Slytherin Heiress

By layamy90

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"Tente negar até a sua morte, você continuará sendo a herdeira disto aqui. O verde pertence a você." Ana Evan... More

c a s t
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By layamy90

capítulo 17

flashback on

— Por isso que ainda não pode voar nas vassouras. - meu pai fala enquanto se aproxima

Com apenas sete anos de idade, sentada no chão com a mão segurando o joelho ralado e avermelhado, esperando a minha figura paterna me salvar de um mínimo acidente como sempre faz.

— Está doendo. - choraminguei, sentada sobre o vasto jardim atrás de nossa casa.

— Vai passar, papai te promete. - eric sussurra com um beijo em minha testa.

Era fim de tarde ensolarado e quente como de costume, o jardim que rodeava a nossa casa era o principal lugar onde me encontraria no dia, provavelmente brincando.
Naquele dia, eu tentei correr o mais rápido possível e tropecei em uma pedra, arranhando meu joelho e meu braço, as lágrimas logo se formaram com a ardência dos cortes e meu pai correu rapidamente em minha direção.

— E por isso, não deve pegar as coisas que uso no quadribol. - ele continua. — Ainda é muito nova para isso.

{...}

flashback off

Meus sentidos aos poucos retornavam, despertando a vontade de abrir os olhos e me mover do lugar macio em que meu corpo estava. A tontura, fraqueza e dor que senti não pareciam tão fortes como antes mesmo sentindo todo o meu corpo ainda fraco e sonolento.

Abri meus olhos lentamente, cansada e passando eles por todo o lugar a fim de saber onde estou.
Uma sala comprida que era composta por macas e poltronas confortáveis, algumas estantes velhas com vidros e algumas plantas em depósitos, e uma mesa no fim da sala completa de pergaminhos e frascos de qualquer líquido.

Estreitei meus olhos, reconhecendo a ala da enfermaria e apoiei minhas mãos no colchão que me sustentava para me sentar na maca.
Ainda me sentindo sem forças e sonolenta, procurei alguém pela sala e antes mesmo de achar, uma voz se aproxima.

— Olá querida, está acordada e parece bem. - madame Promfey sorri, aproximando de onde eu estava. — Está sentindo algo?

— O que... O que aconteceu? - falei entre pausas, colocando a mão em minha cabeça desnorteada.

— Oh, desculpe. - a enfermeira sorri e me ajuda a ficar confortável e sentada na maca. — Foi atingida por um balaço no jogo de hoje, acabou desmaiando e caiu de uma altura bem... Preocupante, eu diria.

— Que? - intervi ainda tonta.

— Por sorte, o professor Severo conseguiu colocar um feitiço de proteção em você antes de chegar no chão, caso contrário, estaria agora com quase todos os ossos do seu corpo quebrados. - a enfermeira completa. — Precisa de mais um pouco de cuidado... - a mulher fala enquanto segura meu braço procurando algum arranhão.

— E... O jogo? O que aconteceu depois disso? - a enchi de perguntas e ele suspirou simpática percebendo minha impaciência.

— Harry Potter pegou o pomo, apesar de que quase sacrificou a partida para tentar te ajudar. O garoto só pegou o pomo depois de te ver sã e salva, fora o seu time que tentaram desesperadamente te pegar antes do professor Snape lhe jogar o feitiço. - ela responde calmamente.

Merda... - murmurei e logo pedi desculpas pelo palavrão. — Estou desacordada a muito tempo?

— Umas cinco horas. E pelo horário, já devem está jantando no salão principal. ‐ Promfey explica, fazendo algo no balcão ao lado de minha maca. — Seus amigos estavam aqui, desde o acontecido. Dumbledore ordenou que eles saíssem da enfermaria.

Respirei fundo, engolindo tudo que a enfermeira acabava de falar. Ela continuava a me analisar e verificar se tinha mais alguma coisa para curar.
— Tome isso. Vai ajudar. - ela me entrega um copo com um líquido azulado. — Se tampar o nariz, não vai sentir tanto... -

E assim eu fiz, tampei o nariz e engoli o líquido azul todo de uma vez. Com um gosto horrível e quase impossível de ser digerido, acabei engasgando e a mulher me entrega outro copo com água.

— Ok, vou precisar que fique mais um tempinho aqui. - madame Promfey suspira. — É necessário saber se terá alguma reação acordada.

— Vou passar a noite aqui? - choraminguei.

