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Quem luta com monstros deve velar
por que, ao fazê-lo, não se transforme
também em monstro. E se tu olhares,
durante muito tempo, para um abismo, o abismo também olha para dentro de ti.
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Olhei para o teto do meu quarto, não querendo levantar da cama. Pela escuridão lá fora, ainda estava cedo. O tempo estava nublado e a neblina densa, avisando que logo o tempo iria esfriar mais. Meu sono estava uma merda ultimamente, dormia pouco e, quando dormia, era repleto de sonhos esquisitos com vampiros de olhos vermelhos.
Cocei o olho, sentindo ele pesar. Queria voltar a dormir, merda.
Me sentei na beliche, jogando minhas pernas para o lado e, tomando impulso, pulei. Foda-se o sono da Bella. Se eu não conseguia dormir por culpa dela, então ela também não iria dormir.
Saio do quarto e desço para a cozinha, começando a fazer café da manhã. Meu corpo parecia estranho, letárgico, como se eu estivesse nadando e cada movimento fosse mais difícil que o outro. Abro a geladeira, pegando dois ovos, junto do leite, um pacotinho de queijo ralado aberto que tinha ali e um pouco de muçarela. Separo a clara das gemas e bato a clara em neve, logo misturando com as gemas e adiciono meia xícara de leite, uma colher de trigo e duas de queijo ralado e uma pitada de fermento em pó, temperando com sal, cheiro verde e pimenta do reino.
Despejo na frigideira e deixo fritar, logo virando a omelete e coloco a muçarela no meio, dobrando a omelete e deixo que o queijo derreta. Quando ele derrete, desligo o fogo e coloco em um prato. Abro a geladeira outra vez e pego a jarra de suco de laranja, despejando um pouco em um copo e logo me sento para comer.
Ouço barulhos vindo do segundo andar da casa e logo papai desce as escadas.
— Bom dia. — Desejo logo que ele entra na cozinha, pego o garfo e faca e corto um pedaço da omelete, levando a boca.
— Bom dia. — Charlie responde, ainda sonolento, e enche uma leiteira com água, ligando e deixando ferver. — Chegou cedo ontem.
— Aconteceram algumas coisas. — Dou de ombros. Meu celular vibra em cima da mesa e eu o pego. Era uma mensagem de Sam, pedindo que eu vá para a reserva para depois ir se encontrar com os Cullen.
O treinamento para matar recém-criados começaria aquela tarde e eu não poderia estar menos empolgada.
— O que foi? — Papai pergunta, se curvando atrás de mim para ver a mensagem no meu celular.
— Tenho que ir na reserva. — Jogo o celular na mesa, voltando a comer. Ele faz um som com a garganta, confirmando, e depois vai até o fogão, desligando o fogo da leiteira.
Arruma o coador e despeja o café, logo colocando a água e deixando o café cair na caneca dele.
— Coisa de lobo? — Ele pergunta como quem não quer nada enquanto adoça o café. Charlie ainda não estava acostumado com toda essa história e, toda vez que citava algo sobre, ele simplesmente parecia tentar fazer algo casual, mas seu corpo tenso entregava que ainda era uma ideia absurda demais para ele.
— Coisa de lobo.
Termino de comer e bebo o suco em um gole, indo até a pia e lavando a louça que sujei. Subo para o quarto e Bella já está acordada, procurando uma roupa pra se trocar. A ignoro, indo para o meu lado do guarda-roupa e pego um vestido simples, junto de um conjunto de shorts e top esportivo. O vestido era azul com florzinhas brancas, de mangas curtas e fechava na frente com vários botões. Ele era larguinho e fresco, do jeito que eu gosto.
Tiro minha roupa ali no quarto mesmo e jogo dentro do guarda-roupa para não deixar jogada no chão.
— Vai misturar roupa limpa com roupa suja. — Bella falou do meu lado, segurando suas roupas em frente ao peito.
