente com a companhia uma da outra.

"Então por que estava apertando forte meu braço agora há pouco? Você tem medo de filmes de terror, admita!"

"Eu estava concentrada na cena, por que eu teria medo de algo que tenho em casa? Você é uma chata assistindo, sabia?"

"Aposto que você só estava esperando os braços dessa morena linda aqui para assistir esse filme."

Andrea a apertou mais forte dentro de seus braços e envolveu o quadril dela com suas pernas, deixando-a completamente imobilizada.

"Ha, ha! Você bem que queria. Existem coisas sérias demais no mundo real para um filme insípido me deixar com medo. Mais fácil você ter medo, criança."

"Hum, eu não tenho medo quando estou assistindo, mas às vezes eu sonho com detalhes do que assisti, entende? Essa noite eu tive um pesadelo, acho que foi a causa da minha insônia." Afrouxando o aperto, deixou que Miranda rolasse dentro de seus braços, ficando de frente para ela.

"Não devíamos ter assistido X-Files, você quer contar?"

"Não. E não teve nada a ver com X-Files. Acho que foi algum outro filme slasher que eu devo ter assistido outro dia."

"Esses filmes são uma porcaria, ninguém com um cérebro deveria assistir isso. Por que você não me abraçou? Talvez a tensão do sonho passasse e você voltasse a dormir."

"Eu gosto. E você me abraçou, na verdade, e voltei a dormir com seu cheirinho gostoso perto de mim."

"Eu fiz isso? Gozado, não lembro. Que seja, eu quase nunca lembro dos meus sonhos, somente quando são muito intensos, daqueles que a gente fica lembrando durante o dia."

"Você se lembra de algum comigo?"

"Sim, eu tive alguns com você, normalmente durante a semana, quando você não está aqui."

"É a saudade de mim, aposto." Os lábios se curvaram em um sorriso presunçoso e ela sentiu o rosto de Miranda pressionar seu pescoço.

"Sim, sinto sua falta, o outro lado da cama fica frio sem você."

"Você... admitiu?" Andrea engasgou, o queixo despencando e os olhos saltando do rosto.

"Quando foi que eu menti para você? Eu não gosto de mentiras."

Um certo silêncio reinou entre as duas, o filme reproduzindo sozinho na sala escura e ambas olhando para o vazio.

"Mira?"

"Hum."

"Eu também. Você sabe... sempre sinto sua falta. Quando te conheci..." Tanto Andrea, quanto Miranda, continuaram a olhar para o teto, qualquer lugar que não fossem os olhos uma da outra. "Na verdade, na primeira vez que dormi aqui, naquele dia que sai da sua casa, cheguei no hotel sorrindo como uma idiota. Não parava de pensar no brilho do seu cabelo loiro, ou no quão intenso era o azul dos seus olhos, em como você era mandona, silenciosa, até a forma como me empurrou para fora da sua casa, me deixou tão... excitada."

"Excitada?!" Proferiu, completamente surpresa.

"Sim. Eu tenho que dizer, pensei muito em você no chuveiro naquele dia."

"Oh, eu achei que você diria algo romântico, você sequer me conhecia sua... Devassa!"

"O quê? Não vou mentir, você me deixou louca. Seu cheiro espalhado por toda a casa, a forma que seu olhar me penetrava, eu tentava imaginar seus seios pequenos, sua língua que estava sempre lambendo o lábio. Miranda... eu não me contive nenhum dia naquela semana depois de falar com você ao telefone, se isso faz de mim indecente, bom, eu sou."

Miranda permaneceu imóvel, a respiração pesada saindo quente e audível, ela olhava Andrea pelo canto de seus olhos, mas de forma séria, com o cenho tenso. Então voltou a encarar o teto da sala, a ponta dos dedos mexendo com os pingentes da pulseira.

"Miranda?" Chamou-a cuidadosamente. "Você quer dizer alguma coisa?"