— Não, querida. - a enfermeira riu alto com minha cara de choro. — Apenas mais alguns minutos, certo?

— Tudo bem. - concordei cabisbaixa e encostei minhas costas no travesseiro.

A sala solitária e fria, me deixava entediada e minha única visão aproveitada daquilo era a grande janela que expõe o céu azulado e a lua brilhante acompanhada das estrelas.

A ansiedade de sair daquele lugar é imensa, de saber como estão e principalmente por fazer o meu time perder. Entender de fato tudo que aconteceu e poder me desculpar para os meninos que agora estavam desclassificados junto comigo.

Notei que não havia ferimentos graves em meu corpo, não sentia dor com exceção da minha cabeça que ainda aparentava machucada com o golpe do balaço e alguns pequenos arranhões no final da minha barriga.

Eu queria mais que tudo, saber de qualquer coisa após o meu desmaio. E por incrível que pareça, agradecer Snape por ter me protegido de cair no chão, apesar de ser um pouco de suas obrigações como professor em Hogwarts e talvez seria uma boa chance de tentar fazê-lo falar comigo sobre a oclumência de sábado.

Ainda entediada e perdida em minhas próprias dúvidas, com questionamentos em minha mente e a curiosidade de tudo, segui esperando ansiosamente a enfermeira aparecer e me dizer que estou liberada.

Logo madame Promfey retornou com mais uma poção e seu semblante calmo e simpático.
— Tome esse também, é o último. - ela me entregou um frasco com o líquido transparente.

E sem pensar duas vezes, bebi tudo para ser liberada o mais rápido possível. Ergui minha coluna, colocando minhas pernas para fora do cobertor e me sentando na borda da maca. — Pronto. Agora posso ir?

A enfermeira sorriu com minha pressa e afirmou, me entregando apoio para descer da maca, e assim, eu desci.

— Me escute. - ela chama minha atenção com uma cara séria. — Direto para o dormitório, ainda precisa de repouso. Pedi para que sua companheira de quarto leve comida para você e não seja teimosa para ficar andando pelos corredores ou ir ao salão principal. E... Quase esqueci, cuidado com a cabeça, ela ainda poder ficar dolorida. Qualquer coisa me procure.

— Ok... - concordei com pequenos passos para a saída. — Mais alguma coisa? - a mulher negou. — Obrigada e terei cuidado, prometo. - sorri e Promfey correspondeu.

Ao passar pela porta, encontrei um corredor escuro e frio, com a maioria de todos da escola concentrados no salão principal, o lugar se tornou vazio por completo e bastante silêncio, até meus passos viraram eco baixo.
Continuei a caminhar lentamente, obedecendo a enfermeira que mandou ir direto ao meu quarto.
Passei por alguns longos corredores e escadas, a masmorra em um vão completo, sem presença de ninguém.

Com certeza, se eu for seguir meus instintos, eu estaria de frente ao salão principal a procura de todos, tentando me redimir ou entender algo. E mesmo assim, eu continuava no caminho contrário, atravessando os corredores vazios e descendo as escadas que me levariam até as masmorras abafadas e úmidas.

A sala comunal silenciosa e com o crepitar das chamas da lareira em minha frente, respirei fundo sentindo o ar quente invadir meu corpo frio e aquecer por completo, junto dos leves formigamentos sentidos em minha bochecha fazendo ficar corada, e logo me senti interrompida ao ouvir passos entrando na comunal.
Me virei em direção a entrada e me deparei com alguém tão sério como eu, o loiro me olha surpreso e arqueou suas sobrancelhas em dúvida, andando em direção ao centro da sala.

— Por pouco, não? - Draco quebra o silêncio, me encarando. — Graças a Snape não está com nenhum osso fora do lugar.

— Não lembro de nada, ou quase nada... - respondi.

— A pancada que levou foi ridícula. - ele esnoba enojado. — Blásio deveria ter desviado o balaço, é a função dele.

— Pense como quiser. - sorri falsamente me afastando de sua presença.

— Por que fez aquilo comigo? - ele pergunta, socando suas mãos no bolso de sua calça.

— O que? - perguntei curiosa.

— Já esqueceu do que fez comigo no corredor? - ele esnoba.

— É sério isso? - ri fraco, voltando minha atenção para o loiro. — Eu literalmente fui arremessada da minha vassoura por um balaço, caindo de uma altura gigante e você quer falar do dia em que te deixei no corredor sozinho e duro? Se é que você me entende... - dei uma risada sarcástica.

