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Que prazer mais egoísta, o de cuidar
de um outro ser, mesmo se dando
mais do que se tem para receber.
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— Já pegou tudo? — Jacob perguntou, depois que eu terminei de colocar minhas roupas na mala. O olhei de cima, já que eu estava sentada no chão, e sorri.
— Sim! Estou morrendo de saudade do papai. — Fecho a mala e levanto do chão, dando batidinhas na minha bunda para tirar qualquer poeira que possa ter sujado a calça jeans. — Seu pai já chegou?
— Acabou de chegar. — Sorriu largo, enquanto seus olhos brilhavam. — Ele tem uma coisa pra você.
— Se aquele velho vier com mais um colar tribal eu juro que faço ele engolir. Pelo amor de Deus, ele quer me amarrar com você nem que seja a base dos ancestrais. — Bufo, passando por Jacob.
Colares tribais eram feitos pelos sogros e entregue às noras, como um agrado, dizendo que ela é bem-vinda na família. Billy tinha me dado três desde que me transformei e eu e Jacob tivemos um imprinting um pelo outro.
Era difícil segurar a emoção para não parecer uma maldita apaixonada, mas esses pequenos gestos de Billy me traziam lágrimas nos olhos. Ele me aceitava na família, mesmo que seu filho não. Passei a mão no pescoço, sentindo o cordão envolver ele. Devidamente escondido debaixo da camiseta, eu usava o primeiro colar tribal que Billy me entregou.
Atravessamos a sala e fomos para o lado de fora, onde a voz de Billy era mais alta, já que parecia conversar com alguém. Quando passei pela porta, a primeira coisa que vi foi o carro estacionado em frente a casa.
Carro não. Obra de arte. Abri a boca surpresa, reconhecendo o carro de uma foto antiga de mamãe. Uma foto da adolescência dela, posando ao lado do seu primeiro e único carro, que conseguiu comprar com muito esforço. Molhei os lábios, me aproximando e passei os dedos pela lataria laranja vivo.
— Pensei que ia gostar da surpresa. — Uma voz rouca fala, chamando minha atenção, e vejo vô Gilbert. Corro abraçar ele, surpresa por ele estar em Forks, sendo que tinha se mudado para Olympia logo depois da morte de vovó. Gilbert era o padrasto da minha mãe, mas foi a única figura paterna que ela conheceu.
— Vô! Porque não avisou que viria? — Desfiz o abraço, olhando para ele. O sorri em meu rosto indo de orelha a orelha.
— Era uma surpresa, garota. É bom te ver. Você está a cara da sua mãe, Ada! — Ele me abraçou outra vez, mais forte. E depois me soltou, me segurando pelos ombros. — Vim te trazer um presente, agora que fez 16 anos e já pode dirigir.
— O que? — Murmuro incrédula. — O carro...?
— É seu. Sua mãe queria que você ficasse com ele, então eu cuidei do carro durante esses anos. — Ele dá duas batidas na lataria que parece nova. — Testei o motor dele vindo de carro até aqui. Aguentou bem as quase três horas de viagem.
— O senhor veio dirigindo, seu velho sem noção?
— Voando que eu não vim. — Gil ri e dá de ombros.
A risada de Billy e Jake acompanha as do meu vô, e logo Jake vem para o meu lado, assobiando.
— Chevrolet Opala SS 1976. Adorei as faixas pretas no capô. — Se abaixou para ver os bancos, olhando por dentro. — É uma relíquia. Combina com você, Ada.
Sinto minhas bochechas queimarem e tusso, tentando recobrar a pose.
— Tá me chamando de velha, cachorro fedorento?
— Longe de mim, senhorita. — Ele ri, ficando reto. — Quero olhar melhor por dentro, vamos entrar.
Assinto, abrindo a porta e entro no carro. Abro o pino para destrancar a porta do lado do passageiro e Jacob entra, sentando ao meu lado. Olho tudo ao redor, os bancos pretos de couro pareciam novos e tinha certeza que isso era obra de vovô. Me ajeito no banco, arrumando a altura e olho nos retrovisores, checando se estava tudo ok.
Abaixo o quebra-sol e algo cai no meu colo. Franzo a sobrancelha, vendo a parte de trás de uma foto. Parecia que a foto foi dobrada, mas que já fazia um bom tempo que ela estava esticada. Pego do meu colo, virando e sorrio emotiva.
