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A diferença entre os corajosos e os
covardes é esta: os primeiros
reconhecem o perigo e não
sentem medo, os segundos
sentem medo sem reconhecer
o perigo.
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Eu estava hospedada na casa dos Black há uma semana. Os treinos com Leah estavam me ajudando, mas Sam ainda não estava totalmente confiante no meu auto-controle. Mas, dia após dia, a culpa parecia me corroer de dentro para fora e foi isso que me fez levantar da cama e decidir ir até em casa, conversar com Bella.
Jacob estava patrulhando e Billy dormia a sono solto, seus roncos ecoando pela casa. O velho costumava dormir cedo, ainda mais hoje que foi jantar na casa de Sue e encheu a pança de peixe frito dos Clearwater.
Desde que uma vampira de cabelos vermelhos cruzou nosso território, Sam tinha aumentado as rondas. Sua preocupação era tão grande, que até eu estava fazendo rondas durante a tarde. Ele normalmente estaria preocupado, mas tudo se agravou ao ver que até os Cullens estavam caçando a vampira ruiva.
Respirando fundo e tomando coragem, peguei uma mochila gasta que Jacob tinha em seu quarto e saí da casa, indo para a floresta que margeava as residências na reserva. Me afastando aos poucos de qualquer vizinho curioso, me embrenhando na mata, finalmente achei um lugar escondido o bastante para me transformar. Tirei minha roupa, colocando-a na mochila. Relaxei os músculos, me transformando rapidamente e peguei minha trouxa de roupa com a boca, começando a correr entre as árvores.
O caminho até em casa foi rápido, minha forma de lobo se movimentava com facilidade e logo me vi nos fundos de casa. Me transformei em humana novamente, colocando meu shorts e o top esportivo que usava antes.
Porém, ao me aproximar, senti um cheiro adocicado que já havia sentido antes, mas era diferente de alguma forma. Não era o cheiro dos Cullen, mas sim de um vampiro desconhecido. Corri para alcançar o cheiro, pegando impulso e subindo na árvore que ficava perto da janela do meu quarto com Bella e me agarrei no galho, me esticando para ver dentro do quarto. Ele estava vazio, mas o cheiro parecia presente.
Ouvi uma movimentação no lado direito e virei rapidamente meu rosto na direção, sentindo o cheiro forte vindo daquele lado e pulei da árvore, me transformando no ar. Comecei a perseguir o cheiro, aumentando minha velocidade para alcançar o maldito vampiro, que corria mais a frente. Ele virou rapidamente seu rosto na minha direção, seus olhos vermelhos evidentes por um segundo, antes dele aumentar seu passo e correr ainda mais rápido.
Eu também aumentei meu passo, me pondo logo atrás dele e abocanhei minha frente, tentando alcançá-lo com uma mordida. Mas ele pulou para uma árvore, e continuou seu caminho entre as árvores até sair do meu campo de vista. Olhei para cima, tentando seguir o cheiro, mas ele parecia vir de todos os lados. Rosnei, seguindo onde o cheiro parecia mais forte e corri, minha cabeça borbulhando de raiva pela criatura pungente. Mas, quando vejo, estou na beira de um penhasco e a única coisa que tem a minha frente é água, água que se estende até o mar aberto.
Inferno! Rosno, virando de um lado para o outro, tentando procurar o vampiro maldito entre a água, mas ele já devia estar longe. Como fui perder o vampiro? O que ele estava fazendo em casa? Rosno mais uma vez, as perguntas girando em minha cabeça. Charlie está bem? Bella...?
Dou meia volta, voltando a correr para casa. Minha mente parecia conturbada com meus pensamentos, mas não havia nenhum outro membro da matilha presente. Estranhei, já que Jacob, Quil e Jared estavam na ronda da noite. Mas, na minha cabeça, apenas minha voz estava presente, pela primeira vez desde que me transformei.
Quando chego em casa olho tudo ao meu redor, vendo se não tinha alguém de olho mas, como sempre, todos já deviam estar se preparando para ir para cama. Me transformo novamente em humana, xingando o maldito vampiro por me ter feito destruir minhas roupas. Corro até os fundos da casa, pulo a árvore novamente e entro no quarto pela janela aberta. Pego um shorts meu e uma regata, não me importando de colocar roupas íntimas, e ouço o carro do Cullen se aproximando. Pulo a janela novamente, usando a árvore para me apoiar e desço até o chão. Meus pés descalços molham na grama úmida pela chuva de mais cedo.