— Talvez. - ele dá de ombros ainda esperando uma resposta.

Respirei fundo e me concentrei em seus olhos azuis. — Usamos um ao outro para descontar nossas próprias emoções. Raiva, tristeza... É só um acúmulo de tudo que dá impulso as nossas atitudes. Isso não é real, nunca foi.

— E? - o loiro faz pouco caso.

— E? Essa palhaçada de ódio com tensão sexual e segredos é uma merda. É apenas bom quando estamos colados. Queria uma resposta, então está ai Draco Malfoy. - completei e o garoto apenas assentiu com uma risada nasal fraca.

— Mas não é essa a intenção? - o loiro parece brincar com minha paciência, com passos lentos e um sorriso marrento em minha direção.

— O que diabos está querendo insinuar? - franzi minhas testa, em curiosidade e raiva.

Em completo silêncio, o menino chega perto e me olha sério, continuando com a quietude da sala, apenas com o som de nossas respirações.
— Por que eu ainda não acredito em você? - ele questiona. — E por que seus olhos parecem dizer outra coisa? - o loiro se aproxima passando os dedos por meu braço com um sorriso convencido. — Sua boca ressecada e sua pele corada me dizem algo diferente do que acaba de falar, Blackwood. - ele sussurra meu sobrenome próximo ao meu rosto.

Suspirei com sua mão dedilhando lentamente meu braço, fechei meus olhos para voltar a minha concentração antiga e consegui me afastar do loiro.
— Para. - murmurei e ele deu um passo para trás.

— Ok.- Draco sussurrou, se afastando.

Senti minha respiração pesada e minhas dores de cabeça retomarem, acabei cambaleando para me encostar na estante próxima sentindo uma tontura enquanto fecho meus olhos.

— Ana. - uma outra voz masculina ecoa junto de murmúrios femininos.

— Estou bem. - sorri forçadamente e abri meus olhos.

Adrian e Catherine acabavam de entrar na comunal, o garoto segurava minha cintura entregando apoio para que me sustente em pé do seu lado.

— Merlin, passamos na enfermaria e madame Promfey falou que já estava em seu quarto. - Catherine se aproxima. — Ainda bem que não aconteceu nada sério.

— Você está bem? - Adrian pergunta preocupado.

— Sim, sim. - respirei e me sustentei sozinha. — Estou ótima.

Meus olhos vão ao outro lado da sala, encontrando o loiro que parecia se certificar de que eu estava segura ou bem, logo, subindo as escadas do dormitório masculino.

— Precisa descansar. Estou esperando Blásio trazer a comida que pedi. - Cat quebra o silêncio

— Vem. - Adrian afirma me guiando para os degraus da outra escada que me levariam até meu quarto.

O caminho foi rápido e nada cansativo, meu quarto estava organizado e minha cama preparada para ser usada em um completo descanso.
Adrian me ajudou a retirar meu suéter e colocar uma blusa para dormir, além de ter ajudado a me deitar confortavelmente, sentando no canto da cama.

— Estamos desclassificados? - perguntei cabisbaixa.

— Sim. - ele afirmou tristonho. — Mas a culpa não foi sua, te conheço muito bem para saber que está martirizada por causa disso. Não fique com esses pensamentos na sua cabeça dolorida. - ele brinca, rindo baixo.

— Desculpa. - murmurei e o garoto negou.

— Deixa disso, Ana. Por favor. - Adrian segura minha mão. — Você está bem e ninguém te culpa por isso.

— Não culpa porque não quer, a real é que eu sou culpada sim. - me irritei.

— Não, não é. - o garoto suspira. — Mas já que insiste tanto, se for para alguém ter culpa, é os batedores, era a função deles. E nenhum dos dois estão com esse sentimento, por que você estaria?

Revirei o olho e me dei por convencida com o pequeno argumento do garoto.
— Inclusive, precisa descansar. Não vai deixar seu acompanhante sozinho na festa de amanhã. - Adrian tenta mudar de assunto.

— Acredita que me esqueci? - brinquei. — Se depender de mim, meu acompanhante não ficará sozinho.

— E o que estava conversando com Malfoy? - ele pergunta curioso.

— Ah... - pensei em desculpas para dar. — Perguntou sobre o Blásio. - menti.

— Mas ele não olha mais na cara de Zanbini, por que iria querer saber dele? - Adrian continua.

— Também não sei. - respondi com um sorriso forçado.

