34 - Os lírios de Natal

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Meu filho e a mulher, Alice, foram torturados até a insanidade pelos seguidores de Você-Sabe-Quem.

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— Jorge, se você jogar outra bola daí de cima eu vou te empurrar dessa escada quando você menos estiver esperando! — Olívia, parada ao pé da escada, gritou depois de Jorge atirar a terceira bolinha colorida lá de cima.

— Você ouviu isso, Fred? — Ela escutou-o berrar para o irmão. — Fui ameaçado.

— Ouvi. — Fred berrou de volta. — Eu te ajudo a empurrá-lo, morta-viva.

E Jorge jogou outra bola. Olívia pegou o enfeite vermelho antes que ele se quebrasse no chão.

— Não pode gritar aqui dentro, vocês três! — Jessie repreendeu, empurrando mais uma caixa de enfeites para as mãos de Olívia.

— Ora, Sra. King, Olívia que começou pedindo que eu achasse as bolas com glitter. Eu achei! — O ruivo exclamou, descendo as escadas com uma caixa cheia das bolas com glitter.

Jessie cerrou os olhos para o garoto.

— Me chame de Sra. King mais uma vez e talvez eu considere fazer vista grossa quando Olívia te empurrar da escada, Fred. — A mulher ameaçou, antes de sair em direção à sala de visitas. Olívia, Fred e Jorge começaram a rir.

Olívia nunca se empenhara tanto com uma decoração de Natal na vida. Mas, ainda que tivesse o humor de Snape, seria impossível não se animar, considerando as circunstâncias do feriado naquele ano. Sirius estava cantando. Isso mesmo, cantando. Olívia não sabia de onde ele havia desenterrado tantas músicas natalinas, mas, no fim da manhã, ela, Gina, os gêmeos Weasley, George e, claro, Sirius, já estavam formando um coro animado de "As festas vêm, o mal se vai, chegou o Nataaaaaaaal", "A Merlim somos gratos, o Natal chegooooou" , e George fez questão de inserir umas músicas trouxas no repertório da trilha sonora da arrumação de Natal da Mui Nobre Casa dos Black, fazendo com que, no horário do almoço, todos já formassem um coral muito horroroso (embora nenhum deles se importasse) de "Pinheirinhos que a alegria, falalalalálalálálá, sinos tocam noite e dia...".

— Não pode gritar, mas pode cantar, é? — Olívia perguntou a Jessie enquanto servia seu prato. — Porque eu posso jurar que ouvi você cantarolando por aí.

— Mesmo? — A mulher deu uma risadinha. — Querida, você está ouvindo coisas.

— Mentirosa. — George tossiu bem ao lado das duas, fazendo a mulher levantar as sobrancelhas para ele, que logo abriu um sorriso: — Eu te amo.

— Bom saber. — Ela respondeu com uma frieza falsa; então seu olhar passou por todos ao redor da mesa enquanto George ainda ria. — Por que Harry não está aqui ainda? Eu já o chamei duas vezes.

— Ele não vai querer descer. — Olívia disse. — Já tentei convencê-lo, mas... — E deixou o resto da frase no ar. Jessie e George se entreolharam.

— Bom, vou levar a comida dele, então. — A mulher avisou.

Ela parecia ter esperança de convencer Harry a se juntar a eles, mas, quando retornou para a cozinha, voltou sozinha. Olívia decidiu não lembrá-la que seu irmão era uma mula teimosa.

— Bom, ele está sendo ridículo. — Gina exclamou, irritada, uma hora depois, quando os mais novos saíram da cozinha depois de ajudarem a lavar, secar e guardar tudo. — A gente tem que enfiar isso na cabeça oca dele.

— Ah, qual é, imagine como você se sentiria se achasse que está sendo possuída. — Rony falou distraidamente, como se estivesse com a cabeça distante. Olívia, Gina, Fred e Jorge encararam-no ao mesmo tempo, os quatro com a mesma expressão indignada no rosto.

OLÍVIA POTTER [5]Where stories live. Discover now