OLÍVIA POTTER [5]

30 - A historinha de Hagrid

Hagrid, você não entendeu que a Umbridge é uma fanática psicopata que quer colocar Dumbledore e todos os apoiadores dele num espeto?!

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— Ah, onde está a capa do Josh quando precisamos dela? — Audrey resmungou. — Rony, você pisou no meu pé!

— Hermione me empurrou! — Rony se defendeu.

— Porque você puxou a capa para o seu lado. — Hermione explicou.

— Gente, calem a boca! — Olívia pediu em voz baixa, abrindo o quadro da Mulher Gorda.

— Ninguém aqui perto. — Harry avisou, checando o Mapa do Maroto.

Pelo fato de eles serem cinco, Olívia e Harry decidiram ficar de fora e irem na frente enquanto que Audrey, Rony e Hermione se escondiam sob a capa. Andando devagar e cautelosamente, os garotos desceram as escadarias, parando a intervalos para verificar no mapa sinais de Filch ou de Madame Nora. Tiveram sorte; não viram ninguém exceto Nick Quase Sem Cabeça, que flutuava distraído, cantarolando de boca fechada algo que lembrava horrivelmente "Weasley é nosso rei". Eles se esquivaram pelo saguão de entrada e daí para os terrenos nevados e silenciosos da escola.

Viram quadradinhos de luz dourados à frente e fumaça saindo em espirais pela chaminé de Hagrid. Ansiosa demais para esperar, Audrey saiu debaixo da capa e correu pela neve que se adensava, parando só quando chegou à porta de madeira de Hagrid. Rony e Hermione também pararam de se esconder, e os outros quatro se puseram a correr e se atropelar e quase cair de cara na neve escorregadia, em direção ao chalé. Um cachorro começou a latir excitado dentro da casa quando se aproximaram.

— Hagrid, somos nós! — Disse Harry pelo buraco da fechadura.

— Eu devia saber! — Exclamou uma voz rouca.

Olívia inevitavelmente sorriu. Os quatro também. Era muito fácil adivinhar pela voz de Hagrid que ele estava satisfeito por eles estarem ali.

— Cheguei há três minutos... sai da frente, Canino... sai da frente, cachorro burro...

A tranca foi retirada, a porta se abriu com um rangido e a cabeça de Hagrid apareceu na fresta. Olívia se assustou. Audrey e Hermione gritaram.

— Pelas barbas de Merlim, falem baixo! — Disse Hagrid depressa, olhando assustado por cima da cabeça dos garotos.

— Perdão pelas madames Draminha aqui. — Olívia disse, analisando Hagrid com um misto de atenção e preocupação. — É que você está um gato, hein.

Hagrid soltou um suspiro pesado seguido de uma leve tosse e uma careta de dor.

— Vamos, entrem, entrem!

— Desculpe! — Exclamou Hermione, enquanto os cinco se espremiam para entrar na casa de Hagrid e deixavam a capa de lado. — Eu só... ah, Hagrid!

— Ficamos preocupados. — Audrey explicou, com os olhos azuis salgados fixos nele. — O que aconteceu com você?

— Não foi nada, não foi nada! — Apressou-se Hagrid a dizer, fechando a porta e correndo para fechar todas as cortinas, mas os olhares de horror não sumiram dos rostos dos cinco.

Os cabelos dele estavam empastados de sangue e o olho esquerdo fora reduzido a uma fenda inchada, no meio de uma massa roxa e preta. Havia muitos cortes em seu rosto e em suas mãos, alguns ainda sangrando, e ele andava desengonçado, fazendo Olívia suspeitar de que tivesse quebrado algumas costelas. Era óbvio que acabara de chegar; uma grossa capa de viagem estava jogada por cima de uma cadeira e uma mochila suficientemente grande para caber várias criancinhas estava apoiada na parede ao lado da porta. Hagrid, duas vezes o tamanho de um homem normal, agora mancava até a lareira para pendurar nela uma chaleira de cobre.