33 - Largo doce largo

2.7K 259 825
                                    

Nagini não é uma cobra normal.

━━━━━━━ ⟡ ━━━━━━━

Naquela mesma manhã, quando Marcel voltou para o dormitório ele achou a carta que Josh havia recebido de seu irmão mais novo, David.

Josh, a mamãe tá no hospital. Teve uma briga aqui em casa e ela acabou caindo da escada. Papai está muito bravo comigo e não está mais atendendo o telefone. Você pode vir para casa por favor? Por favor, eu sei que você não gosta de vir, mas eu não sei cuidar da mamãe sozinho.

Por algum motivo, Olívia não pôde deixar de desconfiar do "acabou caindo da escada".

Quando chegou o dia da última reunião da AD antes do feriado de Natal, Josh ainda não havia respondido a nenhuma das cartas que ela, Audrey, Marcel, e até mesmo Hermione, mandaram para ele. Nenhuma. E, pelas contas de Olívia, só as cartas da loira já deviam ser quase dez. Desde que Josh foi embora, sua amiga adotara uma expressão constantemente emburrada e preocupada, isso quando não estava escrevendo outra carta ou perguntando a eles o que achavam que havia acontecido. E pensar sobre aquilo estava deixando Olívia mais ansiosa que o normal, então ela evitou refletir sobre as possibilidades e confortou-se com o pensamento de que logo estaria em casa e poderia pedir para Jessie ou George, qualquer um, ir até a casa de Josh e descobrir o que tinha acontecido, no dia seguinte. Isso. Era isso que faria.

Ao entrar na Sala Precisa naquele dia, ela paralisou por alguns segundos, analisando cada detalhe do ambiente com atenção, sentindo a preocupação ser deixada de lado diante da cena que a fez quase perder o ar de tanto rir. Dobby havia enfeitado todo o lugar para o Natal, incluindo bolas douradas no teto da sala, todas elas alternando entre os rosto de Harry e de Olívia e, em baixo, uma legenda escrita "HARRY CHRISTMAS!"

— Harry Christmas que alegria, falálálálálálálálá... — Olívia cantarolava enquanto os cinco abaixavam as bolas do teto.

— A letra não é essa. — Harry resmungou para ela.

—Ainda bem que eu não te perguntei falálálálálálálálá. — E usou a varinha para fazer as bolas douradas dançarem no ar. — É o espírito natalino falálálálálálálálálá... ei, não tem graça se vocês não cantam o "falálálálálálálálá" comigo.

— Já não tinha graça antes disso. — Audrey disse.

— Hahaha. — Olívia revirou os olhos. — Se o seu namoradinho estivesse aqui para ser retardado e cantar comigo, você não estaria esse desânimo todo não, tá? Isso é favoritismo, Parker, e, considerando que a gente se conheceu primeiro, é muito, muito injusto.

Audrey olhou para ela como quem fala "acabou o drama?"

— Vocês são uma vergonha para a Indústria natalina, tá?

Hermione riu.

Olívia pegou uma das bolas com o rosto de Harry, tendo uma ideia.

— Ei, maninho. — Chamou uns minutos depois.

Harry despejou uma dezena de bolas dentro de um saco e olhou para ela, entediado. O Harry Potter da bolinha que Olívia estava segurando tinha ganhado vida e estava sorrindo agora.

— ABRAM ALAS! ESTÃO ME OUVINDO? — A voz aguda e estridente estava saindo da boca do mini Harry.

O Harry de verdade piscou, sem reação.

— O meu nome é Harry Potter, por favor não me irrite, porque eu fico bravinho. — A bola começou a cantar. — Meu cabelo é todo espetado, porque eu não sei me pentear sozinho! Eu amo a minha irmã mais velha, porque ela é perfeita e é sensacional! — Olívia começou a fazer uma dancinha. — E eu não vou casar com a Cho Chang, porque ela é uma garota muito sem sal. Vamos lá! Vamos lá! Sim, eu sou um mongolóide... — E aqui a bolinha parou de cantar, porque Hermione silenciou-a, e então arrancou-a de Olívia com um feitiço convocatório.

OLÍVIA POTTER [5]Onde histórias criam vida. Descubra agora