Abri a porta do quarto e vi que Anahí ainda dormia. Eu não queria ter saído do quarto, queria ter ficado com ela enquanto o médico a examinava. Por sorte ele me garantira que fora uma leve luxação e ela ficaria bem.
Sentei na cadeira e fiquei olhando-a dormir de lado. Agora que eu estava mais calmo estava me sentindo um idiota. Eu ia precisar aprender a controlar meu maldito gênio se quisesse que eu e Anahí déssemos certo.
Ela estava deitada de lado, de frente pra mim e resmungou se mexendo, o pé apoiado de mal jeito no travesseiro, quase caindo. Minhas mãos coçavam com vontade de tocá-la, mas me contive.
Anahí acordou e se assustou quando me viu sentado ali encarando-a.
- Alfonso?!... Faz tempo que você chegou?
- Só um pouco. - respondi. - Você está cansada demais ou a gente pode conversar?
Ela apoiou-se na cama ficando sentada, só não ajudei porque fiquei com medo da reação dela.
- Não quero mais descansar... Também quero falar com você. - respondeu me encarando.
- Em primeiro lugar quero que você me perdoe pela minha reação, eu não devia ter feito aquilo.
- Não mesmo. - ela abraçou o travesseiro chateada. - Sinceramente, fiquei com medo de que me batesse também, mas a raiva que fiquei de você falou mais alto... Mas eu também fiz mal em ter saído sozinha, desculpa.
- Any a última coisa que eu quero é aprisionar você. - não aguentei e sentei na cama perto dela. - Me desculpa pela reação exagerada, mas se alguma coisa de muito grave tivesse acontecido com você eu nunca ia me perdoar, você é tudo pra mim não quero perder você. - acariciei seu rosto e senti o alivio quando ela fechou os olhos. - Tudo que eu faço é porque eu te amo. - sussurrei e ela mordeu o lábio inferior.
Segurei seu rosto entre as mãos e a beijei desesperado. Chega de briga, chega de ficarmos afastados, não foi pra isso que a trouxe pra cá. Mordi o lábio inferior dela e Anahí gemeu.
- Também amo você, mesmo quando banca o louco. - sussurrou.
- Me desculpa se assustei você, mas eu nunca te machucaria. - respondi e voltei a lhe beijar.
Inclinei Anahí sobre a cama puxando sua cintura e tomando cuidado com seu pé machucado. Afastei a coberta não querendo que nada ficasse entre a gente.
- Você me deixou tão furioso de manhã e ficou tão furiosa comigo... Quero foder você agora.
Anahí sorriu mordendo o lábio e arranquei a camisa, meu pau já estava acordado pronto pra ação. Puxei a barra da minha camisa que ainda estava com ela e deixei as peças na cadeira.
Arranquei minha calça e os sapatos e voltei pra perto dela. Com cuidado afastei a pilha de travesseiros embaixo do pé dela e o acomodei na cama. Tirei a calça legue dela junto com a calcinha pra não perder tempo.
Quando encarei Anahí ela sorria pra mim e tinha arrancado o sutiã.
- Você é muito gostosa sabia? - engatinhei até ela.
Beijei sua perna e passei a mão por trás de suas coxas, arrancando seus pés do colchão. Continuei subindo.
- Poncho eu não tomei banho. - ela se cobriu com as mãos.
Soltei a perna colocando o pé que estava bom no colchão e segurei os punhos dela com a mão livre.
- Quero você do mesmo jeito. - olhei feio pra ela e inspirei entre suas pernas. - E seu cheiro continua delicioso.
- Poncho! - ela arqueou as costas dando um gemido.
Soltei seus punhos e voltei a segurar sua perna deixando-a suspensa. Envolvendo seu clitóris com os lábios eu a chupei e lambi. Anahí gemeu jogando a cabeça pra trás e agarrou o lençol. Eu amava sentir seu corpo responder ao meu, ouvi-la gemer me excitava ainda mais e alimentava o monstro possessivo dentro de mim. Ela era minha, toda e só minha.
Abrindo ainda mais suas pernas enfiei a língua dentro dela pra fazê-la gozar. Seus dedos agarraram meus cabelos e ela inclinou o quadril na minha direção. Com um grito exaltado ela gozou ficando mais quente e molhada.
Deslizei minha língua pela barriga dela e subi até abocanhar seus seios. Posicionei meu pau entre suas pernas e rocei a cabeça na intimida dela, Anahí gemeu e a penetrei de uma vez enterrando-me fundo dentro dela.
Mantive as pernas dela erguidas e usei como apoio para impulsionar os movimentos.
- Olha pra mim! - gemi sentindo que estava prestes a gozar e meti mais rápido.