Revirei os olhos, vestindo o shorts. Me viro e tiro a camiseta, colocando o top e depois o vestido.
— Que bom que é minha parte do guarda-roupa, né? — Falo enquanto vou fechando os botões. Bella não me responde, só dá as costas e vai para o banheiro.
Prendo meu cabelo em um coque e calço meus chinelos. Saio do quarto, descendo as escadas e indo até a porta de entrada.
— Volta ainda hoje? — Papai pergunta da sala, enquanto arrumava alguns objetos de pescaria dentro de uma bolsa.
— Não sei. — Vou até ele e beijo sua testa. O machucado ali já estava bem melhor e, com mais alguns dias, iria cicatrizar tranquilo. — Vai pescar?
— Sim. Eu e os caras já estamos marcando essa pescaria há uns dias.
— Hm, entendi. — Mordo o lábio, assentindo com a cabeça. — Vou indo. Até mais, pai.
Ele responde com um "até mais" enquanto vou até a porta e pego a chave do meu carro de cima da mesinha que ficava ao lado da porta.
Quando chego na reserva, todos os caras já estavam na casa de Sam, esperando para que pudéssemos ir para o local que Sam havia marcado com os Cullen. Cumprimento todo mundo e nego o café da manhã que Emily me oferece, dizendo que já tinha comido em casa. Evito olhar para Jacob e Paul, sabendo que o segundo iria me encher o saco, perguntando por que estava com aquela cara abatida. Mas logo Sam me salva, mandando que todos nós fossemos para a floresta que ele queria conversar conosco antes de ir.
— Vamos ir como lobos. — É a primeira coisa que ele diz quando nos agrupamos. — Não confio neles, então iremos na nossa forma mais forte caso seja uma armadilha.
Reviro os olhos com sua fala. Sam era muito cauteloso e talvez por isso, seja um bom alfa. Todos nós assentimos e depois nos separamos para nos transformar. Leah vem junto comigo, trazendo uma mochila para que colocássemos nossas roupas.
— Tive ronda com Jacob ontem. Vi tudo o que aconteceu. Como você está? — Ela pergunta enquanto tira a camiseta, jogando dentro da mochila.
— Bem.
Leah assente. A melhor coisa nela, era que ela entendia que às vezes, o silêncio era o melhor conforto. Nossas rondas juntas eram as melhores, ficávamos quietas, observando a tudo e vez ou outra conversávamos coisas banais. Mas, no fim, sempre acabávamos em um silêncio confortável.
Tiro minha roupa também e jogo junto com as da Leah, que pega a mochila e prende em um galho de árvore, já que voltaríamos para a casa de Sam na forma lupina. Nos transformamos e logo sentimos a matilha se conectando com nossa mente, era um tanto desconfortável, ter seus pensamentos invadidos dessa forma, mas a coisa boa era que fofocas chegavam mais rápido.
O que não era tão bom quando a fofoca me envolvia. As lembranças de todos vieram para minha cabeça, a briga de Paul com Jacob, a visão de Jacob sobre ontem a noite e seus pensamentos confusos sobre ele também não estar me sentindo mais. Ignoro seus pensamentos, seguindo até junto da matilha e me pondo ao lado de Paul e Embry.
Que torta de climão. Quem comenta é Quil, olhando de mim para Jacob.
Rosno para ele, mas Sam me interrompe antes que eu o morda.
Vamos deixar os assuntos pessoais de lado hoje. Sam diz, olhando sério para todos. Quero que se foquem nos treinamentos. Isso é importante.
Todos nós concordamos e logo estamos correndo até os Cullen. Não demoramos para chegar, cortando caminho entre a floresta e logo despontamos na clareira, vendo a família sanguessuga reunida.
*×*
[ n o t a s ]
dia 4 da nossa maratona e eu quero arrego! quase não consegui terminar a tempo o capítulo de hoje.
até amanhã, gente!