"Eu..." Miranda raspou os dentes no lábio, mas ao contrário de Andrea, encarou profundamente os olhos castanhos, daquela forma que ela fazia como se quisesse absorver a alma dela. "Tinha algo em você. Algo diferente. Eu não parei de pensar no seu sorriso, em como seus olhos eram ingênuos e sinceros. Eu quis saber o sabor dos seus lábios, quis sentir o calor da sua pele, queria saber como era o encaixe do seu corpo no meu. Eu não sabia o porquê, você simplesmente aparecia na minha mente enquanto eu me tocava e eu não conseguia expulsar. Em algum algum momento eu só... aceitei você em minhas fantasias. Eu não sei o que você fez comigo, mas fez algo."

"Está me dizendo que você se tocou pensando em mim desde que nos conhecemos?" Andrea quis ter certeza do que estava ouvindo e Miranda assentiu, movimentando a cabeça. "E eu que sou a devassa?"

Ela deu beliscões provocativos na cintura de Miranda, que lançou um olhar mortal como se fosse desintegrá-la inteira.

"Pare! Sua estúpida."

"Também não precisa ofender, só estou brincando. Quanta violência." Andrea recuou, enquanto Miranda cruzou os braços, torcendo os lábios e respirando pesadamente. "Hey, foi só uma brincadeira. Você sabe o que tudo isso significa? Nós duas desejamos uma à outra desde que nos conhecemos." Tocou a vermelhidão irritada nas maçãs do rosto de Miranda, fazendo leves carícias. "Achei uma delícia saber que você se tocou pensando em mim. Como você fez? Foi na cama?"

"Sim, e na banheira... e no sofá."

"Oh, Cristo!" Alcançou com a mão a curva do pescoço dela e sussurrou contra seus lábios: "Em quê você pensou, Miranda?"

"Em você... fazendo tudo comigo."

"Tudo?" Seus lábios se encontraram e se envolveram, Miranda esqueceu qualquer irritação, queria apenas sentir aquele calor, aquele corpo, aquele encaixe, aquela boca, que ela tanto sonhara antes de provar. "Mira? Você sente isso?"

"O quê?" Perguntou ofegante e derretendo.

"Existe algo crescendo entre nós."

"Existe?" Miranda engoliu em seco, os lábios inchados e avermelhados, os olhos brilhantes e atordoados, o coração disparado, pulsando contra o peito. "Andrea..."

"Isso." Ela pressionou o quadril contra o corpo de Miranda, fazendo-a perceber sua ereção, e sorriu maliciosamente.

"Você..." Ela empurrou Andrea para o lado e saiu desgraciosamente do sofá, mas Andrea a puxou de volta, prendendo-a com seus braços.

"O que eu fiz agora?"

"Você está brincando comigo, Andrea, e eu não gosto disso!"

"Não estou. Do que você pensou que eu estava falando?" A jovem começou a rir para piorar a irritação de Miranda, que ficava cada vez mais vermelha e, consequentemente, mais graciosa aos olhos de Andrea. "Vamos, Mira, derrame o chá."

"Estávamos tendo um momento e você veio com...algo crescendo entre nós, eu pensei que..." Ela parou por um momento e olhou para os calor dos olhos castanhos, atentos e sinceros, recobrando assim os sentidos. "Nada, eu não pensei em nada. Na verdade, estou com fome, vou ver o que posso fazer. Nem vou perguntar para você, está sempre com fome mesmo."

"Você com fome é um milagre. Vai haver uma grande nevasca por causa disso, os aeroportos vão fechar, as luzes da Torre serão desligadas, o comércio vai parar e ninguém vai sair de casa amanhã."

"Ha, ha! Engraçadinha. Você pode me soltar agora?"

"Deixa que eu cozinho dessa vez, o que você quer?"

"Uma salada. Só não destrua minha cozinha, vou confiar em deixar você entrar nela sem supervisão."

"Sim, madame! Pode deixar, sou filha de cozinheira, conheço ciúme de panela."

Andrea soltou Miranda e levantou do sofá, caminhando para fora da sala. -essa mulher está maluca hoje.- pensou consigo mesma.

Ao mesmo tempo, Miranda brincava nervosamente com a pulseira em seu braço, mordendo com força o lábio e pensando nos últimos momentos. Ela levou as mãos ao rosto e pela primeira vez em muito tempo teve vontade de gritar.

