Ada Swan sempre foi apaixonada por Jacob Black. Desde pequena, quando ele a ajudou a tratar de um joelho ralado e sorriu para ela, dizendo que sempre estaria ali para a ajudar quando caísse. Mas o problema foi quando ela descobriu que ele sempre est...
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A besta, que em mim dorme, acorda em berros Acorda, e após gritar a última injúria, Chocalha os dentes com medonha fúria Como se fosse o atrito de dois ferros!
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────── NARRADOR ──────
Quando Carlisle chegou, pouco mais de meia hora depois, Ada ainda estava inconsciente. Jacob havia desmaiado de exaustão e dor, o corpo tremendo e a temperatura caindo, como se sua dor fosse mais intensa do que realmente o era. O médico vampiro adentrou a pequena casa de Sam e olhou com preocupação a loba marrom-café deitada ainda na maca que foi posta em cima da mesa de centro da sala.
— Nenhum sinal de consciência? — Ele perguntou, colocando a maleta em cima da poltrona. Sam acenou que não.
Na sala estreita estavam Billy, Sue, o Velho Quil, Charlie, Sam e Carlisle, além dos dois enfermos desacordados. Os mais velhos pareciam incomodados, principalmente o Velho Quil, por ter de receber um vampiro em terras quileutes. Mas, sua opinião foi facilmente ignorada quando Billy e Sue decidiram o que era o melhor a se fazer.
— Estamos com medo. A temperatura de Jacob está diminuindo e o processo de cura de Ada parece estar lento. — Sam diz, a voz parecendo derrotada por ver dois de seus lobos naquela situação. — Tememos que isso esteja acontecendo por culpa do imprinting rejeitado.
Carlisle se adiantou para o lado de Jacob, decidindo tratar dele antes pois era mais rápido. Tateou o lado direito do torso do lobo, sentindo os ossos fora de lugar.
— Terei de quebrar os ossos de Jacob para os colocar no lugar certo. O corpo se curou de maneira errada, por isso ainda dói. — Olhou para Billy, pedindo permissão e tudo o que ele pôde fazer foi assentir, os olhos pesados ao ver o filho encolhido e com uma expressão tão dolorida que lhe apertava o peito. — Preciso de ajuda. Sam, pode segurar ele para que não saia do lugar? — O alfa assentiu, indo para junto de Carlisle e segurando o corpo de Jacob.
Ele não contou até três, muito menos chegou a contar. Sem aviso prévio suas mãos geladas se apertaram nas costelas de Jacob e pressionou, sentindo os ossos cederem a sua força vampírica.
O grito de Jacob ecoou por toda a casa, podendo ser ouvido do lado de fora. Ele acordou com a dor e tudo o que pôde fazer foi berrar, as lágrimas caindo por seu rosto enquanto sentia do doutor quebrar todos os seus ossos do lado direito.
Aos poucos, a dor foi passando. Enquanto Carlisle colocava os ossos no lugar e o seu corpo ia se curando sozinho, a dor do corpo foi passando. Mas, ao tomar noção da realidade, seus olhos escuros procuraram por Ada e mais lágrimas caíram por seu rosto ao ver ela ainda no mesmo lugar. Imóvel. Ver Ada imóvel era difícil, logo ela que vivia reclamando que não era uma estátua para ficar parada.
— Por que estão cuidando de mim? — Ele balbuciou, sua voz fraca enquanto sentia o corpo cada vez mais frio. — Ada precisa de cuidados primeiro. Cuidem dela!
— Ada está mais debilitada do que você, Jacob. Eu vou precisar de um exame mais profundo e de mais tempo. — Carlisle explicou, enrolando com habilidade a faixa no lado esquerdo de Jacob, após aplicar uma pomada para luxação. Quando terminou, ele deu as instruções de cuidado, mesmo sabendo que pela manhã Jacob estaria perfeitamente bem.
— Como assim exame mais profundo, Doutor? — Charlie perguntou, aflito por não ter informações sobre a condição de Ada.
O médico não conseguiu responder.
Os gemidos de dor de Ada foram baixos no começo mas, ao recobrar a consciência cada vez mais, se tornavam uivos altos e chorosos. Em um segundo, Carlisle estava ao lado de Ada, vendo os olhos verdes da loba nublados pela dor.
— Preciso que tente se transformar em humana, Ada. — Ele falou urgente para a loba, que choramingava de dor, o corpo ainda imóvel de maneira preocupante. — Você consegue, Ada? Por favor, preciso que tente. Não poderei te examinar na forma de lobo.
Ada respondeu com um uivo baixo, uma negativa clara pelo desespero que parecia consumir a garota.
Jacob levantou do sofá com dificuldade, sentindo suas pernas vacilarem e seus ossos doerem mas ele precisava. Precisava fazer aquilo, precisava salvar Ada de uma maneira que ele nunca precisou de outra coisa na vida. Se ajoelhou ao lado de Ada, a mão livre da tala envolvendo o rosto da loba, fazendo os olhos verdes se focarem nele.
— Ada, por favor, me desculpa. — O choro saiu doído. Ele sabia que estavam sofrendo por causa da rejeição, sabia que não era culpa de Ada, sabia que ele era o maior culpado nisso tudo. Ele sabia. — Por favor, me aceita de volta. Por favor.
A loba choramingou mais, um choro fraco de lobo crescendo por sua garganta e os olhos ficando brilhosos pelas lágrimas não derramadas. Ela nem sabia se lobo poderia chorar, mas estava quase.
E então ela ficou quieta e fechou os olhos, a respiração ficando agitada e descompassada. O corpo começou a mudar devagar, de uma forma tão dolorida de se ver que Charlie não aguentou ver sua filha passar por isso, virando o rosto enquanto prendia o choro, se culpando pela dor que Ada sentia e por não ter podido proteger ela.
Os uivos de dor foram substituídos por berros humanos, tão altos e lancinantes, tenebrosos de ouvir. Gritos roucos e penetrantes, que reverberaram por todos que estavam na sala. A transformação acabou e, assim que se viu novamente em sua pele humana, Ada chorou.
— Ada, preciso que me diga onde dói. — Carlisle disse, tomando a frente da situação. Mas a loba nada respondeu.
Jacob a abraçou, escondendo seu rosto na curva do pescoço do seu imprinting, sentindo todos os sentimentos que ela sentia e se sentindo um nada, impotente. A pior das criaturas.
— Ada, por favor, responda o doutor! — Charlie implorou, a voz rouca do choro enquanto se aproximava da filha, fora de si. — Onde está doendo, filha? Ele precisa saber para te curar!
Mas, o que ninguém esperava, era que Ada fosse berrar a resposta, chorando como nunca ninguém a viu chorar:
— Tudo dói, papai. Tudo menos minhas pernas. — Ela soluçou, incapaz de conter o choro. — Papai, eu não sinto minhas pernas!
*×*
[ n o t a s ]
ok. eu não vou mais me dar prazos. tá na cara que eu não consigo cumprir eles!
até o próximo capítulo, então. postei fic nova do snyder cut da DC. quem curtir, vai lá dar uma olhada sksksksk