No mesmo momento a porta foi aberta, entrando Blásio e Catherine segurando diversas comidas, deixando em cima do meu balcão ao lado de minha cama.
— Achei que estivesse morta. - Zanbini diz e arranca uma risada sincera.

— Obrigada pela preocupação. - ironizei e o moreno sorriu.

— Então, precisamos descansar. O dia foi bem agitado. - Catherine murmura.

— E bote agitado nisso! - Adrian fala levantando da cama. — Até amanhã.

— Até. - sorri e acenei para os meninos que saíam do quarto.

— Vai poder ir para a festa? - Catherine pergunta quando ficamos sozinha no dormitório.

— Com certeza, só precisa de descanso. - afirmei animada. — Nada que um boa noite de sono não resolva. - respirei fundo, ajeitando o edredom em meu corpo.

— Boa noite, Ana. - Catherine se despede.

— Boa noite. - correspondi e o silêncio se alastrou no lugar

- quebra de tempo -

— Quer mesmo jantar no salão principal? - Cat pergunta apreensiva.

— Sim, Cooper. - concordei. — Não estou morta e muito menos doente. - completei enquanto andávamos pelos corredores.

Alguns alunos me olhavam curiosos e outro até perguntavam se eu estava bem depois de tudo que aconteceu no jogo do dia anterior. Concordo que depois de dormir por horas na minha cama, eu me sinto exclusivamente bem e restaurada de qualquer possibilidade de dor, apesar de Catherine não ter largado de mim com suas perguntas, exibindo sua preocupação o tempo todo, eu consegui convencê-la que estava bem para jantar fora do quarto.

O salão principal estava bastante claro com a presença dos lustres e das velas no céu enfeitiçado, o eco agrupado de tanta gente falando ao mesmo tempo e o cheiro bom de comida contagia minha noite. Andando lentamente acompanhada da loira em direção ao mesmo lugar que sempre sentamos.

— Ana! - Harry interrompe meu caminho, saltando do lugar que estava sentado. — Como está? Te procurei depois do jogo mas não consegui falar com você.

— Oi Harry, eu estou bem. - afirmei.

— Estou indo para a mesa. - Catherine entra na conversa e eu apenos concordo com a cabeça enquanto a loira se distancia da gente.

— E obrigada por tentar me ajudar, madame Promfey me contou. - agradeci. — Ah, parabéns pela classificação.

— Obrigada. - o garoto ri coçando a nuca. — E preciso te contar algo, Cátia Bell acordou!

— Sério? E onde ela está? - me animei na conversa.

— Descansando no dormitório, disseram que só vai poder sair amanhã. - Potter explica.

— Pelo menos vamos saber quem fez isso. - disse e o moreno concordou. — Tenho que ir, Harry. Te vejo na festa?

— Isso. - o menino corou e logo deu espaço para que eu passe.

Caminhei finalmente chegando no destino final, me acomodando no lugar e ficando de frente a diversas comidas exibidas na extensa mesa da sonserina.

— Boa noite, já está sabendo da nova? - Blásio me cumprimenta logo falando alguma notícia.

— Não, repórter de Hogwarts. - zombei. — Pode dizer? Me passa aquele suco. - sussurrei para Catherine pedindo o suco enquanto Blásio falava.

— Cátia Bell es... - o moreno tenta falar

— Acordada? - o interrompi e ele me olhou desnorteado. — Sinto muito, mas chegou tarde na notícia. Harry acabou de me contar.

— Harry Potter... - Blásio murmura com uma cara raivosa.

— Perdendo o posto de fofoqueiro para Harry? Uau Zanbini. - Goyle zoa o moreno que dá um empurrão de leve no ombro do garoto ao seu lado.

— Blásio, Ana te falou a outra notícia? - Catherine pergunta olhando em meus olhos.

— Não, do que eu não estou sabendo, dona Evans? - ele desperta curiosidade

— Ela tem par para a festa de hoje. - a loira confirma com um sorriso forçado.

— Você conseguiu? Quem diria que um balaço bater na sua cabeça faria você iniciar a vida de solteira. - Blásio ironiza.

— O problema é com que ela vai. - Catherine continua.

— E quem seria? - Zanbini pergunta e antes de falar, sou interrompida com alguém sentando no lugar vazio ao meu lado.

— Boa noite, como está se sentindo? - Adrian pergunta enquanto se acomoda

Suspirei segurando uma risada e olhei Blásio no outro lado da mesa me olhando assustado, com o seu jeito percebi que ele perguntava mentalmente se era Adrian com quem eu iria, então apenas afirmei. Em resposta, Zanbini mordeu uma maçã, tirando metade da fruta.

