Guerra é Guerra

By 1bitchwriter

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"-Tenha uma coisa em mente: Miranda Priestly pode perder uma batalha, mas nunca a guerra." * Capa feita pela... More

Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III - parte 1
Capítulo III - parte 2
Capítulo III - parte 3
Capítulo IV
Aviso
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Nota
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XXI
• Aviso •
Capítulo XXII

Capítulo XX

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By 1bitchwriter

P.O.V. Andrea

  - Hmm... Que horas são? - Murmurei ao ouvir Miranda levantando-se.

  - Cedo, querida, pode continuar dormindo, certo? - A senti se aproximar, acariciar meu cabelo levemente antes de depositar um beijo em minha cabeça.

  - Certo... - O sono me envolve novamente.

  Já eram quase 9 da manhã quando despertei de fato. Olhei ao redor para reconhecer o quarto e detalhes da noite anterior detonaram minha mente me causando uma breve dor de cabeça. Levantei-me e fui ao banheiro para tomar uma ducha rápida, logo voltei para o quarto e procurei por uma roupa confortável em minha bagagem. Assim que terminei de parecer menos bagunçada possível, desci as escadas silenciosas, constatando que Miranda e as gêmeas já haviam saído.

  - Bom dia, srta. Sachs. - Meu coração acelerou e eu, literalmente, quase caí com o susto. 

  - Oh meu Deus, Cara! - Exasperei para a mulher mais velha em minha frente, que me encarava preocupada.

  - Perdão, não foi minha intenção assustá-la. - Seu rosto esboçava grande pavor.

  - Tudo bem, não se preocupe! Eu que esqueci que você poderia estar aqui... Bom dia, Cara. - Respondi tentando tranquilizá-la, mas ela ainda parecia sem jeito.

  - Bom... Já posso servir seu café? O que gostaria de comer para acompanhá-lo? - Ela me perguntou indicando a mesa posta para uma pessoa  e eu, por alguns instantes, paralisei, não estava acostumada com esse tipo de tratamento estando em casa... Mas aquela era a residência Priestly, afinal.

  - Hum... Nada especial e menos trabalhoso possível, Cara... Não quero te atrapalhar. - Respondi um pouco sem graça sentando-me à mesa.

  - Não se preocupe, srta. Sachs, estou à sua disposição esta manhã. - Ela sorriu esperando que eu dissesse algo e eu só podia pensar em uma coisa:

  - Hm... Panquecas? - Dei de ombros e ela deu uma risada discreta da minha total falta de jeito. - E pode me chamar de Andy...

  - Tudo bem, srta. Andy, suas panquecas estarão prontas em alguns minutos. - Ela disse enquanto despejava o líquido escuro em minha xícara. 

  - Obrigada, Cara... - Não insisti na questão do "senhorita", pois sabia que toda aquela polidez era rigidamente exigida por Miranda.

  No final do café da manhã, eu já estava empanturrada por maravilhosas panquecas com creme de avelã e um delicioso café, até me questionei se seria capaz de superar aquela maravilha feita por Cara, a agradeci grandemente e decidi explorar um pouco a mansão. Até pensei em ligar para Miranda, mas sabia que ela estaria bastante ocupada.

  O aroma do ragu sendo preparado na cozinha me alertou sobre a hora do almoço, decidi que era um bom momento para contatar Miranda.

 - Olá, querida. - Ela atendeu ao segundo toque e sua voz era suave como um pêssego. - Casaco, bolsa. - A ouvi dirigir-se à sua nova assistente, provavelmente, e não pude conter minha risada, era divertido estar do outro lado do muro.  - Eu contei alguma piada? - Seu tom de desaprovação simulada me fez rir ainda mais. - Está tomando meu tempo, Andrea. - Tentei me acalmar e ir direto ao ponto, brincar era legal, mas abusar de seu bom humor nunca era uma boa ideia.

- Tudo bem, desculpe! Só liguei para saber como você está... Quis ter ligado mais cedo, mas sabia que você estaria atolada em pendências do fim de semana. - Respondi no mais doce dos tons para causar algum efeito calmante nela.

- Que gentil da sua parte, querida... Realmente foi uma manhã cheia, não poderia te dar muita atenção caso me ligasse mais cedo. Mas me diga, o que fez? Tomou café? - Parecia ter funcionado, pois sua voz era suave novamente.

- Sim, obrigada por avisar a Cara, eu tomei um susto com ela, mas ela não me pareceu surpresa... Enfim, o café dela é incrível, me deixou até um pouco sem graça, pois jamais farei para você um café tão bom quanto o dela. - Disse um pouco desanimada.

- Não seja ridícula, querida. Só você sabe a temperatura exata e quão amargo meu café deve ser. - Ela me garantiu. - Meu bem, por favor, não saia de casa hoje, sim? Aquela corja ainda deve estar pela vizinhança esperando você aparecer. Gostaria que me esperasse também... Quero conversar com você e com as meninas.

- Tudo bem, te esperarei... Que horas você volta? Posso fazer o jantar?

