𝐋𝐚̂𝐦𝐢𝐚 era humana. Aos olhos feéricos, uma mera mortal que foi resgatada na floresta pelo 𝐂𝐚𝐯𝐚𝐥𝐞𝐢𝐫𝐨 𝐕𝐞𝐫𝐝𝐞. Talvez fosse por isso que não faziam nada contra ela, mesmo assim, as palavras maldosas chegavam aos ouvidos da garota mais...
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O Rei do Gelo, Cumber, agora se proclamava como o verdadeiro herdeiro Pendragon, aquela ideia não passando de falsas palavras que lhe foram ditas de maneira manipuladora e implacável.
O poder que aquele título podia dar conceder a alguém era enorme, de um tamanho inimaginável. Infelizmente, o verdadeiro herdeiro de origens de sangue estava perdido e, se dependesse de mim, nunca seria encontrado.
Eu ouvia os sussurros das árvores e o canto dos pássaros que me contavam o que ouviam com o vento. Respirei fundo algumas vezes, absorvendo as palavras embaralhadas que seus piados me transmitiam. Relaxei os ombros, sorrindo maliciosamente com as besteiras que tolos eram capazes de afirmar.
A música alegre do matrimônio que acontecia foi substituída por uma comoção na entrada no esconderijo. Os feéricos recebiam os recém chegados, salvos pelo brilhante Cavaleiro Verde. Vi quando a Rainha das Cinzas e a Bruxa do Sangue de Lobo correram para as duas crianças que vieram junto com os resgatados.
Amaldiçoei o Cavaleiro mentalmente, já estava acabando o espaço ali, para que trazer mais crianças que só ocupavam espaço e acabavam com todo o mantimento? Era ridículo o que um coração bom podia fazer pelas pessoas.
De trás do pilar onde eu me escondia nas sombras, observei quando o infeliz inquilino correu para abraçar a Bruxa, os dois comemorando o reencontro após anos sem se ver. A cena embrulhou meu estômago e trouxe ao meu sangue raiva e ira.
Arthur e a Rainha se aproximaram deles, Nimue logo os apresentando. Entretanto, os dois novos conhecidos suspeitaram do Cavaleiro, os olhos de Arthur faiscando ciúmes, principalmente quando Nimue puxou o Cavaleiro para longe, alegando que precisavam por o assunto em dia.
— Você não me deixa te chamar de Morti — disse Arthur a Rainha. — Nem me deixa chamá-la de Morticia.
— É claro que não — respondeu ela. — Desde quando somos próximos?
— Você conheceu o cara por menos de cinco minutos e já são próximos — exclamou, exasperado.
— Pelo menos ele não rouba espadas místicas.
— Até quando vai jogar isso na minha cara? — perguntou ele.
— Até eu ter a minha espada de volta.
— Tudo bem — aceitou —, mas eu não roubei a sua espada.
— E é por isso que você vai me ajudar, Arthur — declarou ela. — Você vai ajudar querendo ou não, caso contrário eu te queimo vivo.
Com isso, a pequena garotinha puxou a Rainha pela barra do vestido vermelho, pedindo por atenção. Morticia foi rápida em dirigir todo o seu carinho a ela, deixando Arthur para trás.