— Ah, Estou bem. - sorri tentando ignorar o moreno na minha frente.

— Ainda acho que o balaço pode ter afetado o cérebro dela, sabe Pucey? - Blásio encosta os cotovelos sobre a mesa, com mais uma mordida em sua maçã.

Consegui escutar a risada baixa e nada controlada de Catherine ao meu lado, não me segurei e ri junto.

— Como assim? - Adrian pergunta ingênuo.

— Ele está querendo dizer que fiz merda em aceitar ir com você a festa. - fui sincera olhando fixamente Zanbini.

— Não me entenda mal, mas, vocês já terminaram! - Blásio suspira.

— Até eu tenho que concordar. - Catherine fala alto.

— Não vamos como namorados ou ex namorados, vamos como amigos. - Pucey tenta responder.

— Depois de uns goles de bebida, ninguém é amigo sem querer pegar o outro. - Blásio diz e olha para Catherine que fica corada.

— Não seja assim, Blásio Zanbini. -brinquei e Adrian sorriu.

— Só estou avisando. - ele joga as mãos para o alto. — Estou de olho Pucey.

A risada alta de Catherine chamou um pouco a atenção de alguns alunos, nos fazendo rir junto com sua imitação falha de um porco sem ar.

{...}

— E então? - Catherine aparece usando o seu vestido vermelho, calçando um salto alto preto e com seu cabelo loiro solto.

— Divina. - afirmei. — Você é perfeita. E gostosa. - completei.

— Já acabou sua maquiagem? - ela perguntou e apenas afirmei. — Então sai que agora é minha vez.

Fiz uma maquiagem simples, levando mais destaque em minha pele e nos meus lábios. Coloquei meu vestido preto acinturado e com cavidade mostrando meus ombros e um pouco do decote, entre o final do tecido na perna direita, havia uma pequena abertura, causando mais visibilidade as minhas pernas.

Ao sair de frente ao espelho, me acomodei no colchão de minha cama para colocar meus sapatos de cor nude e recebendo detalhes em pedraria e ouro, com uma fita fina atravessando meu tornozelo de forma delicada. Meus cabelos estavam soltos provocando pequenas ondas entre os fios que coloquei partido ao meio, realçando minha face.

— Estou pronta. - quebrei o silêncio, ficando de pé, passando a mão pelo tecido que cobria meu corpo.

— Uma vadia gostosa no meu quarto? Uau? - Catherine fala me olhando pelo espelho. — Calma que só falta alguns detalhes. - ela termina voltando a atenção ao seu rosto.

— Ok... - murmurei caminhando pelo lugar. — Acha mesmo que estamos muito atrasadas?

— Provavelmente. - Catherine faz pouco caso. — Mas isso não importa. - ela passa seu lábio inferior contra o lábio superior para espalhar o batom e levanta. — Agora sim, prontas. - ela sorri maliciosa e correspondi.

A loira mexeu mais um pouco no cabelo e logo caminhou em minha direção para sairmos do quarto, o corredor até a comunal estava vazio e escuro. As escadas revelam a sala extensa e que contém uma boa parte dos sonserinos, e no lado direito dela, estava Blásio e Adrian conversando sobre qualquer coisa.

Os garotos caminham em nossa direção com um sorriso e logo se aproximam. — Pensei que não viriam mais. - Blásio fala.

— Não começa. - Catherine dá um tapa no ombro do garoto antes de cruzar seus braços.

Adrian se aproxima mais ainda, me abraçando e sussurrando próximo ao meu ouvido. — Você está linda. - Sorri tímida e me soltei de seu toque.

— Vamos? - Blásio coça a garganta.

Concordamos e seguimos entre as masmorras para chegar ao andar onde acontece a festa.
O caminho escuro e vazio, com pequenas lamparinas grudadas nas paredes de rochas, concentravam o frio e a umidade entre a passagem.
Os corredores já próximos ao salão, estava mais movimentado e muito mais iluminado do que os outros, com enfeites coloridos e objetos decorativos por toda parte, chamando a atenção de qualquer um que passe por aquele chão.

Meu vestido parecia ser feito especificamente moldado em meu corpo, a ponta fina do meu salto encaixava em cada divisória de pedra no chão em que pisava, fazendo ter controle de toda a minha estrutura física sobre o sapato alto. Um sorriso ladino comandava meus lábios enquanto caminho atravessando uma perna na frente da outra.