Anahí me encarou mordendo os lábios. Me inclinei sobre ela e a beijei mordendo seu lábio inferior. Soltei sua perna que estava boa e voltei a acariciar o clitóris dela.
- Goza comigo!
Anahí gemeu fechando os olhos e investi contra ela. Cravando as unhas nas minhas costas ela se contorceu e estremeceu no mesmo momento em que gozei dentro dela. Enterrei meu rosto no pescoço dela.
- Te amo!
- Também te amo. - sussurrou acariciando meu cabelo.
Levei alguns minutos pra conseguir normalizar minhas respiração.
- Precisamos tomar um banho. - beijei a testa dela e me afastei.
Sai da cama e a peguei no colo.
- Hum! - ela resmungou deitando a cabeça no meu ombro.
Beijei sua testa e fomos pro banheiro.
A rua estava escura e deserta, era tarde da noite. Apertei o passo quando vi três caras se aproximando na direção contrária, dei as costas e sai andando mais rápido ainda.
- A gente já te viu.
Corri e eles vieram atrás de mim, um deles agarrou meu braço me obrigando a encará-lo.
- Felipe! - reconheci na mesma hora.
- Quanto tempo Anahí. - ele sorriu e agarrou meu braço me beijando, meu estômago embrulhou.
Sentei na cama ofegando.
- Any!
Levei um susto e senti o alivio imediato ao ver Alfonso sentado na cama me encarando.
- Meu amor você estava tendo um pesadelo... Tudo bem?
Assenti e o abracei. Alfonso acariciou meus cabelos e mordi o lábio sentindo meus olhos marejarem.
- Você disse o nome do Felipe... Estava sonhando com ele não é?
Assenti o encarando e Alfonso me beijou, acariciei seus cabelos sentindo toda aquela paz que só ele conseguia me dar.
- Você trocou seus curativos? - encarei o peito dele nu, estava usando apenas uma bermuda.
- Você dormiu depois do banho... Mais uns dias e não vou mais precisar de curativos.
Olhei nosso quarto e percebi que Alfonso tinha desfeito as malas e havia comida em cima da mesa.
- Você pediu comida e desfez as malas?!
- Sim e ainda consegui admirar você dormindo. - ele sorriu afastando uma mexa do meu cabelo do rosto.
- Vamos dar uma volta?
- Mas e o seu pé meu amor? - ele encarou a pilha de travesseiro preocupado.
- Ele já não está doendo tanto... Vamos pelo menos dar uma volta na praia está entardecendo e eu gosto de ver o pôr do sol.
Na verdade eu queria sair daquele quarto, não queria dormir de novo com medo de sonhar outra vez. Desde que Alfonso e eu tínhamos brigado eu andava sonhando com frequência com os assassinos do meu pai.
- Tudo bem, vamos ver o pôr do sol então. - ele sorriu me dando um beijo e ficou de pé.
Com um cuidado extremo ele me pegou no colo e me pôs sentada na cadeira. Eu estava com outra camisa dele grande o suficiente para parecer um vestido.
Alfonso tirou algumas roupas minhas do armário e me mostrou um shorts e uma blusa. Assenti concordando e ele parou na minha frente e fez sinal pra que eu tirasse a camisa dele.
Fiz o que ele pediu e Alfonso deu um sorriso malicioso quando me viu apenas de lingerie.
- Acho que alguém está se aproveitando da vista. - sorri provocando.
Alfonso sorriu e se inclinou me dando um beijo, fiquei querendo mais quando ele se afastou e vestiu a camisa dele que eu estava usando. Num último gesto ele piscou pra mim e colocou uma mochila nas costas.
Vesti minha blusa e Alfonso me ajudou a colocar o shorts. Foi engraçado ficar de pé, com um pé erguido, as mãos apoiadas nos ombros dele enquanto Alfonso subia meu shorts.
- Acho que sou bom em te vestir tanto quanto em te despir. - sorriu me encarando e me beijou.
Seus braços envolveram minha cintura e eu envolvi meus braços em torno do pescoço dele. Quando dei por mim Alfonso me pegou no colo e saímos do quarto.
- Poncho me põe no chão eu to descalça.
- Por isso mesmo devo te carregar pra não ficar resfriada.
Bufei negando com a cabeça e entramos no elevador.
Quando chegamos na recepção tive que me encolher ao ver as pessoas me encarando. A situação parecia tão bizarra que comecei a rir escondendo o rosto na camisa dele.
- O que foi?
- Nada, só acho tudo isso um pouco estranho pra mim. - sorri.
Alfonso me beijou e quando saímos do hotel um carro nos aguardava. O motorista abriu a porta pra gente e Alfonso me colocou sentada no banco e deu a volta no carro indo sentar ao meu lado.
