II - "Encruzilhadas" [ATO III]

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[LIVRO I, CAPÍTULO II: ATO III]


O prédio que estudam faz parte duma longa e importante história de propagação do conhecimento para os residentes daquela cidade. Naqueles dias eram contados setenta e seis anos de existência daquelas edificações de ensino que, apesar da citada importância no caminho da erudição, vem gradativamente perdendo a relevância perante a sociedade com o advento da tecnologia e desdém de seus governantes.


Aliás... Os seres viventes, em especial os de intelecto não grandemente desenvolvido no país, tem uma fascinação imensa pelo crescimento da tão chamada "era da informática". Isso é de lamentar-se. Esta era caminha para ser mais importante pela aquisição de máquinas fantásticas e tecnologias do que conhecimento. Eles não veem: Pequeno é o domínio da consciência que caminha para a simplicidade das respostas volúveis a palma da mão... E grande é o detrimento para a real obtenção de sabedoria.


O entendimento das coisas nos diz que na história de qualquer civilização é fato que o vislumbre pelo luxo, e a ilusão trazida pelo materialismo, foi amplamente utilizado por governadores e reis como moeda de segregação.


O luxo é uma moeda de troca falsa com alento momentâneo, mas aos olhos do povo governado, em esmagadora maioria, é uma necessidade mor.


- Lúciiii! Ooooi! Espera aí!


- Helen! Ué, Pavloki, sua aula não é no outro corredor? Vai aonde garoto?


O Jovem Pavloki possui um excêntrico senso de humor. É verídico que apesar de aparentemente demonstrar relapso para com seus estudos acadêmicos, Ele está adiantado até no segundo período de História cuja licenciatura está a fazer.


Sempre com notas altas e grande habilidade em deter o conhecimento da história Terrena, Pavloki também é visto como um desperdício de potencial por seus docentes. Não incorretamente, a maioria o tem como um jovem arrogante que usa de sarcasmo e ironia para mascarar o fato de que não tem ideia do que fazer com suas próprias habilidades.


É um caso exemplar de alguém que tirou forçosamente o direito que era de outrem, segundo afirmam seus mestres. O dito é no sentido de que sua válida aprovação para cursar a instituição de ensino teria sido irrelevante: Uma pessoa mais necessitada seria mais merecedora do que Ele, de cursar e usufruir corretamente dos conhecimentos ali passados segundo dizem.



Apesar do Rapaz ter passado pelo processo de seleção em conformidade, e sem qualquer tipo de ajuda governamental para sua aprovação, seu mérito era ofuscado pela própria atitude social como um todo. É de se perceber que não há lucidez em considerar o Jovem como um ser humano amplamente ruim, mas, sem dúvidas, Ele não possui um caráter positivo em sua totalidade.


- Aí Ruiva Linda, valeu o lanche, mas vou me adiantar pra outra parada. Não tô muito afim das aulas de História Ibérica hoje não e tô com crédito. Vou é dar uma relaxada! Se pá ainda arrumar um suco de uva lá no depósito do Subsolo: Tem um sujeito lá que é gente finíssima! A gente se vê! Aí, valeu Chris!


- Vai se prejudicar não hein vacilo em forma de gente, vai lá! A gente se esbarra – aperta a mão do amigo com força.


- Hahah! Tranquilo, Coé: Vê se fica mais esperto hein seu zé ruela! Já pode até começar seu laboratório – aponta para Helen chegando enquanto vai saindo – Aaa-gora!


- Hã? Péra, como assim? Não saquei que negócio é esse?


- Olha a Índiaaaa, cientista aterrissandoooo – Diz Pavloki para o Amigo em sussurro.


- Quê? Aah, hahah! Cara, você não existe – Responde Ele percebendo que alguém conhecido se aproxima dele.


- Oi Gente! Ué? Vai embora porque cheguei Alvar?


Helena é a mais nova daquele quarteto de amigos. Iniciou a graduação aos 18 anos e compartilha com Pavloki a opinião dos docentes no que diz respeito a ser um prodígio em seu curso escolhido.


Só que, diferente de seu Amigo, esta Jovem de pele negra e fenótipo indígena, recebe apenas os mais sinceros elogios de seus Mestres e companheiros de curso.


Um fato que a fez ficar em evidência entre os alunos da instituição é que a Moça completou com 100% de aproveitamento todas as disciplinas do seu primeiro Período de Licenciatura Em Química.


Os colegas de curso gostam de brincar com Ela dizendo que, com tanto talento, Ela já poderia se formar. Eles a apelidam carinhosamente de "Lillian Rose", algo que sem rastro de dúvidas deixa a tímida e despretensiosa Jovem encabulada pela comparação.


- Com certeza Eu vou meter o pé e principalmente porque Eu ODEIO meu primeiro nome! Fica de boa aí fofinha chata, Aí: Porque você não vai lá brincar com o Chris com seus tubos no laboratório? Só cuidado com os frascos de mercúrio pra não inalar uma grama deles né? "Vai que", hahahahah!


- Nossa, sem graça que só! Desagradável... Tá bom né, vai embora seu pulha!


- Pelos Deuses! "Seu Pulha", o que é isso? Hahahahah! Aí, vocês três um dia me matam, slán pra vocês rapaziada! Aí: Os três aqui ó – bate três vezes com o punho fechado na altura do coração – lado esquerdo família!


Com este diálogo todo enquanto se afastava dos Amigos, andando de costas e sorrindo, Pavloki se despede e segue para onde afirmou que iria a princípio. Helena se junta a Christian e Lúcia e os Três ficam parados por um período considerável de tempo, transitando entre encostar-se a um canto ou sentar-se ao chão, falando sobre as dificuldades da Faculdade e outros assuntos.


Terminam a prosa falando de uma vindoura festa, na próxima sexta-feira daquela semana, no dia vinte e oito. Helen e Lúcia parecem bastante animadas para o evento, diferente de Christian.

O Despertar: Caos Sagrado - Os Escolhidos (Livro 1)Where stories live. Discover now