Cap 19

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Minhas roupas estão molhadas de sangue, água e suor. Minhas mãos acorrentadas...e acredito que serei escoltada para Suna, dessa maneira.
As pessoas na rua me julgam com o olhar e outras até jogam coisas em mim, ou gritam coisas como: víbora. Talvez, graças à plaquinha que Kiochi colocou em minhas costas, com "TRAIDORA" escrito bem grande. Vale a pena ressaltar que era o meu sangue?
Kiochi me torturou ainda mais, por horas, por puro prazer. E agora, eu mal me aguento em pé, estou me arrastando...

Mas Rasa me ensinou a estar sempre de cabeça erguida. Minha postura não irá mudar.

– Você deveria demonstrar estar ao menos, arrependida ou com vergonha!

– Cuidado para não engolir o veneno que escorre da sua boca...parece mortal.

– Não sou eu quem estão chamando de víbora.

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Nos portões de Konoha, lá estão eles, os meus "amigos".

Por que não acreditam em mim?

Suna tomara as devidas providências com essa criminosa. Nos perdoe por algo tão vergonhoso!– Diz Kiochi para Tsunade, que apenas acena com a cabeça.

Kurenai, Asuma, Gai, Shizune, Sakura...estão quase todos alí.

Onde ele está?

Ainda não sei a opinião dele sobre isso. Quero que pelo menos ele, acredite em mim. Mesmo que isso não mude minha situação, quero que ele acredite em mim.

Onde ele está?

Olho na direção daqueles que se diziam meus amigos, e vejo apenas decepção e tristeza em seus olhos. Nenhuma dúvida, ou questionamento. Todos aceitaram o fato de eu "estar" matando todos, de propósito, para algum tipo de experimento.

Sinto minha pele arder, quando uma lufada de vento passa por mim. Minhas feridas expostas assim, podem infeccionar a um ponto bem extremo e com essas algemas não consigo usar meu jutsu de cura. Estou com sono, fome e sede. Meu corpo pede por algum alívio, mesmo que seja a morte. E meu coração dói, se apertando em meu peito. Como podem nem ao menos questionar? Eu já fiz muitas coisas ruins à nuitas pessoas, mas não à eles, não à Konoha.

– Godaime...– Enquanto ainda perdida em pensamentos, com a cabeça distante de tudo, ouço sua voz. Quando olho em sua direção, ele está cochichando algo nos ouvidos da Hokage, com Yuno ao seu lado.

– Certo!–É tudo o que ela responde e após isso, ele vem em minha direção. Olho para cima, para encará-lo nos olhos, quando ele para à poucos centímetros de mim. O escarlate que eu tanto amo ver, está coberto. Enquanto o cinza-escuro me analisa, procurando por algo que não sei o que é.

– No que você acredita?–Pergunto com os olhos estreitos, com um pingo de esperança de ele ao menos duvidar do resultado dessa investigação. Sua respiração falha um pouco e seu olhar vacila.

– Eu vi as provas e li os relatórios. Tudo indica que foi você.

– Então você não me conhece. Deveria olhar tudo com mais atenção.– Chego mais perto e fico nas pontas dos pés, olhando-o mais profundamente.– De todos que não acreditaram em mim...você foi o que mais me decepcionou.– Digo isso com lágrimas nos olhos, mas me recuso à deixar que qualquer uma delas escape.

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Após aquela ceninha, Kiochi me puxou pelas algemas, para que fossemos embora logo.

Ainda faltam por volta de 1 dia e meio de viagem e eu estou como um zumbi. Me sinto morta por dentro e que estou apodrecendo por fora. Como eu previ, minhas feridas começaram à infeccionar, o que está me proporcionando dores horríveis.

– Vamos parar aqui, para descansar. Saímos ao nascer do primeiro raio de sol!– Ouvindo essas palavras, eu simplesmente desabo sentada no chão e deito a cabeça no chão puro, sem nem pensar duas vezes. Kiochi e os outros três garantem que eu não vá sair do lugar, como se eu tivesse forças para mover mais algum dedo, e se afastam para um pouco mais que cinco metros de mim, montando uma fogueira.

Está frio, mas a essa altura, nem isso me incomoda mais. Só quero deixar de existir, simplesmente desaparecer.

Shiro...eu estou perdida.

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Horas se passam e eu não consigo dormir. Tento me concentrar nos barulhos da floresta, pra tentar fugir do barulho dos meus pensamentos. Pior que a dor física que estou sentindo, meus pensamentos não param por nem mesmo um segundo. Crio várias teorias de como e por quê Yuno fez isso comigo. Penso em todos que me insultaram, nas torturas que sofri, naqueles que se diziam meus amigos e duvidaram de mim, nele...naquela noite...o brilho escarlate...o perfume amadeirado...nas marcas em meu corpo no dia seguinte...
Tudo em vão...

...Naruto...

Meu loirinho. O que ele vai pensar de mim? Será que ele vai ter nojo de mim? Assim como os outros...

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Sinto uma mão pesada em meu corpo.

O que é isto?

Quem...quem está me apalpando assim?
Não consigo me mover e há um pano em minha boca.

Não. Não. Não!!!
Isso não!! Por favor!!!
Alguém me ajuda!!!!

O cheiro no pano, em minha boca, é forte. Meus olhos estão pesados, enquanto lágrimas sofridas saem deles.

NÃO!

Os trapos que minhas roupas viraram, são arrancados de mim com brutalidade. Algo me invade sem dó e uma dor imensurável rasga meu corpo. Desmaio tentando gritar e a partir daí, é uma escuridão sem fim.

Por favor...alguém...me ajude!

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