- Confirmo quando voltar do almoço. Você pode fazer tudo o que quiser. Preciso desligar, já segurei o elevador tempo demais. Se cuide. - Não deu tempo de me despedir, a ligação fora encerrada antes por conta do elevador. Mas meu coração permanecia aquecido com sua preocupação e cuidado.

  O almoço não tardou para ficar pronto e, depois de muita luta, consegui convencer Cara de sentar-se a mesa para comer comigo, com a promessa de não dizer nada a Miranda, obviamente.

  O dia já avançava para às 15h quando meu celular tocou e eu atendi apressada pensando ser Miranda.

  - Olá! - Disse animada.

  - Andy! Pensei que não fosse me atender... - A voz masculina familiar fez meu coração dar um salto. 

  - Se eu tivesse olhado o visor, com certeza não teria atendido. - Respondi firmemente e pude ouvir um suspiro cansado. 

  - Podemos conversar por alguns minutos? Estou no quarteirão da casa daquela... Dela. Não tem mais nenhum tabloide, te garanto. 

  - Eu acho muita cara de pau! - Eu estava prestes a desligar, mas ele me interrompeu.

  - Não desliga, Andy! Eu só quero te contar uma coisa... Por favor... - Seu tom de voz parecia ferido e meu coração sentiu novamente.

  - Aconteceu alguma coisa? 

  - Prefiro te falar pessoalmente... Pode ser? - Ele sugere e eu penso por alguns segundos.

  - Tudo bem. Não se aproxime dessa casa, posso te encontrar na cafeteria da esquina em cinco minutos. - Disse apenas e desliguei. Miranda me havia orientado para não sair, mas Nate disse que não tinha mais paparazzis acampados na porta, então, teoricamente, não havia mal nenhum em pelo menos ouvir o que ele tinha a dizer.

  Alguns minutos depois, eu estava sentada em uma mesa da cafeteria em frente ao Nate. Seu semblante era devastador, eu não queria, não podia, mas sentia uma certa pena dele. - O que você quer? - Tentei ser firme.

  - Andy, primeiro eu quero te pedir desculpas por estar aqui ontem... É que eu vi as manchetes e não consegui acreditar, eu precisava ver com meus próprios olhos... Sei que pensa que eu estava junto com eles, mas eu juro por Deus que eu não tive nada a ver com aquilo... De verdade. E te digo mais... Se você estiver bem com aquela mulher, tudo bem pra mim... Porque eu te amo acima de tudo, Andy... É a sua felicidade que conta. - Ele pareceu sincero em suas palavras e todas as que eu tinha morreram em minha garganta. 

  - Você... Você me promete que não tem nada a ver com todo aquele circo? As gêmeas foram expostas, Nate, isso é muito sério... Você tá dizendo a verdade? 

  - Eu sei o quanto isso é sério, Andy... Tão sério que custou meu emprego... - Ele suspirou pesadamente e desviou o olhar.

  - O quê?

  - Era isso que eu queria te contar... Na verdade, queria te pedir uma coisa... Será que você pode falar com a Miranda e dizer pra ela reconsiderar falar com meu chefe novamente? - Ele pediu suplicante e eu não estava entendendo.

  - Espera ai, o que Miranda tem a ver com isso? 

  - Eu tinha acabado de conseguir meu emprego dos sonhos no Pastis, Andy, estava tudo certo... Mas hoje, depois de uma visita da Miranda, meu chefe simplesmente me enxotou do restaurante e disse que foram "ordens de cima". - Ele faz aspas com os dedos. - Ele me mandou embora imediatamente, não pude nem terminar o prato que estava preparando, foi tão humilhante... 

  - Mas isso não prova que Miranda pode ter alguma coisa a ver com isso, Nate, pode ter sido só uma coincidência... - No fundo eu sabia que Miranda, na verdade, tinha tudo a ver com aquilo, pois era do seu feitio, mas só não queria acreditar.

  - Andy... Ela fez questão de me esperar sair para olhar dentro dos meus olhos... Eu a vi sorrindo satisfeita... Ela quis que eu soubesse que havia sido obra dela... O que não a julgo, honestamente, as filhas dela foram expostas... Mas acontece que foi injusto comigo, pois eu não fiz nada do que ela pensa que eu fiz, entende? - Eu não conseguia dizer mais nada, simplesmente não podia crer que Miranda pudesse ter sido capaz de fazer algo tão cruelmente premeditado. Quer dizer... Não sabia porque estava tão surpresa, afinal, era Miranda Priestly. 

  - Eu preciso ir. - Estava transtornada, apenas levantei e fui em direção a porta. 

  - Andy, está tudo bem? Me desculpe... Não foi minha intenção te deixar assim, eu... - Ele foi atrás de mim preocupado. 

  - Você não tem culpa, eu preciso ir agora. - Saí exasperada, sem olhar para trás e, infelizmente, sem perceber que Nate sorria dissimuladamente vitorioso.

  Caminhei por longos minutos pela pequena praça daquele mesmo quarteirão, eu procurava pensar em como abordaria o assunto com Miranda.

 Precisamos conversar.   

  Foi a mensagem que enviei para ela, ao menos assim, eu não seria a única a perder a paz naquela tarde.

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