Ao chegar no corredor que nos deixava de frente a grande porta entregando acesso ao lugar, encontro enormes lutres, o som de música alta e risadas agudas.

Blásio logo entrou, entregando espaço para que Catherine entre e logo me deixando pronta para adentrar, mas algo tira minha atenção. No final do corredor, na parte mais escura e reservada daquele andar da festa, um vulto passa pelas laterais ou alguém, não consegui distinguir ou muito menos saber se era trapaça da minha própria mente ou verdadeiro.

— Ei... - Adrian se aproxima me fazendo voltar a realidade.

— Ah. - balancei minha cabeça algumas vezes para espantar pensamentos alheios, com um sorriso convencido, olhei o garoto e caminhei para dentro do salão acompanhada dele logo em seguida.

O teto e as paredes tinham sido forrados com panos esmeralda, carmim e dourado, para dar a impressão de que se encontravam embaixo de uma vasta tenda. A sala estava cheia e abafada, com uma luz vermelha que o lampião dourado projetava do teto.
Uma cantoria alta e em sincronia, subia de um canto distante. Uma névoa de fumaça de cachimbo pairava sobre vários bruxos idosos absortos em conversa, e numerosos.
Entre os inúmeros adultos, os alunos especialmente convidados e seus pares. Diferente dos outros que não se incluíam nessa lista e estavam como garçons.

— Hidromel? - Neville, um dos garotos a servir no local.

— Obrigada. - agradeci enquanto seguro dois copos da bebida, entregando um deles a Adrian que continua ao meu lado.

Adrian estava completamente atraente em seu terno preto, sua camisa social interna branca e aberta nos primeiros três botões como um ar de espontaneidade a vestimenta. E sem perceber, meus olhos percorreram seu corpo da cabeça ao pé de um jeito nada disfarçado, já que o garoto me olhava envergonhado com um sorriso de canto.

Ao perceber a forma que Pucey me olhava diante minha concentração nele, levei o copo até minha boca, desviando qualquer troca de olhar com ele, sentindo o gosto ácido e forte descendo por minha garganta. Causando uma temperatura abafada do meu corpo e deixando o copo que antes estava cheio, vazio em minhas mãos.

Estiquei um pouco meu braço, como gesto de brinde ao copo vazio e sorri disfarçadamente para Adrian que apenas riu e virou o seu copo de vez, me acompanhando nas sensações causada pelo álcool.

— Senhorita Ana! - Horácio se aproxima com os braços abertos e uma aparência nada sóbria. — Fico feliz por vê-la aqui. Fique a vontade. - ele sorri carinhoso e cumprimenta Adrian, logo o professor se distancia para perto do bar.

— Terminar a festa como ele... - brinquei apontando o homem já distante da gente.

— Me parece convidativo. - Pucey responde segurando risadas.

— Como você é mau... - murmurei, enquanto recolho mais um copo de Hidromel da bandeja.

— Mas me parece que você quer ficar como ele. - o garoto continua, observando minha boca ressecar ao sentir o copo frio em minhas mãos.

— Talvez. - dei de ombros, virando mais um copo e sentindo toda aquela ardência e sensação de queimação na garganta. — Vamos, não seja tímido. - sorri e voltei a caminhar pelo salão.

Blásio e Catherine estavam no canto da parede, entre cochichos e risadinhas baixas, logo me avistaram e fizeram sinal de vai e vem com os dedos, para me chamar. Me aproximei e os sussurros continuaram.

— Blásio aposta vinte galeões que você e Adrian irão ficar. - Catherine ri, quase derrubando a taça em sua mão.

— Ah, é? - perguntei com uma das sobrancelhas erguidas. — Vai perder galeões, hein Zanbini. - brinquei e o moreno mordeu o lábio, contendo uma risada.

— Ok, ok. - ele ri, jogando os braços para cima em rendição e chama Adrian. — Vamos. - Zanbini segura quatro copos, distribuindo rapidamente e erguindo sua mão. — A essa noite! - o moreno me olha malicioso com sua fala e brindando.

Mais um Hidromel descendo em minha garganta, causando chamas em minha barriga e fogo em todo o meu corpo como alguém que queima dentro de uma fogueira e nunca se torna brasa.

Talvez minha falta de expectativa nessa festa, me fez duvidar do que possa acontecer nessa noite.

E eu confesso, estava completamente enganada.

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