Edward estaciona o carro em frente de casa e eu corro até lá, vendo seus olhos fixos em mim. Bato na janela do lado de Bella, que se assusta e rapidamente abaixa o vidro. Apoio minha mão na porta, colocando minha cabeça para dentro do carro.
— Tinha um vampiro aqui, quando cheguei ele estava indo embora. Persegui ele, mas perdi o rastro e quando o encontrei novamente, ele já tinha pulado no mar. — Falo rapidamente para Edward, que me olha preocupado. Evito olhar para Bella, mas sinto seus olhos em mim. — É um homem, deve ter uns vinte anos no máximo. Os olhos mais vermelhos que rubi. Ele tava no quarto que divido com Bella, o cheiro tá mais forte lá.
— Espera aí, um vampiro, aqui em casa? — Bella pergunta, ficando mais pálida do que novamente é.
— É, Bella, você está surda?
Edward não fala nada, apenas sai do carro e em um piscar de olhos desaparece. Ele logo volta, parecendo transtornado.
— Não reconheço o cheiro. Faz muito tempo isso?
— Foi agora há pouco. Charlie estava dormindo, ouvi seus roncos de fora da casa, provavelmente não viu nada.
— Charlie estava em casa? Ele está bem? — Bella pergunta, preocupada.
— Sim. O vampiro apenas entrou em casa e foi embora. Eu não entendo... — Falo confusa, franzindo a sobrancelha.
— Entra no carro, Ada. — Edward diz, entrando no lado do motorista.
Não o contrário, sabendo que ele provavelmente nos levaria até sua casa, para dizer ao chefe de seu clã sobre a ameaça. Entro no carro e logo Edwarda dá partida, correndo pelas ruas até chegar em sua casa.
A casa dos Cullen era moderna e cheia de paredes de vidro, escondida no meio da floresta para poderem ter privacidade. Saio do carro, seguindo Edward e Bella para dentro da casa e vendo que a família já nos esperava na sala.
— Alguém esteve na casa de Bella. Um vampiro. — Nós mal entramos e Edward já começa a falar, explicando a situação. — Ele só entrou na casa, não fez mal nenhum à Charlie.
— Quem foi? Alguém que conhecemos? — O vampiro loiro diz, sua face mostrando preocupação. Todos pareciam tensos, até a vampira fadinha que parecia sempre estar drogada.
— Um estranho, não reconheci o cheiro. — Edward fala, e sua mãe franze as sobrancelhas.
— Um nômade, por aqui?
— Alguém de passagem não teria deixado o pai da Bella vivo. — A vampira loira diz, parecendo não se importar com a situação ao todo. Rosno para ela, recebendo de volta um olhar irônico. — Se importam de deixar a cachorra fora de casa?
Dou um passo para frente, mas sou impedida pelo braço gelado de Edward.
— Ada chegou quando ele estava indo embora, o perseguiu até o mar, mas ele pulou na água e sumiu.
— Alguém está manipulando isso. — Carlisle diz, com as mãos nos bolsos e dando um olhar repreendedor para a filha mal-educada.
— A ruiva? — Finalmente falo, chamando a atenção de todos. — Ela tem cercado o território, mas sumiu desde a última vez na semana passada.
— Victoria esteve aqui? — Bella olha para Edward, parecendo traída por ele não ter informado isso à ela.
— Você estava viajando. Foi por causa dela que me transformei. — Digo confusa por Bella não saber que a ruiva estava rondando a cidade.
— Não é a Victoria. — A fada vampira diz, se levantando do sofá e chamando nossa atenção. — Eu teria captado essa decisão dela.
— Tem que ser os Volturi. — Edward fala.
— Não acho que sejam eles. Tenho observado as decisões do Aro também. — Alice rebate.
— Um inimigo de vocês? — Opino, cruzando os braços. — Alguém que enxerga Bella como o elo fraco da família?
— Não consigo pensar em ninguém. — Carlisle me responde, os olhos sérios.
— Mas é uma opção a se considerar. Temos que continuar procurando o vampiro. — Quem fala agora é o vampiro com cara de dor.
— Vamos montar guarda na casa da Bella. — Carlise decide, e sua mulher assente, concordando com sua decisão.