Estragaria tudo se fosse precipitada demais. Claramente, pensou ela, Andrea não estava no mesmo momento que ela. Como poderia discutir essas coisas sem resolver todos os problemas que ela carregava em sua extensa bagagem? Não seria justo com a jovem.

°°☉°°

Miranda lambeu o canto dos lábios, engolindo o último bocado do sanduíche de salada. Colocou o prato sobre a mesa de centro e voltou a sentar sobre os calcanhares, notando então o olhar observador de Andrea.

"O que foi?"

"Ainda está brava comigo?" Perguntou a jovem.

"Eu nunca estive brava com você."

"Ah, sei, claro. Então... parece que você gostou do lanche."

"Bastante adequado, eu gosto de salada. Gostei sobretudo do óleo de coco, eu costumo usar azeite, mas com o óleo de coco ficou muito bom."

"Você sabia que óleo de coco é um excelente lubrificante?" Seus lábios se curvaram em um sorriso, já com um fundo de malícia. "Além de ser muito benéfico para a saúde da vagina."

"Hum." Miranda arqueou uma sobrancelha, olhando-a de soslaio. "E como você sabe dessas coisas?"

"Eu li sobre isso. Gosto de estudar sobre o que como."

"No caso o óleo de coco ou a..." Miranda não conseguiu completar e disparou a rir, ficando imediatamente vermelha.

O canto das bochechas de Andrea ficou dolorido com o largo sorriso rasgando em seu rosto. Assistindo a mulher ao seu lado se desfazer em gargalhadas.

"Adoro ver você assim, sabia?"

"Oh, Cristo!" Respirou fundo enxugando a lágrima no canto de seus olhos. "Só você para me divertir assim, criança."

Miranda levantou, juntou os pratos que estavam sobre a mesa de centro e saiu da sala. Andrea a seguiu até a cozinha e com ela arrumou toda a desordem, enquanto conversavam.

"Passou tão rápido, é uma pena que o fim de semana esteja acabando." Lamentou Miranda, suspirando profundamente. "Mas acho que aproveitamos bem."

"Sim, você me levou a lugares muito interessantes e únicos que eu jamais descobriria sozinha, também passamos um tempo gostoso em casa." Andrea guardou os recipientes de vidro com as especiarias e encostou na bancada. "Hey, vem aqui."

Com o cenho franzido, Miranda foi até ela e teve sua cintura envolvida pelos braços da jovem, um beijo foi deixado em seu ombro esquerdo, outro no direito, e por último, um casto e demorado beijo em seus lábios.

"Obrigada." Disse Andrea.

"Pelo quê exatamente?" Perguntou Miranda, abraçando o pescoço dela e relaxando sua postura.

"Por me receber aqui."

"Sua boba." Ela capturou os lábios de Andrea em um beijo mais profundo, roçando as unhas na nuca dela e buscando mais intensidade, tendo as mãos carinhosas da jovem acariciando suas costas.

Andrea inverteu rapidamente a posição e pressionou o quadril de Miranda contra a bancada, mordiscando seu lábio e penetrando a língua em sua boca. Pressionou a coxa entre as pernas de Miranda e ouviu um gemido abafado entre o beijo.

"Miranda." Chamou sem fôlego, logo voltando a beijá-la, movendo levemente sua coxa em círculos.

"Humm... O quê?"

"Eu sei que você ficou chateada no sofá porque eu queria fazer obcenidades, se você não quiser fazer agora, tudo bem... não é como se eu pensasse que você é só para sexo, não é isso... eu gosto de passar um tempo com você, de fazer tudo, se você não quiser..."

"Cala boca, Andrea. Não foi por causa disso, eu não pensei assim."

"Então..."

"Eu só esperava outra coisa naquele momento, e você fez uma brincadeira. Eu só queria... ficar abraçada a você, beijando você, algo mais delicado. Esqueça isso."

"Tudo bem. E agora? Você espera isso? Porque eu não guardei o óleo de coco."

Miranda paralisou por alguns segundos os olhos estáticos, fitando a jovem, então ela bufou e riu, ainda incrédula.

