Capítulo 38

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Maxwell

Já se passaram alguns dias e amanhã voltaremos para casa, confesso que tem sido difícil permanecer nesse clima com a Melinda, mas nossas opiniões se divergem ao que diz respeito à minha filha.

Depois da nossa briga matinal sai com a Ayla para dar uma volta em uma praça que tem perto da casa dos meus pais.

- Papai - Ayla me chama.

- Disse algo? - pergunto perdido em meus pensamentos.

- Podemos ir embora? Estou com saudades da tia Linda.

- Claro filha - dou um sorriso curto. - Quer tomar sorvete?

- Sim! - Ela grita animada. - Mas tem que levar para tia Linda também.

Concordo com a cabeça e seguimos até  sorveteria.

Fazemos nossos pedidos e a Ayla insiste  em levar um sorvete de casquinha pra Melinda, mesmo depois de explicar que já estaria derretido até lá.

No caminho para casa foi em silêncio, fiquei apenas vendo a Ayla tomar o seu sorvete e dar algumas lambidas no sorvete derretido da Melinda.

Chegando em casa a Ayla sai critando por ela.

- Titia! - Ela grita logo da entrada. - Cheguei e trouxe sorvete - ela diz animada.

Mas não temos nenhuma resposta.

- Ela deve está no quarto, filha, mas primeiro vamos até a cozinha colocar esse sorvete em um copo para que não suje o resto da casa - digo e ela parece relutante, mas me acompanha.

Chegando na cozinha pego o copo e coloco o sorvete, ou o resto dele, em um copo. Ayla mal espera eu a entregar e sai correndo com ele em suas mãos.

- Cuidado com a escada! - grito.

- Já voltaram - diz minha mãe ao entrar na cozinha.

Ela tinha uma expressão triste no rosto.

- Sim, a Ayla queria ver a Melinda - afirmo para ela. - A senhora está bem?

- Eu não sei nem como te contar isso, mas... - a essa altura eu já estava aflito.

- Mas o que, mãe? Conta logo.

- É a Linda - ela me olha preocupada. - Ela... - foi interrompida pela minha filha que adentra na cozinha novamente.

- Ela não está no quarto papai - Ayla diz. - Cadê a tia Linda?

- Então, eu estava contando ao seu pai que a Linda teve que ir - minha mãe fala um pouco incerta do que dizia.

- Como assim ir? Para onde?

- A tia foi embora, vovó? - Ayla pergunta e vejo seus olhos encherem de lágrimas.

- Acho que melhor falarmos disso depois, Max - Mamãe diz. - A Linda apenas teve que voltar para a cidade mais cedo, mas quando vocês voltarem para casa haverão de novo, fiquem calmos.

Eu sabia que não tinha sido por nada, ela voltou por minha casa, eu que fui idiota o suficiente para perde-la.

- Quero a tia Linda de volta - A minha pequena súplica em meio às lágrimas. - Tia Linda - Ela chama desesperadamente.

- Vem pequena - tento pega-la no colo, mas ela corre para os braços da minha mãe.

- Você prometeu que ela não ia mais embora, você disse que ia pedir desculpas - ela grita e chora no colo da sua avó. - Você mentiu para mim papai.

- Me perdoa minha pequena - peço a mesma. - vamos atrás dela, ela não deve está longe, vamos trazer ela de volta. - digo em um momento de loucura.

- Max, não piore as coisas - minha mãe diz. - Vamos eu anjinho, você vai cuidar de você.

Elas duas saem da cozinha dando espaço para que o meu pai entrasse logo em seguida.

- Se eu fosse você não contava com isso - ele fala. - Não sei o que fez, mas ela não pareceu disposta a te perdoar.

- Tenho que concertar as coisas, eu estava de cabeça quente e falei demais, tenho que ir atrás dela.

- Não, você não vai sair daqui nessas condições.

- Eu preciso dela, eu não posso ficar sem a minha mulher - altero a minha voz.

- Pensasse isso antes de fazer burrada, agora aprenda a lidar com as consequências e de seus atos - ele levanta a voz para mim. - Ela precisa de um tempo e você vai dá isso a ela.

- Tempo para que? Eu preciso me desculpar, ela vai me entender.

- Tanto que pegou o primeiro voo de volta para casa sem nem esperar a Ayla chegar para se despedir - ele balança a cabeça negando tudo o que disse. - Não me importa o que tenha feito, mas quero que pense na melhor forma para concertar.

Não respondo nada, ele sai da cozinha me deixando a sós.

Nunca o tinha visto dessa forma, ele realmente ficou irado com o que aconteceu, não tiro a sua razão, pois sei o quão idiota eu fui.

Fico um tempo na cozinha sem saber o que fazer ou como agir, preciso falar com a Linda.

Tento ligar em seu celular diversas vezes, mas só da caixa. Tento o celular na Vick, mas também não me atende. Estou desesperado por notícias.

Oh Deus, a minha filha!
Corro em direção às escadas, preciso vê-la.

Subo até o seu quarto, mas paro no batente da porta.

Minha mãe acabará de encoralar na cama.

- Ela pegou no sono de tanto chorar - minha mãe fala. - Ela não mereceria mais uma despedida, ela não irá suportar perder mais uma pessoa - minha mãe me fala ainda de costas para mim.

Apenas fico as olhando, aos poucos me aproximo da cama.

- Ela ficou mais calma depois que eu lê a carta da Melinda - Ela diz.

- Ela deixou uma carta? Onde está e porque não já me entregaram?

- Ela deixou nenhuma para você e sim para a Ayla - minha mãe diz. - Acredito que você saiba muito bem o que fez, não precisa do motivo em escrito.

- Posso lê a carta? - pergunto ignorando suas palavras. Ela aponta para mesa de cabeceira onde a carta estava.

Sem pensar suas vezes a abro e leio o que está escrito.

Para minha pequena Ayla

Sei que deve está se pergunta porque tive que voltar mais cedo, mas isso eu realmente não vou poder explicar, mas não precisa de preocupar pois vou está esperando você chegar amanhã.

Até , você tem que me prometer que vai se comportar e obedecer os seus avós, certo? Não esqueça de escovar os dentes antes de dormir e nada de deixar o brócolis no prato.

Eu amo você minha pequena, te espero em casa, muitos beijos estalados.

Ps: cuida do seu pai para mim, ele precisa muito do seu carinho.

Att. Melinda Fernandes.

Coloquei a carta de volta da cabeceira após lê unas cem vezes.

Minha mãe já havia saído do quarto, apenas me deixei junto a minha filha e me permito sofrer pelos meus erros.

Continua...

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Beijos, Larissa.

Minha Pequena AylaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora