Capítulo XX

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P.O.V. Andrea

  - Hmm... Que horas são? - Murmurei ao ouvir Miranda levantando-se.

  - Cedo, querida, pode continuar dormindo, certo? - A senti se aproximar, acariciar meu cabelo levemente antes de depositar um beijo em minha cabeça.

  - Certo... - O sono me envolve novamente.

  Já eram quase 9 da manhã quando despertei de fato. Olhei ao redor para reconhecer o quarto e detalhes da noite anterior detonaram minha mente me causando uma breve dor de cabeça. Levantei-me e fui ao banheiro para tomar uma ducha rápida, logo voltei para o quarto e procurei por uma roupa confortável em minha bagagem. Assim que terminei de parecer menos bagunçada possível, desci as escadas silenciosas, constatando que Miranda e as gêmeas já haviam saído.

  - Bom dia, srta. Sachs. - Meu coração acelerou e eu, literalmente, quase caí com o susto. 

  - Oh meu Deus, Cara! - Exasperei para a mulher mais velha em minha frente, que me encarava preocupada.

  - Perdão, não foi minha intenção assustá-la. - Seu rosto esboçava grande pavor.

  - Tudo bem, não se preocupe! Eu que esqueci que você poderia estar aqui... Bom dia, Cara. - Respondi tentando tranquilizá-la, mas ela ainda parecia sem jeito.

  - Bom... Já posso servir seu café? O que gostaria de comer para acompanhá-lo? - Ela me perguntou indicando a mesa posta para uma pessoa  e eu, por alguns instantes, paralisei, não estava acostumada com esse tipo de tratamento estando em casa... Mas aquela era a residência Priestly, afinal.

  - Hum... Nada especial e menos trabalhoso possível, Cara... Não quero te atrapalhar. - Respondi um pouco sem graça sentando-me à mesa.

  - Não se preocupe, srta. Sachs, estou à sua disposição esta manhã. - Ela sorriu esperando que eu dissesse algo e eu só podia pensar em uma coisa:

  - Hm... Panquecas? - Dei de ombros e ela deu uma risada discreta da minha total falta de jeito. - E pode me chamar de Andy...

  - Tudo bem, srta. Andy, suas panquecas estarão prontas em alguns minutos. - Ela disse enquanto despejava o líquido escuro em minha xícara. 

  - Obrigada, Cara... - Não insisti na questão do "senhorita", pois sabia que toda aquela polidez era rigidamente exigida por Miranda.

  No final do café da manhã, eu já estava empanturrada por maravilhosas panquecas com creme de avelã e um delicioso café, até me questionei se seria capaz de superar aquela maravilha feita por Cara, a agradeci grandemente e decidi explorar um pouco a mansão. Até pensei em ligar para Miranda, mas sabia que ela estaria bastante ocupada.

  O aroma do ragu sendo preparado na cozinha me alertou sobre a hora do almoço, decidi que era um bom momento para contatar Miranda.

 - Olá, querida. - Ela atendeu ao segundo toque e sua voz era suave como um pêssego. - Casaco, bolsa. - A ouvi dirigir-se à sua nova assistente, provavelmente, e não pude conter minha risada, era divertido estar do outro lado do muro.  - Eu contei alguma piada? - Seu tom de desaprovação simulada me fez rir ainda mais. - Está tomando meu tempo, Andrea. - Tentei me acalmar e ir direto ao ponto, brincar era legal, mas abusar de seu bom humor nunca era uma boa ideia.

- Tudo bem, desculpe! Só liguei para saber como você está... Quis ter ligado mais cedo, mas sabia que você estaria atolada em pendências do fim de semana. - Respondi no mais doce dos tons para causar algum efeito calmante nela.

- Que gentil da sua parte, querida... Realmente foi uma manhã cheia, não poderia te dar muita atenção caso me ligasse mais cedo. Mas me diga, o que fez? Tomou café? - Parecia ter funcionado, pois sua voz era suave novamente.

Guerra é GuerraWhere stories live. Discover now