"Isso tudo é só para usar o óleo de coco? Andrea, o óleo de coco é para comer."

"Quem disse que eu não vou comer, hum?" Agitou as sobrancelhas e ficou encarando ela com um sorriso, esperando a resposta.

Rindo e balançando a cabeça, Miranda desviou o olhar, então sentiu os lábios quentes em seu pescoço e os sussurros subindo para sua orelha.

"Vai ser bom, vai escorregar gostoso, e óleo, quando você esfrega, fica quente. Deixa, hum? Deixa." Andrea continuou, sussurrando e fazendo um caminho de beijos molhados até os lábios dela, apertando a cintura com as mãos.

Sua boca ainda tinha o frescor da salada, o hálito morno batia contra seu rosto e deixava claro o quão quente o corpo da outra estava. Percorrendo o contorno da saia de Miranda, ela desfez o feixe e deixou que o tecido escorresse para o chão. A mão tocou diretamente na maciez suntuosa da coxa e Andrea se afastou dos lábios dela, olhando em seus olhos com um sorriso de lado.

"Eu acredito que você esqueceu suas roupas íntimas." Disse a jovem, a mão sentindo a pele quente de Miranda.

"Nem sempre uso isso."

Andrea voltou a beijá-la por alguns segundos antes de se ajoelhar aos pés dela e encarar os delicados pelos loiros. Quanto mais próximos da fenda, mais brilhantes pela humildade do desejo.

"Acho que você não precisa de óleo nenhum. " Sorriu, olhando para os olhos perigosos acima dela.

Era absolutamente inebriante como o aroma a deixava bêbada a centímetros de distância, ela não precisava de esforço para sentí-lo, deixava ela acesa, dura, pulsando.

Atraída para entrar naquele misterioso covil de prazer, aproximou seus lábios, tocando a ponta da língua lépida diretamente no monte entumecido, ouvindo a respiração de Miranda pesar e ecoar dentro da cozinha.

Seus movimentos foram tão suaves que os quadris de Miranda também começaram a se mover vagarosamente, como se as duas tivessem iniciado uma dança lenta, sem pressa para acabar. Foi quando Andrea sugou com força o seu sexo, que lhe arrancou um grunhido, ficando novamente de pé e tomando seus lábios em um beijo sedento e feroz.

Ao sentir seu próprio sabor na língua da outra, Miranda ficou ensandecida, queria chegar ao cume daquela montanha de prazer que estavam a escalar.

"Volta!" Miranda tentou empurrar os ombros dela para baixo, na tentativa de fazê-la voltar para entre suas pernas.

"Miranda... eu sempre tive esse desejo louco, sonho com isso o tempo todo." Chupou com força o lábio dela, deixando-o vermelho, antes de continuar. "Por favor, me chupa."

"Não. Você fica de joelhos, agora!"

Elas trocaram um olhar, como se estivessem disputando a autoridade. Então Andrea girou o corpo de Miranda repentinamente e ajoelhou atrás dela, passando a mão na pele de seu traseiro.

"Tanta carne macia e branquinha, e você sequer me deixa dar uns tapas."

"Não se atreva!"

Andrea grunhiu em protesto e mordiscou a pele dela. Com as duas mãos, ela afastou as nádegas de Miranda e fitou toda a extensão do sexo dela. Mergulhou a língua no mar rosado e brilhante de sua vagina, afogando-se em seu prazer e nos gemidos que explodiram como música.

"Andrea! Se... você parar agora... você me paga!" Miranda ameaçou, meio com raiva, meio trêmula. A língua da jovem explorando seu interior com maestria, deleitando-se em seu paraíso escorregadio.

Ela podia sentir o nariz de Andrea roçar seu períneo, a respiração abafada e quente, as mãos segurando muito forte as nádegas para mantê-las abertas, a saliva misturada com o néctar de seu desejo escorrer por sua coxa.

Então Andrea parou mais uma vez e levantou, beijando o pescoço dela. Miranda se virou para olhar em seus olhos e mostrar sua insatisfação. Mas tudo o que Andrea viu foram as bochechas rosadas, toda euforia, travessura e excitação quando mostrou o pote de óleo de coco.