- Aonde vamos?
Alfonso: Você não quer ver o pôr do sol? - ele sorriu pegando minha mão e beijou.
Deitei a cabeça no ombro dele e envolvi um braço em torno da sua cintura. Prontamente Alfonso envolveu os braços em volta de mim e me colocou sentada no seu colo. Seus lábios cobriram os meus abafando meu murmúrio de surpresa. Encarei o vidro preto que formava uma divisória entre o motorista e a gente e sorri.
- Você não devia fazer isso.
- Ele não pode nem nos ver nem nos ouvir. - sorriu e voltou a me beijar.
Acariciei os cabelos dele me perdendo em todas as sensações que Alfonso provocava em mim.
Não reparei quando o carro estacionou, mas por sorte Alfonso reparou, pois, me colocou de volta no banco no momento em que o motorista abriu a porta pra ele.
- Chegamos senhor.
Me senti um tanto sem graça quando Alfonso agradeceu e me pegou no colo, eu parecia uma garotinha descalça.
Alfonso não fez muito esforço pra me levar por uma trilha que dava em direção a algumas pedras altas. De repente tive vontade de poder andar e aproveitar aquela trilha de mãos dadas com ele.
Quando chegamos Alfonso me colocou no chão e segurei a mão dele como apoio. Encarei aquela vista deslumbrada. Estávamos no ponto mais alto. Dava pra ver o mar, os hotéis em volta e o pôr do sol. Tive vontade de engarrafar aquele momento e toda a felicidade que eu estava sentindo pra sempre.
- Gostou?! - ele me encarou.
- Ta perfeito, é lindo. - me aproximei e o beijei.
Anahí estava sentada entre minhas, o pé machucado apoiado na mochila e no pequeno travesseiro que eu trouxera exatamente pra ela. Alguns lampeões portáteis iluminavam o lugar.
Beijei seus cabelos e deixei minhas mãos passearem pelos braços dela, em alguns momentos ela se arrepiava e virava o rosto pra me beijar. No momento seus olhos estavam vidrados nas estrelas que começavam a aparecer. Ela ainda conseguia me surpreender. Todas às vezes que eu a tinha surpreendido e feito aparecer aquele brilho nos olhos não havia tido necessidade de gastar muita grana, exceto pelo nosso jantar de ontem à noite.
Anahí provava a todo momento que não estava comigo pelo meu dinheiro e que coisas simples como ver um pôr do sol sentado sobre algumas pedras a deixava imensamente feliz. Outras mulheres prefeririam joias com diamantes e rubis para sentirem a mesma alegria.
Mas minha garota era diferente e me amava pelo que eu era, não lhe interessava o que eu poderia lhe dar. E era exatamente por isso que eu colocaria meu mundo e meu coração aos seus pés e quando ela finalmente aceitasse se casar comigo eu cuidaria para que ela fosse feliz pra sempre.
O celular vibrou no bolso acabando com meu momento de paz. Só uma pessoa estava autorizada a me ligar, Christian. E se ele estava me ligando naquele momento era sinal de problemas.
- Meu amor, eu já volto. - me inclinei e fiquei de pé.
- Ta! - ela concordou e a beijei antes de me afastar. - Oi Chris, qual o problema?
- Eu não queria estragar sua lua-de-mel antecipada, mas invadirão o apartamento da Anahí e da Maite.
- Como foi que aconteceu? - cerrei os punhos.
- O desgraçado provocou um curto no prédio inteiro, a coisa toda aconteceu não tem meia hora... Ele conseguiu desligar todas as câmeras e circuitos de segurança e invadiu o apartamento, ele sabia exatamente o que estava fazendo, tenho certeza que foi o Najera.
- Desgraçado... Maite estava no apartamento?
- Não! Por sorte estava no apartamento do namorado e dei ordens pra que ficasse por lá... Você não vai gostar de ouvir isso, mas o cara fugiu quando o alarme disparou na empresa e viemos pra cá... Encontramos uma mochila abandonada com cordas, algemas, fita adesiva e sacos de lixo preto.
Cerrei os punhos com força. Najera havia invadido o apartamento da minha garota com a intenção de sequestra-la. Eu seria capaz de matar aquele desgraçado se o visse na minha frente.
- Vou providenciar tudo, estamos voltando, até logo. - desliguei sem esperar resposta e liguei pro motorista.
Anahí me encarou quando voltei e o sorriso desapareceu do seu rosto ao ver que tinha alguma coisa errada.
- Tudo bem? Ouvi você dizer o nome do Chris.
- Precisamos voltar. - respondi a contragosto.
Eu não queria leva-la de volta a capital onde um imbecil estava à solta e tinha acabado de tentar raptá-la, mas estávamos sem seguranças e eu precisava pessoalmente voltar e saber exatamente o que estava acontecendo.
