36 - "Eu quero respostas"

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— Sim, senhor. — Disse Harry. — E... hum... é o senhor quem vai... me ensinar?

"Você ainda pergunta?"

Snape levantou uma das sobrancelhas.

— Acho que isso quer dizer que é ele. — Olívia sussurrou, tamborilando as unhas contra a capa dura do livro.

— É claro. — Snape arrastou as sílabas.

— Por que Dumbledore não pode ensiná-los, hein? — Perguntou Sirius agressivamente. — Por que você?

— Porque suponho que seja uma prerrogativa do diretor delegar as tarefas menos agradáveis. — Disse
Snape suavemente. — Posso lhe garantir que não pedi esse encargo. — Levantou-se. — Espero você às seis horas da tarde na segunda-feira, Potter. Minha sala. Se alguém lhe perguntar, diga que está tomando aulas particulares de Poções. Ninguém que tenha visto você em minhas aulas poderia negar que precisa de reforço. — Então encarou Olívia. — Você, mesmo horário na sexta.

— Sim, senhor. — Ela respondeu tranquilamente.

Ele se virou para ir embora, a capa preta de viagem se enfunando como uma cauda.

— Espere um momento. — Pediu Sirius, sentando-se mais reto na cadeira.

Ah não.

Snape se virou para encarar os três, desdenhoso.

— Estou com muita pressa, Black. Ao contrário de você, tenho um tempo limitado de lazer.

— Irei direto ao assunto, então. — Falou Sirius ficando em pé. Era bem mais alto do que Snape, que, Olívia reparou, fechou um punho no bolso da capa, segurando, sem dúvida, a varinha. — Se eu souber que você está usando essas aulas de Oclumência para infernizar a vida dos dois, terá de acertar contas comigo.

— Que comovente! — Debochou Snape. — Mas você com certeza já notou que os dois se parecem muito com o pai deles, não é?

Olívia revirou os olhos.

— Já. — Respondeu Sirius com orgulho.

— Bom, então sabe que os dois são tão arrogantes que as críticas simplesmente resvalam neles. — Disse Snape com voz de seda.

Sirius empurrou a cadeira bruscamente para o lado e contornou a mesa em direção ao outro, ao mesmo tempo que puxava a varinha. Snape puxou a dele. Pararam se medindo, Sirius furioso, Snape calculista, seus olhos correndo da ponta da varinha para o rosto do oponente.

— Sirius! — Chamou Harry, mas o padrinho não pareceu ouvi-lo. Olívia se levantou da cadeira, cautelosa.

— Eu lhe avisei, Ranhoso. — Disse Sirius, seu rosto a menos de meio metro do de Snape. — Não me interessa se Dumbledore acha que você se regenerou, eu sei que não...

— Sirius! — Olívia interrompeu-o.

— Ah, então por que não diz isso a ele? — Sussurrou Snape. — Ou tem medo de que ele não leve a sério o conselho de um homem que está há seis meses se escondendo na casa da mãe?

— Me diga, como anda Lúcio Malfoy ultimamente? Imagino que encantado com o fato do seu cachorrinho de estimação estar trabalhando em Hogwarts, não?

— Por falar em cachorros, você sabia que Lúcio Malfoy o reconheceu da última vez que arriscou uma escapulida? — Disse Snape mansamente. — Ideia brilhante, Black, deixar que o vissem em uma segura plataforma de trem... arranjou uma desculpa irrefutável para nunca mais deixar o buraco em que se esconde, não?

OLÍVIA POTTER [5]Where stories live. Discover now