"O que você vai fazer?"

Andrea beijou os lábios dela como um animal no cio ao mesmo tempo em que mergulhou a mão inteira no pote de óleo e girou Miranda mais uma vez, puxando seu quadril para trás.

Soprando o ar lentamente, Miranda sentiu uma mão percorrer suas costas por baixo de sua blusa, provocando com o roçar das unhas. Então ela sentiu algo diferente, a outra mão melada provocar com os dedos o seu orifício enrugado e abandoná-lo por alguns instantes, para em seguida, serem substituídos por uma grossura macia e quente que foi lentamente empurrada para dentro dela.

Apenas um longo e alto gemido vibrou da garganta de Miranda. Os nós de seus dedos se tornaram pálidos, tamanha a força que ela apertava o mármore. As mãos de Andrea deslizaram por dentro de sua camisa, caminhando para a sua frente, e alcançaram seus seios, acolhendo-os em suas palmas.

Tremores involuntários se espalharam por seu corpo e a jovem empurrou mais fundo, arrancando outro gemido arrastado, e finalmente começou a arremeter, selvagem como era de sua natureza, como seu instinto lhe pedia.

Andrea gemia copiosamente em meio aos gritos de Miranda. Movia-se tomada pelo furor, como um animal selvagem, o rosto vermelho enterrado na nuca da outra, o corpo possuído em fúria, descontrolado, apertando-a em suas mãos. Um último golpe de misericórdia e ela empurrou seu gozo para dentro, explodindo em êxtase.

Miranda ainda tremia nos braços dela, os dedos doloridos segurando o mármore. Ela gemeu baixinho quando Andrea escorregou para fora dela, colocou-a de frente e beijou seu rosto em vários lugares.

A jovem parecia exausta, mas ainda assim, colocou-se de joelhos e levou a língua à suavidade do sexo de Miranda. Passeando entre as dobras molhadas e arrancado choramingos, quase que clamores da mulher.

"Não pare! Anh-Dreah!"

A intimidade de Miranda estava tão inchada, tão sensível, que logo devorou os lábios carnudos de Andrea com a fome intensa de seu orgasmo. Era isso, Andrea se alimentava do desejo de Miranda, para que então sua vulva se alimentasse de Andrea, consumindo-a no ápice de seu gozo.

Quando enfim se levantou, Andrea teve os braços de Miranda emoldurados em seu pescoço. Então ela ergueu as pernas da mulher em seus braços e a colocou sentada na bancada, pousando a cabeça entre seus seios macios.

"Humm... O paraíso é bem aqui." Murmurou a jovem, tendo os olhos fechados e sentindo o aroma prazeroso da mulher.

"Você me deve um novo óleo de coco."

"Okay." Encolheu os ombros e ergueu o rosto, observando a delicadeza da pele dela. Beijou suavemente a região de suas clavículas descendo entre os seios com seus lábios, então sugou o monte de seu seio com força, deixando uma marca roxa.

"Quantas vezes eu tenho que dizer para você não me marcar!" Repreendeu Miranda.

"Desculpe, é que sua pele é tão alva, parece um papel em branco, eu fico querendo deixar minha assinatura nela."

"Mas eu não sou um papel, não faça mais isso."

"Tudo bem." Murmurou Andrea, tristemente. "Você não deixa nada."

"Ainda reclama quando eu digo que parece uma criança. Minha irmã dizia isso para minha mãe quando era proibida de fazer algo."

"Mas é verdade, sem tapas, sem puxar o cabelo, sem marcas. Não pode nada."

"Eu não gosto, você quer que eu faça o que não gosto?"

"Não."

"Ótimo, problema resolvido." Declarou, então franziu a testa ao sentir algo morno e espesso ameaçar escorrer. "Banho."

"Okay."

Andrea agarrou suas pernas com firmeza e envolveu em sua cintura, carregando-a pela casa cuidadosamente.

"Se você me derrubar..."

"Eu sei, eu sei. Já disse que você é leve."

Miranda semicerrou os olhos para ela, ameaçadoramente, e enganchou as pernas com força para não cair.