- Vamos voltar pro hotel?
- Não, meu amor pra capital. - me inclinei sobre ela e a ajudei a ficar de pé.
Anahí se apoio no tronco da árvore enquanto eu recolhia as coisas.
- O que aconteceu? - me encarou preocupada.
Coloquei a mochila nas costas e a peguei no colo aconchegando-a, queria que ela soubesse que comigo sempre estaria segura. Eu era um sortudo filho da puta por ter bolado essa viajem com o pretexto de descansar. Nunca agradeci tanto por ter levado um tiro, do contrário eu não teria me entendido com Anahí e não estaríamos longe de tudo agora.
- Poncho o que houve? - ela me encarou.
Beijei sua testa. Em outra época eu teria escondido a verdade dela, mas agora eu não tinha mais essa opção.
- Invadiram seu apartamento pra te sequestrar.
- O que? - ela me encarou assustada. - E Maite?
- Estava com o Derrick na hora, ela está bem.
- Foi... Foi ele?
- É quase certo que sim. - assenti odiando ter que dizer aquilo pra ela.
Os olhos de Anahí marejaram e ela se controlou quando chegamos ao motorista que já nos esperava.
Só quando estávamos dentro do carro ela se permitiu chorar.
Alfonso passou a viagem inteira preocupado. Estávamos sentados nas poltronas e ele segurava minha mão com firmeza. Eu demorei pra conseguir parar de chorar.
As preocupações da minha mãe tinham fundamento, o cuidado excessivo do Alfonso era compreensivo, agora mais do que nunca. E a nossa viagem que era pra ser perfeita tinha sido interrompida.
Solucei sem me dar conta que estava chorando de novo e Alfonso me abraçou beijando meus cabelos.
- Não vai acontecer nada com você.
- Ele vai cumprir o que prometeu Poncho... Todo aquele inferno ta voltando de novo. - solucei.
- Eu mato aquele desgraçado antes que ele tenha tempo de olhar pra você. - senti a raiva na voz dele.
Eu sabia que Alfonso era a melhor pessoa pra me proteger e que ele iria me proteger, mas quem iria protegê-lo? Poderia parecer idiotice, mas Felipe havia tirado meu pai de mim e se me tirasse Alfonso também? Se a história se repetisse de novo eu preferiria morrer do que viver com essa angustia de novo. A culpa que eu sentia pela morte do meu pai estava me consumindo de novo e agora o peso era ainda maior.
Anahí cochilou algumas vezes durante o voo e em todas as vezes havia falado dormindo. Coisas incoerentes que eu não sabia se eram fruto da imaginação dela ou se estavam relacionadas com o assassinato do pai.
Quando chegamos a pista já na capital Javier nos encontrou e entregou um par de muletas pra Anahí.
- Obrigada! - ela sorriu o encarando e me encarou.
- Espero que ajude e a senhorita se recupere logo. - Javier respondeu.
- Me chame de você ou só de Any. - ela forçou um sorriso, seu rosto cansado e abatido.
- Javier me deixe no apartamento da Anahí e depois a leve pra minha cobertura. - respondi assim que entramos no carro.
- Não, quero ir pro apartamento com você. - ela discordou me encarando.
- Any, por favor. - a encarei e ela se calou.
Não demorou muito pra chegarmos ao apartamento dela. Javier abriu a porta pra mim e eu desci. Ouvi a porta bater do outro lado e Anahí veio atrás de mim usando as muletas.
- Se isso tem haver comigo vou entrar com você. - teimou.
- Javier nos espere aqui.
Suspirei e entramos no elevador. Quando chegamos ao apartamento dela Anahí se assustou ao ver a bagunça.
Christian se aproximou e nos cumprimentou.
- Sinto muito Any.
- O que aconteceu? - ela questionou.
- Felipe provocou o curto circuito, apagou o prédio inteiro e conseguiu entrar aqui, estava com a intenção de te sequestrar. - Christian respondeu e a cada palavra Anahí se apavorava mais.
- Não tem chance de ter sido outra pessoa, um assalto qualquer?
- Não porque só o seu apartamento foi arrombado... E encontramos isso. - ele apontou a mesa onde estavam as cordas, fitas adesivas, canivetes, sacos pretos e outras coisas. - E isso. - mostrou o bilhete.
Anahí tomou o bilhete da mão dele e o desdobrou.
“Eu disse que você ia pagar, finalmente te achei!”.
Arranquei o bilhete das mãos dela que claramente estava em pânico com tudo aquilo.
- Vamos arrumar suas coisas, você volta a morar no meu apartamento hoje. - respondi sem deixar margem pra negociação ou discussão.