Era uma foto da mamãe. Ela estava linda usando um vestido amarelo, exibindo sua barriga imensa por minha causa. O cabelo cacheado estava preso e uma tiara do mesmo tom do vestido adornava sua cabeça. Meu olho se encheu de lágrimas e funguei, agradecendo baixinho pelo presente.
Vovô bate na janela e eu abaixo o vidro, para poder ouvir o que ele queria falar.
— Preciso ir. Meu voo é às 14h30 e já é 12h. Preciso ir, vai que tem trânsito até Port Angeles. Aqui, pegue a chave do carro.
Pego a chave de sua mão e assinto.
— Uh, claro. Entra aí, vô. Eu te levo até lá.
— Sam vai me levar. Ele precisa comprar umas coisas para Emily, e vou aproveitar a viagem. E você tem coisa para fazer, não tem?
Molho os lábios, sabendo que a essa hora Bella já estava me esperando. Edward precisava caçar, e por esse motivo Sam diminuiu meu tempo na reserva para poder ficar em casa protegendo Bella.
Mas como vovô sabia disso? O olho, surpresa.
— O senhor sabe?
— É claro que sei. — Vovô Gil revira os olhos, como se eu fosse uma besta por pensar que ele não saberia. — Billy me ligou assim que você se transformou. Quase explodi de orgulho, minha netinha protegendo nossas terras!
Não consigo responder pois logo Sam para em frente a casa e buzina para meu vô, saio do carro e abraço vovô, agradecendo pelo carro e pela visita dele, prometendo que assim que as coisas ficassem mais tranquilas eu iria visitar ele em Olympia.
Vou até o carro de Sam com vô Gilbert, dizendo para Sam dirigir com cuidado e recebo em troca um revirar de olhos e uma ordem para que se acontecesse qualquer coisa, era para ligar para ele. Dou tchau e vejo o carro ir pelas ruas de La Push, não querendo que vovô fosse embora.
Depois de colocar todas minhas coisas no banco de trás do Opala, me despeço de padrinho e agradeço pelo tempo que fiquei hospedada na casa dele. Entro no carro, coloco a chave na ignição e dou partida. O motor ronca e eu sorrio, completamente feliz pelo presente. Mudo a marcha e saio de frente da casa dos Black, indo para Forks.
Quando chego em frente de casa, o carro do topetudo falecido está estacionado logo em frente. Estaciono logo atrás, e assim que saio do carro Bella e Edward saem de casa. Vou até eles, o nariz coçando pelo cheiro doce do vampiro.
— Pode ir, Draculaura, eu cuido de Bella daqui pra frente.
Ele assente e dá um beijo na testa de Bella, prometendo que viria visitar ela de noite. Depois de se despedir, ele vem até mim, olhando fundo nos meus olhos.
— Controle o seu temperamento. — Edward diz entredentes e eu rosno para ele, retribuindo o olhar sério. — Proteja Bella não importa o que aconteça.
— Vai se foder, Sininho. — Rosno novamente, saindo da frente dele e indo até Bella.
Edward me olha, esperando que eu sinta medo da cara de psicopata dele, mas a única coisa que sinto é uma vontade enorme de arrancar aquela cabeça do pescoço de palmito dele.
— Eu vou ficar bem com Ada, Edward. Não precisa se preocupar. — Bella diz, sorrindo pequeno para mim e o namorado, sentindo a tensão entre nós.
— Qualquer coisa me ligue. — Ele diz novamente e vai para o carro, logo cantando pneu pelo asfalto enquanto vai embora.
Algum dia eu ainda teria o prazer de atacar esse vampirinho metido.
( foto da Madeleine, mãe da Ada
interpretada por Zazie Beetz )
*×*
[ n o t a s ]
pra variar eu não consegui obedecer minha própria data pra postagem skskskskks ai gente. eu mal acabo de escrever e já quero postar, pra saber o que vocês acham. sou uma autora muito cadelinha das minhas leitoras, sim.
hoje um outro parente da Ada foi apresentado, achei extremamente necessário colocar um parente por parte de mãe, já que a mãe mesmo tá morta.
vovô Gilbert é um neném, adoro ele. espero que tenham gostado dele!! e também espero que tenham gostado do capítulo!
aviso: acabei de publicar o primeiro capítulo da minha fic com o Paul! caso não tenham visto, vão lá dar uma olhada em Eutony! 💜
até dia 8 gente! beijinhos.