°°☉°°

Já fazia tempo que elas estavam aos beijos sob o chuveiro, as mãos tocando por toda parte, brincadeiras bobas e risos fáceis.

"Eu ouvi dizer em algum lugar que dividir o banho com alguém economiza água, mas acho que é uma grande mentira, toda vez que nos banhamos juntas, ficamos uma eternidade no banheiro." Andrea comentou, espalhando o sabonete nas costas de Miranda.

"As pessoas inventam essas bobagens."

A mão ensaboada de Andrea entrou suavemente por entre as nádegas de Miranda, e ela ouviu um baixo gemido escapar perto de seu ouvido, fitou o rosto rosado dela e perguntou com preocupação:

"Mira, eu machuquei você?"

"Um pouco, mas não se preocupe."

"Eu me preocupo sim, eu... eu sinto muito."

"Eu sei que sente. Só, seja mais cuidadosa da próxima vez, eu acredito que você não tem ideia que tem uma certa... vantagem aí embaixo."

"Não sei, eu nunca vi o pênis de outra pessoa para comparar." Disse Andrea, simplesmente, e Miranda disparou a rir, deitando a testa no ombro dela.

"Tem razão. Você é uma graça, Andrea. Mas tudo bem, não se preocupe, a forma como você estava selvagem me deixou muito excitada, por isso deixei você continuar. Só, recorde-se daquilo que te falei, sobre sentir onde está entrando, começar lento e suave, lembra?"

"Sim, eu vou aprender e um dia vou ser seu melhor sexo." Sorriu com determinação.

"Mas você já é meu melhor sexo, sua boba."

"Yeah!" Comemorou com uma dancinha, recebendo um olhar bravo de Miranda.

"Hey! Que feio, não comemore. Definitivamente que não é pela sua performance, e sim pelo que tem entre nós."

"Uh, não? E o que tem entre nós?"

"Não sei, essa intensidade que faz com que tudo seja diferente. O beijo não é só um beijo, o sexo, o toque, os olhares, tudo. Tem uma profundidade que só há com você. Nada é simples, tudo é enervante e pulsante. Tudo é melhor com você."

"Oh. Sei." Foi a única coisa que Andrea conseguiu dizer, atingida pelas palavras. E antes que os olhos azuis absorvendo toda a sua alma se tornassem opressivos demais, ela beijou os lábios de Miranda demoradamente. "Hey, tive uma grande idéia."

"Oh, não. O que vem agora?"

"Da próxima vez que fizermos sexo, vamos usar aquela sua câmera filmadora!" Exclamou com um sorriso excitado.

"Não! Não! Não! De jeito nenhum!" Miranda tirou os braços da jovem de suas costas e saiu do banheiro, puxando uma toalha e enrolando em seu corpo.

"Vai ser divertido, podemos assistir depois, nosso próprio filme quente." Abraçou-a por trás, mantendo-a dentro do banheiro. "Mais tarde, na cama, eu faço uma massagem em você, depois digo palavras bonitas no seu ouvido."

"Palavras bonitas?"

"Sim. Posso falar do seus olhos, ou da sua boca. Pode ser devagar e suave como você gosta, terno, confortável e agradável. É torturante para mim, mas eu gosto de ser torturada assim. Faz o orgasmo ser mais gostoso."

"Humm, Andrea." Miranda apertou as pernas e molhou os lábios com a língua. "Você está me manipulando, sabe que eu gosto quando você fala coisas intensas."

"Eu sei?" Removeu a toalha, deixando-a nua novamente, e tocou com as mãos espalmadas em suas coxas, subindo-as lentamente pelas ondulações de suas curvas. "Navego nas ondas do teu corpo, em direção ao abismo do teu colo, escalo os relevos das tuas curvas, para alcançar o céu da tua boca, deixo a maré dos teus olhos me levar..."

Miranda virou subitamente e não a deixou continuar, beijou Andrea com toda paixão que batia acelerada em seu peito.

°°°°°°°°


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Nós dois não tem medo de nada Pique boladão, que se foda o mundão, hoje é eu e você Nóis foi do hotel baratinho pra 100K no mês Nóis já foi amante lo...