Mas a loira parece não gostar da ideia e se levanta, olhando com irritação para o pai.
— Mais alguma ordem de proteção?
Finalmente perco a pouca paciência que me resta e dou dois passos a frente, apontando o dedo para Rosalie.
— Olha aqui, sua sanguessuga irritadinha. Vocês meteram minha irmã nessa merda e agora precisam cuidar da segurança dela. É mais do que precisar, é DEVER! Ela só está nessa furada por que o seu irmão decidiu que ter uma humana como namorada era uma boa ideia!
— Você fala isso como se sua irmã não tivesse se metido nessa sozinha. — A vampira vem para frente, me peitando. — E pare de apontar o dedo para mim, senão eu quebro sua mão.
— Tenta a sorte, defunta.
— Meninas, parem! — Bella fala alto, chamando nossa atenção enquanto se levanta. — Rosalie tem razão, Ada. Eles não podem me proteger, vigiar nosso pai e procurar por um intruso.
— Não se esqueça de Victoria. — Rosalie diz, olhando brava para minha irmã.
— E cuidar da alimentação deles. — Bella molha os lábios, olhando preocupada para Edward.
— Pelo amor de Deus, Bella! É a porra da sua vida que está em jogo. Que se dane a alimentação deles!
Vou na direção dela, o sangue fervendo em minhas veias pela falta de cuidado próprio de Bella, mas consigo me refrear no meio do caminho. Respiro fundo, dando alguns passos para trás e sinto os olhos de Edward presos em mim, como se eu fosse uma bomba prestes a explodir.
— Não vou te deixar indefesa, Bella. — A voz de Edward chama a atenção de Bella, que olhava para mim assustada.
— Pois eu não vou te deixar morrer de fome! E eu não estaria desprotegida. Eu tenho a Ada, ela pode me proteger.
— Ada mal consegue se controlar, Bella!
— No momento eu tô me controlando bem para não te atacar, picolé! — Rosno para ele.
— E, — Bella fala alto, se colocando no meio de nós dois — Jacob pode ajudar. Tenho certeza que Sam não se importaria de eu ficar na Reserva durante algumas horas.
— É uma boa ideia. — Admito, cruzando os braços. — Posso conversar com Sam, explicar a situação para ele.
— Agradeceria se fizesse isso, Ada. — Carlisle diz, tomando a frente. — Ficaremos mais tranquilos se Bella estiver segura.
— Não precisa agradecer por nada, Doutor. Bella é minha irmã. Não vou deixar nenhum sanguessuga machucar ela. — Olho para Edward, esperando que ele pegue a indireta e saio da casa.
Corro para a floresta, tiro minha roupa e a amarro na minha perna, logo me transformando. Diferente da última vez, minha mente não está vazia. As vozes dos garotos se sobrepõem, preocupados, dizendo que sentiram a minha presença antes mas não conseguiram ouvir meus pensamentos.
Os mando calar a boca e, enquanto corro para a reserva, pulando o riacho que divide nossas terras, repasso tudo o que aconteceu.
Preciso que alguém chame o Sam. Isso é urgente.
Ninguém me responde, mas sinto a presença de Quil e Jared desaparecem, indicando que tinham se transformado novamente em humanos. Só restavam Jacob e eu transformados.
Você se machucou? Sua voz está preocupada, mas não tenho tempo para me importar com isso.
Não. Falo rápido, desviando de uma árvore e vendo que logo chegaria na reserva. Já estou chegando. A gente se encontra na casa do Sam.
*×*
[ n o t a s ]
boa tarde meus amores! peguei vocês de surpresa, né? postar um capítulo hoje, sendo que atualizei a história ontem, não é uma coisa que eu faça normalmente.
mas eu tinha que agradecer pelos 50K em Evanescent e os 2K em Eutony, que nem começou a ser atualizada ainda. muito obrigada, sério!!
enfim.
agora, as coisas começam a esquentar. demorei um pouco pra introduzir o filme na história? sim. mas, não sei se lembram, eu disse lá nos avisos do início da fic, que ela começava no espaço de tempo entre Lua Nova e Eclipse.
isso foi uma decisão minha, para poder introduzir BEM a Ada no enredo, e não ficar aquela coisa mal feita. espero que tenha funcionado! e também espero que tenham gostado desse capítulo surpresa!
beijinhos, e até dia 4!