Cap 2

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Já faz quase uma semana que estou aqui. Entrei em uma rotina de acordar cedo, fazer alguma missão pequena e aleatória, ir para o hospital e voltar para casa. O garoto Uzumaki se recuperou e tive uma pequena, porém séria, conversa com ele em relação ao seu uso descuidado de chakra, tanto com o dele quanto o da raposa. No meu tempo livre, eu explorava Konoha e até simpatizava com algumas pessoas, mas tenho que tomar cuidado para não me apegar a ninguém. Afinal, isso tudo é temporário. Conheci pessoas legais e divertidas, como: Maito Guy. Ele é divertido, acho graça em seu jeito de ser, por mais que seja estranho e me irrite às vezes.
Haruno Sakura. Ela me lembra um pouco de mim mesma quando mais nova.
Nara Shikamaru. Ele é bem preguiçoso, mas aparentemente também muito inteligente. Com toda certeza ele será um ótimo Shinobi.

~/\~

Eu estava andando pelas ruas, durante um intervalo do hospital, quando Guy me chamou para me juntar a ele, Kurenai e Assuma. Após um tempo conversando, vimos aquele cara dos cabelos brancos e arrepiados, passando em frente a loja de Dangos, onde nos encontrávamos no momento. Não sei se é coisa da minha cabeça, mas realmente parecia que ele estava me vigiando. Nesses últimos 6 dias em que estive aqui, ele está em praticamente todos os lugares que eu vou. Isto já está me irritando.

Guy o chamou para se sentar conosco. Ele olhou dentro de meus olhos, de uma maneira um tanto quanto intimidadora, veio em nossa direção, sem dizer nada, e se sentou em minha frente.

- Que bom que finalmente se juntou a nós Kakashi.- Disse Guy, com uma animação que me deu até um pouco de inveja. Meu humor não está lá aquelas coisas hoje.- Essa daqui é minha nova amiga, Jabami Kira. Ela é da Areia e vai passar um tempo conosco, até a vila se recuperar por completo.- Disse apontando para mim.- Kira, este é Hatake Kakashi. O único Shinobi digno de ser meu eterno rival.

- Ainda me vigiando? Kakashi do Sharingan!

- Mesmo estando aqui como aliada, você ainda me parece bem suspeita. Kira Killer!- Gosto desses joguinhos de provocação. E ele consegue deixar tudo bem sexy, me olhando nos olhos, como está fazendo agora.

- Vejo que fez a lição de casa.- Respondi, com um sorriso provocador, retribuído por ele.

- Então vocês já se conhecem?- Perguntou Kurenai.

- Um pouco. Ela estava cuidando do Naruto depois do que aconteceu no exame Chunin.

Ficamos em silêncio por um tempo apenas ouvindo Guy tagarelar coisas sem sentido, para mim, mas que todos pareciam entender. Vez ou outra eu olhava para Kakashi, que parecia sempre estar olhando para mim. E apesar de estarmos ali para comer, Kakashi não comia nada.

- Não vai comer, Kakashi?- Já estava ficando incomodada com ele me encarando descaradamente. Então, optei por provocá-lo com um olhar sensual, à ficar quieta.

- Prefiro admirar a vista!- Seu rosto não expressava nenhuma emoção. Sua voz porém, estava carregada de malícia. O que me fez corar, abruptamente.

- N-não foi isto que perguntei!- Tentei dizer no mesmo tom de antes. Mas eu falhei. Minha voz saiu arrastada e eu gaguejei, devido ao nervosismo que ele me causou.

- Eu sei disso.- Ele deu uma risada anasalada se endireitando na cadeira.- Não sou muito fã de doces.

- Claro, claro.- Disse um pouco catatônica.- Bom...eu já vou indo. Ainda tenho muita coisa para fazer no hospital. Até mais pessoal!- Disse me levantando, despois de lembrar que eu ainda tinha trabalho à fazer.

~/\~

O dia no hospital foi um pouco cansativo, mas bom. Eu tinha me esquecido dessa sensação. Quando me disseram para ajudar no hospital, eu queria com todas as minha forças negar e fazer outra coisa. Porém, a ordem dos meus superiores era: Total Submissão. Eu tenho que obedecer todas as ordens que me derem aqui, ou estarei encrencada. Decidi apenas fazer o que me mandaram fazer. Mas até hoje eu evito ao extremo, cuidar de pacientes em situações críticas. Saindo do hospital, fui dar uma volta pela floresta. Eu estava cansada físicamente, mas não era como se eu não pudesse me manter de pé. Eu estava ainda mais cansada mentalmente. Por mais que eu não queira me apegar a ninguém, isto está acontecendo. E não há nada que eu possa fazer. Além do mais, eu sinto falta do carinho, do amor, até das brigas.

- Você é um fracasso Kira!- Eu dizia para mim mesma enquanto caminhava. O ar fresco relaxava meu corpo, mas minha mente ainda estava a milhão.

Ao chegar em uma clareira, me deitei no chão para observar as estrelas e me lembrei de Shiro, nós fazíamos isso quase toda noite. Ele era meu melhor amigo e aquele que sempre esteve ao meu lado quando precisei. Ele foi também o homem que eu amei, quem me ensinou à amar. Quando descobrimos a sua doença, para mim foi devastador. Já ele, simplesmente aceitou e tentou passar o máximo de tempo com todos que ele amava. Eu, claro, tentei passar o máximo de tempo com ele também. Mas quando ele não estava comigo ou a noite, enquanto ele dormia, eu estudava e aprendia tudo o que tinha registrado, sobre Leucemia e os outros mais variados tipos de cânceres. Fiz vários testes nele, mas nada adiantou. E no fim de tudo, ele morreu. Mantenho comigo todas as lembranças, de momentos maravilhosos, que tive ao lado dele.

Sinto um Chakra, já conhecido por mim, se aproximar.

- Já está tarde, você deveria ir para casa descansar, Kira.

- Preocupado comigo?- Ele estava em pé ao meu lado. Sua presença perto de mim, quase o tempo todo, me incomoda mas eu estou começando a gostar. Apesar de termos sempre conversas rápidas, é bom conversar com ele. Seu jeito tranquilo de falar me acalma, e seu cheiro amadeirado está se impregnando no meu cérebro.

- Estou mais preocupado com seus pacientes. Se você for cuidar deles estando com sono, pode acabar confundindo remédio com veneno. Não acha?- Nós rimos em uníssono e pude perceber como sua risada é estranha e ao mesmo tempo agradável.

- Acho, claro!- Respondi ainda rindo.

- Mas é sério, você precisa descansar. Você, como médica, deve saber mais do que qualquer um que uma boa noite de sono faz maravilhas. Não é?! Enfim, vamos! Eu te acompanho até sua casa.- Ele estendeu a mão para mim. Quando toquei em sua mão, senti um pequeno "choque" e olhei para o seu rosto. Tenho certeza que ele também sentiu, pois ele também me olhou com um ar de assustado.

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